Caminhando
O andarilho e o nojo:
Muito me incomoda o andarilho,
alguém caminhando fora do trilho, sem rumo, crenças mundanas e descompromissado...
Um ser quase inanimado, transcendente, desinteressado, bi-dimensional...
Animal sem presas sujo e fétido, vestido de carne putrificada.
Esse ser errante é agressão viva, às concepções das minhas moralidades esdrúxulas!!!
Combatido e não vencido, é como um Deus encarnado que escarra, mija e caga na cara do mundo, sobre a face da alma desesperada e disfarçada!
É uma presença tão incômoda que parece dizer: Será que você não vê a verdade à sua frente, idiota?
O andarilho, esse ser errante quase ilusório e transitório existe pra me incomodar, toda a santa vez que os meus caminhos se cruzarem com os dele; derramando sobre mim o meu próprio nojo.
Coral Da Madrugada
Caminhando sozinho altas horas da noite que horas são? Apertando o passo para chegar mais rapido é o que quero então
E nesse caminho tudo parece um pouco assustador, o vento fino faz o clima ter um pouco de pavor
Na árvore tinha uma coruja e eu pensei não cante faz favor
Olhando para o lado vejo um gato miando e um grilo cantando com isso eles fazem o coral da madrugada
Caminhar sozinho essa hora é difícil ainda mais quando a luz do poste está apagada
De onde estou vindo? Não me lembro, só sei que amanhã um sermão vou estar ouvindo
Mas agora quero chegar em casa custe o que custar, se for possível vou correr até ficar sem respirar
O silêncio da madrugada vem com um ar de mistério, pensei nisso quando passei perto daquele cemitério
Oque será que pode ser perigoso agora? Fantasma? Monstros? , seja qual for eu saio fora
Passo perto de um andarilho e paro pra conversar, coloco a mão no bolso com dinheiro quero o ajudar
Fiquei ali uns minutos ouvindo ele suas histórias contar
Estou caminhando só, mesmo assim não sou digno de dó
Oque pode ser tão assustador que você não possa enfrentar? Enfrente a escuridão para o caminho encontrar e assim seu medo libertar.
Na certeza de dias melhores, vou caminhando... Passos lentos, cansados, exausta de andar, andar e andar e não chegar a lugar algum. Os olhos são como o rio a desaguar, a cabeça já não se aguenta de tanto pensar. A certeza de um futuro incerto é o que me resta. A certeza do caminho longo com destino desconhecido é o que me guia. E Deus? Uma hora me pegará no colo, como a mãe carrega seu filho que acabou de chegar ao mundo.
[...] Multidões caminham cegamente pelas ruas, e caminhando vazias ou esvaziadas, seguem seu rumo preestabelecido pela sorte sem se importar com o seu karma. Existir é mais que isso.
NADA LEVA
Em plena tarde chuviscada, caminhando silenciosamente pelas ruelas da necrópole, o jovem servo observava assustadoramente com certa admiração, as estranhas esculturas sombrias dos monumentos dos jazigos. Perguntou ao seu Velho Sábio: Mestre, o que é a vida diante da morte? O Sábio parou de caminhar, fitou um olhar sereno em direção a um suntuoso sepulcro, respondeu-lhe: É você devolver tudo o que tomou emprestado da vida.
Reflexões Chá da Vida
<Chiquinho (Sexta-feira treze)>
Quando a morte nos abraça e segue caminhando a nosso lado, falando baixinho em nossos ouvidos os seus segredos mais bem guardados,
ela parece querer que ninguém desconfie que seus intentos são engenhosos:
- Uma queda da própria altura, um tropeção imbecil
e a cabeça explode em uma quina qualquer...
Quando a morte nos abraça pelo caminho
é o nosso descaminho que ela quer.
Não foi a cachaça maldita
nem esse bendito calor
caminhando pela rua do bairro, esquivou-se pra despedida
veio a morte enxerida e com um abraço apertado o golpeou.
Tentaram reavivá-lo... Não teve jeito!
Já estava confortável em seu leito chão.
Todos diziam que ele era um bom sujeito
mas agora caído, morto, duro e frio o que dirão?
Chamavam incessantes por seu nome:
- Chico! - Chico! - Chico! - Chico...
Tentavam reavivá-lo, faziam massagem em seu coração,
respiração artificial, preces a Nossa Senhora Aparecida...
Mas ele já estava confortavelmente acomodado em seu leito chão.
Descansava da vida
da sua nada mole vida
em vida.
Todos perplexos já haviam entendido
encerrara-se mais uma vida, secara mais uma flor
e aquele corpo duro e frio contorcido na avenida
padeceu feito outros tantos todos os dias, o motivo: - desamor.
Caminhando
Distante de minha casa
Caminhei até cansar
Cansei de correr
Para poder aproveitar
Aproveitar aquela vista
Que só me fez me encantar
Encantar com a natureza
Fico feliz só de lembrar
Lembrar das cores do arco ires
Daquele grande caminho de amor
Aquela longa jornada sem dor
Era só eu e os ventos
Batendo em meus cabelos
Sentindo a alegria de viver
Viver sem medo
Viver com sorriso no rosto
Viver sem pensar no dia seguinte
Seguindo em direção a um sonho sem fim.
Foi caminhando que aprendi parar
Foi errando que aprendi acertar
Foi vivendo que aprendi pensar
Foi se iludindo que aprendi amar
Foi perdendo que aprendi ganhar
Foi caindo que aprendi se levantar
Foi nadando que conheci o mar
Foi tropeçando que aprendi caminhar
Foi lá no final que aprendi chegar
E é te querendo que penso em amar
E sobre te olhar é querer mudar
E muito mais que apenas acertar
Caminhando na calçada percebi
Que de mais nada eu sabia
O mundo lá fora não é o mesmo
Não era o mesmo mais para mim
Ou apenas não o reconhecia mais
Que mundo é esse?
Vou me encontrar,
Caminhando devagar,
Cuidar do que falar
E com cada movimento
Procurando o equilíbrio
Há todo momento
Letras Em Versos de Edna
A menina que se foi
É ela, que nunca sabe por onde anda,
Sempre caminhando só pela multidão,
Tentando encontrar o amor,
Ela se foi...
Quando voltou nada bom achou,
Ela sabe que algo faltou,
Faltou condição,
Faltou calor,
Faltou ser,
Faltou...
Tanto de lá quanto de cá,
Ela só não concluiu se quer amar,
Juntou-se uma multidão e condenaram seu coração,
Que apertou... Com isso ela nunca se achou,
Bom que nunca significa um advérbio que muda.
Pegou tantos desvios, tantos corpos,
Não cobrou presença em troca da sua ausência,
Ela só queria um motivo pra não sentir dor,
Ela só queria conhecer o que se foi.
Ela queria ter vontade, fuga, alguém,
Pra entrelaçar os dedos, misturar os pés,
Juntar a noite, pra ser o certo ou incerto,
Alguém pra contar, sobre seu jeito de gostar.
Sobre por onde andou,
O quanto tem valor o que você aproveita,
A receita do bem do seu jeito, que só ela tem de abraçar,
Que seu amor vem de graça, e isso só para começar,
Que ela é a primavera e vai mudar ou já mudou.
São tantas estações foi o que ela disse,
Que ela pode ser o que for pra ser,
Então será. E ela andarás para dizer,
Quando for será o que tem que ser.
Ignorando a indagação do seu coração,
Ela sabe que não quer ser abstraída nem encadeada,
Que é a hora de deixar o disco tocar e lhe olhar,
Sem furar seu coração e só o disparar.
A cola que a juntou é firme,
Já o depois é um pedaço do que ela acreditou,
E daqui é a espera, que a pena não sabe se vale existir,
O dia é incerto, e aos poucos talvez ela volte a ser ou a mudar,
Existe uma grande espera sobre ela amar.
Estou caminhando entre uma multidão
E um vazio faz morada dentro de mim
A saudade maltrata esse meu coração
Nada consegue me fazer sorrir
Sem você minha vida é solidão
Só ao teu lado me sinto feliz
Hoje em minha cama só resta recordação
O teu cheiro ainda está grudado aqui
Agora sinto que o frio mais frio fica
Se não há você em minha vida
Minha primavera perdeu suas flores
E em meu arco-íris acinzentaram as cores
Não existe outro alguém
Que meu coração consiga amar
Não existe outra mão
Que minha mão queira segurar
Não existe outro corpo
Onde meu corpo queira se abrigar
Não há ninguém
Que ocupe o teu lugar.
Acho que ter coragem não é a ausentar-se o medo, é algo a persistir e continuar caminhando apesar do medo .
-LEEX
►Legado De Um Senhor
Caminhando sobre uma estrada de terra, eu vou
Com apenas meus sonhos como mala,
E a saudade da minha casa
Parto para voltar um dia e reformá-la,
Antes que o tempo acabe com o aconchego que ela me dava
Conquistar o mundo e dá-lo aos meus pais
Sem eles nada seria possível
E é lá na minha terra que jaz
O sentimento que deixarei quando me for.
Um imigrante, viajante, a procura de um lugar
Desbravar as colinas que cercam o meu país
E um dia, talvez, eu chegarei onde sempre quis
Aqui, em casa, no quintal com pequeno jardim
Rodeado de tulipas e de minhas pequenas sobrinhas
Contando para elas as desventuras de minha vida,
Deixando para elas as experiências vividas,
E simplesmente me deitar sobre a grama verdinha
E descansar, sabendo que dei a elas o que nunca pude ter,
Liberdade e condições para viver, inventar e aprender
Dei a elas o poder de ter e também de oferecer.
Caminhando sobre uma estrada de nuvens
Despedindo-me dos sonhadores deste mundo
E lá em cima, me verei junto de meus amados pais, e avós
Esperando ter feito o meu melhor,
Para que os herdeiros tenham uma vida sem dor,
O amor será o legado deixado por este futuro senhor.
Ali pela janela era possível ver as pessoas caminhando devagar. Não pela falta de pressa com os compromissos ou de entusiasmo, mas porque escolheram apreciar a garoa cessar, a neblina se dispersar. Casais se namorando com os olhos e olhando as vitrines, na esperança do sol nascer. E se ele não viesse, tinha valido a pena diminuir o ritmo do mundo para sentir o compasso do coração. (Vida pacata - Victor Bhering Drummond)
Espero nos meus passos vivendo
Parados, caminhando, correndo
Espero no olhar, ver, sentir, amar
Espero da vida, viver, justificar
Peso dos meus problemas
Caminhando na estrada da vida, encontrei-me com o cansaço. Indaguei por que ele insiste em aparecer no meu caminho, o porquê de seus fardos serem tão pesados. Ele me respondeu dizendo que ele dá sentindo à minha vida. Disse- me que quando eu não me encontrar com o cansaço é sinal q minha vida perdeu o sentido, pois o sentido da vida é se cansar, parar para refletir e continuar a caminhada com mais forças. Isso é evolução!
