Cecilia Meireles Poemas Compromisso
Mãe é ser angelical, uma fonte de ternura, uma amiga sem igual.
Mãe é paraiso pessoal, porto seguro, refúgio de todo o mal.
Mãe é carinho, afeto e amor.
Mãe é dádiva dos céus, presente para nossas vidas, da parte de nosso Eterno Pai Criador.
Parabéns a todas as mulheres que realmente são mães, que assumiram a missão de amar, educar e cuidar da sua criação.
Chorar, chorar e chorar
Assim talvez a alma lavar
Chorar, chorar e chorar
E um novo dia esperar
O choro dura dias e noites mais
Ansioso roga o ser por alegria voraz.
FELICIDADE
Felicidade é celebração da consciência,
é concordância da razão com o sentimento
no exteriorizar a emoção:
por escolhas sem culpas,
vitórias sem perdas,
sono sem pesadelo,
diversão sem cicatrizes,
amores sem traição,
amizades sem decepção,
sonhos sem frustrações,
trabalhos benfeitos,
esperança patente,
graça alcançada.
É Festa no coração da gente!
Felicidade, felicidade.
O QUE CANTA TUA CANÇÃO?
O que canta sua canção?
Trás à memória a história da nação?
Os segredos de uma paixão?
As proezas de uma grande família?
Ou da pátria a beleza?
O que canta tua nação?
É o que rima a poesia, é o que encanta a gente?
O que expressa os poemas, o que reside na alma?
É bom, o que leva e traz para inculcar nas mentes?
É bom o que se diz e ouve nas ruas?
Se vierem das belas canções, das poesias e dos poemas;
Se se tem bom senso, cantará o que vale a pena;
Pois, as melodias repetidas
é o que vai para as conversas na mesa,
que expressa a saudade de um povo e a sua grandeza.
SEGREDOS DA GENTE
Gente tem seus segredos
que conversam ao pé do ouvido;
Falando baixinho, no cicio
e gesticulando com os dedos.
Gente cria seus mistérios,
enigmas na mente alheia;
Às vezes por pura maldade,
pois não passam de besteiras.
Não acredito que existe mistério nesta dimensão...
Mas, que se deve aprender a ler nas entrelinhas,
e tudo estará às vistas;
Pois, se ver os segredos nos olhos
e se ler nos dedos das mãos.
Descobrem-se os segredos seguindo os passos,
e no comportamento se diz tudo;
Sem querer se revela coisas num SIM,
no que com a boca se diz NÃO.
RETALHOS DA VIDA
A vida é uma colcha de retalhos.
Com muitas cores, tem também o preto,
às vezes se precisa usar da cor branca;
Sem tem várias lembranças
e muitos amores.
Muitos encontros,
e diversos encantos;
Algumas amizades que deixam saudades.
Coleciona-se, se costura quando
se deixa cair lágrimas de choro,
algumas de prantos sérios,
muitas por alegrias
e diversas por desencantos.
Se faz os nós e os pontos,
quando se tem segredos que causa espanto;
Se segue enigmas , se quer às claras
e se finge muitos mistérios, mas se deixa nos cantos.
Estende-se conveniente, se tira as fotos,
e se guarda alguns bons momentos;
Os meus tranco à sete chaves,
pois, são os meus cortes, recortes, meus tacos e nacos
Essa é a minha vida, como uma colcha de retalhos.
PEDAÇOS DAS COISAS
Nada do que se tem, sempre se teve.
nada do que existe, se fez...
E nada do que se quer se faz de uma só vez;
Pois, todas as coisas são criadas de pequenas partes.
Umas coisas têm seus traços
e outras seus recortes;
Mas tudo tem seus talhos e cortes.
Em pequenas partes, partes por partes,
nos traços, nos cortes e nos talhos,
vamos deixando recortes,
metendo os narizes,
as nossas marcas e as cicatrizes.
É assim a história da nossa vida:
Ela é escrita em pedaços;
Se costura no dia a dia em nacos,
como colchas de retalhos.
O tempo é amigo?
O tempo é inimigo?
O tempo é... Bom, vamos deixar o tempo, querendo ou não ele há de passar.
Vidas sem valor;
Sem valer;
Tanto faz viver;
Desprezo algoz;
Desdém pela dor;
Vidas a sofrer;
Quem insta por nós?
Queremos viver!
Vida!!!
MUDANÇAS DE MIM
Por vezes, tentaram mudar minha alma.
Admito que aceitei até certo ponto, fui iludido;
Mas, retornei a minha essência, de nascença;
Porque isso falou mais alto.
Falou mais alto que a voz da massa;
Mais alto que os ecos dos meios;
Mais forte que os amigos e
até mais relevantes que meus desejos.
Os amigos vêm e vão-se,
Os desejos também passam;
Mas quem eu sou na alma, não, talvez, perco-me...
À todas as paixões ultrapassa.
A conversão do ser, ser eu
não é a mudança que preciso.
Preciso do adejamento de mim mesmo no todo;
No aflorar da alma, no viver contente;
Ter a liberdade de ser quem de fato sou;
Não oscilar pelos desejos, é impor-me nas vontades.
E é estar à origem inerente.
DESPERDÍCIO
Perde-se tempo pensando no tempo,
Perde-se bons momentos:
ocupando a mente com coisas além.
Não estando presente
no lugar em que se está,
com aquelas pessoas que amam a gente.
Perde-se tempo de vida,
perde-se bons momentos:
Buscando as coisas supérfluas,
Correndo para a fama;
Desejando o status;
Se esquivando dos sofrimentos;
Evitando os males
e vivendo com medo.
Perde-se tempo de ser feliz,
perde-se bons momentos:
Agradando os outros, à maioria;
Fingindo está bem, enganando a si mesmo;
Escondendo a verdade e ensaiando a felicidade.
Perde-se tempo de se está com Deus,
Perde-se bons momentos:
Admirando as estruturas dos templos,
Ouvindo sermões eloquentes vazios de verdades...
E seguindo os cerimoniais.
Premia-se com o tempo.
Premia-se com bons momentos:
Amando a Deus, em qualquer lugar;
Amando a si mesmo, antes de qualquer um e vivendo um dia de cada vez.
Quando criança, diziam que homem não chora, em sendo adulto, indiferente dizer, porque há situações que nos fazem abrir as torneiras do ser, e transborda aos olhos, nascente de águas levemente salgadas.
Sensações inexplicáveis, o ser dentro do corpo compelido, esmagado, daí a nomenclatura, depressão.
Há uma pressão psicológica, sentimental, um vazio talvez, ou uma mera expectativa de vida, não que haja um porquê, sabe lá definir o que tange a alma e o ser, as entranhas da vida do indivíduo, expectativa de partida, pois parece ansiar o retorno de onde em dado momento deixou de habitar.
Tudo tem sua causa e consequência.
Nasceu um dia? Vai qualquer dia morrer.
É criança? Vai aos poucos envelhecer.
A causa da vida é a concepção. O advento da morte, nossa extinção.
A alegria das cores estão expressas nas flores.
Em meio a tanta desilusão, nada melhor que flores para aliviar o coração.
A C Meireles.
POR SONHOS, JOSÉ
Diga José:
Um sonho de Deus...
Às vezes, se é jogando no fundo do poço;
Se é feito mercadoria humana, sem valor;
Se é escravo e condenado, sem dever;
Se é capaz de confrontar com traidores sem revidar.
Diga José:
Por causa de um sonho...
Que se decidiu fazer valer:
Revive-se, as dores dos ressentimentos;
Confere-se, as cicatrizes físicas e da alma;
Chora-se escondido as próprias mágoas;
E ainda no marejar das lágrimas oferece o perdão.
Diga José:
Por um sonho...
Seja humilde, sem vender seu valor;
Em meio aos burburinhos alheios, sê tranquilo;
Nos julgamentos precipitados, cauteloso;
Nas sentenças injustas, suporte;
Nas condenações por aqueles a quem serviu...
Tenha esperança de reviravolta a seu favor.
Diga José:
Por um sonho, vale tudo:
Torna-se motivos de espanto e terror.
Desarma-se dos conceitos de ser um deus;
Dos status e insanidade de ser melhor,
Deixa-se criar linhas para seguir como regras.
Sonhar os sonhos dos outros,
E sem conhecimentos de causas futuras...
Apenas considere;A sua causa, de causas da alma que só Deus sabe.
Nas condenações por aqueles a quem serviu...
Tenha esperança de reviravolta a seu favor.
HEROIS DA GENTE
Quando se experimentará os pensamentos
de Deus em nosso favor?
Pensamentos que são mais alto,
bem mais alto que os nossos?
Descobre-se nos nossos heróis;
Homens de fé, gente como a gente...
Na condição de ter pedras por travesseiro:
Lançados no fundo de poço, ser tirado pelo nada;
Acusado e na prisão ser conquistador;
Ser interprete de vida, um sonhador.
Ter feridas coçadas com cacos de telhas,
cobertas com cinzas, nada resmungar;
Ainda crer no viver do Senhor que serve...
Na oração ter a certeza da sorte mudada.
Descidas às casas de oleiros, para aprender que se é barro;
Jogado em covas de leões, ver o livramento entre leões;
De dentro de fornalhas ardentes,
perceber pânico e espanto dos que estão do lado de fora.
Ter feridas coçadas com cacos de telhas,
cobertas com cinzas, nada resmungar;
Ainda crer no viver do Senhor que serve...
Na oração ter a certeza da sorte mudada.
Descidas às casas de oleiros, para aprender que se é barro;
Jogado em covas de leões, ver o livramento entre leões;
De dentro de fornalhas ardentes,
perceber pânico e espanto dos que estão do lado de fora.
Olhares rentes aos céus, queimados ainda cantam;
Crucificados de cabeças para baixo, olhar para o alto;
Flechas transpassadas no coração, degolados...
Envenenados e devorados por leões.
São estes os heróis do Evangelho;
Contraste dos belos templos e mansões.
São heróis do evangelho de cruz...
Não do cristianismo otimista.
São benção e abençoadores.
Não importa o lugar.
Não importa a dor.
São heróis da gente...
Gentes que o mundo não era digno.
