Coleção pessoal de Madasivi
Continua a barbaria,
Com mão trágica e sem deixar de abraçar toda a loucura,
Seja aqui, seja acolá,
Entristeço sem medida,
Levamos com orgulho a bandeira da escola da vida,
Graciosamente dançamos com as surpresas das horas sem escorregar e deixar o chapéu cair,
Tocamos a bateria com vigor e entusiasmo,
Muita marcação no Surdo de primeira, Surdo de segunda e de terceira,
Na caixa de guerra, repique, chocalho, tamborim e cuíca,
E fantasiados com as cores do amor da folia chegamos ao fim,
De mais um suspiro profundo que antecede o sono de quem está com a quebreira do dia,
Difícil de encarar mas sempre fácil de sorrir,
Na calçada, na esquina, na ruela, na praça, na viela,
Seus elegantes meneios mais uma vez não me escapam,
Te encontrar na esquina,
É tomar café adoçado sem açúcar,
É tirar o riso do canto da boca amarga do dia,
É sentir o gosto do sonhar,
Momento inesquecível,
Tomando um café com a vida,
Proseando coisas de cair em si,
Ela segredou de forma garrida,
Que só engana,
Quem de si para si,
Engana e ainda ri,
Num pequeno momento habitual,
Pequenas paisagens concretas,
São encontradiças no espaço,
Café fortíssimo abstrato,
O sangue negro extraído,
Da mais fina veia,
Do puro grão do café,
Acordei assim,
Restrito para mim,
Salta água,
Pincha e arrebenta,
Deita e vai dizendo preces caladas, verdades molhadas e uma beleza sempar,
Catadupa!
Força que rasga,
Cala a voz do que é miúdo,
Silencia o tempo,
Arranca um brilho no olhar da vida brava,
Catarata!
Abraça borboleta,
Chega e abarca,
Fica bem perto para sussurrar segredos que são só nossos,
Catarata!
Canta arara,
Canta e cantarola,
Voa e leva minha vontade de rabiscar um céu com asas,
Vontade de pintar as pedras com as cores do arco-íris,
Catadupa!