Arcise Câmara

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Farei porque tenho que fazer

A vida nos impõe muitas obrigações, controla de certa forma alguns passos que temos que dar, nem sempre consigo discernir as regras herdadas sabe-se lá de quem. Estou disposta a não permitir que ninguém me ferisse de novo, porém passei a desconfiar e até ser hostil.
Tinha vezes em que eu parecia um sargento ou uma pessoa irritada e impaciente, eu não conseguia ser gentil quando eu não era gentil comigo, com minha mente, com o meu redor.
Ajustei o relógio mental e comecei a tolerar comportamentos, se eu não sou perfeita tenho que ser suave e a vantagem disso tudo é empatia nas relações com grandes efeitos para mim e para você.
Às vezes não temos escolhas, estamos insuportáveis até com nós mesmas, agimos sempre da mesma forma, a forma como achamos correta, falamos sempre do mesmo jeito, desconfiamos das mesmas coisas.
Sou franca e nem todas as pessoas estão preparadas para me ouvir. Sou segura, mas minha segurança torna alguns ao meu redor inseguros. Tenho escolha a fazer diariamente, tenho feridas mentais em cicatrização e não fui vacinada com a dose da desistência.
Nem tudo me agrada, às vezes me acho errada pois tenho dificuldade em saber lidar com certas tendências, não sou perfeita, nem tenho condições em ser.
A propósito porque os ciclos nos apresentam as mesmas coisas? Por que engrandeço minha autoestima a cada dia? Por que não se conversa mais olhando nos olhos? Não importa quantos nãos levarei, mas jamais direi amém para coisas que eu tenho que fazer, mas não quero-me importar.

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Quero que meu futuro marido tenha opinião própria, mas fique ao meu lado

Revolta-me ser bonita, simples e singela e não ser reconhecida por quem você ama, eu não quero uma pessoa que fique amargo, triste, sem sutileza nas palavras, eu não quero ser mais forte do que ele.
Santa Mãe de Deus, não tenho habilidade para lidar com os sentimentos confusos, algumas coisas só produzem em mim mágoa e tristeza, não quero alguém depressivo e que não saiba perder.
Tentando livrar-se da tristeza que insistia em deprimi-lo cada vez mais ele se perguntava o que era amor de verdade e se eu realmente o amava. No fundo associava amor com vontades, não gostava de ceder.
Eu o amava e ele sentia isso, ele sabia do sentimento que existe dentro de mim, um sentimento forte que nunca deixei para trás, um sentimento de coloca-lo em primeiro lugar, um sentimento de ter certeza que envelheceríamos juntos.
No entanto, ele queria ser entendido imediatamente e eu não costumo dar razões antes de refletir, não sou rápida para reconsiderações, ele sempre se dava mal quando estabelecia a chantagem do oito ou oitenta. Senti que precisava fazer pelo nosso amor, reviver o que me fez apaixonar por ele.
Estava difícil, nossa casa ficou barulhenta e agitada, sem conquistas comuns para contar, eram momentos duros para mim e para ele, eu queria apenas um pouco de paz, um comportamento diferente, resolver as coisas mal resolvidas, o meu mundo não era de uma dona de casa tradicional.
Nossa história seguiu caminhos diferentes, não foi fácil aceitar isso, não vivíamos o nós, os sonhos acabaram ficaram apenas os sobressaltos, as indignações com a vida, a leitura errada de como o outro era, os conceitos generalizados de que homem é isso e mulher aquilo.
Às vezes me pergunto sobre as escolhas que fiz, sobre como me senti perseguida por implicância dele, como as explosões da raiva me tornaram contida e pouco simpática, como tudo isso me fez evitar sair com homens por três anos.
Impressionante como a gente carrega raiva para o futuro. Mesmo separada continuava apaixonada e por mais que eu quisesse sentir raiva não conseguia, eu o amava a distância e tinha a sensação que o sentimento crescia mesmo estando separada.
Nunca pensei em passar por um problema desses, já tinha me acostumado com divisões de tarefas e de contas, tudo era muito caro para me manter sozinha, minha reputação ficou um desastre, logo eu que todos apostavam no “felizes para sempre”. Eu sempre tive a sensação que o conhecia há muito tempo, que tinha uma relação sólida e segura, que nossa atração era impressionante.
Ele não era muito diferente do meu pai, ele era arcaico, machista e degradante, quase tudo gerava confusão, tinha dom para tiradas no quesito humilhação, sempre conseguia o que queria por conta do meu medo de perdê-lo.
Cometi o erro de ter casado tão jovem, não estávamos prontos para as responsabilidades de um casamento, nem sempre conseguimos o que quereremos, nem sempre os protestos adiantam. Algumas coisas na vida não fazem o menor sentido.
Acho que nós fomos felizes, mas não fazia parte da nossa filosofia de vida à rotina, principalmente quando ambos têm personalidades muito tensas e irritadiças, ele sempre se queixou de mim, isso pode. O que não pode foi essa falta de apoio em ser eu mesma.

Inserida por Arcise

Fale a verdade sempre
Pronta a dizer que eu não gostava mais dele, que eu tentei me manifestar várias vezes, mas ele sempre vinha com papo de gratidão, de justiça e de amor que me desviavam o caminho.
Eu vivia sendo repreendida por tudo que fazia, ele não me via como os amigos me veem, para os amigos eu era forte, para ele fraca, para os amigos humilde, para ele arrogante, talvez eu não me enxergue como sou, mas não sou nenhum monstro, mas também não sou santa.
Antes ele era gracioso, bem-humorado, não era fofoqueiro, morria por mim e tinha aquele sorriso tolo dos apaixonados.
Eu não acredito que eu mudei tanto, mas vejo uma transformação gigantesca em suas atitudes, está sendo bajulador com alguns, soberbo com outros, julgador com desconhecidos, áspero comigo, insensato com as dores humanas e crítico ao extremo.
Já pensei que deveria dar um tempo esperando, sem sair do relacionamento para ver se as coisas melhoram.
Passei a ter uma imagem inadequada de mim mesma, como se eu não merecesse ser amada, como se eu e relacionamento significasse falência sempre, como se eu não fosse capaz de ter uma ótima companhia. Eu estava cheia de pensamentos prejudiciais.
Tenho personalidade forte, não gosto de me submeter a ninguém, não gosto de ser obrigada a fazer ou deixar de fazer principalmente quando tenho consciência em perceber o certo e o errado. É tudo muito delicado pois também ser flexível, sei administrar pressões.
As expectativas é que me matam por dentro, quero sempre um futuro melhor, luto pela independência emocional de todo casal, quero uma relação recíproca, não abro mão de pedidos de desculpas, da minha dignidade e de muito respeito.
Quero me sentir "aprovada" pelo meu amor, quero me sentir aceita como sou, quero me sentir realizada plenamente e não quero me conformar a simplicidade de uma vida diferente disso.
Estou decepcionada, desistindo, transformando o amor em cinzas, já me sinto experiente em fazer o coração sangras, sei que passa. Logo o coração estará disponível novamente, terei minhas necessidades atendidas e esse é meu grande medo, até que ponto eu tenho que ter minhas necessidades atendidas pelo outro.
Sempre funciona se sentir feliz de fora para dentro ou de dentro para fora, sempre é bom começar bem o dia com doçura, carinho e amor.
Tomei a decisão mais importante e honesta e assim suportei por mais alguns meses o convívio até que entre mim e ele eu preferi eu mesma.

Flashes

Muitas vezes me perguntei se sou digna desta relação, onde ganho coisas caras e um infinito céu azul.

O primeiro amor é incrivelmente poderoso, o coração é firme em propósitos e as exigências são irreais.

Não se perde um amor, apenas acaba-se o ciclo, nada dura fora de seu tempo, novos projetos brotam mesmo contra a nossa vontade.

Se pudesse voltaria atrás, mais pensadora, mais lúcida, sem o clima tóxico das relações interpessoais cujo único objetivo é estar certo.

Nos separamos porque éramos jovens demais, radical demais, antipáticos demais, nos abandonamos.

Nossos pais não aprovam nossa relação, eles acham que me desvalorizo, mas são minhas pequenas decisões que me fazem ir adiante.

Não sou o problema do relacionamento, somos superficiais e incertos quanto ao que sentimos.

Porque relacionamentos proibidos são tão cativantes, porque não atentamos que somos vítimas de abuso, essas coisas acontecem comigo porque assim permito.

Inserida por Arcise

Cada um de nós tem uma natureza diferente

Uns mais calmos, outros sensíveis, porém ninguém é igual, começamos a entender isso tardiamente, podemos mudar sim ao longo dos anos e até ficar parecida com aquela amiga que tanto admiramos, mas temos uma natureza em que deveremos observar. Os ciclos e sofrimentos da vida causam efeito
principalmente nas personalidades briguentas da qual me incluo.
Sou esperançosa, mas perco alguma porcentagem de esperança ao sofrer várias decepções, sou difícil de agradar, então costumo estar rodeada de quem eu realmente agrado. Qualquer circunstância, mesmo as bobas podem influenciar no meu humor, na minha paz de espírito e tornar um dia difícil.
Não sou feliz quando me coloco como vítima, sem um bom humor, com atitudes de desespero perante a tempestade, porém costumo enfrentar bem as coisas, estou aprendendo a me comportar na adversidade.
Mudar não é fácil nem rápido, não é como chegar ao final de uma corrida, não é dormir de um jeito e acordar de outro. A mudança gera conflitos internos, gera sofrimento que devemos suportar, são chuvas de emoções, pressões na cabeça martelando dia e noite, sentimento de que sou besta ou boba.
Usei o exemplo de pessoas como eu que mudaram para reacender a esperança, pessoas que com grande esforço se tornaram pacífica e tranquilizadora, pessoas que ficaram divertidas.
Todo mundo gosta de gente equilibrada, com começo, meio e fim, com emoções direcionadas. Fácil é ser do mesmo jeito, deixar ser alvo de críticas sem aspereza e aflição é que são elas.
Já reparou como um monte de gente rouba a nossa paz, pessoas que nos entristecem, pessoas do tipo que só nos rodeiam para deixar sentimento negativo em nós.

Também precisamos de suavidade nas relações, curar as feridas, recuperar a autoestima, amadurecer as atitudes e cuidar da língua. Precisamos fazer escolhas do que é bom para nós sem esquecer o que é bom para os outros, precisamos ficar em constante movimento para não ficarmos paradas no tempo, estagnada nas atitudes, assumindo o papel principal de nossas vidas.

Inserida por Arcise

Seio esquerdo latejando

Fazia tempo que sentia dores no seio, uma mal-estar, um incômodo. Posterguei por um bom período até que o seio, em especial o esquerdo começou a latejar.
Acordei sorrindo e decidi: Hoje marco os exames de rotina, vou cuidar do meu seio, da minha vida, vou atrás de pessoas (médicos e especialistas) para responder meus questionamentos, fui fazer todos os exames após um ano.
Plantei a semente de sonhos de que não seria nada demais, a minha boca por várias expressou murmurações sobre o seio doente, pensando sempre em ser algo mais.
Tropecei na negatividade infinitas vezes até tomar a decisão de encarar de frente. Fiz os exames voltei na médica, observei atentamente sua expressão analisando meus exames poderosos e importantes.
Fiz um inventário mental de tudo que falamos e vou traduzir aqui:
- Você pode tirar a blusa por favor
- Sim doutora, claro!
- Agora tire o sutiã
- Sim
Depois de alguns apalpes ela disse:
- Querida, veja bem, seu manequim de busto é 48, esse seu sutiã é 44, você passa dias apertando seus seios com sutiãs que não lhe servem, cedo ou tarde seus seios irão doer. Você só tem glândulas chateadas.
- Mas Dra. Por que só sinto dor no seio esquerdo?
- O nosso lados não são iguais, talvez posição, talvez a forma de dormir, talvez o próprio sutiã. Correndo podemos machucar um dos joelhos, mesmo usando os dois na atividade física. Faça o seguinte, compre sutiã próprios para o seu tamanho e tenho certeza que haverá melhoras e tome esse remedinho para controlar as glândulas que estão assim por causa dos apertos do sutiã.
Parece ridículo, mas funcionou. Nunca ouvi falar do mal que causava uma numeração errada, estava enganada em pensar tamanhos absurdos. Fui convencida pela autoridade médica de que ela estava certa.
Meu futuro de findar as dores mamárias dependia de deixar o passado "apertado" para trás.
Alguma coisa não andava bem e eu nunca imaginei que seria um desajuste na numeração. Poucas palavras e muita sabedoria e um cuidado incrível da minha ginecologista.
Falei coisas duvidando da simplicidade do diagnóstico, mas as coisas mudaram, eu me livrei da dor, do desconforto, do mal-estar, por isso declaro que soluções simples também são soluções, encontrei respostas para o meu problema.
Procurei em vão por algo mais drástico, temos uma grande tendência em exagerar quando nos sentimos nervosos, tudo parece ser muito pior do que realmente é.

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Para 2015 eu desejo:

Viver sem interpretações
Compreender o grande valor das pessoas ao meu redor
Receber presentes em forma de carinho
Disciplinar-me na nutrição
Saber mais de mim mesma
Adotar uma atitude distante de pessoas mal humoradas
Exagerar nas qualidades
Ser coerente com meus princípios éticos
Amizade, altruísmo e desapego
Um beijo de amor
Não intelectualizar demais
O amor companheiro e uma relação interessante
Uma pessoa profunda
Vencer meus medos interiormente
Envolver-me sem medidas
Bolo de chocolate ou cenoura
Não ter exigências superdimensionadas
Comportamento aceitável do parceiro
Cumprimentar sem ar de superioridade
Ser boa o bastante
Humildade de aprender com o outro
Ser confiável e afetuosa
Não discutir
Ter uma vida com sentido
Sintonia perfeita
Relacionar-me melhor com os filhos
Amor improvisado
Felicidade individual
Focar em algo e criar a menor expectativa
Controlar minhas ansiedades e cultivar minha paciência
Ser real, autêntica, compassiva e agradável
Uma vida normal dentro das anormalidades existentes
Respeito

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Algo ou alguém lhe havia roubado a minha alegria

As coisas vão ficando mais perceptíveis, não entendia que estava doente, eu não entendia a preguiça em lavar os pratos, ou o sentimento que eu tinha que o meu amor estava sendo um péssimo marido.
Eu não entendia que estava vivendo simplesmente por viver, que deixei de comer feijões, ervilhas e lentilhas que eu adorava, que a infelicidade tinha me contaminado.
Eu não entendia porque falei tanto em divórcio, porque inventava histórias tristes na minha cabeça, porque solidifiquei o coração com amarguras, para os outros eu estava apenas chamando a atenção.
Com o tempo perdi a admiração pelas pessoas e por mim mesma, alterei minha personalidade, deixei de falar de coisas interessantes e úteis, achava que as pessoas iam me ajudar ao invés de me julgar.
Tornei-me calada não havia necessidade de tomar certas posições, não queria mais fazer tudo em casa, na verdade não queria fazer mais nada, a única motivação era a cama e o choro fácil.
Deixei de materializar meus sonhos, deixei de comer peixe, carne branca e vermelha não porque tinha virado vegetariana, mas porque meu apetite tinha ido embora.
Não me interessava trabalhar, o ambiente deprimente e competitivo não ajudava, as relações abusivas entre as chefias e os subordinados só prejudicavam minha saúde.
Ah, isto não são modos muita gente me falou ao me ver desgrenhada e com os cabelos brancos, outros me diziam que eu ainda me apoiava naquele acontecimento do passado.
Um pilar a menos nas minhas estruturas cada vez que o tempo passava, eu me separei, desperdicei o tempo, gastei energias com coisas negativas, senri-me suja e desleal sem sair do casulo.
Pensei em homicídio antes mesmo do suicídio, queria matar alguém, culpar alguém, cortar as mãos do primeiro que me irritasse, poderia até ser alguém que eu amasse, mas não tivesse consciência disso.
Cortei com o sal, minha boca estava seca demais, eu estava desidratada demais para comer sal, até o brinco me incomodava, eu me lembrei da Melissa, a jovem que meu ex abandonara ao saber que estava grávida, ele tem um filho que nunca quis ver e preferiu ficar comigo, era triste demais saber que a minha felicidade foi em cima do sofrimento de alguém.
Descobri que algumas coisas eram ilusões, outras, tristezas profundas, invenções da mente, mas o médico foi categórico: D-E-P-R-E-S-S-Ã-O.

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Rancorosa que julga demais as pessoas

Joguei o capelo para o alto na formatura, estava acompanhada de um homem lindo, meu namorado Fabrício, cujo relacionamento ultrapassava dois anos, depois de quatro meses ele partiu para o céu num assalto no trânsito, chorei tanto que senti tristeza e a superação da perda demorou muito para acontecer, até hoje meus olhos transbordam quando lembro dos momentos felizes.
Foi um namoro raro e delicioso, uma pessoa amável, gentil, altruísta, um ser humano de dar gosto, nada o irritava chegava a ser até irritante sua paciência ilimitada.
Por várias vezes fui cínica tentando convencê-lo a não ser besta, ele nunca me deu ouvidos, abafava minha fala com um abraço, eu e outros amigos sempre organizávamos um motim, era aquela coisa toda para ele só ser bom com quem fosse bom com ele.
O segredo de sua felicidade era que ele já estava terminando de cumprir sua missão na terra, por muito tempo fingi que sua partida não me incomodou, fingi ter superado, vivia chorando escondida, vivia em baladas, mas na verdade eu tinha sede de tê-lo ao meu lado, tinha vontade de encontrar outro Fabrício para preencher a minha vida.
Faria tudo diferente, demonstraria meus sentimentos a cada minuto, deixava a censura pra lá, comprava logo um apartamento e ia viver de modo diferente, aconchegante, tipo casa da mãe,
Ele nunca deixou de me surpreender, era flexível e fácil de lidar, quase todos os dias, penso nele e quando esqueço os sonhos tratam de me lembrar.
No dia de sua partida acordei com mau pressentimento, molhada de suor mesmo estando num quarto pequeno com a temperatura em dezessete graus, não éramos namorados unha e carne, eu reclama de tudo, nada estava bom, eu dizia tudo que vinha na minha cabeça sem filtros, porém nosso amor era intenso e ele não desistia de mim.
Ele compartilhava amor por onde fosse, mesmo no trânsito horrível ele tinha a paciência de ceder a vez, porém morreu exatamente ao volante numa reação em legítima defesa.
Acho que ele tomou susto, não consigo acreditar na versão do assassino, a minha vida estava sempre controlada, eu tinha a faculdade, o namorado, a saúde, um bom emprego, eu tinha o Fabrício e tudo caminhava para a felicidade plena.
A ansiedade tomou conta do meu estômago, engordei trinta quilos, fiquei sem capacidade de manter compromissos amorosos a longo prazo, passei a desvalorizar qualquer homem que eu enxergasse o mínimo de defeito.
Tornei-me passiva-agressiva, ninguém podia confiar em mim, até que um mundo de possibilidades se abriu enquanto eu estava tão cética que nem reconheci um cara legal quando ele apareceu, ele me pareceu uma pessoa de bom coração, mas parti seu coração com a infinita comparação com o Fabrício.
Recebi como consequência do meu temperamento inflexível e julgador a oportunidade de ser feliz e fazer a diferença na vida de alguém, ele era uma pessoa estimuladora enquanto eu engatinhava no quesito saber amar.
Com o tempo alguém veio me falar que ele me traiu, fiquei desconcertada, sem cor, minhas pernas tremeram e ficaram fracas, tudo era repentino, desmoronei , não fiz nenhum esforço para esconder meus sentimentos de rancor, raiva e revolta, porém com o passar dos anos a dúvida veio surgindo na minha vida e coloquei na minha cabeça dura que eu preferia ter a imagem de Fabrício igual aos sentimentos e admiração que eu nutria por ele.

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Um estraga-prazeres

Fazia o melhor que podia, mas ele continuava autoritário, deixava pra lá um monte de suas esquisitices, soltava a imaginação e imaginava em pouco tempo o encaixe perfeito das nossas relações.
Pra ser honesta, eu não sei nada de relacionamentos, mas parte do que sinto e das minhas inseguranças foram plantadas por você, eu era avaliada o tempo todo, eu precisava aprender a me comportar de tal modo senão perdia o “príncipe”.
Tinha certeza que dava conta de agir conforme a música, mesmo eu não entendendo muito porque isso havia de funcionar. Com o tempo percebi que nós não éramos chegados e tudo começava a ficar um pouco cansativo, era tudo muito chato e eu estava sem paciência.
Identifiquei a minha parte dos problemas eu estava de pavio curto com tudo aquilo, eu sei que magoei, sei que amo você, sei que reclamo muito, sei que não sei lidar bem com as divergências do dia a dia, mas a maneira como você está agindo me faz perder o controle de mim mesma.
Os dias voavam e o desgosto aumentava, era uma situação desconfortável, eu me transformei na chata reclamona, eu achava que merecia tudo que você me dizia, tudo que você deixava de sentir por mim, era eu que não correspondia a altura.
Não me relaciono com ninguém desde que rompi com ele, nem beijos, nem carícias, a vontade existe, mas não encontro alguém que não se pareça com ele, qualquer lembrança que me faça lembrar dele é descartada.
Aconteceu tanta coisa, foi difícil ler as entrelinhas que não era culpa de ninguém, eu precisava ser realista, perspicaz, meditativa, ficava triste de repente, não tinha mais novidades para contar, não conseguia oferecer ajuda já que me sentia crucificada.
Via um monte de clones felizes, isso me deixava com inveja, não nego ou com raiva, ou com frustração, não sou babá de adulto mimado, parei de demonstrar qualquer sentimento.
Em busca de um relacionamento saudável e sério excluí você da minha vida, mesmo que eu precisasse te encontrar todos os dias, mesmo que você estivesse deslumbrante com o seu olhar sedutor, mesmo que a minha argumentação válida e bem embasada no cérebro contrariasse o coração.
Você tinha que agir como se quisesse atirar em alguém? Você tinha que estragar os momentos maravilhosos? Eu amo o mundo, as pessoas, os bichos, o trabalho, amo a liberdade do pensamento confortável, odeio ressentimentos ou arrependimentos inexperientes.
Eu sinalizava confiança, o amor passou depressa, não deixou rastros, saiu de linha, fracassou, cruzei os braços e tornei-me séria demais, contagiantemente, quase perfeita, linda... para os outros...
Precisei reenergizar, parar de querer ser verdadeira o tempo todo, precisava de um pouco de espaço, precisava sentir o calor de um afeto mútuo que me desse alegria instantânea.
Peguei o carro para dar uma volta, elogiei você aos amigos que encontrei, sempre te achei legal, maduro, gente boa, mas eles me diziam que te achavam rude e grosseiro. De repente percebi que precisava de equilíbrio, eu me sentia humilhada, precisava de cor na minha vida, nas minhas unhas, na minha roupa.
Entendi que eu não pertencia mais à você, entendi que não poderia mais perder tempo, entendi que as coisas deveriam ficar no passado, entendi que não deveria me arrepender, pois a vida é profunda demais para arrependimentos, somos do jeito que somos e sempre há alguém que nos encaixe.

Inserida por Arcise

Feliz Dia Papai! Feliz 70 anos!

Aproveito para homenagear todos os pais, contando mais um pouco as histórias do meu.
Papai é um homem ingênuo, de bom coração, que atualmente promove sua qualidade de vida caminhando quase correndo todos os dias. Papai sempre viveu em busca de fazer as pessoas felizes, conversa com um, ajuda outro, tenta a todo custo tirar o Davi das drogas: “Davi, Davi, teus amigos ou estão presos ou morreram, muda de vida enquanto é tempo”, diz ele.
Um dia papai me contou que quando teve a primeira filha, a realidade profissional dele mudou, ele por mais que continuasse a fazer horas extras ou trabalhar um pouco mais, seu trabalho deixou de ser a sua prioridade, mesmo que ele tivesse uma família mais numerosa.
Sempre repetiu diversas vezes que a gente tem que ser lembrada pelas coisas boas que faz. Hoje percebo que o papai quer viver mais e melhor, quer dar e receber energias positivas, é mais disciplinado, ajuda no esporte, tem mais qualidade de vida, mas continua teimoso, muito teimoso.
Ele se alegra mais em dar a receber e se contenta com muito pouco, não curte troca de relógios, nem precisa ter muitas camisas ou sapatos, praticamente só compra outro quando um já se foi e não adianta dar excessos para ele, pois ele sempre destina aos mais necessitados.
Sempre foi um aluno exemplar, tinha que estudar o triplo dos outros dizia ele, era estudante de escola pública precária e precisava se esforçar bastante para conseguir tudo na vida.
O papai às vezes julga, ele não se conforma com a A que abandonou a família ou com o B que maltrata a própria mãe idosa e acaba se intrometendo na vida alheia.
Quando éramos pequenos negociávamos tudo em beijos, os beijos estalados nas bochechas do papai eram nossa moeda de troca, cem beijos era o passaporte para o cinema com pipocas, cinquenta beijos, um banho de rio, trinta beijos a gente podia ir para o aniversário do amiguinho vizinho...
Há pessoas que mesmo errando não aprendem, papai aprendeu com cada erro, com cada não, com cada sim, com cada pessoa que o ajudou a sair de uma vida miserável, o seu amor para com os pobres e necessitados é pura gratidão.
Ele não é de deixar as coisas fora do lugar e ajuda a mamãe limpando e guardando tudo além da paixão por cozinhar, coisa que ele faz muito bem.
Papai chora, nunca escondeu seu choro, nunca tentou ser forte quando se sentia fraco, nunca se conformou com injustiças, nunca segurou raiva ou irritação, mas sabe lidar com suas frustrações sem ser um terremoto (às vezes um terremotinho).
Não é de faltar compromissos, nem por discordância, nem por motivos tolos, sua vida é intensa, feliz, completa, cheia de eventos e festas, flashes e sorrisos.
Ele anda rápido, tem pressa, decide baseado naquilo que vê e entende, segura e guarda as ofensas para si, faz caridade sem achar que está perdendo algo, sem desconfianças, sempre com a alma livre.
Quase sempre o chamo de “cara de pau”, ele me força a fazer caridade quando diz 100 meu, 100 teu, 50 meu, 50 teu, 30 meu, 30 teu, é incapaz de ajudar me deixando de fora.
Gosto de passar meus momentos ao seu lado, gosto de saber notícias e aventuras do passado, do cochichado com seu neto caçula, gosto de saber que a longevidade dele depende, em grande parte, do estilo de vida que ele vem escolhendo.
Papai nunca nos reprimiu por tratarmos ele de igual para igual, não existe formalidade no nosso amor e na nossa amizade, não cedo aos seus caprichos por ele ser meu pai, temos as mesmas preferências e necessidades, temos nossos momentos memoráveis, somos cada vez mais lúcidos e amigos, somos felizes e apaixonados, há amor em cada canto da nossa convivência e o que nos une são nossos laços imateriais e eternos.
Pai eu te amo, peço a Deus saúde e longevidade pra ti.

Inserida por Arcise

Fascinada por relacionamentos tumultuados

Estou perdidinha sem saber o que me aconselhar, ele é um homem bastante corajoso, porém arcaico e eu não sei ser mãe nem dona de casa, nunca fiz terapia e nem falo de ex.
Ele é de uma tranquilidade absoluta, não sabe demonstrar afetos e tem muita beleza, muita, muita beleza.
Aprendi o que funciona e o que não funciona para mim, saio bem pouco para balada, não subestimo a inteligência de ninguém, amo conversa-fiada e odeio papo de vendedora que diz que está tudo lindo e com a cara da riqueza.
Muitos tombos me Influenciaram no que sou hoje, não sei flertar escandalosamente, não curto pessoas que parecem superficiais, busco uma família feliz e sem moldes. Vários homens não são adeptos de mulheres livres e eu tenho alma livre, não consigo me sentir prisioneira de uma relação, mas consigo ser fiel e leal sempre.
Ele fez questão de dizer que não tínhamos nada em comum e que ele merecia coisa melhor, não jogou a culpa nele como tantos fazem, jogou a culpa em mim, era eu que não prestava, ele revelou todos os detalhes infantis e imaturos de sua vida amorosa pregressa, uma inutilidade sem tamanho que só me fez pintá-lo de preto.
Ele vivia dizendo que amava isso em mim, mas o tal isso nem era eu ou o meu jeito de ser, o isso significava a manipulação para eu ser do jeito que ele queria que eu fosse.
Gosto de músicas fortes, mas também de músicas sem conteúdo, gosto de pensadores, mas também idiotices me fazem pensar...
Somos jovens e não tenho definida muito bem minhas prioridades, a única certeza é que eu amo morar sozinha e pretendo viver sozinha ou acompanhada com alguém que me faça sentir sozinha por muito tempo.
Eu fico ressentida com muita facilidade e a noite toma um rumo inesperado quando me sinto ofendida, dou importância a constituição psicológica de cada ser e busco na psicologia a resposta ao tão sonhado equilíbrio.
Nada é mais engraçado do que a infelicidade, fazer escolhas erradas e pagar por elas, é tão frustrante, tenho que me concentrar na conversa sem estar interessada no assunto, tenho que viver num ambiente abarrotado de gente porque ele é popular, tenho que aprender a ouvir duas vezes mais do que falo, tenho que conceder o benefício da dúvida quando ele chega de manhã.
Há um desinteresse absoluto, isso é notório, muitas perguntas deixadas no ar, todas insignificantes ou para mim, ou para ele, às vezes me pego falando demais como de costume ou direcionando a conversa para que ela fique mais agradável.
Ele é delicioso, porém impertinente, todinho meu, porém tenho que exercer minha funções de dona de casa para satisfazê-lo, preciso controlar os gritos originados de minha criação e evitar agressões verbais.
Eu não leio mentes, nem gostaria de ter esse dom, fale claramente tudo que você pensa, já sei disso ele diz, mas sempre parece que não entende nada do que eu falo, não cansa de repetir que minha voz é alta, pergunta o porquê de tanta animação e alegria.
Preciso ser forte para não me descontentar com alguém na primeira semana, a sensação não é fenomenal, mas uma atmosfera não relaxante é mil vezes pior.
O ponto forte da nossa relação é que ríamos muito, muito mesmo, de mim, de nós, de todos, talvez isso tenha sido um erro, talvez eu devesse ter escondido o bocejo, ou deixar de falar tudo, ou deixar de ser altamente irritante. Nada justa são minhas escolhas.

Inserida por Arcise

A realidade de algo contraditório

Você fez uma promessa para a vida toda, mas aquele não era o momento oportuno, pois tenho o péssimo costume de encarar as coisas de fora para dentro, sou muito grata por ele existir, por muito tempo nós éramos duas pessoas iguais, cada um com seu jeito próprio de viver, usando a vida em seu favor.
Não tenho muita paciência para continuar, caio no erro da arrogância e do orgulho, da tristeza, da angústia e da falta de sentido à minha existência, sinto-me obrigada a me colocar em lugar de destaque, não me importo muito com que dizem.
Acordei hoje desejando uma vitamina de banana com mamão, eu só conseguia pensar nele, queria casar sem abandonar a mesma liberdade da vida de solteira, sou educada, trato todas as pessoas o melhor que posso, mas sei que não entendo a necessidade disso, às vezes levo patada, sei que às vezes alguns amigos não entendem porque continuo com certas amizades, mas já internalizei assim como eu, eles também não são perfeitos.
Nosso cérebro não nasce tão pronto nem maduro, nossa vida é apenas uma projeção que pode dar certo ou não, pode seguir o fluxograma ou voltar e refazer a própria história.
Em se falando de relacionamento, a maior parte das pessoas prometem na alegria e na tristeza, elas só querem dizer na alegria, passei por isso em ambos os lados, o lado de aceitar a tristeza e o lado de correr dela.
O interessante é que, embora tenhamos hoje muito mais coisas divertidas para fazer, a depressão é uma epidemia na sociedade e a solidão também, são tantos conflitos internos, tantos corações em batalhas, tantas brigas motivadas pelo “amor”, tantas compras desnecessárias e acima das nossas possibilidades.
Às vezes acho que a gente desaprendeu a cuidar do outro, a gente talvez venha perdendo a influência positiva da cumplicidade da vida de casado, a gente desacostumou a se comprometer consigo e com os outros.
A vida nos apresenta mais texturas, mais cores, mais sabores, mais variações que aumentam nosso prazer em nos relacionar, mas no fundo nós desaprendemos a nos relacionar, desaprendemos a construir vínculos, desaprendemos a estabelecer fundamentos sólidos para amar mais e melhor.
É bacana você se presentear de vez em quando, é bacana se sentir cada dia mais apaixonado depois de casado, é bacana entender que somos diferentes, mas que tudo pode dar certo, mesmo na instabilidade, ou vez ou outra na companhia neuróticas, ou ainda, com uma babá doida. O amor traz sentido ao não sentido.
Já perdi parceiro para a morte, já perdi parceiro para o divórcio, já reatei depois de uma separação, já contribui para esvaziar sentimento no coração e na cabeça, já sofri pressão do ambiente externo que julgava o outro como não merecedor do meu amor. A vida é contraditória porque complicamos as relações e simplificamos a mania de brigar.

Inserida por Arcise

Brindemos a uma feliz vida de casados

Pedi à vida que que me desse uma nova oportunidade de encontrar o amor, pedi a vida que meus sonhos se tornarem realidade, pedi a vida que me desse pelo menos dois rebentos e um homem que me faça tão feliz.
Pensei com calma nas características da pessoa que eu queria compartilhar minha vida para sempre, escolhi a dedo todas as qualidades, algumas não dignas de mim, eu não me conformava em ficar sozinha, já estava na profissão errada, já tinha perdido a calma para a vida amorosa, eu que sempre amei de verdade.
Pois é amor, a distração do meu coração entende. Por muitas vezes não me apaixonei pelos homens com quem eu estava e sim pela fantasia que tinha a seu respeito, uma vontade de dar certo, com várias boas razões para ser assim.
Eu soube que era ele assim que o vi pessoalmente, eu gostaria muito de aprender todas essas coisas sobre o amor, não escondia de ninguém que não me sentia à vontade sozinha, aceitei os fatos com entendimento, porém discursava o inverso, tinha o discurso autossuficiente.
Sempre senti que ele não me aceitava do jeito que eu era, ele sempre falava em tom de pesar, porém o laço que nos une é forte e verdadeiro, numa hora felicidades e risadas, noutras, esporros e desentendimentos, como tem que ser.
Uma das coisas que eu não gostava era o fato dele me tratar como autoridade, parecia o tempo todo diminuído, tentei achar justificativas para isso, mas não consegui.
Ele prometera a si mesmo nunca mais se envolver com ninguém, tinha sofrido decepções graves, abandonado no altar, então se entregar ao amor não aconteceria tão cedo. Eu o amava e nunca senti por ninguém o que sentia por ele, então o coração foi mandando no corpo inteiro e de forma racional, amorosa e diplomática fomos nos entregando.
Nenhum rancor nos envolveu, nenhuma tristeza tomou conta, nossos “baixos” eram normais de qualquer casal, nossos “altos” era incrivelmente felizes.
Estou certa disso! De que seremos felizes na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, sem a “inevitável” separação, sem o “adeus” e sem o “te cuida”.
Criamos expectativas fora da realidade para esse momento a dois, sua mãe vinha cheia de conselhos, os seus pais achavam cedo demais, a conversa degringolou a partir daí num tom de façam o que nós dizemos.
Anotei as dicas automaticamente no inconsciente, dei notícias de que vida de casada era mais fácil do que eu pensava, eu não queria ver nem ouvir nunca mais qualquer assunto que se referisse a qualquer ex amor ou da minha parte ou da dele, mas peralá se tudo está uma delícia porque vocês se matavam de insegurança? Porque já conhecemos história de casamentos em crise por ex ou por amiga do casal.
Apesar dos desentendimentos, somos felizes, somos diferentes até em classes sociais, somos merecedores de todo o esforço, buscamos a felicidade, demos a nossa vida um caráter de competição em sermos serenos, sensatos e felizes.
Nenhum de nós é o mesmo, algumas características melhoraram, outras pioraram, nossa sedução mútua aumentou, buscamos o prazer sem limite e nos alegramos em experimentar coisas novas sem sombra de dúvidas.
O bem-estar tomou conta, nos tratamos com deferência, ficamos mais quietos e despretensiosos me tornei amiga do meu amor, não parávamos de conversar nem de dia nem de noite, tornei-me mais discreta, foram muitas tentativas frustradas, muitos erros, mas honestamente a independência da nossa relação nos uniu e une até hoje, com as imperfeições do amor temos uma família feliz.

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Executando tarefas com humildade

A gente sempre procura motivos para adiar o futuro, a gente não economiza nas contas domésticas, faz tudo fora do orçamento, perturba os outros, escolhe alimentos integrais para selar e abafar a meia culpa.
A lição básica da humildade passa longe quando queremos o melhor restaurante que encontramos para o prazer em comer, não nos interessamos por qualquer atividade da vida, incluindo as relações sociais.
Não sou exigente, mas também não quero passar por toda desejando voltar atrás, quero fazer escolhas de maneira consciente e verdadeira, não quero passar a vida gritando por roupas, sapatos e maquiagens.
Por um período senti-me solitária e triste, no entanto, me aprofundei em conhecer a minha alma humana e tola, eu gastei energia em coisas desnecessária, tinha vontade e disponibilidade para muitas atividades e me expressava de maneira grossa e chata.
Algumas notícias são encorajadoras, faz você ter consciência das nossas necessidades básicas, nos preocupamos com o trabalho, com a família que acabamos nos afastando assim que o dinheiro aumenta.
A gente dica adepta de comidas e bebidas sem valor nutricional como por exemplo álcool, café, refrigerante, doces, a gente fica órfã de uma companhia ou parceiro, a gente fica tentando entender o coração.
Muitas vezes tenho o olho maior que a barriga, muitas vezes me aborreço não pelo que o outro é, mas pelas minhas expectativas frustradas, sou de supervalorizar romances, sou de desejar magia nos relacionamentos.
Queria ter força de vontade para parar de comer junk food, carne processada, cereais refinados e laticínios ricos em gordura, queria entender a depressão, queria dizer tudo e dizer muito sobre essa doença do século, queria entender a causa de tantos suicídios.
Não consigo expressar amor quando existe pouca ou nenhuma motivação, não sou movida a euforia ou dependência, não tenho a capacidade de manter relacionamentos mornos, não sou de voltar a minha atenção ao ego do amado.
Queria mesmo ter força e coragem para uma dieta balanceada, não sei porque estou começando a relacionar humildade, com felicidade, com alimentação, com equilíbrio, com gente realizada emocionalmente.
O homem quer tudo, sobe, voa, idealiza e se estatela no chão, pensa que pode tudo, pensa que tem o controle de sua vida, pensa que pode ser adultero e feliz, tem um senso de realidade que abafa tudo de ruim que faz ou constrói, desaponta os outros achando que não o desencoraja a ser uma pessoa melhor.
É muito difícil controlar os hábitos, as tarefas, a mente, o coração, é uma zona perigosa e densa, mas com humildade consegue se dar o primeiro dos muitos passos.

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Toda vez que a vida não acontece do jeito e no tempo que havíamos programado ficamos achando que a vida não é boa com a gente, queremos os nossos desejos atendidos ao nosso tempo do mesmo jeito quando queríamos um brinquedo novo na infância, agora que tudo se realizou me sinto melhor, mas fiquei mal por um tempo com a ansiedade do desejo a ser satisfeito.

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Uma falsa essencialidade toma conta de nós e de fato nem sempre demonstramos o que pensamos, lembrei-me dos pedidos desejados do qual nem precisava.

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Gastamos nosso sangue com questões que só o distanciamento nos mostrará que eram inúteis, a vestimenta não é tudo, as recordações, essas sim são eternas.

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A mentalidade antiga e tão marcada por posicionamentos mesquinhos, por julgamentos, por conceito de felicidade ou de família, eu não me comprometo a concordar com o mundo atual, mas também o mundo de ontem nunca foi o mundo de sonhos.

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Estamos constantemente ameaçados pela dissemelhança, o diferente nos afasta, não se valoriza sentimentos, vamos tirar os obstáculos do caminho. Uau! Tenho que a admitir que o ódio pediu passagem e que as bênçãos de um amor maior foram esquecidas.

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Cansei de esperar por um milagre, cansei de me posicionar como vítima, fartei de brindar uma vida conjugal infeliz.

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Ele funga meu pescoço

Eu esperava rejeitá-lo, tinha problemas emocionais demais para namorar um amigo, imagina eu perdendo o amor e o amigo a médio prazo. Não tinha cabeça para isso e preferi ficar contida.
Ele escolheu o próprio caminho de me conquistar e pagou o preço de me sentir fria, distante, pensativa, além do que ele se sentiu inferiorizado tentando encontrar desculpas que alguém bonita, popular e bem-sucedida se interessaria por ele, mas eu nem me acho essa maravilha de mulher.
Adorava dividir meu dia com ele, mas eu nem me lembro da última vez que fiz isso, era dolorido enfrentar esse distanciamento quando tu queres uma coisa e teu amigo quer outra, tudo estava nos tirando dos trilhos.
Não havia entre nós nenhuma implicância ou desdém, eu adoraria ter meu amigo de novo, eu não estou devendo nenhum favor, meu território amoroso é decisão exclusiva minha, porém me sinto triste pela maneira pela qual uma situação é percebida, tem mais peso que a realidade.
Ele por anos frequentou a lista dos dez mais, alguns anos por último, mas não menos importante, já estou quase desistindo dessa amizade, é difícil manter sempre o pensamento otimista quando se trata de nós, sendo cada um o seu eu.
Minha barriga dói só de pensar que as coisas não se encaixem como antes, mas o que fazer... Não houve química. Acredite se quiser, isso não faz com que eu me sinta melhor, às vezes me sinto entrando em curto-circuito, mas hoje duvido que consigamos superar tudo.
De jeito nenhum! Até parece que você não me conhece. Eu sempre com discurso pronto sobre a nossa amizade, ele conheceu outra pessoa, uma quase namoradinha, eu nunca o entendi completamente, quem disse que evitar uma aproximação funciona? Sentimentos de amor ou amizade não tem regras.
Pura felicidade é estar ao seu lado apesar da escassez com que nós nos encontramos, olho muito bem onde piso para não machucar ninguém, incluindo você. Minha vida tornou-se muito melhor depois que eu te conheci, você me faz inteira, não quero tirar tua capacidade de amar repentinamente, não quero que percas a empolgação por ninguém, nem quero te cobrar que nossa amizade seja feliz para sempre. Não quero se uma sanguinária e implacável, não sou lógica nem articulada nesses assuntos mais íntimos.
Nada me faria mais feliz do que te ver feliz, você trouxe alegria a minha vida, deletou muitos aspectos apagados e infelizes, eu te aceito como sócio, como amigo, como alguém que posso colocar num pedestal sem correr riscos de me decepcionar, curto viver um pouco do seu mundo.
Escolho as palavras com lágrimas no rosto, não gasto mais dinheiro à toa, vou direto ao assunto sem papas na língua, eu me acostumo com a ideia de nos afastarmos sem ressentimentos de minha parte.
Tenho pouca experiência em fazer sofrer corações, não faço joguinhos e me orgulho disso, você nunca soube o bem que me fez e que me faz.
Com você aprendi a me vestir como bem entender, com você aprendi a viver como se o ex não existisse, com você entendi como quero viver a vida de um casal de verdade, mesmo enfrentando as consequências de nós nunca termos sido um casal.
Em tom professoral eu digo que não consigo acolher a fungada no pescoço, não consigo usar você como meu escudo e minha proteção, não consigo me fixar na gente como nós. Talvez esse texto seja meu jeito de pedir desculpas.

Inserida por Arcise

Seu futuro é resultado das escolhas que faz todo momento em sua vida

Em igualdade de condições você é a sua escolha preferida, o seu corpo sente e escuta tudo que você faz, ele altera a sua forma se assim você permitir. Muitos falam de resiliência, mas não têm a mínima capacidade de suportar e estresses, rejeições, críticas, escolhas na hora de comer.
Talvez haja relacionamentos partidos em sua vida, não coloque comida a mais no seu prato por causa disso, talvez seu coração precise ser restaurado, não é motivo de comer mais, talvez pequenas malfeitorias precise de perdão, talvez você esteja prisioneiro do ódio, da vingança e de tudo que mancha a alma e o coração, mas não coma a mais por causa disso.
Sinto que minha cabeça e meu corpo somos totalmente incompatíveis, sempre fui comilona, sempre misturei comida e sentimento, a única diferença é que eu me movimentava mais.
Agredi meu corpo com aquele chocolate após a frustração, com a extravagância de repetir uma comida deliciosa, com a liberdade de comer mais, com um rumo quase sem volta.
Precisava ser verdadeira nos sentimentos, ser uma profissional controlada, aprender a me reinventar, me unir a bons motivos para manter-me focada na saúde.
Abri mão de mim mesma muitas vezes em função do outro, dei alguns passos com impulso, comi por ansiedade, comi por irritação, comi para me acalmar, comi para seguir em frente.
A comida morava na minha mente, terminava de comer e já salivava pela próxima refeição, era um jogo de prazer, uma razão para viver, uma desistência silenciosa e inconsciente.
As pessoas falavam o que queriam, eu havia estragado meu corpo, era a menina de rosto bonito, ninguém se colocava no meu lugar, sei que queria alguém para colocar a mão na minha cabeça, mas eu arriscava meu coração cada vez que a balança subia mais um pouco.
Criei expectativas de perfeição, dessa vez não ia parar, eu ia começar sem desistir, existiriam tropeços, cansaços, ofensas, ódio, culpa, recomeço, ressentimento, existiria um estilo de vida torto com pausas e férias, mas criaria um hábito, uma consciência, um momento consciente e eterno causado pelo bem-estar, pela serotonina.
Já senti vergonha, já perdi forças, já enfrentei situações muito mais difíceis, já conheci verdades muito mais doloridas e estridentes do que um “não, obrigada! Estou satisfeita”.

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Destruí sua vida familiar

Quem quer pisar em ovos pelo resto da vida? Quem quer ter vida de solteiro estando recentemente casado? Quem culpa os outros pela própria angústia?
Caminhar a dois não é tarefa das mais fáceis, é um exercício diário em companhia, nada parecia muito gentil, parece que eu não estava com aquela força toda para amar, estava cheia sendo guiada pela ansiedade, a irritabilidade, a impulsividade. Eu era ágil para brigar, tínhamos um tratamento difícil a minha forma de me relacionar era diferente da dele.
No início éramos companheiros inseparáveis, depois observamos o nosso lado incompatível, nossos segredinhos viraram chantagens, não havia consciência na construção de uma família. Aquela pessoa verdadeiramente atenciosa não existia mais.
Não conseguia deixar de me preocupar por conta das brigas de que eu não passava a figura de mulher séria, dedicada ao lar, que ele não tinha confiança em mim, que eu soava arrogante, pavio curto e instável.
Sempre sonhei em felicidade sem esforço, boa demais para ser verdade sem as instabilidades e inseguranças, talvez porque quando eu amo eu fico mais segura que uma rocha e não precise de controle para ser fiel.
Não me preocupo em controlar ninguém e odeio ser controlada, minhas credenciais são fidelidade e lealdade, porém sou dispersa curto os amigos, boas gargalhadas, se você não quiser me acompanhar em eventos pode ficar, noto as diferenças mas consigo compreendê-las.
A atmosfera entre nós mudou para pior, o tom era hostil e impaciente, típico de apatia ao primeiro olhar, com o tempo ficou tudo muito recíproco, era difícil ser boazinha com quem te despreza. Sentia uma saudade imensa que apertava o peito do tempo que nos conhecemos, do tempo em que você me achava metida e certinha e fazia tudo para me conquistar e me fazer feliz.
Sempre sonhei viver uma vida repleta e gratificante, mesmo sem você, o ideal seria que fosse com você, mas já que isso não era possível, já que com você eu vivia com a cabeça atormentada, eu não tinha paz...
Nessa ocasião percebi que sou mais forte do que pareço, que nem todo amor é importante, que senso de humor deve fazer parte da vida familiar, que nem todos os casamentos dão certo, que eu não poderia te colocar como a pessoa mais importante da minha vida sendo tão infeliz.
As minhas atitudes mudaram, sei disso, adorava meu trabalho, minha voz alegre era minha marca registrada, era evidente que eu me sentia bem comigo mesma em todas as áreas da vida, menos em uma.
Infelizmente o divórcio se tornou um câncer social, eu mesma já aconselhei várias pessoas a ficarem juntas, a procurar um terapeuta, a aprender a lidar com os sentimentos, sendo franca e torcendo pelas relações, mas quando você se ver completamente infeliz o discurso do felizes para sempre muda de figura.
Eu fui um pouco além da conta no meu limite de tolerância, cada palavra era uma possibilidade de união, depois entendi, por mais que gostássemos um do outro, eu ia para a direita e ele para a esquerda, o que mais pesou foi ter a ideia de que ele era uma pessoa desprovida de compaixão.
Um beijo longo e intenso e uma despedida, destruí seus sonhos de uma família, voltei atrás no meu sim, transformei meu sim em não, mas eu precisava continuar com sentimentos lindos ao seu respeito para sempre, eu precisava me livrar dos ressentimentos e tornar minha vida mais pura e mais alegre.

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Bens e necessidades

Nesse tempo de crise as pessoas andam refletindo entre bens e necessidades, reaproveitando coisas da estação passada, se esforçando para economizar, colocando sua autoestima para cima sem precisar de tantos cosméticos, mas vira e mexe não estamos imunes aos erros, o erro do desperdício, da doença inevitável do consumo, do resultado de nossas más decisões.
Outra coisa sobre bens e necessidades que confunde a gente é a liberdade, a reafirmação de amor, os aprendizados com os acontecimentos, o divertimento sadio, inócuo, a fronteira entre a firmeza e o desequilíbrio, a boa aparência e juventude e o foco no casamento.
A ciência do bom viver diz que parte de nós possui inteligências arianas que rir da própria desgraça e a outra parte rir da desgraça alheia, que parte de nós conseguimos enxergar o coração do outro, outra parte não, que parte de nós acha que não vale o esforço e que tudo o que podia ter vivido já passou, outra parte luta sem saber por dependência afetiva.
É difícil adquirir um pedômetro, um padrão de beleza é sempre arbitrário, ou os abandonos são sempre injustos, ou a gente pode parar de tentar, a gente pode parar de se importar, parar de ter sentimentos, prender numa gaiola os déspotas.
A gente chega a poluir o ambiente por preguiça, a gente se arranha por sermos diferentes, a gente acredita que homens só gostam de mulheres bonitas, a gente fala só coisas bonitas para não deixar ninguém chateado, a gente curte um cara safado que fala de tudo até levar você pra cama, um estelionatário emocional.
A gente reclama de excesso de trabalho, da vida desequilibrada, agente se acha velha aos quarenta anos de idade e jovem demais para se despedir da vida aos 100, a gente morre por dentro, mas não dá o braço a torcer, a gente fala que a verdade liberta, mas vivemos de ilusões.
Um dia a gente entende que são as pequenas despesas que levam embora nosso orçamento, entende que somos todos macaquitos, que tudo que vivemos tem desdobramentos psicológicos, que sentimos inveja e até cobiçamos coisas alheias.
Ninguém precisa de títulos escolares para discutir seus argumentos, ninguém precisa de Deus como amuleto do qual me lembrava cada vez que enfrentava dificuldades ninguém precisa de posses para ser mais ou menos feliz.
Geralmente paramos de descobrir coisas novas sobre nós mesmos, a gente nem sabe que podemos ser vitoriosos sobre os nossos hábitos, a gente cria briguinha e acusa o parceiro por tudo e no fim pergunta se tá tudo bem.
A gente não dá importância ao mal-estar doméstico, na falta de atitudes adultas e descoladas, na história que se repete, na saúde perfeita até perdê-la, no relacionamento não estável. E quais nossos bens e nossas necessidades mesmo?

Inserida por Arcise