Casa sem Teto
Quando mudamos de casa, cidade, pais ou emprego é porque o nosso tempo nesses lugares terminou. Aprendemos tudo o que tínhamos que aprender, ensinamos tudo que tínhamos para ensinar, conhecemos todas as pessoas que tínhamos que conhecer, ajudamos a todos que precisavam de ajuda e recebemos ajuda de quem precisávamos, quem sabe, prejudicamos a todos que quisemos prejudicar. O tempo não para.
Precisamos acreditar que vamos encontrar outro emprego e, quem sabe, até mudar de profissão. Vamos conhecer outras pessoas, ensinar e aprender, ajudar e ser ajudado, e coisas boas vão acontecer. Embora, muitas vezes não acreditemos nisso, Deus está no comando da nossa vida e, só ele, sabe o que é verdadeiramente bom para a nossa vida e aprendizado
Ontem o telefone de casa tocou, já passava das 11h da noite, meus pais a dormir e eu mantinha-me ainda acordado, levei um susto, pensei que pudesse ter acontecido algo grave com alguém. Então levantei-me para atender, meus pais acordaram de sobressalto, assustados.
Era a Dona Conceição, amiga da família, uma senhora viúva que queria conversar com minha mãe; perguntou se estava tudo bem, disse que queria apenas desejar boa noite...e desligou.
Nesta hora eu percebi: deve ser triste a solidão da casa, de quem não tem ninguém por perto...
De qualquer canto da minha casa dá pra ver a porta. Só moro com muita janela.
Eu olho pra fora, confiro a validade do passaporte. Saber que só existe oxigênio aqui na Terra me dá claustrofobia.
Poesia de Rodeio
Estava sozinho em casa quando decidi ir para o Rodeio
Vesti a minha roupa coloquei o meu chapéu
Minha bota e um cinto com uma fivela no meio
Peguei o meu cavalo e pus logo o arreio
Não pensei duas vezes fui logo para esta lá no meio
Pois queria lá encontrar, uma linda mulher pronta para me amar
Uma Donzela capaz de no meu cavalo montar
Junto comigo a cavalgar sem parar
A procura d...a Felicidade me Amando sem falsidade
Pois a onde moro me sinto sozinho sem mulher
Sem carinho, sem amor, sem paixão
Sem nenhuma mulher capaz de morar no meu coração
Escrevo falando de Rodeio por que sou, mas um peão.
Estes dias de carnaval: Sexta churrasco na casa da sogra... Sábado: dia de tensão... resolver problemas e aguardar respostas para uma grandeconquista, nosa casinha linda... domingo dormir ate tarde, meu amor foi trabalhar e eu fiqueo com preguiça em casa, depois fui pra festinha da sininho rsrs... voltei e fiquei conversando até o marido chegar... Na Segunda, dormir ate tarde e ir almoçar com os amigos... chegamos e ficamos brincando de lutinha... rsrs maridinho alteradinho da bebida.... comemos pizza, assistimos e dormimos.. Segunda, rsr acordamos tarde, fomos almoçar com minha mamis, e meu maridinho foi trabalhar, e eu fiqueiorganizando a casa e mmorgando em frente a TV... semana cheia de promessas...
- Entre, sente-se, fique à vontade.
- Não quero entrar na sua casa agora.
- Quem te disse que lhe convidei para entrar na minha casa? Estava me referindo ao meu coração.
Estava caminhando no jardim de minha casa
Divagava sobre contendas
Querendo entender sobre a natureza humana
Por ainda não ter casca
Saí de minha tenda
Mas o que flui nem sempre emana
De tanto pensar
De tanto gastar
Veio um alvorecer
Fui no zoológico saber o que um animal podia dizer...
De outro lado da membrana
O macaco riu da minha cara !
Será mesmo que evoluímos tanto ?
Ainda não posso entender...
ana,o céu está escurecendo
então é hora de partir
volte pra casa
onde ela é agora
ana, está trovejando
então é hora de ir
volte para o céu
onde ele é agora
onde ele é agora
volte pra casa
ana,ana
eu fui estúpido
mais o céu está aqui
contorcendo minha cabeça
onde ele está agora
não sinta medo
porquê não sinto dor agora
ainda chove mais passará
você deveria se sentir bem
Amanhece e descubro uma nova cor
uma vem e duas esvai
volte pra casa,ana
e feche bem as portas
Que a tua casa esteja sempre de portas abertas para receber a paz e as bençãos de Deus.Porque o lar que hospeda a luz não dá lugar para as trevas.
disperso-me por aí
feito brisa
depois me rejunto e chego como ventania
varro a casa
derrubo coisas
safadamente
devasso a monotonia
talvez eu seja um vento mau
talvez injusto
para quem tinha olhos postos no horizonte
a procurar por mim
não me desespero
e não quero
ser feliz de outro jeito.
CASA VAZIA
(Cumpadi Caipirinha)
To vortânu das campina
Onde lá fui si iscondê
Pra num vê o meu amô
Que foi imbora e me dexô
Tudu aqui é tão vaziu
Tão cheio de sodade e dô
Nossu quartu tá tão friu
Como faiz farta meu amô!
Agora neim iscuto mais
Os cantu dus passarinhu
Neim veim na minha janela cantá
Meu amigu o sabiá
Logu mais vai sê noiti
Num sei se vai tê luá
E se as istrêla vão briá
Comu briáva pra sinhá
Numa noite de natá
Dei elas tudu pro meu amô guardá
Dissi que maió dus presenti
Num pudia a ela dá
Será que ela foi imbora
E levô a lua e as istrêla
Aleim de ficá na solidão
Me dexô na iscuridão
E tirô di iêu, o céu e o chão
Aqui tá tudu tão friu
Tão seim graça e tão vaziu
Poeta Athos ocê tinha razão
Num dá pra aguentá
Essa tristi separação
Mesmu qui iêu se acrediti
Que tinha que sê ansim
Essa vida num queru não!
Que se isproda meu coração!
CANDIDATA PRA CASÁ
(Tânia Mara Camargo)
Vóis suncê casa com eu?
Tenho dote de moça prendada,
Sei lavá, cozinhá, bordá,
Só num aprendi amá.
Debuio o mio, faço pamonha,
Curá e o cê precisa prová o
Meu mingá.
Sô assiada, limpinha mesmo,
As veiz cato carrapato pelas
Pernas, mais sô virge.
Sô muié da roça, pego na inxada,
Sei capiná, só num sei pegá lá.
Óia to precisando di marido,
To ficando veia,
A vizinhãça ta dizendu que vô
Ficá pra tia.
Casa com eu vá!
Cê vai sê o homem mai feliz da
Redondeza, osotro vão tê inveja.
Num precisa nem botá cabresto,
Sô potranca dereita,
Num sô dessas oferecida que usa
Saia no pescoço.
Óia moço, responde logo,
To loca pra casá
E já tenho Enxová.
(meu presente para o Poeta Caipirinha)
________________________________________________________
Tânia Mara Camargo. 1997 – Livro – Vôo de Abiã Participação em Antologias Editora Scortecci 1997 – Volumes IV e V 1998 – Volume VI Antologias para Bienal 1998 – 15ª.Bienal do Livro/SP 2006 – 19ª.Bienal do Livro/SP 2006 – 2.Prêmio Ebrahim Ramadan Poesias Brasileiras
PRA CANDIDATA QUE QUÉ CASÁ
Recebi o recado de vóis micê, o Zé dos correio veio intregá
Caboca oferecida ocê né? Mais fiquemo interessado na sinhá
Antão vim se expricá direitinho o que tenho pra vois micê dizê:
Muié prendada, na minha tapera tem lugá
Os principá vois micê já sabe fazê
To pricisado de uma caboca das boa pra lavá, passá, cozinhá e bordá
Mas que saiba também muntá
Vois micê num sabe cumo é amá?
Mais cum eu vai aprendê e ter seu primero home, vois mecê vai gostá
Desse ABC tenho tudo pra ensiná a gente cumeça logo pelus beabá.
Vancê é mulé que procuru, pra modi com eu casá, sabe tudo das cozinha
E olha, sinhá, sou doido por mingá
E do seu quero prová inté se acabá
Vois mecê num se preocurpe, os carrapato ajudo a catá
Mas nun fique pensano que virge ocê vai continuá
Antes de ocê mais eu se casá, vou logo exprementá
Pra modi se podê se a comprová
Se num sujá os pano, pra cidade vai vortá
Bão sabê que vois micê é mulé das roça
No meio do milhará, nois se para pra descançá, dispois de capiná
Antão vou te ensiná, o jeito de certo de pegá lá
Nos cabo da inxada que eu tenho pra ti dá
Se sabe os mio debuiá, já tem como cumeçá
Nun vou deixá vois micê virá tia
Nem ninguém vais mais falá
O povo aqui tudo me cunhece
Sou bom de briga e de prosa
Mais se mexe cuns gado meu
Se arresorvo nas ispingarda, nos canivetes
E a dispois mando umas rosa
Gosto de mulé brejêra, cabrocha cherosa e matrêra
De dia e fora das portêra
Nas noite quero uma potranca braba e arisca
Sorta e sem cabresto pra amuntá e se amuntada
Amá e se amada por toda as madrugada
Óia caboca exibida, vois micê já tem minhas resposta
Vou mandá na cidade ti buscá
E antão nois vai se ajuntá e se casá
Mas vê se num esquece os enxová
Pruque se num trazê, te devorvo pro seu lugá
E só pra vois micê se alembrá
Se num me dá as assistênça
Fica escancarada as concorrênça
Proque tem uma cabrocha do Praneta
Nas lista das pretensão
Bão! Já tem minhas resposta.
CAUSU DU CASAMENTO QUE DEU XABÚ
(Poeta Caipirinha)
O Caipirinha ia se casá cum a sinhá Mariquinha, tava tudo já prontu pra modi o casóru aconticê, mais dispois de uns disincontro a Mariquinha sumiu, disaparecêu seim dexá notícia e pista arguma!
Intão, o Caipirinha qui não é homi di ficá sozinhu, logu cunheceu a sinha Nininha, por ela si apaxonô e marcaru casamentu nas festa junina nas vespera de São Juão!
Tava tudo prontu e arrumadu. Tavão lá o cumpadi Juão Netu e as sinhás Craudeti, Tânha Voigt, Jô Tauil, Tânha Cardosu, Cunceição Lemus e a mãe do padre Jorge, sinhá Stella, que veiu cum procuração pramodi casá iêu mais Nininha.
Intão, quanu fui pro currá, pramodi tirá água du juelhu, chegô o cumpadi Zéduscorrêiu cum carta da sinhá Mariquinha dizênu que tava prenha di iêu e isperânu um Joquinha prus mêis di agostu.
Num pudi mais casá. Saí di fininhu pra modi se arresorvê os pobrema e fui pra minha roça, dexânu Nininha prantada no artá, isperanu pra mais iêu se casá. Ficaru tu lá isperânu, inté a madrugada chegá.
Na semana seguinte fômu iêu mais Mariquinha pra modi fazê o tár do DNA, pois nóis num se alembrava di nada, muitu quentão e vinhu na cabeça, nóis se perdêmu dus aconticido que se passáru na festa da cumadri Tonha.
Intão cum as nova tecnologia fizeru tirá sangui do Joquinha que tava di sete mêis, tudo apertadu nas barriga taméim apertada da Mariquinha. Tiraru sangui meu mais Mariquinha e num sei o que a tár da cumadi Honestina, aquéia que os homi dava tudo insima tava fazênu lá taméim ...
Passáru os tempo e fômu pegá os resurtado.
Resurtado: Positivu... sô pai do minino mêmu!
Intão fômu sentá e conversá cum o cumpadi Camargu, pai da Mariquinha.
... continua
- Bão cumpadi Camargu?... Bão taméim!... Possu me entrá?
- Acabe di entrá cabra, sente e vâmu cunversá mais iêu... Tome uma branquinha pra modi isquentá as palavra!
- Num bebu em serviçu, cumpadi!
- Ara!... Ocê num vêiu a serviçu homi!... Ocê veiu é pidi a mão da minha fia em casamentu e já tá dada!... E num tem vorta, num quero minha fia carreganu mininu nas costa sortêra não vici!... Prefiru ela viúva de ocê!... E ocê? O que acha cabra!?
- Uái!... Já que as proposta são essa e num tenhu braganha ... o jeitu é casá!... Num quero vê o Joquinha órfão di pai não!
- Pois é!... Intão vô chamá a Mariquinha pra ocêis se arresorvê cum as data que quero pra já!... E sem festa!... Num quero o povo falanu da minha fía casânu buchuda, prenha não!
Então o cumpadi Camargu mandô chamá a Mariquinha e nois se arresorvemu casá no sábadu, em casa mêmu e era só mandá chamá o dotô iscrivão du Cartório e pronto.
Mas a Mariquinha veio também cum otra situação ... que me dexô isquisitu ...
- Caipirinha, ocê num se alembra nadinha du quê aconticeu?
- Num se alembru di nada, Mariquinha!... Só se alembro que nóis tava lá nas páia de mío nu paiol, iêu, ocê mais a sinha Honestina!
- Pois ói homi, safadu!... Ocê bulinô cum nóis duas vici!... Emprenhou iêu mais a cumadi Honestina!... Ela proveitô e feiz taméim o tár do exame de DNA e ocê é pai do Zequinha taméim!
-Zequinha?!... Iêeeeeeu!
- Ocê memu, cão disgramentu!... Que emprenhô duas no mesmu dia!
- Iêuuuuuuuu!!
- Ocê sim!... Agora é que as coisa vão ficá preta pru seu ladu vici!... Ocê vai casá cum eu e ela vai morá mais nóis!... Ô cá!... Ô lá na sua roça!... Mais casá, casá só mais iêu!... Já tá tudo se acombinadu... Iêu mais cumadi Honestina já se acertamu e ela só qué que ocê cuide dela e du fiu di ocêis, num qué casá nem brigá!... Intão, o que você arresorve!
... continua
Ocêis já tão tudo cas combinação ajeitada?
- Já, cabra safadu!
- Uái, num tenhu iscapatória!... Vâmu tudo pra minha roça que cuido do Joquinha e do Zequinha ... Vai sê inté bão uma dupra caipira na famía!... oquinha da viola e Zequinha da sanfona ...
Intão foi isso que aconticeu... Num se alembro de nada, Mas que devi di tê sido bão, ah!... Isso devi!
.
Agora tenhu que cuidá das muié, que pro mêis us mininu tão paridu ...
Nininha me adescurpe, mais num tive comu casá mais ocê!
Pessoá, me adescurpe taméim, promodi dexá ocêis tudo isperanu e procuranu iêu!
Inté, intão!... Que a vida vai sê difíci cum duas muié em casa, tudu prenha, isperânu dois mininu pru méis que veim!
Mais vô a vida levânu, chorânu cum a viola e puxânu o fole da sanfona. Insaianu as música pra fazê mininu drumi e duas muié pra dá conta.
Agora ansim, preciso das gemada du cumpadi Juão Netu, dos ovo de pata e da garrafada du cumpadi Jorge LInhaça.
Inté, intão!... Mais meu amô du coração, tá na morena do meu sertão! Nininha num fique triste. Vô dá um jeitu di casá mais ocê um dia!
Um abraçu du cumpadi Caipirinha, que si metêu numa confusão!!! To num matu seim cachorru, cheiu di onça pintada e parda!
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp