Coleção pessoal de ClaraFurtado

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Não há tempo difícil para um bom marinheiro. Na verdade, o que existem são dias propícios para treinar as melhores e mais eficientes técnicas de navegação. Em frente, enfrente. Sempre a velejar.

Não hesite, mas jamais se precipite.

Eu procuro e acho, às vezes nem busco e encontro mesmo assim, e sorrio de doer a face ou choro de arder os olhos.
Eu me abro teimosamente e faço planos corajosamente, quebro a cara como num ensaio, mas logo percebo que é vida real e que a vida é real; junto os cacos novamente e me refaço outra vez, colando cada pedacinho bravamente.
Eu me perco, me procuro e me acho; hora é rápido, hora demora, mas me acho.
Eu me doo de bandeja, tanto, entregue, sem meios termos, sem metades, com fome de felicidade, faminta como sou, de forma tão harmoniosa, na ânsia por reciprocidade; mas a vida nem sempre nos mostra e nos sacia como queremos, inteiro, farto e pleno. E, mais uma vez, eu não enxergo, não me satisfaço.
Eu durmo de olhos abertos, sonho acordada, desperto para a realidade e continuo a viver da melhor forma possível, porque a vida é real mesmo quando dormimos, mesmo quando sonhamos e despertamos.
Eu tropeço, até caio, mas levanto e sigo em frente, em meio a lágrimas e risos, porque a vida não para quando tropeçamos nas inevitáveis pedras, ela para se resolvemos não levantar. E isto não é justo.
Eu vejo que por mais que na vida as coisas às vezes pareçam mal explicadas, exatamente quando buscamos entender, nem sempre veremos tudo tão claro quanto queremos, mas que teremos que continuar caminhando com uma venda nos olhos, porque entender, muitas vezes, não depende só de nós;
Eu entendo, então e porém, que a vida é muito mais que apenas Eu; Ela é o meu redor e as pessoas que de mim precisam além de eu mesma precisar; é achar tantos outros motivos para sorrir em tantos outros lugares, de tantas outras formas e com tantas outras pessoas e sentimentos, que derramar lágrimas por um único, constantemente, é perda de tempo precioso, por configurar o mais puro egoísmo pessoal.
Entendo também, juntando tudo, que um dia choramos, outro sorrimos, e que das tentativas não saímos ilesos, mas que ser feliz, no final das contas, é o que mais importa e que inúmeras são as maneiras e, principalmente, razões para isso. Graças a Deus.

Sinto falta, mesmo, de quem de mim também sente. Se visivelmente vejo que não nota a minha existência, faço exatamente o mesmo.

Valorizo quem me dá valor. Se mostra que não se importa comigo, deixa de ser importante para mim.

Não mendigo atenção de ninguém. Se não me der de livre e espontânea vontade e de coração, não vale a pena ter.

Se não me liga, eu também não ligo, se não me olha, eu também não olho, se não faz por mim, eu também não faço, e não é insensibilidade ou frieza, pelo contrário, tenho sangue quente correndo nas veias, mas hoje eu sou, aprendi a ser, a vida me ensinou e por pura necessidade, bem prática.

Para ir de volta, tem que vir primeiro. Posso querer loucamente, sentir quase que incontrolavelmente, mas se não houver retorno, com toda a minha sanidade de quem se ama em meio à loucura de quem ao outro ama, guardo o que sinto em um lugar bem frio, gelado e vou praticando o "não dou a mínima", embora, por dentro, tudo o que sinta é raiva por querer demais oferecer toda a ternura, e por ter tanto amor próprio, não me permitir agradar.

Sou extremamente romântica e sempre serei, mas, pelo que me consta, deixei de ser burra há muito tempo.

E eu realmente e definitivamente não sou aquele tipo de mulher da qual morre de amores ou saudades quando não recebe atenção, que fica um pé lá e outro cá se não tem notícias. Nada contra, cada qual com seu pensamento, mas, tenha dó.

E isto não significa que eu não sinta saudades e não ame com todos os átomos do meu corpo. Sinto, sim, fervorosamente, mas de repente passa se eu não perceber merecimento, e não se trata de frieza, apenas de Amor próprio e sangue quente correndo nas minhas veias.

E se ele fizer isso e ainda disser que existe sentimento, irá me perder sem nem perceber, porque é de minha lei e nem é intencional, mas não tem jeito, a tendência mesmo do meu instinto feminimo que se valoriza totamente, é desapego.

Gosto é de ser bem tratada, de paparico e daquele homem que sabe aquele perfeito equilíbrio, aquela dose certa de muita atenção e respeito à minha eterna liberdade e ao meu precioso espaço; gosto é de me sentir desejada, por isso e para isto ofereço todos os melhores truques de desejo; gosto é de mimo, gosto do melhor e quero todas as demonstrações de tudo isso.

Só será meu rei se souber primeiro manter a coroa em minha cabeça; só será desejado se primeiro souber as manhas de desejar; só merecerá se souber cativar. Para ir de volta, tem que vir primeiro, seja lá o que for, porque só irá o que vier. Lei.

Entregue cautelosamente e de início apenas o seu beijo, e se houver desejo e um certo conhecimento confiável. Jamais entregue-se de corpo e alma e de bandeja o seu coração se não houver segurança, confiança e principalmente Amor por aquele alguém.

Guarde suas vontades e desejos maiores e mais íntimos como um tesouro, até que o certo e com a chave na medida apareça, aquele que saiba desvendar o seu mapa e consiga realmente te achar, provando, então, ser o dito cujo dos teus melhores pensamentos, o que é digno da recompensa merecida: corpo, alma e coração, você por inteiro.

Valorize a sua alma e quem a abriga e os mistérios do seu coração e não os revele a quem realmente não mereça.

Quero pele e química em perfeita sintonia, quero que falte o fôlego, que molhe de suor, que haja explosão sempre, quero mágica e conexão que apenas almas unidas e não corpos grupados, conseguem, mas isto é o segundo plano, porque isto não leva nada para o longo tempo.

Quero, acima de tudo e fundamentalmente, o Amor amigo, aquele do qual eu possa, sem neuras ou remorsos, cometer a traição permitid...a, a do travesseiro, trocando este amigo fiel se o mesmo aprovar esta troca, substituindo-o por aquele que valha realmente a pena, para poder ter tranquilamente conchinha quentinha, a mão no cabelo e abraço vivo, quero discutir o final do filme e conversar até que um dos dois durma, quero acordar de manhã todos os dias sorrindo, olhando pra aquele despenteado que sabe tão bem me fazer feliz, me fazendo sentir logo de manhã cedo que aquilo é algo especial e verdadeiro e todos estes dias, apaixonadamente, sincero e sempre será.

Quero um Amor Amigo, porque pode um Amor ser realmente Amor, se não for primeiro e para todo o sempre, Amigo?

Não é que eu tenha desaprendido a amar, não é que a minha fonte tenha secado, não é que eu tenha perdido a doçura, o mel, o carinho com os desapontamentos vividos. Minha fonte é, continua inesgotável e a cada dia mais cheia, não consegue parar de transbordar à medida em que entendo mais este sentimento. O desejo todos os dias.

Eu apenas aprendi a ser prática, a não sofrer por Amor, a não entregá-lo a quem não o mereça, e isto quer dizer apenas que agora só amo, ou tento de todas as formas racionais, amar da forma correta, a única forma que, hoje, consigo sabiamente enxergar, entendendo que só é Amor inteiro se ele somar nas duas partes, de um jeito que vai, mas que também vem de volta com toda a intensidade que dedico da minha parte, não em medidas dosadas, sou intensa demais, não sei dar ou querer apenas a metade de tudo o que há de bom a oferecer; não com receio de me entregar, porque o Amor vale muito a pena; não sem dedicar cada beijo e abraço, lágrima e sorriso, carícia e sussurro, para que ele realmente seja inteiro, mas sim com todos os mimos, cuidados e zelo, com todos os beijos, a pele e a química que devem existir, com aquele ser que sabe de verdade ser e fazer com vontade, de tal maneira que se iguale à minha maneira.

Não é que eu tenha desaprendido a amar, amo de uma forma que cada átomo do meu corpo sente, cada pensamento remete de alguma forma a este Amor, mas, apenas se for Amor genuíno, original como só ele é, nunca uma imitação dele, porque farsa definitivamente não me engana mais.

Às vezes, os mais fortes são os que mais precisam de colo. Eles só não dizem, por isso são chamados de fortes.

Então, onde está este Amor que se quer tanto? Por onde anda?

De uma forma bem racional que tenho em doses altas não procuro neuroticamente em cada rosto, não fico insistentemente falando da outra metade me lamentando por estar só, não estou ansioso e nem tampouco preocupado, vivo tranquilamente, embora e é estranho, tanta saudade sinta de quem nem sei ao certo quem é, onde mora, quais feições exatamente tem seu rosto e modos o seu jeito de ser. Então, às vezes, inevitavelmente me pergunto cadê e por onde anda e me pego, sem querer, sendo pego e sem escapar daquele jeito tão humanamente passional e emocional, não resistindo e imaginando se aquele alguém qualquer para quem fixo o olhar num exato instante, não seria o tal que tanto penso e não sei quem é, aquele do qual tem a inédita capacidade de me fazer real e plenamente feliz, sem enrolações ou frustrações; consigo usar incrivelmente meu imaginário e enxergar um trilhão de faces e jeitos de ser ao fechar meus olhos, como um computador super potente, quando somente um, no meu íntimo, consegue me parar e chamar de verdade a minha atenção e intenção, aquele do qual sinto uma enorme falta e só eu sei.

E embora não me apegue a esta ideia sufocante de solidão e busca pelo Amor, consigo sentir uma nítida falta, assim, nas entrelinhas da vida, disfarçadamente e sem desassossego algum, de alguém que nunca esteve e não está fisicamente do lado, mas está comigo só porque sei que o Amor pelo qual desejo, em algum lugar existe, só pra me fazer feliz de um jeito mais completo como ainda não fui e mesmo não procurando e nem dependendo deste Amor, o aguardo com todo o meu sentimento guardado, assim como também sei que o que ele sente por mim é exatamente a mesma coisa, assim, desse jeito tão intenso e verdadeiro, sem nem ao menos me conhecer, mas sabendo e sentindo que eu estou aqui e existo para ele.

E de tanto desapontamento, com o tempo fui perdendo, a cada um deles, um pouco da minha Fé nas pessoas.

Deixei de acreditar que elas podem ser capazes de criar para as outras felicidade sem estar tramando tomá-la depois. E assim, pouco a pouco fui me distanciando e então sinto-me escorregadia, longe daqueles que possam querer persistentemente se aproximar. Penso que, hoje, é bem mais difícil do que antes me alcançar, mas, mesmo distante e complicado de segurar-me e prender-me perto, entendo que, na verdade, longe é um lugar que não existe e podemos ir aonde quisermos ir e que nada é impossível, embora tão difícil assim.

E mesmo com todos os desapontamentos tirando um pouco da Fé, continuo querendo ser alcançada e ainda acreditando; certamente esta persistência dos que possam querer se aproximar, quer realmente dizer algo, dando a entender, como um recado divino, que um dia as decepções serão apenas coisas de um passado esquecido.

A gente só quer aquele alguém especial que nem sabemos ao certo quem é, nem ao menos o nome sabemos, mas, na verdade, a gente sabe exatamente quem ele é, porque mesmo sem conhecê-lo, pensamos nele todos os dias.

A gente só quer aquele alguém especial, realmente especial, para fazer parte das nossas coisas, sem ser metido, dos nossos momentos, sem ser chato, do nosso espaço, sem ser invasivo, da nossa gente, sem ser estranho, do nosso mundo, sem ser sufocante, das nossas datas comemorativas, sem ser ausente, da nossa proteção, sem sentir-se dono, da nossa velhice, sem ser apenas aquele velhinho do lado, mas o amigo e Amor de uma longa e feliz estrada e ainda caminhando juntos, de nós mesmos, sem ser nada além de Amor de verdade, aquele alguém especial para fazer parte do nosso eu, da nossa vida, do nosso tempo, do nosso suor, da nossa pele e da nossa química, da forma mais especial, mágica, encantadora e verdadeira que possa ser e só se for de verdade. Intimamente dentro de nós, de corpo e alma.

Exatamente este alguém que a gente sente uma falta danada, uma enorme falta, mas não sabe nem ao menos e nem ao certo quem é ainda, mas sabe exatamente quem ele é, porque mesmo sem conhecê-lo, pensamos nele todos os dias.

Sempre me vejo sendo melhor, não que ninguém e nem pretendo, assim como ninguém melhor que eu e nem admito; ambas as questões nem seriam possíveis, ninguém é melhor que ninguém, a não ser que si mesmo, por isso só eu me vejo tendo essa capacidade, a de ser melhor que esse meu eu, podendo sempre me recriar de forma aprimorada, com a constante possibilidade de poder evoluir em cima quem sou, podendo ser mais e melhor, a cada dia, a cada modo de me sair das coisas, a cada decisão e atitude tomadas, sabendo que é exatamente dependendo dessas minhas atitudes, só minhas e cada uma delas, analisadas individualmente e de forma minuciosa para serem tomadas, embora com todas as suas chances humanas de erros, que determino a minha vida.

Sei que sou melhor, bem melhor sempre que qualquer situação que possa querer me desagradar ou entristecer, não que a situação em si não seja tão chata que possa realmente desanimar alguém e elas realmente existem, mas porque a minha persistência em ser feliz é bem maior que a chatice de qualquer uma dessas reviravoltas que podem acontecer na vida e a chance divina que tenho, a cada ato de respirar, me dão a certeza que as coisas sempre podem melhorar de forma grandiosa e gloriosa.

Entendo que o que faz alguém forte não é a incapacidade de chorar, mas a capacidade de explorar da melhor forma a possibilidade de dar a volta por cima em qualquer circunstância, com dignidade e Fé, cabeça erguida e um ar de vitória no jeito e brilho nos olhos de satisfação, que só quem insiste na ideia de que viver tentando, embora às vezes caindo, mas sempre levantando, consegue e isso, é bom demais e só dou Graças a Deus.

Não ponha a culpa no Amor se a relação não deu certo. Não culpe o Amor, muito menos condene ou castigue. Que mal ele fez quando só quis existir e não pode? Ele não existiu naquele lugar, mas existe em muitos outros na sua vida.

Não deixe de acreditar nele; ele, se verdadeiro, não foi e jamais será responsável por nada de ruim, ao contrário, é tão vítima quanto você. Ele sempre se empenha para existir e não é suicida de fazer mal a ele próprio e não faria a ninguém.

Além disso, ele nunca te deixou na mão, sempre estando presente em sua vida, senão na outra metade, mas no Amor dos que nasceram para você amar; basta olhar para os lados e verá a sua família e amigos verdadeiros, basta olhar-se no espelho e verá a si mesmo e, principalmente, basta respirar e sentirá Deus e a vida que Ele te deu.

Ame! O Amor, de forma real e única, sempre será o maior e o mais nobre dos sentimentos. Não culpe, condene ou castigue e sempre dê chance a ele na sua vida, tantas vezes seja necessário e onde ele já estiver presente, conserve-o.

Não adianta, as tristezas sempre irão acontecer, uma hora ou outra. Mas não adianta, mais ainda, uma hora ou outra, do mesmo jeito, você acabará rindo de novo e mais alto e mais escancarado e mais forte, você se pegará rindo e vai ver como isso é bom depois de ter ficado tanto tempo sério, seja quando uma coisa for muito engraçada, mesmo que seja uma bela de uma bobagem e mesmo ainda estando um po...uquinho tristonho por dentro, seja simplesmente porque a alegria voltou forte, mas você sempre acabará rindo novamente e, então, ficará feliz de novo, não pela bobagem muito engraçada que te fez rir ou porque simplesmente, por alguma bela razão, a alegria voltou, mas só porque a vida é assim mesmo, desse jeitinho, com altos e baixos e é com todo mundo e é num desses momentos, em todas as muitas vezes que eles acontecerão, que você vai se dar conta mais uma vez da besteira que te fez ficar triste e vai se erguer novamente, sorrindo e se perguntando: porque eu estava assim? E se dando conta, de novo, que a prioridade mesmo e sempre, é ser feliz, embora às vezes inevitavelmente, triste. Porque ser feliz é muito mais inevitável e ainda por cima, é a melhor parte da vida.

Não se preocupe. Hoje você chora, amanhã você sorri e assim a vida vai seguindo. Mantenha os sorrisos sempre para tornar a vida leve e chore, quando necessário, pela mesma razão.

A gente se pega deixando aquela lágrima, teimosa que só ela, escorrer. E ela desliza às vezes sem nenhuma grande razão aparente, mas por todas as pequenas razões que aparecem, dia após dia, das profundezas das nossas desilusões e tristezas ou da superfície das nossas conquistas e alegrias. Ela passa pelo rosto, faceira e desobediente ou apenas amiga, tentando escapar fielmente só para alivar o far...do e a pressão do abrigo onde se achava.

Ela, que em medidas dosadas é sempre necessária e conveniente, mesmo que no pensamento, dispensável. E, mesmo que passemos o dia inteiro fortes como rocha, duros na queda como todo mundo se mostra ou tenta, batalhando bravamente, lá estamos nós, no fim da noite, felizmente rendidos a ela, frágeis mas com jeito de quem é vitorioso por ter na cabeça, além das preocupações do ser humano, tão humano, a famosa sensação da missão cumprida, mesmo que isso tudo se misture com uma nítida impressão que a nossa pilha diária acabou e é nessa hora, então, que entendemos que mesmo que esta seja símbolo universal de tristeza, assume, bravamente e com igual excelência, o papel de guerreira de uma fortaleza, reestruturando, refazendo e limpando a bagunça, sempre que a vida pede. E, assim, ela se faz tão protagonista nas vidas como o mais belo dos sorrisos, mesmo que muitas vezes também, antagonista, fazendo a sua presença em muitas cenas ser completamente normal e realmente, é, discreta e ou escandolamente.

E, vez ou outra, eu me rendo, sem medo e certa de que, do jeito certo, nada ela tem a ver com fraqueza, mas com a condição de ser humano, feliz e muito forte que sou, embora ali, frágil, porque mais feliz e forte, ainda, saio e cada vez mais refeita, serena e pronta, pois nela, a única dose exagerada é uma grande e incalculável pitada de Fé.

A vida em si, uma arte, a arte dentro da arte e nela me faço artista. Essa mesma vida que é um todo em sua existência, mas que é divida entre tantas e muitas vidas.

Eu, que sou só eu, mas que também sou o que vejo, ouço, respiro, sinto da vida e das outras vidas para, no fim das contas, continuar sendo exatamente quem sou.

Uma vida que, a cada dia, artisticamente se faz mais viva e escola com suas muitas lições feitas dos seus muitos momentos, com toda a habilidade aprendida e nata de saber aprender e entender que, ao mesmo tempo, já nasceu sabendo e sendo, podendo se recriar e se aprimorar ou simplesmente do mesmo jeito permanecer, nada fazer acontecer e então, regredir em vida e enquanto há vida, ao invés de progredir e continuar vivo, mesmo quando não houver mais vida e, nesse 'enquanto há vida', enxergando em cada ser, tantos entre tantos e ao mesmo tempo, só um, como também me vejo.

Essa é a verdadeira arte da vida, da minha e de todas as outras vidas na vida e assim, como artista entre tantos outros artistas, alguns mais ou menos intensos do que outros, tenho em mim a minha vida e em minha vida, a arte de vivê-la, intensamente, para poder nela sobreviver e de novo, enquanto há vida, tendo a arte em toda ela, porque ela, em si, é a própria arte, a maior e mais verdadeira que tenho.

Não precisa ser perfeito e jamais será, tem que ser ideal.

O ideal não é ter alguém que apenas te ame imensamente ou que somente te deseje loucamente, que apenas te compreenda sabiamente ou que só te respeite mutuamente.

O ideal não é ter aquele que apenas se encaixe perfeitamente, nem o que só te desperte magicamente ou que apenas te domine incrivelmente.

Não é o que só te faça rir ou que só te faça chorar, que só te dê prazer, que só te ensine ou que só aprenda, que só seja bonzinho, que apenas seja ruim, que só te faça sentir só isso ou só aquilo.

O ideal é simplesmente ter alguém que tenha o poder de te fazer sentir, sempre, seja o que for e quando quiser, que te faça sentir bem com a própria presença e que sinta-se bem com a sua, porque apenas, somente e só isso já será tudo isso.

O ideal não é ser uma mulher, é ser a mulher, não é ser a preza, é ser a conquista, de todos os dias; não é ser apenas por ser, é ser porque é para ser, sem explicação alguma, tudo isso para não fazer igual, mas sim diferente, mesmo que não seja para sempre, mas que seja eterno e perfeito enquanto dure.

O ideal não é alguém perfeito. Ele não existe. O que existe é aquele que te deixa agradavelmente surpresa por ter as qualidades indispensáveis e não ter os defeitos insuportáveis ao seu modo de ver e te fazer perceber que este não é a parte que te completa, mas a que te soma, que te acrescenta e transborda e que faz dos dois não um par perfeito, mas uma combinação perfeita de defeitos e qualidades.

Não precisa ser (e não é) o príncipe encantado, castelos e contos de fadas, onde o príncipe salva a princesa do tédio, também não existem. Mas o ideal também jamais será uma farsa, porque esse ideal é de amor verdadeiro, aquele que só se ouve falar, mas que o que se quer mesmo é contar na própria história.

Homem pode ter músculos, ser gordinho ou franzino, alto ou baixo, feio ou bonito, loiro ou moreno, pobre ou rico, descolado ou nerd, homem, seja qual for a forma física ou intelectual, só será HOMEM, com todas as letras maiúsculas, se tiver misturado nessas cinco letras um belo de um caráter. Ele tem que se destacar dessa forma se a intenção dele for conquistar uma mulher que se preza e se valoriza.

Mulher pode ser a que mais se destaca pelo seu físico ou pelo seu intelecto, mas mulher só será MULHER, com todas as letras maiúsculas, se ela realmente se valorizar. Se ela não se destacar pela sua sabedoria, jamais irá escolher ou aceitar esse HOMEM, um homem desses.

Só os melhores HOMENS terão as melhores MULHERES e vice-versa.

Solidão é ruim, mas eu sou mais ela um milhão de vezes do que me descobrir algum dia acompanhada e infeliz.