Carlos Ruiz Zafón

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Talvez fosse por isso que a adorava mais, por essa estupidez eterna de perseguir aqueles que nos fazem sofrer.

Odiar de verdade é um talento que se aprende com os anos.

Nunca confies em ninguém, Daniel, especialmente nas pessoas que admiras. São essas que te cravarão as maiores punhaladas.

O casamento e a família não são mais do que aquilo que fazemos deles. Sem isso, não são mais que um monte de hipocrisias, ninharias e palavreado. Mas, se há amor de verdade, do qual nunca se fala nem se apregoa aos quatro ventos, do que se nota e se demonstra...

O coração da fêmea é um labirinto de subtilezas que desafia a mente grosseira do macho trapaceiro. Se quiser realmente possuir uma mulher, tem de pensar como ela, e a primeira coisa é conquistar-lhe a alma.

Uma das armadilhas da infância é que não é preciso se entender para sentir.

Acho que nada acontece por acaso, sabe? Que no fundo as coisas têm seu plano secreto, embora nós não entendamos.

– Você está apaixonado, - murmurou ele emocionado, dando um tapinha nas minhas costas. – Coitadinho!

Nunca confie em ninguém, especialmente em relação às pessoas que você admira. Serão essas que irão desfechar os piores golpes."

- Meu pai costumava dizer que a vida não nos dá segundas oportunidades.
- Dá, mas somente para aqueles a quem não deu uma primeira. Na realidade, são oportunidades de segunda mão que alguém não soube aproveitar, mas são melhores que nada.

Toda religião organizada, com raras exceções, tem como pilar básico a sujeição, a repressão e a anulação da mulher no grupo. A mulher deve aceitar o papel de presença etérea, passiva e maternal, nunca autoridade ou independência, ou terá que pagar as conseqüências. Pode ter seu lugar de honra entre os símbolos, mas não na hierarquia. A religião e a guerra são negócios masculinos. E, em todo caso, a mulher acaba sempre por se converter em cúmplice e executora de sua própria sujeição.

A maioria das grandes religiões se originou ou alcançou o ápice de expansão e influência nos momentos da história em que as sociedades que as adotavam tinham uma base demográfica mais jovem e empobrecida.

A gente só se lembra do que nunca aconteceu...

E nada tem tanta força quanto uma promessa.

Carlos Ruiz Zafón
O Príncipe da Névoa - página 105

A lembrança de Marina e da história horripilante que vivemos juntos me impedia de pensar, comer ou sustentar uma conversa coerente. Ela era a unica pessoa com quem eu podia dividir minha angústia, e a necessidade de sua presença chegava a me causar dor física.

Inserida por amargurar

Minha sombra se confundia com as paredes. Os dias caíam como folhas mortas.

Inserida por amargurar

Hoje vi pela primeira vez o rosto da sombra. Ela me observava em silêncio desde a escuridão, ofuscante e imóvel. Sei perfeitamente o que havia naqueles olhos, que força a mantinha viva: o ódio. Pude sentir sua presença e soube que, cedo ou tarde, nossos dias nesse lugar vão se transformar num pesadelo. Nesse momento, eu me dei conta de toda a ajuda que ele precisa e de que, aconteça o que acontecer, não posso deixá-lo sozinho...

Inserida por lituaniasi

Às vezes, as coisas mais reais só acontecem na imaginação.

Embora nós não entendamos. Nada acontece por acaso, no fundo as coisas têm seus plano secretos.

A vida concede a cada um de nós apenas alguns raros momentos de felicidade. Às vezes são apenas dias ou semanas. Às vezes são anos. Tudo depende da sorte de cada um. A lembrança desses momentos nos acompanha para sempre e se transforma num país da memória ao qual tentamos regressar pelo resto de nossas vidas, sem conseguir.

Carlos Ruiz Zafón
Marina, p. 114

Quando uma biblioteca desaparece, quando uma livraria fecha as suas portas, quando um livro se perde no esquecimento, nós, guardiões, os que conhecemos este lugar, garantimos que ele venha para cá. Neste lugar, os livros dos quais já ninguém se lembra, os livros que se perderam no tempo, viverão para sempre, esperando chegar algum dia às mãos de um novo leitor, de um novo espírito.

Inserida por lituaniasi

As pessoas tendem a complicar as suas próprias vidas, como se a vida já não fosse suficientemente complicada.

Escrever é um ofício que se aprende, mas que ninguém pode ensinar.

Carlos Ruiz Zafón
O Labirinto dos Espíritos
Inserida por rogerio_machado