tadeumemoria

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REFERÊNCIA
E se o feio não for feio
E se o bonito não for bonito
É uma questão de prisma
De ângulo
Olhe o que vem de dentro pra fora
Não o que vai de fora pra dentro
Quando se perde o controle
Todo mundo é sincero
Na hora da raiva
Fale pouco e magoe menos

Mary had a little lamb
Isso quando criança
Na adolescência se encantou com um jumento
Mas só uma questão de sentimento
Nada de fora pra dentro
Nesse caso o bonito é bonito
E o feio pastava e zurrava poesia
A beleza da natureza não escolhe ângulo
Mas não esquece, é referência
O feio gosta de funk
E o belo canta bolero e dança tango

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O feio gosta de funk
e o belo canta bolero e dança tango

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O PRIMO
Resta-me uma vida, apenas uma vida, minha última vida. Ao norte da cratera Mao;(as crateras recebem nome de líderes políticos, Temer é a cratera onde se abrigam os répteis e filhotes do dragão; Ide Amim Dada é um abismo); travam-se batalhas entre russos e americanos pelo total controle lunar; uma granada russa me levou três vidas, projeteis americanos me levaram mais três, sei que me resta muito pouco tempo até que algo leve o meu último fôlego felino, mas eu contemplo o planeta terrestre como se fosse eterno. Gargarin tinha razão, ela é azul, e no idioma anglo-saxônico, azul é sinônimo de sentimental, melancólico; mas esse azul de Gargarin, para quem tem sensibilidade, soa como linda, maravilhosa; a terra traduz esses sentimentos, é a presença divina; Deus mora na terra. Acho que tenho algum parentesco com o gato de Cecília, aquele que desce a escada, alheio a realidade e seus poderes. Partículas do meu sangue flutuam na gravidade tingindo de escarlate a via leitosa, mas ao contrário do meu primo preto sei muito bem quem sou e torço que estas partículas encontrem outro satélite, outro planeta onde os gatos se multipliquem, desçam as montanhas, e ocupem os vales, os campos, as planícies e ao contrário do bichano de Cecília saber-se- ão herdeiros de uma grande soberania.

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Mais que ser só e ser sozinho
Ser solitário e ter a solidão
Somente a solidão
E a noite longa
A alongar tudo que é não ter nada
Mais do que isso
É não ter nem um motivo
Pra ter motivo
Pra mudar tal situação
Ah eu nem tenho um olhar
Que olhasse,
Um olhar que falasse
Que ruidasse um ruído
Que ruísse a parede
E descortinasse um horizonte
Por mais horizontal que fosse a solidão...
Se eu tivesse a solidão
Se ao menos eu tivesse a solidão
A solidão é que me tem...

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o nome do mundo é tudo
seu ouvir é surdo
o falar do mundo é ruído
e no meu ouvido rui o mundo

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DIAS AUSTEROS
Um dia falarei coisas bonitas,
Terei a tua idade e serei feliz
Assim com esses dentes brancos
Que revelam a pureza da tua alma...
Um dia me apaixonarei também
E na luz das manhãs as borboletas luzirão
Como o ouro mais puro das alterosas,
Um um dia serei tão romantico
Que nem Manoel de Barros
Ocultará a essencia da poesia,
A sublimidade do inefável
Vou perceber o amor por mais que ele se esconda
Nas complexidades de dias austeros
E depois de nove meses poéticos e sonhadores
Meu filho receberá o nome de um herói
ou de um grande astro assim como Michel Platini

Inserida por tadeumemoria

Ando pés descalços num satélite esquisito; júpiter tem tantas luas e nenhum poeta. Europa sem olhares verde-azuis e pelos ruivos; Europa é uma lua confusa em meio a gases, e quem quer saber disso? Os americanos querem... querem saber da origem da origem. Deliro; uma alma poética viaja onde sondas deitam curiosidades yankees, meus pensamentos voam sobre vapores com a velocidade da solidão; a solidão é tão rápida que nossos olhares programaram nossos beijos há tanto tempo, mas acho que me acostumei com este vagar e desaprendi a ser feliz. A minha lua se ergue de uma montanha é prateada e definha em fases; nova é sua fase mais fina, uma grande ilusão, a lua é uma só... além da mangueira o vento lamuria a fantasmas que se perderam no rio ou conheceram suas curvas e nunca mais voltaram o que não os tornam menos fantasmas; muito além Juno espia Júpiter, descobre a possibilidade de vida em Ganímedes, são as novidades e o novo sempre me atormentou; séculos me acompanham de aventuras batalhas e paixões das minhas outras histórias de amor, muitas se acabaram em precipícios, é uma intuição que me acompanha e silencia quando a solidão vem acolhedora e preventiva; eu tenho tudo o que já tive um dia e o que eu não tive é o que me apavora em teu olhar: são tantas promessas, não sei se serei feliz, feliz assim...

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O PUPILO
comparecia; comparecia sempre, era pertinente, talvez não soubesse fazer direito, mas comparecia; era frequente como aquele aluno dedicado que estuda obstinadamente pra passar de ano. Talvez não devesse ser assim, o amor não é matemática, geografia ou uma matéria que se decora; mas era didático, exato nas suas ciências e na sua consciência; depois a brisa e as estrelas entravam pela janela e as vozes dos bichos rimavam na noite um poema pantaneiro. Eu fugia numa lembrança, um galope ingênuo de uma adolescência cambiava em cores fantástica e o rosto do namorado inesquecível que se perde no tempo, nos contratempos e em suas fragilidades, sorria por trás dalguma árvore ou galopava solitário como um fantasma perdido entre as águas e o verde divino do pantanal. Era uma lembrança boba que reprovava aquele aluno dedicado e comprometido que pela manhã encarava os jacarés em busca dos frutos que o rio oferecia, e na volta cuidava de algumas poucas cabeças de gado que rasgavam o silencio dando brilho e lógica às manhas ensolaradas e esperança de fartura às tardes chuvosas. O resto era dedicação e preocupação com o ano letivo. Quem entenderá a alma feminina; as fantasias sempre povoarão os mais inóspitos desertos; nos pântanos seus sonhos emergirão dos rios uma teimosia absurda que torna o complicado, o impossível, um sentimento resistente ao tempo e às pelejas naturais. O espectro existia, agora ostentava um bigode bem aparado e uma barba rala de uma década, a idade de Ísis a filha mais velha, que desconhece suas verdadeiras origens e diariamente brinca com Irina na escolinha da comunidade, com quem percebes-se uma amizade só explicada pelos seus laços sanguíneos. Fico as vezes olhando e imaginando, conjecturando o que poderia ter sido uma família... estivemos no lago mais jamais revelei sobre Ísis; não era mais a mesma coisa, os olhares eram outros, as palavras eram pesadas e submergia na água turva do lago afundando todos os anos de sonhos e tudo que na minha mente pudesse ser factível. Assim passei a dedicar-me totalmente ao pupilo, a admirar a sua dedicação, a sua obstinação, a frequência que me exauria, mas preenchia os vazios e tangia o passado... passava sempre, as vezes no limite, as vezes ficava em recuperação, mas se recuperava espetacularmente me surpreendendo, e agora começa a pensar que é poeta; escreve algumas abobrinhas, fala muito na Clarice e na Cecília; sei não...

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Nada pra se entender
Tanta indiferença faz diferença
Pra se entender indiferença
Esquece o que eu disse,
O que eu não disse esquece,
O tempo apaga a paga,
A paga apaga o tempo,
O que eu sei de verso sintetiza
O verso que eu não sei,
Se quero horizontes
Derrubo paredes,
Transponho montes
E a ilusão se alinha a linha, ao limite;
Quem te despe, agora quem te despirá,
Conjecturar assim é um tormento,
Mas percebo meus membros
e tentáculos em ereções,
Sei muito bem o que fazer
Quando faço o que não sei muito bem
Há momentos que a falta de respeito
Nem chega a ser um insulto
É só uma forma de prazer
harmonioso e mútuo
Então posso beijar onde cuspo
Posso cuspir onde beijo
Nada pra se entender
Só obedeço aos desejos

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Nos sábados somos magros...
Nos domingos somos lindos...
E nas segundas-feiras
percebemos de quem temos saudades.

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Eu sou a poesia...
O sol? O que é o sol; o sol está tão distante...
A lua, as estrelas, a chuva, o vento, a tempestade..
Quatro paredes e um teto e você sai incólume
Mas a poesia... quem te protegerá da poesia...
quem te protegerá de ideologias patrióticas e tiranos
A bomba explodiu, uma das torres da mesquita ruiu
Velhos, mulheres e crianças entre as vítimas
Bagdah era um caos, mas ainda havia esperança...
O ar contaminado, o vento empoeirado
o horizonte fumaçado e translúcido...
um soldado metralhando o seu próprio medo
recebe um proj´etil na cabeça
esse é o meu verso, um poema macabro
Eu sou a poesia...
mas bem aventurado os que têm sede de justiça...
bem aventurado os mansos...
eu sou a poesia era um poema da namorada
no bolsinho da algibeira,
uma lembrança cabreira de um recruta tímido
sem a ideologia de morrer pela pátria
eu sou a poesia: um fuzil na destra, uma granada na esquerda,
o inimigo: qualquer movimento suspeito
e o que afrontasse a nossa ideologia
Bagdah era um inferno;
mulheres e velhos prostrados clamando por Allah...
o odor insuportável de cadáveres putrefatos,
gente ferida, gente agonizando...
e até ao final dos meus dezessete anos
caminhando entre as rosas e as samambaias
do jardim da minha casa
eu pensava que era poeta,
mas a namorada já dizia que eu era a poesia...

Inserida por tadeumemoria

Você se foi com a chuva de verão levando o sol e a luz
Pra mim paixão não foi e jamais será aquilo que seduz
Assim eu me pergunto o que é isso então que nada apraz
Sinto saudade e a felicidade eu penso nunca mais

Ficaram sim lembranças doces e jamais esquecerei
Nossos momentos e a cumplicidade que tinhamos em comum
O que vivemos juntos, a dimensão não sei
Mas algo igual jamais encontrei em sentimento algum

Sigo mais triste e mais sozinho embaraçado em meu viver
Tentando acreditar no amor ou algo similar
Eu sou teimoso, leigo e insisto nessa insensatez

O que de nós persiste ainda dá prazer
E isso me intriga e me faz acreditar
Que a chuva de verão que um dia te levou te trará outra vez

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ROSA
Rosa está tão só no jardim
Que ouço seu soluçar
E bater seu coração
Como se a rosa no espinho
Arranhasse a solidão
Que arranha suas pétalas
E espetá-las assim
Com rima de verso e prosa,
Com a brisa do verão
Que acalanta a roseira
Lacrimeja no olhar
E faz de Rosa a rosa
Dos delírios a quimera,
Da estação primavera,
Das flores a mais formosa

Inserida por tadeumemoria

Eu sou assim, um alguém a olhar o mar, mais querer contemplar que tentar entender, eu sou assim, um alguém a olhar o mar, mais solitude que solidão; a verdade é que eu tento entender o que eu sou ou não sou, o que penso que sei, e a verdade do que sou ou do que sei ou do que penso, as respostas pra tudo isso são de nenhuma significância, nenhuma relevância, todas as conjecturas compõem esta existência, esta vida. Eu olho o mar a engolir todas as minhas ansiedades; e a cuspir a minha arrogância, zombando dos meus marasmos com toda essa imensidão profícua e infinita generosidade divina, que acolhe a minúscula jangada e sopra sua vela com a suavidade de sua brisa propondo retorno e reencontros... os pescadores catam seus apetrechos com a satisfação de amplos sorrisos por pesca satisfatória; são nobres dentro de suas roupas rotas, consumidas pelo sol e pelo sal. Retorno à minha introspecção sob a poeira da estrada e as cores fubentas de um final de tarde gris; ao longe a cerca de marmelo que delimita o meu mundo, uma meia-água que guarda a minha verdade e "mofo" o jumento, a zurrar a monotonia e "quebra-queixo" a alarmar suas infinitas suspeitas fiel e leal com seu latir e ganir. Zuíla é silenciosa, mas eu sei que tem todas as respostas para as minhas introspecções, abraços para as minhas ansiedades, tem o mar nos olhos com a mesma imensidão do atlântico, que acolhe a jangada e gratifica os pescadores; e tem uma barriga proeminente que cresce a cada dia, onde germina a promessa de novas introspecções, outras conjecturas oceanos e imensidões para este meu espirito de pescador.

Todas as conjecturas compõem esta existência...

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FELINO
Subo no telhado as vezes
Só pra não esquecer que sou gato,
Mio lembranças
Só pra não esquecer que sou criança
Mio meus medos
Mas não conto meus segredos
Tomo banho de lua e de estrelas
Porque tê-las, porque contê-las
É a amplitude de um felino
Mas essa tristeza, essa perda,
Esse desatino é o meu destino
Alguma coisa entre nós aconteceu
Mesmo que não tenha acontecido coisa alguma
Alguma coisa se perdeu nessa lacuna
Reviro telhas, essa centelha ainda periga um incêndio
Não sei de tudo não sou compêndio
Sou só um bicho no teto olhando uma ave no castelo
Contemplando em silencio
O que não é bonito só por ser belo,
É ansioso não por ser aflito,
É sereno e suave não por ser passivo
É perene não por ser perpétuo
Mas por ser completo e extenso

Inserida por tadeumemoria

Todas as feridas precisam de tempo,
A solidão precisa apenas de uma lua
Algumas estrelas e uma varanda
Os poetas precisam de ilusões,
Algumas mentiras, promessas e solidão;
Acho que perdi tudo isso
Eu só preciso de tempo, de algum tempo ainda,
Uma longa caminhada no campo
Onde qualquer sorriso se perca
Nos sons de curiós e pintassilgos
Preciso do encanto de novos ocasos
E auroras promissoras
Ter a tristeza como medida de sensibilidade
Para ter a noção exata do que é,
E o que define um olhar...

Inserida por tadeumemoria

Quando eu crescer quero ser poeta
Para entender a linguagem das aves
E a devoção das ave-marias
Pra aproveitar as noites vazias
E entender os seus mistérios
Quando eu crescer eu quero ser poeta
Pra entender de saudade
E descrever as lembranças com minúcias,
Belezas e prazeres vividos
Quando eu crescer eu quero ser poeta
Para ter noção do que é ser triste,
Porque só quem tem essa noção
Sabe distinguir o que é felicidade

Inserida por tadeumemoria

SOBRE TODAS AS COISAS E SOBRE COISA NENHUMA
Nada sobre o meu poema;
Meu poema sobre todas as coisas
E sobre coisa nenhuma
Sobre o inexato e o imponderável
Nada, nada sob um rio, o olhar perdido num vazio
De um deserto perto de um longe,
Longe de tudo e perto de nada,
Nada, nada, nada, nada na morada;
Namorada nada; besta é a ilusão
De auroras com flores orvalhadas,
Ocasos ao acaso de mochos,
Pardais e morcegos
A tristeza profunda de lagos;
Lagos chorados pelos deuses da solidão
E pela solidão dos deuses
Pelos insetos que amam as flores
E faz frutificar a vida compondo a primavera
Inspirando os poetas
Nada sobre o meu poema,
Meu poema sobre todas as coisas
E sobre coisa nenhuma
Onde só cabe Iracy Tupinambá e sua tribo comeu são jorge
Na lua onde proliferam os dragões
Comeu os franceses que colonizariam o Brasil
E se um dia eu diria je t'aime
Hoje eu digo te amo
Pois aprendi com os portugueses
Sem nenhuma convicção de amor ou paixão

Inserida por tadeumemoria

INDIFERENÇA
Vejo tão silente tua fria presença
Tua voz silente a dizer coisa nenhuma,
Um zelo diferente que desarruma,
Que muda, martela minha sentença

A solidão m'espera, me espera a lua
Com seus mistérios banais que insinua
A vida é tão triste, triste é a existência
Na sensação extraordinária de sua essência

Aceito a indiferença e o desprezo
O gosto amargo que ficou na alma
Do que um dia doce me excitava

E o que eu imaginava que era apreço
É o doce da lembrança que me falta
Da tênue ilusão que me acalantava

Inserida por tadeumemoria

As esquinas são cúmplices das traições

Inserida por tadeumemoria

quando os loucos descobrem
que são anjos eles já são demônios
já é tarde quando a realidade
passa a ser sonho
seremos felizes
quando a mentira passar a ser verdade

ANGOLA
Tenho cinco séculos
E na angola,
Quando tua pele retinta trazia a minha mente
As noites, as graúnas ,
E as perolas negras dos teus olhos
Me diziam que eras Helena
Mas teus lábios me falavam de poemas
Que gostavam de beijar
Eu era ainda uma criança
E aprendi com teu corpo
Que é pecado não pecar por amor
Eu tinha cinco séculos
E aprendi beijar nas tuas ancas
E aquela criança amamentada pelos teus seios
E pelos que eu não seios
E pelos pelos feitos plumas
De um ave que eu gostava de voar
E sobrevoar as savanas
Assim conheci a selva do teu corpo
A África da tua negritude
E eu já tinha cinco séculos de juventude
E juventude para outros séculos
Amores e paixões para todas
As tuas áfricas e todas as angolas

Inserida por tadeumemoria

Às vezes o telefone soa na madrugada
Mas não são as madrugadas de sonhos
Que se perderam noutras madrugadas
Este deserto é um camelo perdido em mim mesmo
Um dromedário que não entende
De cartas astrológicas ou astrolábios
O telefone toca; eu sei mas ninguém mais sabe
Ninguém mais ouve é tudo um deserto galopando
Na insensatez quadrúpede
Que não me deixa sonhar.
Ainda suspira, inda soluça, sussurra uma esperança
O deserto empoeirado cala a madrugada
E eu não ouço o poema,
Eu não ouço as promessas, as juras
O telefone toca, eu sei que toca, mas só eu sei
O deserto continua seu galope,
O silencio é tão intenso que este buraco negro
é amnésia desse pretérito mais que Perfeito
então às vezes, só às vezes soa o telefone na madrugada

NOVENTA POR CENTO
Amo os negros
Pelos que não amaram
Pelos que escravizaram
Pelos que acorrentaram
Pelos que humilharam
Pelos que torturaram
Amo os negros pelo que semearam
Pelo que colheram,
Pelo que ergueram
Pelo que derrubaram
Amo cafuzos, morenos, mulatos
Todos os mestiços que herdaram essa Cultura rica
Que corre no sangue e carrega a nobreza africana,
Amo essa melancolia crônica
Por toda a dor de seus Antepassados
Amo os negros pelos que discriminam,
Pelos que excluem, pelos que desdenham
Amo esses noventa por cento
Que carregam a força e a raça
E compõem essa nação
Amo os negros porque vejo em cada afrodescendente
Um pouco da capacidade de amar,
Da valentia e resignação
Que que torna fascinante
Um pouco dessa África que é a minha esposa.

Inserida por tadeumemoria