tadeumemoria

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A vida jamais será insignificante enquanto houver sonhos e paixões...

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É pecado não pecar por amor...

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ENQUANTO HOUVER SONHOS
Ontem ela virou a esquina como se fosse dona do mundo, levou a lua e a estrelas com seu magnetismo, e eu fiquei ali com um copo e os meus fantasmas; éramos anjos do mesmo éden, ela seguiu com a luz e eu fiquei comigo mesmo e a noite; falavam de corrupção, insegurança, criminalidade; todas essas coisas que a gente vê diariamente na mídia, e particularmente eu tinha solução paratudo isso. para combater o tráfico e a fragilidade do sistema carcerário; estávamos todos ali diante de um jogo de dama e um dominó; de vez em quando uma o outra piada sobre as preferencias clubísticas de um ou de outro, sobre deslizes e infidelidades de alguma esposa e brincávamos com coisas seriíssimas, como se fossem banalidades; como se aquilo não abalasse nossas estruturas emocionais.
Tomei mais algumas doses e cantarolei alguns boleros, como se assim, ninguém percebesse como me abalou a sua altivez, a sua aura, sua indiferença. Ela passou como um cometa, como se fosse parte integrante do sistema planetário; como se sua presença fosse parte indispensável à harmonia etérea . fiquei ali doendo a minha insignificância, tolerando sorrisos fáceis e palavras levianas; um falatório gratuito sobre a essência corrupta e indolente do nosso povo; sem o idealismo nato por honra e dignidade; afinal era o que me restava; mudo fiquei com minha mágoa, jamais falaria dessa paixão, e então a vida continuaria insignificante... não, não; jamais a vida seria insignificante enquanto houvesse sonhos e paixões; mesmo aqueles estavam ali, ébrios e desesperados, amuados com suas crises e seus vícios; desesperançados, mas se houvesse sonhos e paixões... se houver sonho provavelmente há paixões. O sonho faz orvalhar em qualquer deserto; paixão e sonho frutifica em qualquer solo. Ontem ela virou a esquina como se fosse um sonho; orvalhou sobre a minha paixão... parecia indiferente, mas era só dissimulação, era um jogo; o jogo jogo que me trazia aquela ansiedade, o jogo irresistível e fascinante do amor.

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SOBRE PAIXÕES LACÔNICAS
logo mais, vagalumes, lumes vagos
as estrelas caem sobre as amendoeiras
e as ilusões derramam seus êxtases
sobre paixões lacônicas
a vida torna-se cônica,
a dor torna-se crônica;
ninguém acredita em crepúsculos...
vou beijar minhas ilusões com a mesma ternura
vou contar minha história
de amor com a voz da loucura;
o amor é eterno, o amor é infinito;
vai prosseguir nessa estrada que sou eu mesmo
com o mesmo romantismo nos beijos
e abraços de outros amantes,
mais, ou menos românticos;
mais, ou menos loucos,
para perceberem ou não as estrelas
caírem sobre as amendoeiras...

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As ilusões derramam seus êxtases sobre paixões lacônicas

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Você não sabe que depois vem outro dia
Com outras paisagens e outros ocasos,
A vida é transitória e o nosso orgulho pune a alma,
Depois vem outro dia com outras necessidades
Uma sensibilidade maior vai te fazer perceber
O que verdadeiramente é belo
O que verdadeiramente soa bem aos ouvidos;
Nesse tempo o grasnar das gralhas vai ferir teus tímpanos
E a primavera de cigarras e pardais vai estar bem distante...

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ela se deita e diz que a vida é bela
e que a beleza de tudo é
por ser bela
se eu sou poeta ela é a poesia
poesia é a criação,
poeta é o criador, ou não?
ou pra ser venerada
a poesia criou o poeta
e o poeta apaixonado inventou o amor?

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meu piano
ando tão piano
tão piando
feito frango
prestes à rango

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CIRANDA
Ela beijou a manhã porque ventava
E aqueceu a manhã porque aqueceria
Se fosse manhã de sol
Mas ela molhava a manhã
Ela chovia uma neblina mágica porque era primavera
E todas as primas cantariam
Se ela tivesse primas,
Uma ciranda harmonizaria a família
Se ela tivesse família
Ela só tinha o tempo, o vento, a rua
E as vezes, só as vezes...
Tinha uns sonhos esquisitos
Que guardavam o vento, o sol e a chuva
Sobre um teto bonito,
E alguém lhe penteava os cabelos
E lhe vestia um vestido azul anil
De babados bordados a bilros;
Era um sonho de um rosto bem parecido
Ou uma lembrança
Como se já tivesse sido criança
E já tivesse tido esperança...

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COISAS INGÊNUAS
O que fizemos ontem
O céu azul, o vinho, o blue e a caatinga
A arder a seca, a derramar carências
Santa demência,
Poeira branca do que foi o Jaguaribe
Deus me livre daquele olhar
A inquirir os meus desejos
Chama ardente a queimar na alma
Que quanto mais olhava mais incendiava o meu olhar
Sempre acreditei no amor das coisas ingenuas
Sempre declamei a grandeza das coisas pequenas
Mas se desvirtuei foi por paixão,
Foi por paixão que derramei o meu querer
Foi por querer que perfurei seu coração
O que fizemos ontem nunca mais se fez
A caatinga ainda rasteja, arde esparsa
Parca, incendeia, mas se chove, floresce e viceja
Porque vicejar é da flor...

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Sempre declamei a grandeza das coisas pequenas

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Eles verão este inverno no meu olhar...
Eles verão e eu inverno a derramar...

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quem já teve um amor verdadeiro
um dia e perdeu
herdou nos olhos a nostalgia...
mas perdeu seus horizontese suas referências

minha primavera, minha Vera prima
eles verão este inverno no meu olhar
eles verão o meu outono e outras estações
fases de lua e suas consequências

eles verão e eu inverno a derramar
o amor que transbordou no tempo e na saudade
quem já teve um amor verdadeiro e um dia perdeu
jamais será triste
triste é quem um amor verdadeiro nunca viveu

mas quem pode entender o amor,
o amor é um deus
ou se vive o amor e tem fé...
ou não vive e padece
e se torna um ateu

preciso lembrar que o amor me esqueceu
e que os sonhos que eu tinha
não são mais sonhos meus

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BARQUINHO DE PAPEL
De vez em quando vou a praia
Não com a frequência de antes,
Mas ainda sonho diante das ondas...

Se eu fosse um peixe eu já teria sido pescado
Se eu fosse uma embarcação já teria naufragado...
Talvez tenha acontecido em outras vidas
Com peixes espadas e um navio fantasmas
Com degoladas namoradas
Que amei intensamente e nunca as tive...
Mas ainda sonho nessa imensidão de vagas enormes
Como um barquinho de papel que sobe e desce nessa ilusão
Que viaja no passado e de vez em quando vai a praia,
E não com a frequência de antes, mas ainda sonha...

Inserida por tadeumemoria

ESQUARTEJADOS
saboreou seus dedos
lembrando o medo
das seis da tarde quando ele regressava
investigou suas golas, espionou suas etiquetas
roeu falange, falanginha e falangeta
lavou seu tênis e seus testículos
lembrou momentos bonitos
que já pareciam longe
quando fingia chupar seu sangue
e morder sua glande
fez picadinho do coração
ao som de um violino e um violão:
''mas não me olhe assim,
nem pense que eu sou ruim
e nem sou revanchista
eu só quero o céu do teu olhar
no olhar do meu céu
e me enganar que você foi fiel"

"eu rejeito o amargor desse fel
e esta angústia cruel
de imaginar-me traída...

e parecia absurdo
o ar de pânico do cadáver todo duro
com os olhos fixos e arregalados
depois vamos pra serra,
depois da serra elétrica
e da imperfeita métrica desse poema "
depois do último raio do crepúsculos
relaxa os músculos
vamos pra serra, depois da serra elétrica
vamos pra caverna dos esquartejados
te disse que nosso amor era pra sempre e infinito
terei esse olhar aflito terei teus gritos
terás companheiros: Osmar, Raul e Benedito
Perdoa! A fila anda...

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PANORAMA
A minha janela acolhe os espectros da noite
E eles cantam suas angustias
E eles dançam seus tédios
E eles se perdem em seus passos trôpegos,
Valsam suas ilusões perdidas,
Choram suas saudades
E afogam-se em arrependimentos;
Mendigam êxtases e se esvaem
Na fumaça que embaçam
A razão e a clarevidência;
Recusam-se a morrer,
Recusam-se a viver
E se entulham na madrugada
Como uma peça dantesca.
A minha janela mostra essa hemorragia
Por onde a vida se esvai,
Um panorama mórbido
Onde os loucos mergulham
E trancam suas vidas
Para todas as passagens e vias de luz...

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Quero uma paixão hipertensa
como um colchão de arames farpados...

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REVELAÇÃO
Não demora ...
A noite chora uma neblina,
A brisa fria espalha uma melancolia,
Ecoa a ladainha ...
Os sinos já dobraram uma chamada;
A igreja relampeja a fé,
O amor abraça e beija,
E a esperança pra essa dor é a esperança...
Não demora,
Gótica, a catedral ordena...
Badalam os sinos,
Os meninos abalam,
Nossos destinos baladam,
A gente dança e a dança demora,
Não demora o tempo urge,
Acorda a urbe,
O tempo voa,
A solidão povoa
Demônios, fantasmas e monstros,
A certeza dessa incerteza apocalíptica não demora...

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VOCÊ SABE ONDE FICA O BERIMBAU DO GOZA?
Seu Iteovaldo tentou explicar
Mas aos 85 anos já não lembrava direito:
"_Era um lugar bonito, de riso e de grito e admiração..."
O adolescente esperava ansioso
Sem querer saber de toda aquela prosa:
"_Só queria saber onde fica o berimbau do goza..."

_"Tem borboletas e passarinhos...
Tem uns ninhos e outros bichos e tem dois montinhos..."
Era meio poético falar assim,
Mas seu Serafim, bem vivido e bem sucedido
Imaginou que seria melhor compreendido:
_"Você desce uma alameda e tem uns matinhos
Que metem medo, mais pelos segredos que pelos perigos;
Foi assim comigo, tinha um fogaréu, vinha um vendaval
Mas depois dali estaria o berimbau..."

_"Sei não, começou seu Rui, que tinha algo de Barbosa
Comigo foi fácil achar o berimbau do goza;
Fui com Serafina, que era cega,
Surda e muda, e tateava tudo
E perguntava o tempo
E desfrutava a brisa e o calor da manhã,
O barulho das águas e o cantar das aves...
E era tão lindo aquele caminho,
Que o tempo voou e chegou a noite,
Surgiu uma nave de brilhos bonitos,
Improvisei uma rima pra Serafina
Que luzia como um vagalume,
Falava e via e me escutava,
Num impulso catei meia dúzia de rosas
Naquela magia ela já levitava,
Gemia algo que eu não entendia,
Mas lhe deixava formosa
Acho que era ali o berimbau do goza...

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INFINITO SONHAR
Não me diga o quanto a vida é bela
Ou o quanto a vida é dura
Eu tenho a ternura de todos os amores
E dos diamantes, a beleza mais pura

Não me diga o que é descartável
E o que é importante
Se eu tenho a alma e a luz da manhã...

Não me diga que é absurdo esse querer
Porque querer é viver
Talvez eu nunca mais esqueça o teu olhar

Pelo menos até que chegue a manhã...
Deixar de querer também é da vida
Ah! como dói esta dor e abre a ferida

Nunca mais vou sonhar...
Pelo menos até que chegue a noite
Com as estrelas e a luz do luar;

Então o amor não é eterno e infinito assim?...
Claro que o amor é infinito,
Pelo menos até que o amor tenha fim

ESQUARTEJADOS
Ao longe ouvia-se o uivar dos lobos, abafado pelo barulho da chuva torrencial que varria e lavava o solo dos vestígios de pecados e sujeira dos ímpios. O casebre de pau-a-pique clareava e sacudia-se com relâmpagos e trovões; a tênue luz do lampião refletia nas goteiras dando-lhes a dimensão de estrelas cadentes. Não era nada além de uma daquelas costumeiras chuvas de final de inverno, que sacudia o sopé da colina. Zuíla fazia uma oração e cantava o ofício de Nossa Senhora e se tranquilizava; seu maior temor era o vento; o vento que um dia levara seu primeiro e único amor. Aquela neblina inconsequente no final daquela tarde remota quando fazia sua caminhada vespertina contemplando a beleza do final de tarde ali no vale, tornara-se um vendaval; protegera-se atrás de uma rocha mas ouvira os gritos de Regis e pode observar sua blusa subindo com o vento para nunca mais vê-lo novamente; depois de alguns anos decidira-se mudar para o casebre próximo a colina que pertencera a seu avô para ter bem vivas as lembranças e por muitos anos viveu tão unicamente das recordações que sobreviveram à debilidade que tempo e ostracismo lhe impuseram, até que surgiu Osmar que vivia da caça e da pesca e do que a mina já desativada pudesse oferecer. Por alguns anos tudo percorreu em perfeita harmonia até começarem os passeios de Osmar pelo açude e o cansaço causado por tais passeios; Zuíla espionou e descobriu a traição, mas sabia que a vingança é um prato que se come frio. ficou por instantes observando o que agitava as águas do açude; agora compreendia perfeitamente o cansaço noturno que derrubava Osmar; mas dessa vez o vento não o levaria, pensaria em algo bem romântico; um banho na cachoeira, por exemplo, aquelas pedras lodosas e escorregadias... levaria o facão; seria tudo bem pensado bem premeditado e assim foi feito; bem semelhante a Benedito, sádico espancador de mulheres, cuja cabeça foi encontrada a vinte quilômetros levada pela correnteza do rio; o resto do seu corpo alimentou a alcateia que se protegia das tempestades na gruta; parecia uma situação cruel, uma atitude cruel, mas as lembranças mais doces habitavam o vazio da noite e ficava a imaginação daquela silhueta cavalgando em contraste com o verdor das colinas; a noite era fácil ouvir seus passos sobre as folhas secas do quintal ou o cantarolar melancólico de canções ao longo das madrugadas que marcaram nossos momentos. Não, não era cruel imaginar a alcateia rasgando suas carnes ou quebrando com mandíbulas vigorosas, suas mãos que jamais acenariam nenhum adeus. Suas cabeças estariam sob alguma jaqueira ou mangueira que quanto mais crescessem, mais empurrariam-nas para um abismo subterrâneo, ou desceriam com a correnteza do rio, desfigurando-se em cascalhos para se perderem feito pó na brisa de alguma praia fluvial onde algum casal apaixonado estaria se amando e pactuando amor eterno, sem perceber ao longe como uma ameaça à infidelidade, o uivar ameaçador dos lobos.

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VAMOS AO QUE INTERESSA...
E ao ser humano o que interessa ?viver; afora isso ser feliz, bem sucedido, mas acima de tudo viver. Nada disso acontece se você não vive. A topada que você leva, as quedas os obstáculos; as agruras , as dificuldades tudo isso molda o espírito, tudo isso faz parte da vida tudo isso é viver. Ninguém gosta de levar topadas, de passar por dificuldades, de ficar desempregado; mas pensa bem, pode ser que uma força superior, um ser divino esteja moldando o teu espírito, para por exemplo abrandar a tua arrogância, quebrar a tua rebeldia, fazer você lembrar que acima de tudo tem um Deus que mantêm suspensas as estrelas e comanda essa harmonia no universo então será que não é hora de agradecer o ar que você respira, o dia que você está vivendo, o ocaso que se descortina no seu horizonte te proporcionando algo ímpar que jamais acontecerá novamente? Teremos outros alvoreceres, outros crepúsculos, diferentes porque este ser superior, generoso e prodigioso te proporciona múltiplas escolhas e oportunidades infinitas. Como agradecer tantas coisas; tanta beleza, tanto encanto, tanta natureza profícua e renovadora? Que tal começar com um dos seus mandamentos: "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", mas se você não consegue amá-lo, pelo menos respeite-o...

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fria é a solidão,
de olhar abstrato
e mãos vazias
alfarrábios de sonetos inertes
bustos perdidos
em bronze e concreto

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PULAR ESTRELAS
Dá cá um pouco desse hálito,
Dessa beleza cálida,
Orvalha o beijar,
Me acena a esperança
De ter algum dia a esperança,
A alegria de orvalhar ...
Ah, o mundo é belo nesse olhar;
Eu sei de tudo do sobretudo
Feliz que envolve essa pele de seda,
Do absurdo de crocodilos, de abacaxis,
Tatus e mandacarus; paradoxo
Ao cetim das maçãs do teu rosto,
Eu gosto das peras dos teus seios,
Amamentam a minha libido
Eu sou atrevido no sonhar
Dá cá um pouco do teu olhar
E olha a lua comigo
Que eu te ensino a pular estrelas ,
Ser leve como colibris e libélulas,
Para provar que a vida pode ser bela...

Inserida por tadeumemoria

A beleza é só um conjunto harmonioso entre um passo pra sensualidade e outro para a castidade

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