Coleção pessoal de Madasivi

221 - 240 do total de 340 pensamentos na coleção de Madasivi

⁠Poetas e seus olhares,
Não consigo entender esses olhares cheios de cores,
Enquanto alguns olham a lagarta comendo caminho,
Eles já estão voando com as borboletas,

⁠Nas asas das borboletas...
...Das surpresas...
...que batem no ar!

⁠Na geometria,
Dos dias,
As horas,
Perderam,
Suas,
Cadências,
Figurativas,
Ganharam,
Minhas,
Formas,
Inconscientes,
Das Cores,
Das Linhas,
Dos Pontos,
E tudo,
Dependeu,
Dos olhos,
Do princípio,
Do homem,
Que sentiu,
Cada,
Pincelada,
Van-guar-dis-ta
Com,
Separação,
Silábica,
Sim,
Senhor,
De Mondrian,
Com Maliévitch,
Sem Strzeminski,
Foi Picasso,
Quem Dali,
Na dianteira,
Do movimento,
Na linha de frente,
Do momento,
Ficou,
Enquadrado,
O silêncio branco,
Embasbacado,
O riso negro,
Suspenso,
O quase fim,
Policromo,

⁠O bico da caneta escreve,
O imbecil que tanto fala e nada acresce,
O bico da caneta escreve,
O doido desejo de enlouquecer pra entender o que endoidece,
O bico da caneta escreve,
O pé de amor que nunca floresce,

⁠O bico da caneta escreve,
O silêncio que não emudece,
O bico da caneta escreve,
O papel que cada palavra aqui adoece,
O bico da caneta escreve,
O fim triste desta prece,

⁠Somos todos tão idiotas,
Que a idiotice nos salve,
Da certeza de que,
Somos todos tão idiotas,

⁠Vinho pra enaltecer a gratidão,
Ouvido aberto pra não deixar de perceber o som das taças gargalharem,

⁠Vinho,
Na mesa,
Para que jamais falte amizade e pretextos para celebração,
Sic et simpliciter,

⁠Surgiram enredos embriagados,
Coisas de uma tarde com gosto de charutos,
E a lembrança de uma noitada de vinho,
E tantas outras com gosto de lúpulo,
Nada melhor que qualquer bom motivo,
Para um gole de um rebolado sonho,
Tocando sem parar nesse palco,
É o samba do devaneio,

⁠Pombo que descansa,
Depois de uma taça,
De vinho fácil,
Espírito Santo,
Com gemidos fortes,
Voa pelo céu perfumado,
De baga da videira,

⁠Enfim me rendi na quietude do momento,
E com uma leveza no olhar,
Dormi como uma criança no balanço,
Era o rouxinol que murmurava a cantiga de ninar,

⁠Continuava enrolado no quarto sem luz,
E o sono não tinha pressa de chegar,
E lá fora com a sua tocata apaixonada, como de alguém que seduz,
Era o rouxinol que cortejava a formosura do luar,

⁠Pus minha cabeça no travesseiro,
Esperando o sono que teimosamente demorava,
Entre uma piscadela e outra comecei a ouvir um melodioso companheiro,
Era o rouxinol que cantava,

⁠Quando acordei estava com uma afável sensação,
Como de quem dormiu com a graça,
Como de quem sonhou com a perfeição,
Era o rouxinol que na noite passada me presenteava na janela de casa,

⁠Se é pra ir,
O rio que leve,
Se é pra ficar,
A terra que devore,
Se é pra atravessar,
Levo comigo,
Mas qual?
Manjericão?
Pra cuidar da alma e coração?
Ou levo comigo,
Alecrim?
Pra fazer cócegas no pé do humor da consternação?
Vou deitar um casal de sementes no berço do meu jardim,
Quem sabe noutro dia levantará um pé de manjecrim?

⁠Dança debaixo do sol,
Pipa que tenta escapulir com o vento,
Criança com anseios de asas,
Sarau no ninho,
Noite que chega mansa,
Chalram os passarinhos,

⁠Passarinho no fio,
Feito malabarista,
Pipila seus amores,

⁠Passarinho da megalópole,
Acorda já no fio,
Galho elétrico no poste,
Canta bem cedo,
E depois foge,

⁠Você vai, no vibrato do violino ,
Velozmente e vejo,
Vai sem vestígio,
Venusto veneno,

⁠Você vem, no vaivém da valsa,
Vagarosamente e vistosa,
Vênus vestida de vivente,
Vínculo de vibração vital,

Você vale valentia, vale vadiagem,
Vale vinho com vodca,
Vale viver sem vergonha,
Vale o vento que vira na viela,

Você vai, no vibrato do violino ,
Velozmente e vejo,
Vai sem vestígio,
Venusto veneno,

Você vale a vontade voraz,
Vale a vicissitude da vida,
Vale a violeta que voa,
Vale a volúpia vivaz de te venerar,