Coleção pessoal de HermesFernandes

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Nele, a existência é redimensionada. Pontos absurdamente desconexos são ligados. Peças soltas se encaixam. Ao desprezível se atribui valor. Ao excluído se reserva assento entre os príncipes e por eles é servido. O assimétrico se harmoniza. A dissonante encontra seu lugar na grande sinfonia da vida. O fugaz se eterniza. A vida reencontra seu sentido original.

Haja o que houver, faça o bem. Se fizer movido por culpa, sua consciência o absolverá. Se fizer por constrangimento, certamente poupará sua imagem do desgaste público. Se fizer para se promover, os holofotes lhe acharão. Se fizer por medo, sentirá alívio em sua alma. Mas se fizer por amor, você experimentará a maior de todas as alegrias. A absolvição da consciência só dura até o próximo pecado. Sua imagem só será poupada até o próximo escândalo. Seus medos eventualmente voltarão a lhe assombrar. Mas a alegria proporcionada pelo amor durará para sempre.

Há mais amor numa gota da ira divina do que em todos os oceanos de nossos amores.

Filantropia encobre o sangramento, mas não o estanca. Somente a justiça poderá deter a miséria hemorrágica responsável por nossa anemia ética, razão pela qual deixamos de nos corar de vergonha ante nossa incapacidade de amar e nos importar com o outro.

No lugar do Pai, o Capital, no lugar do Filho, o Mercado, e no lugar do Espírito Santo, o consumismo. Esta é a nova trindade cultuada pela sociedade humana.

Um evangelho que justifica o lucro a qualquer preço e banaliza ou espiritualiza o sofrimento causado pela miséria não passa de um grande mal entendido e deve ser sumariamente rejeitado.

A mensagem do evangelho não pode servir como lubrificante das engrenagens do sistema, perpetuando assim a injustiça por ele perpetrada, mas como ferramenta que emperra e sabota a máquina de modo que ceda lugar ao reino de Deus, cuja característica principal é a justiça.

Quando houver justiça no mundo, não haverá mais a necessidade de filantropia. Esta é o remendo usado para tapar o buraco provocado pela ganância humana.

A miséria que a sociedade prefere varrer para debaixo do tapete nada mais é do que os efeitos colaterais de uma sociedade consumista, hedonista e egoísta ao extremo. Não basta sacudir o tapete, fazer a faxina. Temos que rever nosso estilo de vida e aprender a compartilhar em vez de concentrar e desperdiçar.

A razão pela qual a existência da miséria nos insulta é que ela depõe contra o nosso egoísmo.

A graça vai de encontro àquilo que careço, porém, não mereço.

Nosso ciúme é proporcional ao reconhecimento de que outro poderá proporcionar felicidade maior a alguém do que a que estamos dispostos a oferecer.

A diferença entre ciúme e inveja? Ciúme é não querer compartilhar o que é nosso. Inveja é querer o que é do outro. Duas mãos de uma mesma estrada chamada egoísmo.

Imagine uma banheira. Se o ralo estiver aberto, toda água que nela cair será sugada e ela jamais se encherá. Mas se estiver fechado, ela não apenas se encherá, como também transbordará, inundando o banheiro. Assim somos nós. A fonte da vida está sendo jorrando. Se o ralo do nosso egoísmo estiver aberto, sugará tudo ao redor. Mas se estiver fechado, transbordaremos a ponto de beneficiar todos à nossa volta. Portanto, só é possível encher-nos do Espírito, se vedarmos o ralo de nosso egoísmo.

Urge redescobrirmos Jesus e Sua mensagem subversiva de amor. Isso desencadearia uma revolução sem precedentes na história humana.

Sabe o que é mais frustrante? Há quem saiba fazer o outro feliz, porém não pode. Enquanto há quem possa, porém na queira.

Quando levar a sério da felicidade do outro, você, finalmente, estará preparado para ser feliz.

O segredo da felicidade não está no mundo das coisas. Somente pessoas têm o poder de nos fazer felizes. O problema é que elas estão tão ocupadas na aquisição das coisas, que se esquecem do essencial.

A grande ironia da vida é que nossa felicidade depende do outro. Deus escolheu que fosse assim para que não fôssemos autossuficientes.

Se todos dedicassem suas energias na felicidade do outro, este mundo se tornaria num paraíso. Distraídos conosco mesmos, alimentamos as chamas do inferno.