Coleção pessoal de mucio_bruck

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Quando os sonhos se perdem...



Não mais reconheço que lugar é esse
Há, dependurada na entrada, uma placa
Onde se lê: “Doce Lar”, talhada em madeira
Fora de esquadro, sem cor, meio esquecida...


Há anos, atravesso os mesmos umbrais
Daquela construção, lugar que vivo
Passo por janelas, parede trincada
Não mais reparo nos muros de minha morada


Recordo que por anos a ergui, tijolo por tijolo
Cuidei das feridas de meus braços, pernas e mãos
As chuvas, o sol, a chegada das noites, calor e frio
Passaram por mim, sem interromperem minha obra


Servi de risos, passei por vil sonhador
Mas a fé e o desejo me incentivavam
Misturei amor, querer e sonho à massa de cimento
E depois de pronta, se fez orgulho de um sentimento


No tempo passante, a vida me trouxe filhos
E com eles, alegrias, sustos, surpresas
Uns mais amorosos que outros
Outros, a vida ensinou gratidões


Ingratos também, pois no tempo nada aprenderam
Recebi carinho quando era servil e nada negava
Ganhei descortesias e desrespeitos insanos
Daqueles que não ensinei a chamar-me de pai


Hoje, os anos passados a nada me permite mudar
A idade avançada me pesa e afasta quem amo e amei
Frágil e já sem forças, não sou dono do destino meu
Me tornei vítima do que disse e do que não ensinei

Para você, quero dizer...


Pisca-te a estrela, miúda, recém nascida
Já capaz de saber a quem mirar e guardar
Na sua eternidade, pois, dotada de sentidos
Aponta, silente e segura, pessoas sutis, completas
Carregadas de serenas paixões, que ofertam o bem maior
Resgatar sentimentos, ensinando a crescer sendo melhor

Não te Culpes...



O que tenho a oferecer-te?
Diz um irmão doente ao sadio:
Amizade sincera
Amor fraterno e verdadeiro
Estar pronto a ajudar-te
E à sua família, se necessário
Guardar de ti teus segredos
Com a própria vida, se preciso
Atravessar noites a cuidar-te
Quando pegar-te abandonado
Por aqueles a quem se dedicou
Nos anos de sua melhor saúde


Vá e olha-te no espelho
Não repare rugas e nem a feição
E pergunta-te, no silêncio
De sua exposta pequinês
Sou eu o filho que do céu
Meu pai vê com olhos de mel
Ou sente em mim ser qual fel?
E consolando aquele pai
Deus o abraçou em amor
E disse: “Não te culpes,
pelo que teu filho é, faz e fez
pois senhor, sou Eu O Criador!

O prazer de meu eu...


Sou pescadora
Não nego minha raça
Uso linha, anzol e vara
E se me faltar a isca
Serve uma de luz que pisca


Sou pescadora
Em rio, mar ou lagoa
Sou feliz nessa raiz
Faça chuva, vento ou ventania
Meu querer é minha companhia


Sou pescadora
Não importa que peixe pescar
Se Pirarara, Piraiba ou Piapara
Não é o pescado que me atrai
Mas a faceta de meu eu que sobressai

Leves Gotas...



Trago nos olhos
A pressa lenta de razão ausente
Que vinga num jardim inseguro
Onde se faz raro o certo ser presente


Trago nos olhos
Impaciências de pais... crianças adultas
Passando paradas, caís e estações
Blindada probidade em garras de leões


Trago nos olhos
Dificuldades, alertas de nebulosas
Que escondem revezes e quimeras
Quiméricos de minhas primaveras



Trago nos olhos
Fantasias, sonhos e telas arcaicas
Naus sem rumo por rios que me inundam
Navegando em gotas de leves esperanças

Vivendo a Loucura...


Saio e sigo só, em caminhos que me levam
Por ruas, alamedas e calçadas que se emendam
Direções diversas, sem fim, sem necessidades reais
Sem saber, percorrendo cada um dos pontos cardeais

Moro na companhia de meus fantasmas e vozes
Que me assombram continuo e severamente
Arrebatando o restado são de minha sanidade
Vago sem rumo ou querência, insone pela cidade

Quando me visita a lucidez, rabiscos que me tornei
Machuca-me na alma o abandono e a vergonha
Dita e explícita nos olhos dos muitos que amei
E silente, pranteio por dentro, sofro e choro

O acalanto e esperança que reside no eu
Mesmo limitado pela deficiência que me pune
Amordaça em tirania e emudece o expressar da dor
Escancarando minhas vitrines, vazias de amor

Aécius Nevulosu...


Aécius Nevulosu nasceu com uma grave doença
Ladrus corruptus pseudomaníaquis
Doença que somente se manifesta na fase adulta
E se caso venha a ter contato com a política
Desatento e sem saber portar tal enfermidade
Optou frequentar esse contaminado ambiente
Com pouco e breve contato nesses locais
Aécius, se pegou gravemente débil
Passou a apresentar os sinais e sintomas
Dessa rara e desventurada moléstia
Primeiro apresentou a febre Peculatis
Não havia cura e esses episódios duraram anos
Diagnosticados como incontidiles apropriades
E vieram as manias, sinais da grave patologia
Sintomas diversos se acumularam num repente
Nevulosu decidiu se auto tratar e assim o fez
Iniciou a busca pela cura fazendo planos
Se elegeu político, mudou de hábitos
Criou intimidades com porcentagens
E fez do 9 e dos pares de zeros sua distração
Gostou tanto que passou a colecioná-los
Admirador do vil metal e da pecúnia alheia
Se deu a tomá-los para si, sem cerimônias
Aécius jura, de pés juntos, que se curou
Na verdade, passou a fazer muitas juras
Mas, somente quando se precipitava em juízo
Nesse momento lhe vinha de pronto à fala
Em convulsos gatunites:
“Nunca declarei presente que ganhei”
E replicava: “Podem perguntar no partidão!”

Soneto do despertar...


Já não cabe e nem mais interessa
Apontar culpas ou motivações
Desanuviar o que já se faz explícito
Importa é que em meu abandono
Sua ausência é minha dor e penar
É pranto que afoga verso e prosa
E tudo o que passo já não te importa
Porque fiquei só, bem antes da porta
Porque seu socorro se me ausentou
E o amor que era teu, dei ao meu eu
Foi então que se me abriu o horizonte
Trazendo o sol por trás do monte

Antônimos...



Fazes impune a festa de seu carnaval
Leve, pés que quase não tocam o chão
Delicados, flutuam no compasso
De meu insano e apaixonado coração


Sem planos de ser aclamada ou quista
Com teu olhar fitando o vago vazio chão
Estrela da noite, quiçá, a mais bela que há
Metade brilho, metade cais e solidão


Voas no ritmo, com o passar dos janeiros
Atriz, dona dos suspiros de minha alma
Tens de mim o reverso de cada meu verso
Quase santo, quase herege, em mim imerso


Me tomo por desabitado em minha natureza
Fico a admirar-te, capitã de meu lamento
E parto, estradeiro, cafuzo, sem norte
Me entregando silente ao revés da sorte

"O medo é uma "arma" que dispara em nós um "dispositivo" de alerta de auto defesa! É esse sentimento que multiplica, infinitamente, tudo o que somos capazes em realizar em ações de auto-defesa impensáveis, seja para nos proteger ou proteger aqueles que amamos! É no medo que nos agigantamos e nossa força se torna imensuravelmente maior e nos torna heróis de nós mesmos!"

A vida ensina...
(poema inspirado em fatos reais)



Uma voz invadiu meus pensamentos
Fez em mim uma revolução confusa
Não sabia de que lado meu eu venceria
Nunca me apeteceu módicos contrários


E tudo se deu por buscarem em mim um “sim”
Um sim de esperança, de ajuda, por necessidades
E se apossou de quem sou, como se apossam invasores
Sem dada licença, se achegando decidido afixando-se...


Veio de malas prontas, em firme e concreta querência
Se instalou em meu querer, na voz de minha palavra
Nas respostas a tudo e a todos, sem pestanejar
Sem consultar minhas capacidades, impondo fiança


Uma voz invadiu meus pensamentos lúcidos
Os confusos, s exatos, inexatos, desafiadores
Mudou o foco de meu olhar diante de dificuldades
Na urgência do outro que findaria com meu sim


E meu sim deu vaga em CTI àquele bebe
Deu cirurgias há tantos que a morte cortejava
Deu autoestima aos que o espelho causava ira
Deixou dormir insones... alagou de paz lares sofridos


Meu sim ajudou a tantos e nada ensinou
Os agraciados jamais retornaram para agradecer
As promessas de Fé e Orações
se perderam
A lembrança da gratidão se adormeceu em minha ilusão


E tudo foi se dando, acontecendo, esquecido no após
E eu, assisti vitórias, curas, variados enriquecimentos
Assim, observei quão merecedores de um não são
Os injustos, os egoístas, mentirosos que negam um sim

Viva Flor. . .



Brotei na barranca, morada minha
À beira das águas, contíguo à vereda
Guardo secretos segredos findas verdades
Sou feita de brandura, atenta e avivada


Me falta a voz, mas não sou mouca
Assim, nada digo aos passantes
Minha existência é breve em seu durar
Exalo olor mágico, para sequestrar atenções


Sou f lor frágil, aguerrida à beira rio
Admiro águas que passam peixes
Não conto horas corridas, nem as lentas
Amo garoas, brisas e ventos leves


Somo os minutos de minha eternidade
Conto estrelas, umas, mais que outras
Que flutuam acesas nas profundezas etéreas
Quanta paixão ainda há na leveza dessa ação?


Me arrepio ao beijo do beija-flor
Meu corpo treme, se arrepia. . . e nada entende
Sinto em cada curioso olhar, ser ternamente rara
Vivamente incontida, explodindo em amor de flor

Busquei-a em meus pensamentos, no mais profundo de minhas lembranças... e não te encontre!
Você não estava mais lá, havia partido, levando a silhueta de seu rosto, o som de sua voz, a geografia de seu corpo!

Nos dias passantes, não me dei conta de que a distância e a ausência cada vez mais frequente do diálogo se deram a passos largos... em horas corridas... dias apressados, ou quiçá, foram os meus dias mais céleres que os seus e neles, me esqueci de lembrar em lhe dar a atenção e reconhecer-lhe os valores, e que eram esses os detalhes que mais importava: e você partiu!

Não cabe chorar havê-la perdido, até porque, conta meu coração que nunca a tive.

Não cabe reclamar sua ausência, pois quando a tinha, não percebi quão valiosa era! Estar ao seu lado, ao alcance de meu abraço não tinha preço.

Certo é que não partistes por falta de meu amor, mas porque não fui capaz de conquistar o seu!

Trilogia do que Importa...


> Generosidade
É um ato de amor
Jamais acontece sem respeito e empatia
A generosidade é a boa intenção doada
Jamais anseia recompensa ou por ela enseja
Generosidade é aquela fibra vibrante do coração
Pulsante, arraigada no afeto que não entraja intrigas


> Humildade
É o que é... não o que foi
Não se traduz em pobreza, mas em ser
É ter um chão, um pão para dividir... ou não
Humildade não tem a ver com aceitação
Não faz da vida uma relação de rejeição
Mas de sabedoria, ensino e preparação


> Amar
Nem sempre é concordar
Mas que está atrelado ao sim, fora de hora
Amar é saber que é preciso respeitar
O momento do sentimento do outro
É saber que o ontem jamais será o amanhã
É morrer pelo outro, sem deixar de viver

Flor do sertão...


Encontrei-a por destino, em meio ao caminho
Plantinha pequenina, verde... tom de esperança
Linda, teimosa, frágil, brotada em solo árido
Única e gentil, com alma pura de criança


Brotada em um desses mistérios da natureza
Casta, corajosa, em imensa e terna beleza
Sem reclames, olor mágico, enfeitiçante
Pequenas folhas a saltar-lhe da forte raís


Admirei-lhe o destemor e obstinação
Me curvei ante ao seu afinco de viver
Num lento crescer, vitoriosa, sem avidez
Sem pressa, tênue, sem medo de flor ser


Havia nela algo de santidade e força
Um mistério como em poucas havia
Sozinha, largada a observar a terra estéril
Vida viva em chão batido... esperança servil

Meu Ernesto Azul...


Voltava eu daquelas paragens de Pirapora, dirigindo meu possante Gordini Delfini, carinhosamente tratado por Ernesto, já de cor não muito definida, trazia uns leves amassados em ambas as portas, umas ferrugens no piso, faltava-lhe o retrovisor esquerdo e o para-choque traseiro... nada demais!




Mas aquele Gordini era meu xodó, até carreto o “bravo Ernesto” fazia: meio metro de brita ou de areia pra ele não era nada. Só não se dava bem com subidas, em compensação, nas descidas, ninguém e nem nada o segurava. Um detalhe que não podia de esquecer, no momento de passar a marcha, tinha de ir da primeira pra terceira... em algum momento ou lugar, ele perdeu a segunda marcha, porém, uma certeza eu tinha: um dia, mesmo que não parecesse, sua já havia sido cor foi azul, mas, não um azul qualquer, um de respeito, admirável e solenemente azul. Bem, mas isso se deu em tempos que eu ainda não havia vindo ao mundo.




Dona Orsina, mãe de “Zé Goiaba”, me encomendou um carreto: levar 14 frangos até o sítio de João da Grelha. Em troca de “dois dedos” de pinga, Juvenal aceitou a incumbência de me ajudar nessa empreitada, mas, não deu muito certo, numa curva de chão batido, entre a porteira da Fazenda Craviola e a ponte do Manguezal, meu amigo Ernesto foi, literalmente, atropelado por um boi. Mas, não um boi qualquer! Foi um desses de grande porte, de passos firmes, grandes orelhas caídas, negro focinho, peitoral extenso, parecia ter sido “construído” de concreto e músculos, coberto por uma pele negra, com algumas manchas brancas e outras, em leves tons marrons, reluzentes. Estava selado o destino de Ernesto: faleceu ali, naquela curva e o boi, seguiu em frente... sequer olhou pra trás. Seguiu seu caminho, me deixando apenas com o que sobrou de meu companheiro, dores pelo corpo e vendo os frangos entrando no manguezal.




Pensei até em fazer o velório e o enterro de Ernesto, mas o Padre Policarpo me aconselhou a não fazer, segundo palavras dele, “seria uma sandice”, na hora, entendi sanduiche, e rebati: “Não sô padre, vô fazê é o enterramento do Ernesto, num é um lanche não”, e o Padre nem respondeu, virou as costas e saiu resmungando: “é cada uma que parecem duas...”.




Voltando àquela curva, onde jazia Ernesto, me deparei com Bento Carroceiro e, entre uma prosa e outra, contei a ele de meu luto e que não ia conseguir enterrar Ernesto. Foi quando Bento me disse: “mas ocê é bobo demais, sô! Hoje, ninguém enterra mais ninguém não, só toca fogo e pronto. Depois, pega as cinzas e joga no rio. Isso é que é coisa chique”.




Pensei, matutei e decidi seguir o conselho de Bento. Toquei fogo em Ernesto ali mesmo e fiquei olhando ele queimar. Chorei muito, doeu fazer aquilo, mas o que mais me intrigou foi o caminhão de feno de Tião Matadô passar ali exatamente na hora que Ernesto queimava. Senti cheiro de mato queimando e, logo que olhei pro fim da curva, vi que o feno que o caminhão de Tião Matadô levava, queimava e a chama já subia pra mais de 10 metros...

Pecados, Oração, Perdão e Encontro...



Eu não rezo a Deus contando de meus problemas, pedindo milagres!

Eu oro a Deus, como pecador que sou, como indigno de convidá-lo a entrar em minha morada, como um filho, que trás na alma defeitos e incapacidades, mas também como homem de fé, que cultua e professa o amor a Ele, ao Senhor Jesus Cristo, à nossa Mãe e amada Protetora!




Tenho longos diálogos com meu protetor e tão presente Arcanjo Miguel, que, nos momentos de imensas dificuldades, jamais deixou de estar ao meu lado, sendo mais que um Interlocutor, mas, como um Anjo de Classe Superior, nada de mal permite que me alcance.




Eu não rezo a Deus reclamando do mal que tentam fazer-me, nem do destino que Ele me reservou, sequer das chagas que rasgam, em verdade, meu corpo terreno, pois, não as sinto, dor ou desespero não me tocam, por mais profundas e imensas que sejam, pois me sei filho de um Deus bondoso, porém, vingativo, mas um Deus que perdoa e quando necessário, condena!




Não rezo a Deus para que me livre de toda forma e maneira de abandono e angústia, pois esse é o destino que Ele traçou para mim.




Oro a Deus para que perdoe todos os pecadores, os orgulhosos, mentirosos e infiéis, que em egoísmos velados, ou Dele se esquecem, ou somente se recordam nos momentos de desespero ou quando necessitam pedir por milagres, imploram somente para si mesmos, regalos e vantagens, sem escrúpulos de, se necessário for, usarem em vão o sagrado nome de nosso Pai Eterno, não se fazem de rogados, quando surge a oportunidade de fazerem do próximo uma espécie de “trampolim”, visando conquistas e benefícios na difícil escalada de “subir na vida”, “atropelando” a moral e o seu igual.




Oro a Deus pelo bem e realização dos sonhos de cada irmão...



Oro a Deus para que seu amor de Pai, seja doado e edifique, cada vez mais o homem, tocando-lhe forte, em fé verdadeira, acendendo quereres de doação, sentidos de emoção: que suas orações e pedidos vejam da alma ungida por vossa benção e que as dádivas alcançadas, O torne mais vivo e presente nas ações por vir, de todos os que por Ti, foram afortunados.




Te sinto vivo, Óh Pai, em especial, nos dias de necessidades, de fome e tentações de cumprir meu destino e sei, meu destino é nosso encontro!

Alguns irmãos, são irmãos de ninguém...


Via ele, com e desejos de bem e alegria
Um arco-íris de mil cores atravessado no olhar
Dos irmãos que, naquele tempo, sabiam amar
Os pais, cuidavam de entregas e bem cuidar



Na dança dessa vivência, não cabiam verbos
Como abandonar, silenciar, machucar, desamar
Mas sim, doar, acolher, agasalhar, aprender, ensinar
Exemplos de escrúpulos, bravuras e bem semear



O tempo passante e implacável trouxe consigo
Decretos àquela numerosa família, que unida era
A opção de cada um construir seu território
E no umbral, talhado gravou: “Não entres. Virtudes ausentes!”

Quando o temor rouba a razão...


Demorei a compreender a razão
De sairdes, de dando-me as costas
Em meio à quase iniciada conversa
Doeu entender desnecessária ação



Me peguei estático às suas falas
Ditas em tom alterado e exíguo
Com jeito opoente de ser
Já no início de uma conversa



Observei seus passos largos
Com intenção de abreviar a distância
Entre minha chegada e seu desejo
Claro, decidido, pouco amigo



Em respeito a ti, fui à sua sala
De imediato, saistes resmungando
“Fique ai que não volto”... e partistes
O tema da palra: retidão e doário



O concílio desejado e precípuo
Que de medular ganho era e é
Foi abatido, antes do nascedouro
Pelo seu temor do ditame superior



Sobrou-lhe rispidez ao seu igual
Conduta estouvada e insensata
Pois, frente ao diretor que és
Havia uma nomeada liderança símil

O que restou de sua ausência...
(Múcio Bruck)

Professo a fé em um amor que sabe amar
Imploro, pela remissão de meus descuidos
Agradeço aportar-me em sonhos desejados
Alimentado de puros momentos passados

Lá, naquele momento, estância de toda alegria
Caminhei por sobre solos que esperança imprimia
Minha emoção, intensa, quase feliz, ansiava-te
Silente, olhar viúvo de ti, inda captava sua sintonia

Meus passos se faziam curtos, afastando chegadas
Temiam o rodar e o correr dos ponteiros, horas vazias
Os segundos, ganhavam asas, pospunham a passada
Apaixonado, ouvia-te, distante, com a alma embriagada

Sentia-a viva em mim, tão plena, luminosa, sã e forte
No calor, em suave odor, com certezas de sorte prescrita
Julguei, perdido, meu seguro porto...meu norte
Despido de certeza de querências, avidez e ode

Sem desejos da partida, que breve se achegava
Machucava o incerto por vir, sem sabores, sem quereres
Restando de certo, desejos de beijos e abraços cobiçados
Magias, em esscências do penhor de quistos reencontros