Madasivi

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⁠Salvação,
Estás surda à misericórdia,
Estorvas meu dia,
Apertas minha petição amordaçada,
Ouço os gemidos n'alma sufocada,
Boca amarga,
Piedade cinzelada,
[Selá]
Clamo,
Espero,
Inclino,
Sofro à beira da catacumba,
Fraco,
Sucumbo,
Estou esquecido no túmulo,
Lançado na negrura profundeza do nada,
Ira pesada,
Aflição,
Solidão,
Preso no calabouço.
Cego,
Triste,
Diariamente grito,
Rendo-me
Desprovido de encanto,
Boca costurada que não levanta um novo canto,
Amor sem voz,
Fidelidade caindo no despenhadeiro,
Treva que fez morada onde dormia a beleza,
Justiça que perdeu a memória,
Socorro,
Prece da manhã,
Rejeição,
Face que foge,
Tempos de padecimento,
Andanças no beco do falecimento,
Agonia que aterroriza,
Cólera que cerca,
Pavor que causa náuseas,
Afundo-me,
Ninguém,
Só,
Escuridão,
Minha sombra que me abraça,
Amiga,

Inserida por Madasivi

⁠É pelo mau cheiro do vento bravio que sei o tamanho da onda indócil que vem pela frente,
Maré de tempestade no ar,

Inserida por Madasivi

⁠Para minha alma, que anseia,
A Tua suave e doce presença,
Que traz,
Conforto,
E uma paz,
Que é sem fim,
Sim, é sem fim,

Inserida por Madasivi

⁠Enquanto a plantinha cresce tudo acontece,
É a vida que segue,
É a nova história que reescreve,
É a beleza que enobrece,
É a arte que engrandece,
É a elegância que enriquece,

Inserida por Madasivi

⁠E a verdade rega,
Encharca meu coração,
Goteja o colírio de paz,
Traz paz no olhar,

Inserida por Madasivi

⁠É no fim da festa que a cachaça fica brava,
Que a boca deixa de ficar amarga,
Que a noite termina bem,
Quando se tem alguém,

Inserida por Madasivi

⁠Por um instante estou tão longe,
Que saio rompendo contraste,
Levanto lírico, imaginativo,
Eis o belíssimo cantábile,
Torno a deitar-me,
Com a sinfonia N°2 de Rachmaninoff,

Inserida por Madasivi

⁠⁠E lá no fim,
Sempre lá,
Está o abismo,
Tão real,
Como um esteta da vida trágica humana,
Que a suspeita Nietzschiana suspira,
Calmamente,
E eternamente retorna,
Dizendo,
Tudo é abismo,
Abismo destino,

Inserida por Madasivi

⁠⁠Manhã rotineira —
Vou pela rua, com os cantos pelos cantos
que estão cantando,

⁠Sou um marginal das letras vadias,

⁠⁠Os poetas são como chuvas que caem no deserto,
Como uma fogueira num dia frio,
Aprendo com o gesto do grande poeta,
Diante da traição, da indiferença, da dor e da morte, eles amam,

Inserida por Madasivi

Quase sem rumo,
Quase sem esperança,
Quase sem paz,
Quase sem mim,

Inserida por Madasivi

⁠Pensei eu,
Não ser doido,
Como vocês,
Logo, bem logo,
Fiquei mais doido,
Que todos os doidos,
Salve-me,
Dr Simão Bacamarte,
Recolhe-me
À casa verde,

Inserida por Madasivi

⁠Estás perto escapando,
Depressa pela minha mão,
Quão fico desgraçado mantê-la,
Nesse sonho vão,

Inserida por Madasivi

⁠⁠Elas mandriam por aí,
Eu ando perdido por aqui,
Elas me encontram,
Sou um marginal das letras vadias,

Inserida por Madasivi

⁠Minha língua está lavada com vinho,
Mas não é o teu,
Minha boca sente vontade de comer,
Mas não do teu prato,

Inserida por Madasivi

⁠⁠⁠Deitado,
Feito bicho,
Vago,
Despido,
Como céu,
Desnublado,
Esvaziado,
Num espaço,
Quadrado,
Silenciado,
No tempo,
Fechado,
Permaneço ilhado,
Vivendo,
O infinito,

Inserida por Madasivi

⁠E o sono de mansinho entrou pela frincha da janela,
Fiquei ouvindo de longe o gorjeio encantador,
Mas o trovador que abria a cortina da madrugada,
Era o rouxinol que insistia com seu louvor,

Inserida por Madasivi

⁠Como uma incendiária alucinante,
Filha indomável do fim,
Pode causar,
Fogo em tudo,
Com seu estopim,
Língua,

Inserida por Madasivi

⁠⁠Asas de pombos,
Sombras de asas,
Voam desaceleradas,
De telhado em telhado,

Inserida por Madasivi

⁠⁠Sigo a jornada —
infatigável peregrinação
como um camelo animado,

Inserida por Madasivi

⁠⁠Corpo andarilho —
nos becos da cidade que pulsa
Traços de Verão,

Inserida por Madasivi

⁠⁠Continua a partida,
Sem moleza,
Mas com intervalo pra descanso,
Seja agora ou no segundo tempo,
Avanço com a torcida,

Inserida por Madasivi

Abecedário do Cotidiano

Alvoreceu,

Brilhou o dia,

Corri pra rua,

Devorei a mesmice ao sabor do pão na chapa,

Escondi os olhos que enxergam a vida passar,

Furtei a sensibilidade do semeador,

Guardei a fome na boca gulosa,

Habitei meu fardo no aconchego dos desconhecidos,

Imaginei o amor puro que não abre mão da normalidade,

Joguei fora o medo que decresce,

Km e mais Km dados em direção ao caminho longo que na verdade é curto,
Lavei as mãos para a desgraça desejada,

Morri,

Naveguei no mar revolto,

Olhei os grandes com desdém,

Pensei em parar e estou parando,

Quebrei a moralidade que pensa em acertar,

Rabisquei as respostas que não respondem,

Suei as gotas da coragem,

Talhei mais um dia de trabalho com a ferramenta da beleza que se alegra com o retorno oferecendo um abraço,

Uni o errado e o certo e resolvi fazer o que tenho vontade,

Vivi,

Www já virou uma palavra que me diz que faço parte da globalização,

Xavequei a loucura,

Yes, somos empurrados pra conversar com o idioma que conversa com o mundo,

Zelei por mais uma noite que me acolheu de A a Z,⁠

Inserida por Madasivi

⁠Pleonasmo corporativo,
Quando se tem um chefe,
Se tem um excremento ativo,

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