Valter Bitencourt Júnior

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Sintomas

⁠Fonte a brotar linfas,
E seus cabelos soltos
Ao vento. – Guerreira.
Bravo o cacto a
Brotar no chão,
E vejo a sua beleza.
Aroma a exalar
Pelo ar, abuso de
Palavras é sinal
De amor. Apaixonado
Estava, rosa a face
Da amada,
Sinal de vergonha
Pode ser sintoma,
De querer…

Valter Bitencourt Júnior
Eldorado: Coletânea de Poemas, Crônicas e Contos, 2014.

⁠"Não vote em quem usa a religião para se eleger", li isso nalgum lugar, acho gozado, porque mesmo que não usem a religião, o político em tempo de eleição engana o povo fazendo o papel de "bom camarada", surge sobras de asfalto para asfaltar um bairro e outro, surge atendimento médico comunitário "gratuito", distribuição de alimentação... Quanto vale o seu voto? Tempo de eleição gera emprego temporário, tem gente que faz boca de urna, vende a própria imagem para os amigos e gente da família. A sociedade é subordinada ao sistema que vive, e paga para manter o sistema que também bate, oprime e até mata - vivemos numa verdadeira desigualdade e exclusão social. Quanto a religião, a política já é uma espécie de religião, onde muitos depositam a "crença" em um ou mais político para depois se decepcionar. Como em um dos textos de Elisie Reclus, mais ou menos assim: "votar é dar o direito a outro fazer o que a gente pode fazer", o sistema nos engana, porque queremos alguém que faça por nós, assim muitas das vezes cruzamos os bracos e esperamos que caia um milagre do céu. Uma coisa é certa, transformação social quem faz é a sociedade, que manifesta, protesta, reivindica os direitos. Em questão de revolução, não se faz revolução da noite pro dia. Quem não tem a sede, de que tudo posse melhorar para todos? Quanto a política, nem todos quer ser ateu!

⁠Em tempo de tédio
Abriu o caixão
Pegou os discos
E as fitas
Ligou a vitrola
E ressuscitou os mortos.

⁠Viver

É gostoso
Você saber
Amar a vida
É como você
Se banhar
Em um mar
De pétalas
De lírios
E sentir
O cheiro
Do lis
Vagarosamente.
É belo
Saber viver
O dia
Não deixando
Que ele escureça.
...
Não deixando de sentir...

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Amor clandestino

Em toda minha vida
Subirei penhasco;
Subirei a plenitude;
Subirei o sublime;
O Monte Evereste,
O Cristo Redentor,
Degraus curvosos...
Apontarei que Maracujá
É a minha vida;
Sem Maracujá
Não sobrevivo;
Sou de Valéria
Mas beijo o interior
Da Bahia
Primeiro subirei
O infinito...
Para chegar
Ao maracujá!

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Amor inefável

É inefável
A tua clemência!
O teu martírio, inexorável...
É mister
Saber cuidar-se.
Nem sempre
Se encontra uma mão,
Cuidado!
O seu coração
Que tanto
Sofre
Ficará lasso
Constantemente.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Pretérito do passado

Paixão!
Cores quentes...
(Que sonoridade).
Não! Não...
Por que roubaste
O meu ser oculto?
Miserável!
Deixo-me no nada.
Arrancou-me, mutilou-me
Deixando-me no além.
Ingrata,
Seus rastros
Voltaram
Para tentar roubar
Este lugar vazio
Que você me deixou
-pretérito, quero distância
De ti. ⁠

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Fragrante

Assim como o aroma
Você me transforma!
Mirando o universo
Deixa-me no ar
A cada vento
De todos os momentos,
Não me esqueço
De você inadmissível
Fragrância
Vinda de todas
As partes do universo!

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Foi amor

Não sei como
Mas tudo rolou,
Me entreguei a você
Da cabeça aos pés.
Tudo foi chamas
Que hoje se apagaram,
E só me restam
Lembranças.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Amor

Não! Pode levar-me
Nessa sonoridade
Eterna
-quero ir contigo.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Musicalidade

Vem distante
Não sei de onde,
É suave,
Não sei como
Esta caminhando
Pelos ares...
É uma música
Que vem
Da primavera.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠O amor

Acabou!
E tudo, tudo
Se desfaz
Em gotículas
Angustiadas!

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Pileque

Desgraça alheia
Oh! Vida insignificante
Pra que tantos passos errantes?
Passos que deixam rastros
Não laváveis,
Sua euforia é disfarce.
Sequer
Sabe-se o fim
Terminados em discussões ou distorções
Por que nos fustigas,
Descabível pileque?
Desgraça do homem
Desse seu sorriso
Prefiro distância
Distância que me deixará
Marcas.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Se tudo for um contraste

Cristais,
Brilho do dia
Luz da vida
Diamante.
Luz da noite
De todos os amores.
Alexandrita
Se torna tragédia,
Cedo mais tarde,
Vira esperança.
Volto à terra
Os seres são tesouros
Cheios de brilho,
Mas distantes
Sem valor.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Te amo

Sai facilmente
A palavra:
Te amo;
Com um toque
Brilhante em sua face
Seguindo, e vindo,
E controlando...
O seu sorriso
Constelar
Linda despedida
Da manhã!

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Palavras

Senti na pele amargas dores,
E vi as minhas palavras
Como um refúgio…
Não sei se a minha
Vida será lembrada,
Ou se serei uma passagem
Na escrita. Sinto o tormento,
E em mim um vazio,
O chão que fino sinto.
Um falso chão, e palavras
Que não aprecem serem
Vistas. Quero gritar, e a minha
Voz se esgana, e sai sopro
De minhas dores… Sei que
Fui poeta, poeta perdido no
Nada, poeta sem destino,
Poeta que a vida jamais
Soube preservar, não sei
Se viverei a anos, e se serei
Aplaudido pelas minhas palavras.
Um poema não está no espaço
Por está, eles são muito mais
Que uma pessoa, mas
Que custa os sentimentos
Objetivos, e subjetivos
De uma poeta.

Ilusão

⁠Nuvens em neblinas,
Quebras de mar
Na areia
Ondas de ir
E voltar.
Seres de segredos,
Mundo de brinquedos,
Quimeras de poeta
Em um novo lar.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Triste

Triste, triste é você
Voltar atrás e estar
Tudo perdido.
Triste é você morrer
Sem o amor,
Sequer florescer.
Triste é você
Olhar o mundo
Em lágrimas...
Difícil entender!
Triste é esconder
O que está
Escondido
Entre montanhas
Imaginarias.
Triste é viver
Desabitado
Ou delírios constantes.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Monólogo de um ser apaixonado

Não agüento ficar distante
De você,
É como estar faltando
Alguma coisa em mim.
Não sei o quê!...
Gostaria de traçá-la
Nas nuvens,
Mas mesmo assim
Triste!
Pois sei que elas se desmancham!
Não sei se suporto
A sua distancia
Mas queria
Morrer abraçado
Com você!

⁠Teu pensamento

És uma partícula
Menosprezada,
Assim como
Uma gota
De água
Pelas terras secas.
Não há nada que se
Equipare ás tuas
Angústias infinitas!
E mesmo assim,
Num olhar distante
O gritar
De uma gaivota...
Não sei se é o teu
Pensamento.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Contraste

Se o iniciar
De um ano novo
Fosse o iniciar
De boas ações,
Seria gostoso.
Assim como um poeta
Escreve coisas puras,
Se o mundo fosse verdadeiro
Seria tanto gostoso,
Quanto triste
O mundo sempre
Nos prega contraste. ⁠

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Aurora

Quero me alimentar no amanhecer
E sentir a aurora em formas de
Vento, e ver o por-do-sol
Por entre os montes.
Quero criar imagens de poesias.
Quero escrever palavras escolhidas.
Sei que tudo pode ser passageiro
Em tudo aquilo, que nem sempre,
Pode se condensar pelo ar.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Liberdade

Exercitar o coração poético
Quando tudo está a saltar;
E proteger o coração terno
De todo o mal estar;
E superar a vida
Jogar na sorte de um sonhar;
E saber do nada meditar
Meditar a paz na alma.
É saber de tudo ser livre
Mesmo que não exista
Liberdade.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Passos

⁠Teus olhos estão ao vento,
Descendo cachoeiras,
Ao mar feito pingos
De chuva.
Tento avistar cada elemento;
Tento gozar cada momento;
Tento beijar cada movimento,
Lasso ao sol até cada crisântemo
Tenho de avistar tudo
Em um clarão
E ver tudo em neblina
Mentir para continuar;
Partir para atenuar;
Progredir para averiguar;
Cada passo inusitado
Vou gritar ao mundo.
Cada poesia feita em chamas
E vou murmurar cada
Perda e ternura.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Maravilha

Desejo alegrias a todos
Neste mundo que derrama
Sangue tão negro.
Desejo as sete maravilhas,
Para ver o seu sorriso
De acalanto.
Desejo sorte, para ressuscitar
Os seus olhos distantes,
Que não querem enxergar
O belo.
Desejo o progredir, o amém,
Para você...
Porque sei que é preciso
Amar a si mesmo,
Amar a vida,
E erguer uma bandeira
Na amplidão.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.