Cartas se te Fiz algo eu te Peco Perdao
Qndo precisam de mim, mas não me querem, eu não fico. Mas sigo com AMOR, e penso:
Ah, baby, eu sei que vc não consegue me entender...
É eu sou muito emoção.
Se sinto amor por alguém,
é amor DEMAIS
Se quero bem a alguém,
é bem DEMAIS.
Se decido que eu não quero,
eu não quero MAIS.
E isso não tem a ver com idade, ou maturidade.... é algo q Deus colocou em mim!
Posso não receber nada em troca
que ainda assim oferto meu amor.
Até quem me fez mal recebe amor de mim todos os dias, nas mihas orações.
Sou assim: falo besteiras, sou sacana, me aborreço algumas vezes... mas no final, o q fica é amor, carinho e gentileza.
Sei q sou um idiota, bem troxa, pra muita gente, sei disso mas não me importo muito.
Afinal, amar se aprende amando!
Sinto a tua ausência devagar
E me pergunto se voltarás
Ah,como eu queria ser teu completo...
Talvez devesse-mos conversar
Meu amor,tantos desejos secretos...
Divide comigo teus medos.Sem medo.Teu pensar
Você me bate e eu fico tão feliz...
Sinto a felicidade escorregar pelos meus dedos
Desaparecer
A vida por um tris...
penumbra
Na memória do que foi o "nós"
Constante lembrança
A felicidade paralela a dor de não te ter
Esperança!
E o sufoco de não prevê...
O que fazer nessa areia movediça?
De volta a incerteza:o que fazer?
Agi pela razão,por você
Não posso dá pra trás!
Nem adiantaria
Vamos razão,me ajude agora!
Não dê pra trás! Seja leal!
Ou morrerei na abominação,na renúncia
Respiro,suspiro,choro...
Perguntas,hipóteses,espera...
Meu pranto,o relógio
E o registro de velhas conversas
Saudade...
Um reflexo na realidade
Cansaço fitando a esperança
Apego.Relutância...
E a tentativa de ser melhor
Para merecer você
Pois é bem mais fácil que tentar
esquecer:
cômico
A distancia asfixiou essa minha alegria
_O amor vence qualquer problema!
Onde está o amor?
O gato comeu?
Agonia!
Pensar!Desejo de ter cada pedaço do teu corpo
Desejo de te ter inteira,em cada fragmento
Desejo de sentir teu corpo cálido
Tuas coxas,teus seios,teu gosto...
Enquanto todo o meu ser
Procura se conter
Em vão...Razão...
Um contraste com a minha vontade
Tuas formas:tentação!
Quando eu era criança eu assiti a um filme da Xuxa onde ela, Xuxa, lutava contra o vilão Baixo-astral. Há uma cena da qual eu sempre me lembrava. Depois de conseguir "derrotar" o vilão, mocinha Xuxa diz: "O Bem vence o Mal com a força do Amor!". Sempre achei uma frase com MUITO significado.
Pois bem, algum tempo depois eu cresci e descobri que na vida real, heróis e vilões se confundem, mas tbm entendi que realmente podemos "transformar" MAL em BEM usando AMOR.
HOJE, o Amor e a Fé em Cristo, me ajudaram a "derrotar" mais um vilão. Se ele vai virar um herói? Não sei, isso já não é responsabilidade minha... Claro que qndo somos adultos, esse Amor é feito de uma série de coisas somadas... gentileza, maturidade, civilidade, humildade, MUITA paciência e BOM caráter! Tbm eu não sou herói, mas sou um homem reto e honesto... do bem!
Parece que as histórias da nossa infância não são feitas de tanta ilusão. Há muita realidade por baixo de tanta fantasia. Aliás, sempre há uma diversidade de coisas por baixo de fantasias... mas pondero sobre isso outra hora!
Eu queria te ter aqui.
Eu sabia desde o principio que essa hora ia chegar.Eu tentei fugir.Inutilmente...
Eu achei que fosse ser diferente.Inocentemente...
Eu não queria ter limites.Mas de certa forma, cheguei ao meu limite.Ao limite de não poder decidir certas coisas,de ter que esperar pelo tempo.
Mas uma vez o amor fez sua vítima,talvez porque eu tenha apostado demais.Talvez porque o amor nunca dura mesmo,e eu sabia disso.Agora eu sinto uma essência estranha,solidão, mas já conheço o caminho de volta pra casa.só não sei se eu sou tão conformada.Só não sei se eu sou assim,essa que entrega os pontos.Que se dá por vencida antes de testar todas as armas.Não,eu não sou, porém não sei se vale a pena gastar minhas munições
MENINO
Quando eu era um menino mirrado
Bem pequeno, que dava mal pra se ver
Eu já muita coisa sabia,
Porque tudo o que as pessoas falavam
Eu ouvia, em todo lugar eu cabia
E ninguém me percebia,
Ou faziam de conta que eu não existia.
Portadores de miopia,
Assim foi, que nunca me viam.
Em mim a vontade pelo que não sabia,
Curioso como um papagaio aprendiz,
E ninguém me via,
E tudo eu ouvia.
Quando comecei a falar,
Não comecei pelo que a minha mãe dizia,
Me pus a falar de coisas já de aprendiz,
Discutia geografia,
Calculava a geometria,
Delineava a filosofia,
O que acontecia no dia a dia,
Citava já algumas poesias,
E mais, curioso eu ouvia.
A história de Cristo eu sabia,
Do inquisitório, da condenação, eu via,
O erro maior da história, e não entendia,
Como é que se mata Deus, e Ele assim permitia.
De Sócrates a verdade que se puniu,
Contava a estória de Lampião
Do seu encalço, a polícia,
Armada de artilharia, mirando ele e Maria.
Mas continuava tão pequeno,
Que tudo que eu dizia,
Ou ninguém nada entendia,
Ou, como a mim não percebiam.
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naeno*com reservas
Até os ratos percebem que o problema está chegando, afogando a cidade eu os vejo, tão pequenos, correndo. É sempre a mesma coisa.
Ela permanece sentada em seu sofá, apática, com seu cinzeiro cheio, mesmo que seja com as cinzas do cigarro roubado do maço dele e sua garrafa vazia de um consolo temporário, que acabou cerca de vinte segundos depois que ele virou as costas. Mesmo ansiosa por sua chegada, ela não quer acelerar um suspiro, manterá sua indiferença.
Ele sabe dizer exatamente como ela se sente só de olhar em seus olhos cinzentos, e quando ele vê que ela está sorrindo e suspirando sincronizadamente, ele parte, a fazendo miserável novamente. Ele parte porque sabe que ela sente sua falta, e nem ele sabe dizer porque ainda ainda volta. Ratos sempre voltam.
Não importa o quanto ela diga, grite, esperneie que testá-la será em vão, pois o fim já havia chegado e ela não sentirá mais sua falta pois ele já não importa mais, ele continuará a ir e voltar como se não tivesse nada a dizer, pois não importa o quanto ela minta, ele sabe ler seus olhos.
Resolveu partir. Ela. Com sua incerteza e depressão se chocando e a corroendo a cada pingo da chuva fria que toca seu rosto. Com sua garrafa vazia e seu cinzeiro cheio de lembranças da memória dele, Ela se afastará para que ele sinta saudades. Pena que não sabe ler os olhos que pertencem a ele. Ela tirou o casaco do mancebo e o vestiu com pressa, prendeu os finos e curtos fios de seu cabelo preto com um elástico que mantinha no pulso, colocou a mão na maçameta e respirou fundo, assim que abriu a porta, ali estava ele. Fingiu que não viu apesar de seus olhos brilharem e praticamente mudarem de cor ao atingir os olhos dele. Ela parte.
Ele a segura segura pela mão e pede num sussurro que ela fique. Enquanto ela o olha de cima a baixo ele entrelaça seus dedos nos dela, como se a prendesse. Ela apertou os olhos como se lutasse contra. Não conseguiu partir depois que ele riu, aquela risada tão única que franze seu nariz. Então ali, no corredor, ficou. Sua raiva hipócrita partiu. Mas aquela risada cheia de cinismo não foi a troco de nada.
“Se tivesse segurado minha mão enquanto eu me afastava, nunca teria partido.
Eu sempre digo e repito: O importante é ser feliz!
Não interessa se para isso tenhamos que dar o braço a torcer, voltar atrás nas decisões, ficar com alguém que nunca imaginamos ficar, começar a achar um feio bonito (rs)...
Deixe o orgulho de lado, reveja seus conceitos, seja menos "certinho", livre-se dos receios bobos, SEJA FELIZ! Hoje é o dia.
A VIDA RI
Ontem eu vi a vida sorrir,
Vi seus dentes da cor do dia,
E vi seus lábios na cor do entardecer,
Boca molhada como um grito novo.
Ontem vi que a vida existe,
Que a morte não pode com um sorriso,
Por isso é séria e sem graça,
Eu nunca vi a morte sorri.
Hoje a vida continua a rir,
Como se estivesse de bem com ela,
Como se a contivesse um cadim
Refletida num espelho se vendo nítida.
Ainda hoje a vida rir,
Como se a felicidade não acabasse,
Como se uma conquista tivesse galgado,
A de ser vida, em tudo metida.
Ainda agora escutei gargalhadas da vida,
E não se cansa em mostrar-se feliz,
E agora eu sei, está esclarecido,
A vida não tem planos para partida.
naeno
MEU OLHAR
Estranham o meu jeito de olhar
Que jeito eu posso dar,
Nos meus olhos e no meu rio.
Acham que quero morrer,
Porque solto meus olhos nas águas
E só os tiro no escurecer.
E que jeito podem dar
Pra darem ao rio uma feiúra
Que eu não suporte vê-lo.
Dizem que sou narciso
Erraram todos os adivinhos,
A beleza que miro
É da água, longe a minha passou.
O rio e eu nos conhecemos
Ele um pingo de uma fresta
Somos irmãos siameses,
Gerados no mesmo útero da natureza.
Quem vê a mim ver o rio
O mesmo ente escorregadio.
Às vezes água, às vezes peixe,
Barca encalhada,
Bandeira do Brasil,
Às vezes ponte,
E sempre amor, perplexidade,
Focos de muita saudade.
EU LA MANCHA
Amar um gesto que de tudo ébrio,
Permite-se no vento afundar,
E dar-se mais, ao que tiver na espera.
A pedra o risco de voltar jamais.
Amar perdido de amor tomado,
Puxado a vil monumento agastado,
A voz já rouca de implorar que deixem
Seus olhos verem se lhe cabe a cabeça,
A altura a forca que se vão largar.
Solto o destino, solta a sorte,
Larga-se sozinho espreitando a morte,
Que antes de abraçá-lo se compadece e chora,
Ainda não é hora, o amor vai se abrasar.
Amar redondo, o mundo circundar,
Cadê Dulcinéia, fugiram meus lugares,
Onde fico, dormem meus cansaços,
E a minha fadiga de me levantar.
Acorda-me amor, amor, com beijos,
Retira a infante veste,
A espada pesa, sinto que a loucura,
Deixara-me louco, por não te encontrar.
Campos, trigais, moinhos ao vento,
Vê-se distante, mais longe, te amo,
Mostra-me antes, dos caminhos limpos,
O lume longe do olhar da bela.
Ó formosura, amar encarnado,
Amor que sinto, corpo atormentado.
Como que a alegria será alegria?
Como que eu estarei bem?
Se nós estamos tão distantes, mesmo tão perto.
Se nós somos estranhos que sabem tudo um do outro,
Como que eu sorrirei se não será você que fará?
Como que eu acharei graça se não será você que contará?
Como que eu poderei ouvir se não será você que falará?
Como que eu poderei falar se não será você que ouvirá?
Se nós somos estranhos com intimidade,
Como que eu poderei ter futuro se eu tinha certeza que seria ao seu lado?
Eu não existo, não mais...
Ou melhor ainda existo nos seus sorrisos, só nos seus sorrisos.
Você me fez gostar das coisas que você gosta
Sem nunhum esforço, apenas por que eu também gosto.
Como pode acontecer essas coisas?
Como podemos querer dizer e não poder?
Como posso ficar triste se a culpa é minha?
Como posso pedir ajuda se eu não me ajudo?
Como posso ainda esperar? Se está mais do que claro que você não virá.
Como poderia não ter sido pessimista?
Como poderia sonhar? Se eu não durmo mais.
Como posso querer respostas se elas estão nas minhas perguntas?
Como que eu posso estar vivo se eu não vivo sem você? E sem você eu estou.
Como posso não estar destruido? Se meus sentimentos não foram capaz de fazer você ficar.
Como poderia ficar triste? se você está feliz.
Por que é assim e não pode ser assim?
Como posso pedir por razão? Se não existe mais historia.
Como poderia não chorar? Se eu preciso de você.
Simples porém impossivel.
Retorno à Inocência?
Às vezes, eu viajo no tempo.
Não há máquinas ou naves:
Apenas o meu pensamento.
E estas viagens são suaves.
Sigo as ruas da lembrança.
Basta uma brisa, um sopro,
E, súbito, o ido me alcança.
Então, não sou eu, sou outro.
Muito mais doce, puro e leve.
Exemplo: lembro de um celeiro.
E sinto uma paz quente, breve,
Além da carícia do vento-norte.
Ouço cantigas, até candeeiros.
E percebo: que minha, a sorte...
MÚSICA
Eu Quero fazer uma música
Daquilo que tem doído
E que eu me lembre de tudo
Como lembro o teu sorriso.
Que a tua boca me prove
Na vida o que mais preciso
Que minha boca te sorve
Toco no teu paraíso.
Em mim pouco, mas comove
Muito já tão esquecido
Tudo o que pranteio escorre
Em rios E tenho descido.
Como garranchos e escoras
De cercados decaídos
E esta letra que chora
Lembrando-te, enternecido.
Quero que essa música toque
Em tudo que tem perdido
Eu quero que te retoques
A maquiagem mexida.
Que te olvides se choras
Porque o que bebo é só isto
E tenho tomado porres
De amargos tão esquisitos
Tenho lembrado piores
Estações já despedidas.
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naeno*comreservas
PALMA DA MÃO
Eu não conheço a palma da minha mão.
Entre tantos cruzados de linhas,
E mais de um veio principal
Onde descambam as águas dos meus dias.
Não tenho noção do que seja a palma da minha mão,
Reconheço, e já é volumoso
As coisas que toco, a embaralhar meu destino.
Reconheço, quando a espalmo frente aos olhos,
Alguns poros suados, o anel centenário,
A cor, que coincide com a cor do meu corpo inteiro.
Na aventura a que me lancei,
Em me procurar e me achar,
Em algumas partes de mim deu pra ver
Outras nem que eu virasse o mundo o contrário
Daria para medir, saber, esboçar.
Alguém, como eu, desconhece, numa vista frontal
O seu crânio, seu cabelo, tal como tal, são?
Ou conhece seus buracos
Que só na cabeça contam-se sete,
Afora os outros por onde se mete
Nosso temor, dizer explorar.
E os seus encontros de mãos e pernas,
Como uma árvore, quem conhece?
O por trás todo, ninguém sabe o que é.
Sabemos dos outros, também minúcias,
Nada de definido se sabe
O que conhecemos de nós mesmos
Também os ouros conhecem,
E somos mais conhecidos por eles,
Do que por nós, da mesma forma inversa.
Se por fora de nós pouco sabemos,
Imagine um devaneio por dentro.
_________________
naeno*comreservas
POEMA DO CÉU
Se eu vier a nascer de novo
Pedirei ao Deus da vida...
Seja esta a vez da minha morte.
Mandai-me velho, com todo o tempo que terei
E deixai que progressivamente eu regresse.
Largai-me cambaleante como uma criança
Nos seus primeiros passos
Que daí eu desça, remoçando
Com a carga pesada de tudo o que é meu
Das coisas que vi e fiz e repetirei de novo.
E siga esquecendo, desaprendendo
Diminuindo ou aumentando.
Destapados os ouvidos, limpos meus olhos
Que eu ouça e veja.
E que tudo vá se diluindo e consistindo
No olhar atento e sentidos perfeitos de moço.
Mas que eu vá me esquecendo,
E o que eu lembre dure o tempo de esquecer.
Que a mim seja da beleza
De primeiro ver o crepúsculo
Pra só depois ver a aurora.
Que as estrelas e a lua, eu veja antes
Que a luz ofuscante do sol.
Que as mulheres se surpreendam
Com os beijos que sugarei de suas bocas
Que eu siga de tudo esquecendo...
Que as estações se invertam
Da forma como eu venho vindo e indo.
Que eu veja as águas que não se repetem
No mesmo ponto do rio
Descidas distas dos meus olhos, um dia.
Que as chuvas primeiras sejam as derradeiras
E eu já colha antes de plantar, antes de arar.
Que o meu primeiro presente, uma bola furada
Dê-me a alegria de um menino encantado.
Que eu desça ou suba esquecendo...
Desaprendendo, perdendo e sendo o sentimento adulto.
Que de repente eu me veja
No regaço de minha mãe sugando o colostro,
E de tudo esquecido,
Que se abram as portas
Por onde entrei e saí pela segunda vez.
________________
naeno*comreservas
NATAL
por um tempo eu vi toda a alegria
que podia o mundo.
Era um Deus menino a falar baixinho
De um amor profundo.
E nesse momento de contentamento
Do meu coração
Me senti tão perto de meu Deus presente
E elevei as mãos.
E naquele tempo era tão comum
Tantos reis na terra
A obediência de um homem pra o outro
Até matar na guerra.
Foi assim que Deus
Ao julgar violada toda sua lei
Não mandou profetas, todos ofendidos
Ele mesmo veio.
E chegou tão simples
Numa manjedoura, num leito de feno
Mas era o mais bonitos
E todos O olhavam, como a um Deus supremo.
E quando eu me lembro
Que aquele Menino foi tão diferente
Me angustia a alma
Por saber que os homens foram tão ausentes.
Quizera que o mundo
Só por um segundo O visse de novo
E deixasse Ele, como sempre quiz
Conduzir seu povo.
Eis aí o meu servo
A quem eu amparo por todo caminho
Sobre Ele eu faço repousar meu braço
Todo o meu carinho.
ENTREGADOR
Eu gosto de tudo o que gostas
E tenho repulsa a tudo do que te afastas
Adoro o teu silêncio e a tua fala
Gosto do teu jeito de andar e do teu deitado.
Amo o teu corpo esguio
Tenho amor ao espírito que te guia
Gosto do mar porque nele te banhas
Adoro as roupas que tu vestes
Teus vestidos de cetim. Amo, e choro
Amo os teus filhos, porque saíram de ti.
Cuido dos meus braços, porque te abraçam
Gosto de todos que gostam de ti.
Gosto de Deus, porque foi Ele quem te fez.
naeno*
Existir porque se o destino de quem vive é morrer?
Eu não posso viver como se tudo em mim tivesse motivos para existir, se o brilho dos meus olhos não será notado para sempre, se minhas mãos com tom macio e delicadas não durarão eternamente. Não farei juras de sofrimento e jamais deixarei que minha alegria transborde a dor de outro olhar, porque os meus olhos estão calejados de tanto chorar.
Poderia eu viver como se fosse apenas mais um rosto entre a multidão se não é o que transpassa minha alma? Não viveria como uma criança que se contenta facilmente com um doce, um brinquedo velho e quebrado.
Se desde que comecei a enxergar as pessoas noto o quanto a hipocrisia gira em torno delas como suas roupas mal passadas.
Sinto nojo, vergonha, desprezo e medo, sim por tamanha desonra ao Ser que criou a espécie. Muitos chamam de Deus, outros apenas citam aquele.
Mas não é me diferenciar dos demais que me permito reprimir meu lamentar ao existir, não! É exalar do meu ser o amor que ainda sinto pelas palavras frias e dolorosas que saem da boca de um ser humano, indivíduo imperfeito e maquiavélico.
Negros são os dias, geladas são as noites que perduro meu ignorante raciocínio rumo a um abismo repleto de mim.
Onde são enterrados todos os pensadores, os poetas, os cientistas, os letrados, os matemáticos, os viciados, os inocentes, os fortes e os fracos.
Na morte é que encontramos a verdadeira explicação para tantos fios sem pontas.
É o caminho e o destino, da senhora, da criança, do mendigo.
Dos que choram dos que riem, dos que nascem, dos que morrem.
Minha insatisfação nada me comove nem tampouco me retrata junto aos que pouco reprimo entre si o desejo viver como se a vida fosse um mar de rosas.
Bastam-se com os direitos e deveres incontáveis encobrindo a vergonha e a decepção de serem mortos de fome, gananciosos de desmedidos.
Sem raça, religião ou cor, todos vêm de um só sangue, um só pecado, uma só finalidade.
A fragilidade é para todos os medo é para todas as fraquezas, as derrotas e as perdas, não há remédio que cure, não há palavra que conforte, não há mão que acalente, é do homem, é do ser, é da gente.
Não depende do querer, não depende do chorar e do morrer, depende de quem sou de quem é você!
eu ouço as musicas certas ,eu conheço as horas , no meu oceano a calma domina , as minhas terras falam por si , nao respiro , nao preciso , sempre sei o que fazer , sempre sou quem eu devo ser , uma borboleta em mar aberto, uma baleia no deserto , a raiva me deixa faminta , mas nao a sinto a seculos, nao existe inverno , a lua se foi , ja nao fica escuro, mas o sol nao queima , e eu nao reclamo , e assim eu vou morrendo , sempre só ;como eu sempre quiz , é exatamente tudo que eu pedi , pra na certeza do meu caminho seguir .
Quem sou eu ?
- A resposta errada.
DESAFORTUNADO
Eu conheci a casa de um desafortunado
Nela vivi quase toda minha vida,
Apanhei gravetos para os invernados,
Puxei gavetas e guardei retratos,
Um arquivo morto de mim retirado.
Eu andei por dentro da casa cumeada
Tropecei pelos atalhos, cadafalsos
Troquei uma vida, que me dera, inventada
Por uma que eu vi de perto, andando enfalço.
Fui o primeiro desordeiro do motim.
Não tive nunca uma gota de raiva,
E foi assim, andando dentro e fora dos pântanos
Que hoje dou graças à sorte fora de mim.
A imaculada virgem, mãe da Conceição
O meu amparo, de quem mais eu vi nos olhos,
A minha amada, o tempo todo cortando a rota
Dos desamados, sempre me trouxe por sua mão.
Fiz pisoteio até o cultivo dos desgarrados,
E vi a festa da colheita das formigas,
E disso eu disse, com o coração e alma aflitos,
Não me descanso, mesmo quando estou sentado.
E da lavoura que os cupinzeiros demarcavam,
Umas espigas de milho bem debulhadas,
Pus o sabugo como mastro da bravata,
E lutei só, com Conceição, nela amparado.
Olha-me Deus, no que escrevi,
Eu relatei a minha vida e Vos traí,
Era um segredo até à outra por vir,
Até cansar, e cansado, aqui cair.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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