Cartas de Criança
Me lembro quando em criança
Voar num barranco gramado, morro abaixo
Acho que nunca mais voei tão alto
Recordo de olhar pros lados:
Nada, nem ninguém
E eu era bem feliz assim
Se minha vida visse o brilho nos meus olhos
Quando eu lembro dela
Talvez ainda fosse aquela amiga
Quem sabe, ela pensasse em mim também
Me lembro de noites escuras
Eu acho que venci meus medos
Descendo lá, desde as estrelas, infinito abaixo
A partir de então, nada foi tão claro e tão bonito
Quanto subir novamente...e correndo
Nada nunca me fez ficar lá, desistir
Quando olhei pros lados
Nada, nem ninguém
Tudo bem, pois a vida é assim
Mas há dias em que eu quase rio também
Onde as tardes são lilazes
Se a vida me pudesse ver
Diria que eu pareço ser feliz ainda
Nos momentos que eu olho pra ela
Vida, aquela velha amiga que virou-me as costas
Me deixou lá embaixo
Nem viu que eu subi novamente
E contente
Tanto eu corri nesta vida
Acho que fui mais além
Quando a vida me procura e olha pros lados
Nada, nem ninguém.
Edson Ricardo Paiva.
Como criança
Você lança a pedra pro alto
E ri de alegria incomum
Aquela que só tem quem desconhece
Taca fogo na floresta imaginária
E pula de felicidade e dança
Dança como quem dança na chuva
Chuva cai como uma pedra
Apaga a chama da floresta
Lança pro alto a fumaça
Qual criança, desconhece a direção
Deixa por conta dos ventos que levam palavras
Elas vão como a fumaça
O destino da pedra era o chão
Quem sabe, uma vidraça
Não te cabe a direção dos ventos
Não se sabe a profundeza da lagoa
Onde se lança a pedra a saltitar mil vezes
As águas sempre se evaporam
E as nuvens choram de comum tristeza.
Edson Ricardo Paiva.
As Ilusões que a vida traz pra gente.
Ilusões
Há um tempo assim
Em que a criança a tudo alcança
Finge pra si mesma ser outra pessoa
Meu Deus, que coisa boa era o fugir contente
O brincar inocente
Consciente que era aquilo tudo só imaginação
Esperava o dia
Em que era tudo de verdade e pra valer
Realidade ilusória
Existe um tempo assim também
Amanhã há de ser um novo e lindo dia
Fingir ser a mesma pessoa
Iludido no pensar incoerente
de que é o tempo ilimitado
Meu Deus, que coisa incrível
Eu me pensava indestrutível
O tempo passa e traz
Ilusões pertinentes
Era a razão de prosseguir
De confiar em mim somente
De tentar alcançar, com sorte, ao menos o suficiente
Pois o tempo é premente e amanhã é só mais outro dia
Meu Deus, que coisa triste
Pensar que as ilusões se foram
Era mais outra ilusão
Sentir-se impotente
Diante das desilusões que a vida traz
Pior era a outra parte
Aquela, de se deixar ficar, simulando a paz ausênte
Ilusões perdidas
Há também um tempo assim
Há quem pense ter vencido a vida
O tempo o alcança e a vida vence
Meu Deus, que coisa à toa era pensar
Compreender que o tempo da ilusão
De fingir ser quem não era
Depois de uma vida de espera
Se revela o tempo da felicidade verdadeira
Consciênte, feliz, altaneira
E, jamais uma ilusão
Foi o único tempo dessa vida
Que a gente fingiu ser quem não era
Sendo apenas quem era
Fingir não era opção
Eis toda ilusão
Os outros fingiram tão bem
Que pareceu ser verdade
Era tudo, a vida e tudo mais
O tempo todo
Bem mais frágil
Que a Ilusão primeira.
Edson Ricardo Paiva.
Quando eu era criança os sinos tocavam
Num tempo em que as igrejas os tinham
e que valia à pena ir à igreja
Num tempo em que as águas eram limpas
Um tempo de gente distinta
E até as assombrações tinham respeito
Hoje olho e não vejo mais jeito
Não há mais mistérios
O mistério é descobrir
Como eles puderam existir ?
É manhã e eu sou criança
minha mãe mandou-me ir
buscar o pão e depois
servir café para meus irmãos
há fila para comprar o pão
e eu entro na fila
então eu me lembro
que ontem
eu não era mais criança.
há anos nem pisava nesta vila
Eu voltei a ser criança?
Arfa, então, meu peito:
Meu Deus, isso é perfeito!
Meu coração Jubila
meus olhos brilham tanto
de alegria e de encanto
que reluzem, da retina à pupila
meu peito rejubila
olhando a luz do dia
que no Céu cintila
inesperadamente
estupidamente
minha razão oscila
então
eu penso:
Será que isto é um sonho?!
maldito pensamento!
aquele breve e feliz momento
era tão frágil quanto a argila
Eu volto a ser quem era
acabou-se o esquecimento
aquela sensação
deixa alegria e sofrimento
trocaria este dia
por apenas um momento
um momento que havia
recebido
como grata cortesia
por tão feliz que era
fui me perguntar
se era apenas fantasia,
deveríamos sempre aceitar
e nunca questionar
aquilo que nos faz felizes
quem duvida da felicidade
torna-se infeliz
por toda a eternidade
Quando a gente era criança
e a mãe deixava sair
Depois da chuva
a gente podia então
dividir a rua
e fazer guerra de barro
Eu puxava o galho baixinho
E chovia de novo em você
Que escrevia meu nome
com folhas
O vento carregou meu nome
o tempo passa e tudo some
Fica a saudade
Que a chuva carrega
pra terra da recordação
Em vez de barro
Hoje a chuva
Faz tristeza
Hoje a Mãe deixou sair
Mas eu queria
ficar no quarto
e tentar ficar contente
ao lembrar
Que um dia
Eu podia puxar a folha
E então via chover
Novamente
Sobre você
Que ria.
Juliana.
Menina linda
Minha linda menina
Amor de criança
Que nos meus
tempos de menino
Fez conhecer
A luz do Divino amor
Amor que ensinou
O quanto a vida
Pode ser bacana
Às vezes a vida engana
e chega a parecer triste
pra mais tarde a gente ver
A Luz que da Luz emana
Luz que vem de Juliana
Só quem te conhece pra saber
O quanto é bom viver
E poder ver
O sorriso que sempre sorriste
Quando me via chegar
Meu coração leviano
também bate
Por Lavínia e Alessandra,
Ana Júlia e Beatriz
Outros poemas já fiz
Por Marina ou Mariana
Outros sorrisos eu dei
Por Giulia e Nathaly
Por Simone ou por Luana
Por Larissa ou por Andressa
Por Aline e por Vanessa
Por Alice e Maria, Laurinha ou Giovana
Meu coração se arrepia de lembrar
do momento solene
Do dia que conheci Shirlene
e toda menina que mereça
Permanecer assim, na cabeça
Assim como sempre penso
Em Ana Paula ou em Verônica
Manuela, Isabella, Mirella ou Carlinha
Por Patrícia, Menina bobinha
E por Sandra, Menina malandra
Amor que no peito fica
Quando lembra da Vivica
Porém, hoje eu escrevi
Um poema pra dizer
Que meu coração
desde sempre
Bateu contente
por você
E é claro que a gente precisa
Lembrar da Maria Luiza
Mas...você não é mais uma
Você é única e divina
Você é e sempre foi
Minha linda menina
Hoje eu mando este simples poema
Qual se fosse uma oração
Que eu oraria uma semana
Cantaria esta canção
pra você
E somente pra você
Juliana.
Sem compreender muito bem
O Mundo
Tentando entender
A Lua
Assustado igual criança
Que atravessa a rua
No colo do pai
Superando a vida
Passo a passo
Igual à qualquer outra
Alma perdida
Que não sabe onde vai
Ele ia assim mesmo
de qualquer jeito
todo dia
E pensava sinceramente
Que aquela condição
O fazia diferente
E assim
Colheu seus anos
Viveu sem fazer planos
Cumprindo a parte
Que lhe cabe
E um dia partiu
Sem saber
Que a gente
Também não sabe.
Quando a gente era criança
e a mãe deixava sair
Depois da chuva
a gente podia então
dividir a rua
e fazer guerra de barro
Eu puxava o galho baixinho
E chovia de novo em você
Que escrevia meu nome
com folhas
Faz tempo que o vento
carregou meu nome
O tempo passa, tudo some
Vão-se com as escolhas
Fica a saudade
Que a chuva carrega
pra terra da recordação
Em vez de barro
Hoje a chuva
Faz tristeza
Hoje a Mãe deixou sair
Mas eu queria
ficar no quarto
e tentar ficar contente
ao lembrar que um dia
Eu podia puxar a folha
E então via chover
Novamente
Sobre você
Que ria.
Uma vez
Quando eu era criança
Uma das mães
Que a vida deu
Me contou
Que a vida cansa
E
Que não seria mansa a minha
Mas
Que era a missão
Que alguém escolheu
A ausência de mansidão
Que o tempo trouxe
Não deu-me tempo
de parar para pensar
Em muita arte
Que fiz ou
Queria ter feito
Mas nunca permitiu
Que se afastasse
A lembrança do Rosário
Que desfiou
Aquela Mãe
de nome doce
Que nunca afastou-se
de verdade
E eu a vejo às vezes, ainda
Quando abro os olhos pela manhã
Isso permite
Que eu suporte a saudade
De minha velha Mãe Maria
E aquela expressão, tão linda!
De me olhar
Como quem olha a um filho
Que nunca haveria de pisar
Um tapete vermelho
Eu queria apenas vislumbrar
As lágrimas
Que ela previu naqueles dias
Sentado em seu colo quente
Não calculei mágoas tão frias
Hoje sei
Que caminhei por boa parte
Sei também
Que não foram mais sombrias
Devido àquela doce companhia
Que me fez e faz ainda
Minha doce e amada Avó Maria
Que cedo assim
partiu para o Mundo
Porém,
nunca apartou-se de mim.
Uma criança perguntou-me
o que é sucesso
Não sei como alcançá-lo,
acho que não
Portanto, não sou indicado
a descrevê-lo
mas, tentei, com certo zêlo
traduzí-lo para aquela criança:
Creio que sucesso
É não estar presente
no início de algo bom
Mas ser chamado
a estar por ali
Quando aquilo estiver
perto do fim
pois quem te chamou
talvez tenha a esperança
de que assim, não acabe,
Ou, quem sabe, termine melhor
Sucesso é não pôr preço no que faz
Não dar o endereço a ninguém
E mesmo assim, as pessoas quererem saber
onde você está
E dizerem
que realmente não tinha preço
Os sorrisos
que você distribuiu de graça
Ter sucesso
é quando não é preciso
Pedir licença e nem acesso
Mas não porque
você seja alguém importante
ou arrogante
ou tenha ingresso permanente
Pois o sucesso está no fato
de você ser amado
por muita gente
e as pessoas pensarem com certeza
Que a sua presença garante
Que mesmo que aquilo
que está ruim não melhore
Mesmo assim,
haverá de não perder
a beleza que lhe restava
Sucesso,
é quando gostam da convivência
com você
e quando você não está
Perceberem sua ausência
Sucesso é poder diminuir a dor
daqueles que perceberem
que quando fizeste algo
jamais o fez por dinheiro
e, sim, por amor
Sucesso é algo
difícil de alcançar
é não cobrar, mas mesmo assim
honrar
todos os seus compromissos
e estar compromissado com o bem
sem dizer isso a ninguém
Portanto, aqueles que o alcançam
Nem ao menos sabem disso
Eu penso que ainda sou criança
e peço um pedaço de doce
eu queria um pouco de bala
Fico rouco de chorar
Minha mãe me chama
Pois meu tempo está passando
Eu penso que estou numa festa
provo a bebida que alguém me trouxe
Eu ouço o que você fala
fico louco pra dançar
Porém eu vou pra cama
Pois meu tempo está passando
Eu vejo e meço
O tempo que ainda me resta
a cada dia um desenlace
E o coração se cala
Nessa hora eu penso em orar
Pois Jesus me ama
E meu tempo está passando.
Eu criei em minha vida um caldeirão
Usei para isso a magia que me surgia
desde criança, quando em meus primeiros dias
ficava triste por não saber
A causa e o motivo das coisas que aconteciam
tanta emoção guardada aqui no peito
Querendo sair, era tanta coisa junta
Eu as fui transformando, então
Em poema e poesia
Escondendo ali minhas perguntas
E prossigo fazendo isso, hoje em dia
tanto tempo passou
Muita coisa me disseram e fizeram
Em muitos lugares tentei entrar
Mas ali, respirava-se outros ares
alheios aos meus, ali não me quiseram
Voltava então pra casa
E com o tempo eu aprendi
A tornar esses sentimentos
Em algo que pudesse dividir
Buscando a beleza
Que pode existir em toda tristeza
Compartilhar também as alegrias
Que eu sinto hoje
E que ainda me surgem do mesmo jeito
desde aquele tempo em que eu ainda vivia
buscando a causa de tudo que acontecia
tentando descobrir como funciona a magia
que pudesse transformar
em beleza e alegria
os tempos que eram apenas
os meus primeiros dias
A sua criança que mora dentro do seu coração ❤️
Feliz dia das crianças!!!
Desejo a criança que vive aí dentro de vc, um feliz dia das crianças, essa segurando um regador verde e azul com bolinhas brancas, procurando para regar o coração da humanidade com o néctar do amor.
Criança linda bem viva, nunca deixe vc criança que existe aí dentro do peito desaparecer, porque um pouco de inocência é bom às vezes, um sorriso bobo é bom quase sempre, um tanto de felicidade é essencial sempre! Colha as margaridas rosas violetas em torno do seu caminhos, haverá a magia! Não deixado o medo ridículo te guiar!!!
Paz e amor!!!
Desconhecido
certa vez, quando eu era criança, uma sabia mulher me falou:
“Minha querida, a vida é uma grande decepção. Porém, de tempos em tempos, momentos muito bons irão surgir. Eles farão com que a sua esperança seja renovada e você continue querendo viver e sonhar. Quando os caminhos não estiverem promissores, foque no que já viveu de bom. Dessa forma, fica mais muito mais fácil suportar as dores e as rejeições da vida. Se você não tiver sonhos, irá se sentir perdida e destroçada. A vida vale a pena por causa das possibilidades e das oportunidades que surgem de vez em quando.”
PASSAR POR COISAS RUINS FORTALECE O CARÁTER, SERÁ?
Por exemplo, uma criança que passa por bulliyng por vários anos enquanto sua personalidade é desenvolvida; ser estuprada(o); divórcio dos pais quando muito novo.
Talvez nesse tipo de crença, não se conheça as palavras trauma, estresse pós-traumático; e outras advindas de experiências trágicas, ou possa haver uma tentativa de a pessoa que ouve isso se conformar.
Em alguns casos, a experiência de algo difícil, pode ajudar a pessoa a se desenvolver, pois ela conseguiu suportar o peso sem ser esmagada por ele, deu significados importantes e o que foi ruim serviu como aprendizado.
A criancinha x Acre ânsinha
"Uma criança desconhecida por doenças que entram na criança usando venenos e saem usando doses amadas por Deuses, por onde a doença entrar sairá uma cura usando outras coisas como a criança sair em aventura, poemas e poesias nas alturas dos espaços confinados? Porque curar uma doença quando amar criança é ilegalidade em você? Quando curar uma doença porque amor criança tem legalidade?
Eu sei! Isso doente entra essa coisa da cura, sairá amando você ou românce infinito numa filosofia única ao diferente dos iguais e igual aos diferentes "
O REFLEXO DO LOUCO
Não sou louco!
Perdi apenas a alma da minha criança.
Não tive infância.
Sou história da pele com cor.
Para que uns possam agora ser livres,
Eu sou dos que entregaram as suas vidas,
Para que o futuro desfrute dessa liberdade.
De dia, sento-me nesta bahia,
para ver o meu reflexo no céu.
Aos poucos vou perdendo o medo de partir.
Fui abençoado por Deus.
À noite, desperta a minha alma encurralada,
Presa nesta cabeça de memória farpada.
Sou monumento vivo de um conflito armado.
Mas eu não sou louco!
Sou dono para decidir o momento da minha viagem.
Vou ser uma estrela bonita e vou-te visitar!
Sem ordens de ninguém.
❤️
Filipa Galante in
Conversas com o "Louco" da Bahia de Luanda (2011)
Afetividade de Zero a Três
Quando somos professores esquilos...
Criança pede afeto não só na hora do ninar no colo, mas também na hora da troca de fraldas, no gesto de dar o almoço e/ou quando auxiliamos durante as suas refeições. Elas pedem também na hora de agacharmos para falarmos firmes no momento em que temos que corrigi-los quando não controlam suas emoções.
Criança lê alma, olhares e também nossas intenções. Com essas leituras, ela sempre saberá quem os corrige com afeto ou não.
A maneira como nos posicionamos diante de uma criança com suas birras e imperfeições, afetarão esse ser em formação, de sua tenra idade até sua fase adulta, positivamente ou não.
Temos que refletir sobre nossas posturas, praticando a empatia. É tão fácil quando não esquecemos que um dia já fomos crianças, muitas vezes arteiras, com mudanças de humores e com nossas imperfeições.
Jamais devemos esquecer de uma verdade...
O exemplo somos "nozes"
Eu fui uma criança/adolescente estranha... quando menina gostava de brincar sozinha na minha casinha que ficava escondidinha no quintal; aos 13/14 anos lia K. Gibran e muitas vezes preferia ficar sozinha lendo ou escrevendo na minha Remington ( não sei bem o motivo... mas acredito que entre todos foi o melhor presente que o meu pai me deu), matava algumas aulas de religião e educação física para ir namorar na praia deserta durante o inverno. Detalhe importante: eu namorava o Mar.
Eu continuo estranha...
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