Chuva da Alma
DIA CHUVOSO
Dia chuvoso, dilúvio,
a maré cheia, alagada,
gotas de água no ar,
olho as faces molhadas,
céu relampeja, trovão,
a cegueira da visão,
alma fria, congelada.
Suave plangência em gotas sutis,
doces murmúrios em canção
sob a regência da natureza
vão alegrando o nosso coração
No jardim as flores dançam
felizes e juntinhas à melodia
assim como em nossa alma
há agradecimentos por mais este dia
De onde a felicidade vem…
De todo lugar, se olhar e apreciar, perceberá que a felicidade vem do olhar de alguém, do sentir o sol queimar na pele. A felicidade vem de todos os lugares e de lugar nenhum, vem do canto do corpo, vem da manhã fria e da tarde quente, do som da chuva que tamborila na janela, de gente que sorri bonito e que gargalha gostoso, vem do melhor que distribuímos, e do pior que evitamos, vem da paz que lava a alma e do caos que um dia se acalma. Vem do dia de aniversário, dos amigos que fazemos, das dores que um dia esquecemos, do cheiro de coisa nova, do frio na barriga, de finalmente ter superado um medo. Vem de ouvir uma música, de comer a sua comida favorita, de se apaixonar, de ter um coração partido e dizer que nunca se entregará assim outra vez, e se apaixonar novamente. Vem de segurar o riso em momentos inoportunos, de parar nem que seja um minuto para olhar o céu, e ser grato pela oportunidade de viver.
A felicidade ela vem de você, sempre esteve em você, a diferença é como você enxerga toda essa felicidade dentro de você, já parou para namorar sua felicidade em algum momento hoje?
Queria passar um tempo
numa casinha simples na praia
desfrutando de alguns bons momentos,
às vezes, ficaria sentado na frente
apreciando o mar
com vaivém de suas ondas,
os pássaros de asas abertas
usufruindo de suas liberdades
e os raios de sol como fios de ouro
deixando ainda mais rica aquela imagem,
não precisaria de muito luxo,
aproveitaria até em dias nublados
com a chuva molhando o meu rosto
e lavando a minha alma,
um cenário bastante satisfatório
daqueles que o ânimo e a fé restauram.
Sentimento brusco de angústia, influenciando alguns pensamentos inconvenientes e uma madrugada chuvosa iniciando, chuva de queda suave, sobriedade oportuna com uma sonoridade muito acolhedora, tranquilizando uma mente agitada, acalmando um coração angustiado, decerto, efeito agradável, muito significante, uma satisfação demasiada, cativante, fortemente necessária, providência divina, amor fascinante, que abraçou a alma e trouxe o sono tão almejado que até então estava longe.
HOJE, A MADRUGADA ESTÁ EMOTIVA,
POIS ESTÁ CHOVENDO LÁ FORA,
NÃO SEI SE POR ALEGRIA OU TRISTEZA,
MAS, DE QUALQUER FORMA,
FAZ BEM EM DESABAFAR,
PRA QUE A ALMA NÃO SE AFOGUE
POR ELA TER FICADO
SÓ NA VONTADE DE SE EXPRESSAR.
Dance, dance, dance
Dança é arte, é terapia, é poesia...
Momento em que o corpo e alma se encontram
Dança sem corpo não existe, corpo sem alma não é dança
Não importa o ritmo... valsa, tango...
Dança é magia que transmite o sentimento puro
Dança é mais que paixão que surge no inverno e evapora no verão
Dance, dance na chuva ao som dos trovões sem receio de molhar-se
Dance como se ninguém pudesse vê-lo
Como se o céu fosse na terra e as estrelas holofotes do palco
Dance sem medo de errar o passo Simplesmente dance para expressar o que sente
Dance só ou acompanhado, mas seja inteiro e não pela metade
Embriague-se de dança, não para esquecer a vida, mas para lembrar que ela existe
Dance, dance, dance
Ó, doce dia de verão,
Porque choras sobre mim?
Por acaso refletes minh'alma
Ou choras para levar minha tristeza?
Ó, doce dia de verão,
Alegra-te, pois feliz agora estou!
Suas águas pureza trouxeram,
A minh'alma agora renovada.
Ó, doce dia de verão,
Feliz estou por te encontrar,
E ansioso a te mostrar...
Meu sorriso para agradar.
Chove lá fora...
Ah, de repente vem
um cheirinho
de terra molhada,
sensação de paz na alma
e gratidão pela minha jornada.
Nem felicidade,
Nem tristeza,
Dentro de mim,
Nada se passa,
Faz chover na alma,
Numa forma tão rala e sem jeito,
A ponto de irritar a carne,
Nada me excita,
Nada me passa,
Chuva que fez meu tempo parar,
Sinto sono,
Sinto nada,
A vida me atrapalha,
Enquanto isso,
O tempo se esmigalha.
CHOVE
Acordei
E vi que chove
Observei
Que não era só lá fora
Revestido de breu
Minha alma
Também chora
Dengosa
Amorosa
Reclama do olhar
Da sua beleza singular
Sua essência
Desta sua silenciosa ausência
Não importa os desencontros
A sua irreverência
Não diminui o meu amor
Nem a dor
De sua indolência
Onde está?
Os sonhos sonhados
Os beijos por nós calados
Curvo-me diante desta ferida
Aberta
Sofrida
Tocada sem nenhum pudor
Nenhuma compaixão
Nenhum valor
Acho que foi só ilusão!
Agora solidão...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Rio de Janeiro, 30/08/207
05'30"
Hoje é um dia chuvoso
Dia em que a alma precisa de um abraço.
Oito anos se passaram, e estavamos de volta no mesmo lugar.
Tudo começou com um beijo tímido, um abraço longo.
Minha cabeça encostada em seu peito, eu conseguia ouvir as batidas do seu coração.
Na minha frete, abraçado a mim, a imagem mais linda que meu olhos já viram
Ele usava uma calça de moletom preta, camiseta vermelha, meias e chinelo, um agradável cheiro de roupa limpa misturado ao seu perfume...
Um sorriso doce em seus lábios, e meu coração, ah, nem sei mais onde estava meu o coração, eu já estava totalmente entregue a ele, nada mais importava.
Sonho? Não, era a mais pura realidade.
Realidade que chegou ao fim.
Daqui pra frente, só lembranças de um tempo em que tínhamos todo o tempo e de um minuto, que não tínhamos nada mais que isso.
Flutuando nas gostas d'água
que lava nossa alma
Dançando sobre a poça d'água
no ritmo estranho
Com sorriso mais largo,
tendo a tal liberdade
Brindando com as gostas do céu
erguendo os braços para o universo
Agradecendo ao Senhor, Nosso Deus
Sentindo o som dos pingos
que nos deixam nostálgicos e alegres
Pegando a terra molhada
sentindo a natureza purificada
Escorregam sem querer
Enrolam-se
E riem da pequena situação
E por fim,
tentam falar mais alto que o barulho da chuva :
Ah, Chuva!!!
Tão desejada
Regue nossas energias
Entre em nossas casas
Renove nossas danças
Ah, Chuva!!!
Chuvisque quando sentirmos frio
e
Inunde quando sentirmos calor
Não apague o fogo
mais não esqueça de regar o tal amor!
Limpe e enche o nosso querer
Energize nosso viver
Nos ensine a Sabedoria
Do bem, sem temer
Aplique o mais simples
E nos transforme!
Ah, Chuva!!!
Faça de nós,
suas terras molhadas
como as mais delicadas flores do jardim
enchendo-nos
de lágrimas de emoções.
Alma de poeta
Me sinto vazia e incompleta
Na maior parte do tempo
Estou sozinha
Me sinto o avesso da sociedade
Mas fãs só questão de ser assim
Não gosto de regras
Padrões ou rimas
Não sei rimar, não sei amar
Em todas as minhas tentativas falhas
Minha única trilha sonora
É a chuva que corre pela calha
Um som tão agradável e aconchegante
Até reconfortante
Acho que o amor
É como a chuva que cai lá fora
Chuva que uma vez
Já desfrutei, brincando
Encantada, animada
Maravilhada
Mas que ao me deixar gripada
Me deixou também receosa e magoada
Com nada mais
Que um coração partido em minhas mãos
O amor é como a chuva que cai lá fora
E que eu assisto de longe
Da minha janela
Na segurança do meu quarto
Morrendo de vontade de me molhar
Ao menos mais uma vez
Eu diria que é raro, raríssimo, em tempos de alma seca, encontrar alguém que goste de caminhar na chuva com você.
Lágrimas são como chuvinha mansa de outono, lavando a alma para que ela fique mais limpa e, então, receba com mais alegria o próximo verão...
E se chover, aconchega-te em meu coração.
E vem colorir minha alma com teu sorriso.
Inebria-me de sol, e se tudo for difícil, então dancemos na chuva e esquentemos os sonhos.
