Não precisa ser perfeito e jamais... Clara Furtado

Não precisa ser perfeito e jamais será, tem que ser ideal.

O ideal não é ter alguém que apenas te ame imensamente ou que somente te deseje loucamente, que apenas te compreenda sabiamente ou que só te respeite mutuamente.

O ideal não é ter aquele que apenas se encaixe perfeitamente, nem o que só te desperte magicamente ou que apenas te domine incrivelmente.

Não é o que só te faça rir ou que só te faça chorar, que só te dê prazer, que só te ensine ou que só aprenda, que só seja bonzinho, que apenas seja ruim, que só te faça sentir só isso ou só aquilo.

O ideal é simplesmente ter alguém que tenha o poder de te fazer sentir, sempre, seja o que for e quando quiser, que te faça sentir bem com a própria presença e que sinta-se bem com a sua, porque apenas, somente e só isso já será tudo isso.

O ideal não é ser uma mulher, é ser a mulher, não é ser a preza, é ser a conquista, de todos os dias; não é ser apenas por ser, é ser porque é para ser, sem explicação alguma, tudo isso para não fazer igual, mas sim diferente, mesmo que não seja para sempre, mas que seja eterno e perfeito enquanto dure.

O ideal não é alguém perfeito. Ele não existe. O que existe é aquele que te deixa agradavelmente surpresa por ter as qualidades indispensáveis e não ter os defeitos insuportáveis ao seu modo de ver e te fazer perceber que este não é a parte que te completa, mas a que te soma, que te acrescenta e transborda e que faz dos dois não um par perfeito, mas uma combinação perfeita de defeitos e qualidades.

Não precisa ser (e não é) o príncipe encantado, castelos e contos de fadas, onde o príncipe salva a princesa do tédio, também não existem. Mas o ideal também jamais será uma farsa, porque esse ideal é de amor verdadeiro, aquele que só se ouve falar, mas que o que se quer mesmo é contar na própria história.