Coleção pessoal de bodstein
No que toca a sucesso e crescimento pessoal, existe unanimidade no entendimento de que o FOCO é imprescindível para quem deseja atingir seus objetivos, e não há como discordar disso. O problema é quando é levado a todas as demais áreas, e a concentração no objetivo - que deveria ser racional - é convertida em extremismo emocional e ideológico que nega toda a multiplicidade da existência.
Muitas vezes descubro que não posso fazer tudo. Mas não há limite algum para que eu faça tudo o que possa!
Quando sinto que quero, a pergunta é se posso.
Se descubro que posso, a questão é se devo!
Mas ainda que queira, que possa e que deva,
Não há que esquecer se a colheita convém!
A palavra “verdade” deveria ser escrita entre aspas, já que não tem senhores e retrata apenas versões pessoais de seus autores, em sucessivas tentativas de colocar foco sobre uma única faceta da infinita multiplicidade humana.
Esclarecer quem o pede é louvável;
Aconselhar quem não pede é arrogante;
Doutrinar quem não se informa é despótico;
Aliciar quem não entende é desprezível.
Não adianta querer que as pessoas sejam como defendemos que deveriam. Se seguem como são é porque ainda encontram vantagem nisso, e mudarão apenas quando a conseqüência se mostrar pior do que a escolha.
Nada mais inútil do que sofrer porque não gostam de você. As pessoas não se desagradam pelo que você é, mas pelo que elas gostariam que você fosse.
Por que de acordar melhor toda manhã do que era ao me deitar? Por ser grato pelo que tenho, em vez de chorar pelo que não tive; por amar tudo o que consegui, sem querer mais do que poderia; e por me sentir realizado com o que me tornei, em lugar de me tornar o que eu nunca seria.
Qualquer transformação social que se pretenda de longo prazo resultará de um paciente e contínuo processo de “kaizen”, a partir da base, até que se atinja o topo da pirâmide política. Nenhuma tentativa de intervenção por reengenharia – que não dê tempo para que cada camada acrescida esteja sedimentada – irá se sustentar, desaguando logo depois numa interminável e enfadonha alternância de poder pelo puro prazer do combate ideológico.
Todos somos protagonistas de nossa própria história. Ser generoso e solidário é o que trazemos de melhor, mas ajudar não se confunde com salvar, cabendo somente a cada um salvar a si mesmo. Resta-nos apenas contribuir e apresentar alternativas quando o outro não consegue enxergá-las, mas o entendimento e a escolha final serão prerrogativas dele em caráter definitivo e inalienável.
Entre o ateu e o teísta persiste a inutilidade do dogmatismo, só mudando o lado. Como tudo o que fica refém de crenças, a escolha mais honesta é agir como se tivesse a resposta, pôr de lado as afirmações e fixar-se na dúvida.
O Deus e o Diabo das religiões não gostam dos razoáveis, porque estes não dialogam com o medo nem com a redenção, ficando fora de sua autocracia e ameaçando a estrutura de poder garantida pelos tementes dos dois extremos.
Todas as vezes em que se dá mais atenção ao que se faz ou ao que se deixa de fazer, em lugar das razões por trás dessas ações, abre-se espaço para percepções equivocadas da realidade além de outras tantas injustiças, já que intenções espúrias são mascaráveis, e atitudes sinceras não costumam ser postas no alto do mastro.
Não me afirmo em teoria alguma por nada saber do existir, e de nenhuma me afasto diante de um Todo inalcançável à minha pequenez. Diante assim do abraçar equivocado e do descartar pretensioso, encontro na dúvida a parceira mais honesta e fiel. Quando a Verdade precisar de mim encontrar-me-á esperando.
Se existe algo que contribuiu substancialmente para meu entendimento do mundo é que em política as notícias não são como as coisas são, mas como se quer que elas sejam.
Perceber-se pai? Não tem fórmula, tem vocação. Vem de dentro e aflora por si, revelando-se nesse instante em que se concretiza, pois que não é automático como nas demais espécies. A vocação anterior vai se convertendo em talento instintivo na prática do envolvimento, o que não exclui os muitos erros do aprendizado - como todo experimento - e por fim explode em um vínculo indestrutível, assimilado apenas pela vivência que extrapola toda teoria.