Ausência
A paz verdadeira não é a ausência de conflito, mas o repouso do espírito no meio do caos — como a flor que floresce sobre a pedra.
Quando a ausência passa a ser o último vestígio do amor que um dia floresceu, ela se torna tanto dor quanto memória viva. A falta carrega em si um paradoxo: é prova de que houve amor, mas também seu fantasma, rondando cada pensamento e cada gesto. Nesse espaço onde o amor deixou de existir em presença, a ausência ocupa o trono, governando seu coração com lembranças e saudades.
Mas a ausência não é apenas vazio: ela nos convida a revisitar o que fomos juntos, a valorizar o que aprendemos e a questionar o que ainda podemos ser. Se a falta é tudo o que resta, talvez ela seja também o ponto de partida para reconstruir-se, para sonhar outras formas de amar, outra forma de ser amado. Porque, no fim, é justamente na saudade que guardamos o maior tesouro: a prova concreta de que fomos capazes de amar de verdade.
Assim, mesmo que a falta pareça reinar absoluta, ela pode nos sussurrar lembranças que acendem a esperança. O amor, mesmo ausente, continua vivo enquanto houver memória, enquanto houver o desejo de reencontrar-se – seja em quem fomos, seja em quem podemos vir a ser.
A ausência de palavras não significa ausência de intenção — há venenos que se preparam em absoluto silêncio.
Não romantize a ausência. Amor sem atitude é ilusão. Quem ama, cuida. Quem quer, aparece. Quem some, já escolheu não ficar.
"O problema de muitas igrejas hoje não é a falta de memória psicológica, mas a ausência de memória viva,lembram de Deus apenas como conceito antigo, não como presença atual. Pregam uma nostalgia emocional, não uma fé firmada na fidelidade eterna".
Linha Tênue
Sou do 93, tu do 92,
um abismo entre os dígitos,
mas no eco da noite, tua ausência soa.
Espero.
Pelo toque frio do telefone,
pela faísca da notificação.
Mas não vem.
Só o silêncio, que sussurra teu nome
como uma praga ou uma prece.
E eu me perco,
na paranoia dos teus sinais invisíveis,
na ilusão de que teus olhos
passeiam por minhas mensagens apagadas.
Romance ou delírio?
Eu já não sei.
Os teus sussurros habitam as paredes do meu quarto,
teu cheiro, um espectro entre os lençóis.
Cada vibração no bolso é um coração que para.
Cada número desconhecido, tua sombra que escapa.
Serás real, ou fruto da febre?
Diz-me, és mulher ou miragem?
Meu amor é uma fogueira que devora,
minha sanidade, uma chama que dança.
Do 93 ao 92,
não há distância maior que o medo,
nem paranoia mais doce
que esperar por aquilo que talvez nunca venha.
Sofrimento não é apenas a dor pela perda de alguém, mas a ausência saudosista da felicidade não vivida...
"Observar, compreender os silêncios, os recortes, as ausências, ainda que submersos em um oceano de imagens. Ao deslizar, novas ondas visuais nos atingem. Oceano de pixeis, nossa atenção se dispersa e nossa sensibilidade corre o risco de naufrágio. A fotografia, mesmo imersa em fluxos digitais, conserva sua potência: denuncia, transmite afeto, registra aquilo que o tempo tentaria apagar, interroga, convoca. A fotografia, esse mar revolto e as imagens que resistem."
Com sua ausência, o vazio, a saudade e gratidão pelo seu tempo em nossas vidas.
Obrigada mamãe por tudo!
Adoção não é sobre suprir a ausência de um filho. É sobre descobrir, com espanto, a potência de um amor que não precisa de explicação.
"A verdadeira força não está na ausência de desafios, mas na coragem de enfrentá-los. Cada obstáculo vencido nos torna mais resilientes e preparados para o que vem pela frente."
Sabe…
A solitude não é ausência de amor,
é a presença de si mesmo.
É quando você se olha no espelho
e entende…
que estar só não é solidão.
É escolha.
É maturidade.
É liberdade.
Porque antes de ser de alguém,
você precisa ser seu.
Cuidar das suas feridas,
calar os ruídos,
e ouvir o que o seu silêncio está dizendo.
E quando isso acontece…
Você já não aceita metades,
não se encaixa onde não cabe,
não implora lugar onde não existe espaço.
A solitude te ensina:
quem é inteiro sozinho,
só fica com alguém…
quando o amor soma. Nunca quando falta.
