Carlos Ruiz Zafón

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Na altura em que a razão é capaz de compreender o sucedido, as feridas no coração já são demasiado profundas.

Os presentes dão-se por prazer de quem oferece, não por mérito de quem recebe.

Não há dúvida que há gente no mundo que existe para que haja de tudo.

O coração da fêmea é um labirinto de subtilezas que desafia a mente grosseira do macho trapaceiro. Se quiser realmente possuir uma mulher, tem de pensar como ela, e a primeira coisa é conquistar-lhe a alma. O resto, o doce envoltório macio que nos faz perder o sentido e a virtude, vem por acréscimo.

(...) senti que se me apertava a garganta e, à falta de palavras, mordi a voz.

Existimos enquanto alguém nos recorda.

No momento em que paramos a pensar se gostamos de alguém, já deixamos de gostar dessa pessoa para sempre.

As palavras com que envenenamos o coração de um filho, por mesquinharia ou por ignorância, ficam guardadas na memória e mais cedo ou mais tarde lhe queimam a alma.

Nós existimos enquanto alguém se lembra de nós.

As vidas sem significado passam ao largo como trens
que não páram na estação.

Inserida por anacarolinam

Daniel) - Um bom pai?
Fermín) - Sim. Como o seu. Um homem com cabeça, coração e alma. Um homem que seja capaz de escutar, guiar e respeitar uma criatura, e de não afogar nela os próprios defeitos. Alguém de quem um filho não goste apenas por ser seu pai, mas que o admire pela pessoa que é. Alguém com quem ele queira se parecer.

Há poucas razões para se dizer a verdade, mas para mentir o número é infinito.

A morte tem dessas coisas: desperta o sentimental que há em nós. Diante de um túmulo vemos apenas o bom, ou o que queremos ver.

As estatísticas demonstram: morre mais gente na cama do que na trincheira.

Poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho ao seu coração.As primeiras imagens,o eco dessas palavras que pensamos ter deixado pra trás, nos acompanham por toda a vida e esculpem um palácio em nossa memória ao qual mais cedo ou mais tarde - não importa os livros que leiamos, os mundos que descubramos, o quanto aprendamos ou esqueçamos - iremos retornar.

A arte de ler está morrendo aos poucos, um livro é um espelho e só podemos encontrar nele o que carregamos dentro de nós, colocamos nossa mente e alma na leitura, e esses bens estão cada dia mais escassos.

O modo mais eficaz de tornar os pobres inofensivos é ensiná-los a querer imitar os ricos. Esse é o veneno com que o capitalismo cega.

As pessoas estão dispostas a acreditar em qualquer coisa antes de acreditar na verdade.

Julián escreveu certa vez que os acasos são as cicatrizes do destino. Não há acasos, Daniel. Somos marionetes da nossa inconsciência.

"A televisão, amigo Daniel, é o Anticristo, e eu digo que bastarão três ou quatro gerações para as pessoas não saberem mais nem peidar por conta própria e para o ser humano voltar à caverna, à barbárie medieval, a estados de imbecilidade que a lesma já superou por volta do Pleistoceno. Este mundo não vai acabar por causa da bomba atômica, como dizem os jornais, vai acabar, sim, de tanta risada, de tanta banalidade, por essa mania de se fazer piada com tudo, e além do mais, piadas ruins."

É curioso como julgamos os demais e não percebemos
o quão miserável é nosso desprezo até eles nos faltarem,
até serem tirados de nós. São tirados de nós porque nunca
foram nossos...

"Até aquele instante, não havia compreendido que aquela era uma história de pessoas solitárias, de ausências e de perdas, e que, por esse motivo, havia me refugiado nela até confundi-la com minha própria vida, como quem escapa pelas páginas de um romance porque aqueles que precisa amar são apenas sombras que moram na alma de um estranho."

As pessoas cacarejam o tempo todo. O homem não vem do macaco, vem da galinha.

"Quem ama de verdade ama em silêncio, com atos e não com palavras"

Porque nessa vida quem comanda tudo é o preconceito.