Chico Xavier Poesia de Amizade
SILÊNCIO DAS MADRUGADAS (soneto)
Ainda muita expressão não me avieste
As achatei nas lástimas e tão guardadas
Ações que pelo vento foram dispersadas
E na imensidão do cerrado se fez agreste
Tenho em mim sílabas em vão esperadas
Se devaneio é porque o sonho me veste
E frases trêmulas vão pelo espaço celeste
Enredando o destino com outras paradas
Foi quando o fado me fez centro oeste
Na busca das tão molestadas bofetadas
Das chagas, que a dor ornou com cipreste
Assim, eu, ainda tenho palavras caladas
Nas angústias do coração... tão cafajeste!
Que insistem no silêncio das madrugadas
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Acaso
Já que o acaso ocasiona
Que o destino extravasa
Que o tempo não estaciona
Vamos acender as estrelas
Uma a uma e deixá-las em brasa
Um brinco sempre procura uma orelha
Uma ovelha negra faz a revolução
Mas a semente que o Uno une em conspiração
Só depende da estação apropriada para a floração
Para cada par de orelhas
Há una ovelha!
AMOR ROBÔ
Trocou o meu amor, por um robô...
Só porque ele canta, e te encanta!
Limpa a casa
lava louças e roupas
faz teu almoço, café
e prepara a sua janta?
Ouça-me...
Me ouça!
Ele tem calor sentimental?
Ele pode sorrir e chorar?
As vezes ele briga e se irrita
lhe dar adeus e vai embora?!
Ele, lhe tem amor...
Ele te ama como eu?
Ouça-me: Eu não sou maquina!
Tenho dores, tenho vontades...
Observo o sol a lua e a chuva
tenho opinião, ouço e choro
sinto alegria de viver,
não sou um ser obediente...
movido por teclado de comando.
Eu tenho vida e estou vivo
posso partir, mas se eu morrer...
eu morrerei te amando
Antonio Montes
ULTIMO MOMENTO
Uma sala grande,
um caixão sobre a mesa...
Rostos, esboçavam tristezas
rostos, choravam saudades,
e rostos banhavam-se, sob lagrimas.
E as falas...
Umas falas, falavam faladas
outras falas, falavam caladas,
enquanto isso, n'aquele mundo ali...
o único mundo aonde parecia
parar de existir... Envolta do morto
a sensação era de aborto.
Bocas, rezavam para o morto
bocas, rezavam para a alma
enquanto outras bocas,
cochichavam sobre...
O futuro degradante dos ossos.
Antonio Montes
DE ASSOVIO
O clima do tempo,
estava assim...
Como se tivesse sobre as margens
de um rio... frio.
Não tinha garoa nem chuva...
Mas estava frio...
Frio, muito frio! Tão frio!
Que até os cânticos
dos pássaros...
Se ouvia de assovio.
Antonio Montes
ENTREGA NA PRAIA
Sob o mar, ninguém morre p'ra feder
p'ra ser enterrado
para se ter cruz, ou usar luto
para se ter marcha funerária...
Rezas orações para o defunto
pára andar de cabeça baixa
por cima, ou por baixo de viaduto.
No mar, não tem cemitério...
Não tem cova não tem tumulo
travessa, semáforo, beco arruelas
estradas, caminhos... Fim de mundo,
mãos abanando adeus,
lagrimas de choro por ela.
Sob o mar... Tem vida tem perola
tesouro, historias perdidas,
sem moveis pergaminhos, luz arandela
... Roupas, ou pano de cambraia,
a vida se move por água
e a morte morre na praia.
Sob o mar, não tem triste nem tristeza
não tem rostos chorosos nem alegres
Não tem lagrimas
Não acende velas
não tem trégua nem telas.
Lá no mar...
Ninguém chora para os mortos
ninguém paga pelo que vive
Não tem cachaça nem bêbado
desavença nem segredo
sob o mar, nada e navega
a vida sob o mar...
É, uma verdadeira entrega.
Antonio Montes
VAMOS P'RA ROÇA
Tá na hora... Tá na hora...
Tá na hora de acordar,
acorda menino!
vamos acordar...
Acorda que está na hora,
na hora de trabalhar.
Passarinho que não deve
já voa pelos os orvalhos
está cordado faz tempo,
o leite já esta no coalho,
o café esta pronto na mesa...
sob a caneca esmaltada
acorda menino acorda
vamos com a madruga.
Antes vá até a cacimba
e traga água na moringa
p'ra bebermos cm o sol
e amenizar a fadiga.
Depois...
Vamos pegar as enxadas
e subir morro arriba...
Menino, vamos p'ra roça
escrever sem caneta ou giz
roçar, carpir e rastelar
e plantar para ser feliz.
Acorda menino acorda!
Sinta o gosto do crescer
acorda para trabalhar...
Até o dia de morrer.
Antonio Montes
E terminou tudo assim
História sem início e sem fim
Um beco sem saída
Uma verdade não vivida
Aquele passo não dado
Aquele grito abafado
Aquela frase abortada
Aquele silêncio gritante
O incógnito semblante
Um poema nunca escrito
Aquele começo infinito
E aquele adeus nunca dito...
Vida
Facil para uns , dificil para outros
E perturbardor fala sobre isso
Se tratando da adolecencia de um garoto
Problematico mais e muito pratico
Fazer uma poesia sem sentido
Mais que os pensamento contido na
Cabeça de um aduto normal
Nessa sociedade rasista em que um negro
Bolsista não e bem vindo numa istituisao
De auto calao e mando mais um recado a vida passa e os pensamentos ficam.
Teu chamego.
Ou meu denguinho
Não tem medo não
Sou tua pretinha
Tua inspiração.
E que eu gosto
De muito chamego
Arrepio la no peito
E muita paixão.
Vamos fugir
La pro escurinho
E ficar agarradinho
Não se avexa não
Bem coladinho
Vou te dar beijinho
Te prender no meu carinho
Ser teu coração.
VÍCIO
Estou completamente
Condenada aovício
Olha que bonito
Uma realidade composta de ilusões
Qual parte é real?
Qual parte é delírio?!
Se a casa desabar
Com quais mentiras tu sustentará?
Qual realidade tu quer que seja real?!
Repetir o mesmo círculo
Não vai te levar a subir as escadas
Caída na própria farsa é fatal!
Só mais uma vez
(Não caía)
Não vai se repetir
(Não caía)
Se dê mais uma chance
Não fará mal
(Não caía)
O inimigo é ardiloso
Construindo um mundo fictício
Não caía de novo
Todos somos capazes
Não caía de novo
Não caía de novo nesse vício!
#NotasPoéticas
Não é solidão
digo que é solitude
Não é que eu não goste de pessoas
mas sinto que alcancei a plenitude
consegui curar minhas mágoas
sinto-me em boa companhia
e até que gostei muito de ficar atoa
com meus pensamentos
lendo escrevendo,
me amando..
sim, a viver aprendendo
na minha idade isso é fundamental
por que só assim vamos levando
a vida com leveza
e vencendo as incertezas
Já isso é madureza!
Ela é flor
E eu sou o beijaflor
Te trago beijos e amor
Ela não precisa se esforçar pra me agradar
É só ser flor...
Vestida de palavras
Era uma vez... (e toda vez, nas difusas da imaginação,
começa assim) um quarto, e ele guardava um espelho grande que se agarrava à parede revelando as verdades.
Do lado impertinente e absoluto, descansado sobre a cômoda, um relógio quieto, mas veloz.
Sobre a cama, derramando intensidade, um vestido vermelho
que o tempo do relógio desbotou, mas o espelho mostrava que ele tinha ainda encanto guardado em lembranças.
Hesitante, perambulando pelo quarto, a mulher ia, de um
lado, ao outro, querendo enganar o relógio, fingindo sua aparente angústia ao espelho que apreciava o vestido, e ele se incumbia de carregar sonhos.
Frente ao espelho descortinou sua nudez, sua brancura. Abriu a lateral do criado-mudo e retirou um pote de creme. Espalhou sobre sua pele para acetinar o trincado do tempo a disfarçar e enganar o espelho por minutos naquele dia.
Recolheu o vestido sobre a cama e se cobriu dele. VERMELHO corajoso ajustado em seu corpo, abraçando os parágrafos de suas curvas, sem brigar por espaço.
Olhou para o relógio, o tempo, ele sim, brigava com ela,
apertava sua alma, não a largava nem um minuto sozinha para decidir e refletir.
Enérgicas são as horas, mostram o compasso.
Ela se mirou vestida ao espelho, olhou o pote abandonado sobre a mesa de cabeceira.
Abriu a porta e saiu do seu mundo, pôs na bolsa a sua
fantasia e decidiu acima das horas, dos segundos e minutos e não enganou a si mesma.
Lembrou-se de alguma frase, riu, saboreou, se revestiu dele,
Fernando Pessoa:
“Mas eu não tenho problemas, tenho só mistérios.”
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Se seus olhos fossem um farol
Iluminariam certamente o caminho dos navegantes
Ninguém no mar ficaria perdido
Nem mesmo os barcos errantes
(Descanso)
Em paz se deite
Repouse a alma
Sem se preocupar
Pois não há alguém
Que um minuto
Se quer possa
acrescentar
E se Deus cuida
Dos pardais do céu
De você então
Quem dirá!
MUNDO COMO EU ESPERO🌎
Espero que me escutem
Céus abertos dependem de suas atitudes
Espalhe o perfume do amor
Sonhe com a empatia
Espinhos precisam ser retirados todos os dias
Tanto neste caminho, quanto nas bifurcações do destino
Não perdoar é com um nó, que não foi desamarrado
Como um laço, que não foi destroçado
Tudo que provêm do bem é necessário
Substâncias externas condicionando sua vida
Cuidado, o nome disso é vício
Não fique submisso, jogue no lixo
Conselhos são bons teriam que ser vendidos
Se liga no meu objetivo
Estou nessa missão
Propósito que era para toda nação
Propagando a paz na terra
Jamais fugirei dessa guerra
Portanto eu acredito
Mesmo o mundo contradizendo o que eu digo
Espero que quando meu filho tiver 25
Ele veja a terra da forma que eu recito
Miseráveis
E a vida passa lenta como uma procissão lagarteando à margem da vida, cheia de mulheres adornadas de preto vestidas de morte, viúvas da felicidade .
Agarradas ao terço como se fossem lembranças perdidas, murmurando frases inaudíveis, confusas numa convocação de um encontro logrado no tempo de amar.
Choram as dezenas de anos como mistérios não revelados perfurados pelo tempo.
Todos os dias são Quarta-Feira de Trevas perseguidas por homens encapuzados, carregando “seu Cristo” ferido no andor intermitente a vida inteira.
Não olham para as calçadas da existência, são o extermínio querendo chegar de costas e surpreender a infelicidade.
Algumas nunca saem da procissão, do cortejo escuro atrás de sentimentos que somente sangram.
Adoradoras do infortúnio e da miséria.
Choram sangue e caminham com a indigência, desconhecem “O Deus da Felicidade e da Fortuna”.
Não rezam, lamentam.
Jamais convocam, murmuram frases.
Não confiam, esperam acontecer.
Sempre com receio; em atrição. Deslembradas da contrição.
Nem doce,nem amargo
Na cozinha, as notícias chegavam mais depressa ao fogo ameno. As criadas afagavam, pajeavam uma geração e fraseavam o inominável. Lembro-me de suas mãos quentes alisando minhas meias e eu sonolenta, bagunçando os cabelos em cachos nas almofadas do sofá da sala de minha avó. Elas me sacudiam e diziam:
– Se não ficar inteira para a missa, não tem doce de cidra nem novela
à noite.
As missas eram sonolentas e as pessoas vestidas do “primeiro dia da semana” se espreguiçavam em minha mente até ao almoço.
Era um dia morno, não havia novelas e a circunferência dos doces era vigiada e eu me frustrava com a falta das babás.
Verdadeiramente, não precisava delas, mas elas me bendiziam de suas falas e eu, como elas queria decifrar esse desejo.
E elas sabiam das promessas, do artifício, da magia de como chegar ao altar.
E sabiam muito mais, do veneno, da nudez debaixo dos lençóis bordados com capricho em ponto cheio.
Ninguém conversava sobre “isso” e, quando perguntava, tinha resposta certa:
– Já é hora de você dormir!
Na minha imaginação nada repousava, ficava na fantasia, esta geografia indecifrável e a língua solta de minha bisavó.
– Minha filha o “it” fica debaixo das saias.
Eu levantava as minhas, debaixo as anáguas e barbatanas e achava tudo tão incrédulo.
Acordava, e a novidade do dia: não entendia como, mas a vizinha havia “pulado a cerca”. Havia um falatório metafórico na cozinha não percebia onde estava o “cerco” onde só existiam muretas.
O “it”, o charme, o magnetismo, o encanto pessoal ainda são um mistério que abrocha do ser repentinamente.
Ferver, pular, ainda pode ser afetuoso e cítrico como doce de cidra. E o descrente ainda perdura nos amores alambrados.
Livro: Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Bastou um olhar,
Um sorriso e nada mais
para eu receber a paz que só você me traz.
Bastou dizer que sentia saudade para abalar todo o meu mundo.
Por que sabe, eu ainda estou aqui,
Naquele mesmo caos de quando decidiu ir,
Decidiu partir e me deixar aqui.
Então me diz, o que te fez mudar de ideia?
Por que decidiu voltar?
Por que agora quer ficar?
Será que pode me explicar?
Eu não queria fazer tanta pergunta,
mas meu coração ainda esta assustado.
Não se sente preparado para te ver de novo.
Com um sorriso
(Aquele seu sorriso)
Você me tem em mãos
Isso é perigoso demais.
Amar demais representa perigo pra mim.
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