Não é que eu tenha desaprendido a... Clara Furtado

Não é que eu tenha desaprendido a amar, não é que a minha fonte tenha secado, não é que eu tenha perdido a doçura, o mel, o carinho com os desapontamentos vividos. Minha fonte é, continua inesgotável e a cada dia mais cheia, não consegue parar de transbordar à medida em que entendo mais este sentimento. O desejo todos os dias.

Eu apenas aprendi a ser prática, a não sofrer por Amor, a não entregá-lo a quem não o mereça, e isto quer dizer apenas que agora só amo, ou tento de todas as formas racionais, amar da forma correta, a única forma que, hoje, consigo sabiamente enxergar, entendendo que só é Amor inteiro se ele somar nas duas partes, de um jeito que vai, mas que também vem de volta com toda a intensidade que dedico da minha parte, não em medidas dosadas, sou intensa demais, não sei dar ou querer apenas a metade de tudo o que há de bom a oferecer; não com receio de me entregar, porque o Amor vale muito a pena; não sem dedicar cada beijo e abraço, lágrima e sorriso, carícia e sussurro, para que ele realmente seja inteiro, mas sim com todos os mimos, cuidados e zelo, com todos os beijos, a pele e a química que devem existir, com aquele ser que sabe de verdade ser e fazer com vontade, de tal maneira que se iguale à minha maneira.

Não é que eu tenha desaprendido a amar, amo de uma forma que cada átomo do meu corpo sente, cada pensamento remete de alguma forma a este Amor, mas, apenas se for Amor genuíno, original como só ele é, nunca uma imitação dele, porque farsa definitivamente não me engana mais.