Anti Casamento
REFLEXÃO ANTI-JOGO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Só se fala em vencer; chegar na frente; fazer a diferença... temos que aprender a empatar; chegar junto; fazer a igualdade.
ANTI-AJUDA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Depois de muito viver, sem dar a vida ou morrer por coisas que não valem meu sangue, porque são coisas, crio e sanciono minha lei: não. Não "posso, quero e faço". Nesta nem em outra ordem. Quero e tento, exatamente nesta ordem, como tantos querem e tentam o que nunca está para todos. É, mas não está.
E acho que não vencerá o melhor. Vencerá o semelhante que naquele contexto for agraciado com as condições mais favoráveis; o que inclui preparo, desempenho, ajuda externa velada ou ostensiva, pequenos ou grandes detalhes que podem ser entendidos como sorte ou providência sobrenatural. Certamente a vitória seria de outro alguém, se o contexto fosse outro e todo esse conjunto desconstruísse, para depois reconstruir a posição de seus elementos.
Não saio de casa todos os dias, para ir à luta, e sim, aos projetos ou estudos, e ao trabalho. Vou à busca, ou à procura, sem aquela certeza dos campeões em potencial. Dos que sabem que um dia chegarão "lá", como não sei nem quero saber. Só quero ir. Mesmo que nunca chegue. O passado e o presente seguem ao meu alcance, mas o futuro não. O futuro está no futuro.
Realiza-me, ser um semelhante. Não fazer a diferença. Tão apenas manter a semelhança e contribuir para um mundo igualitário. Pelo menos no meu caso, viver não é um esporte. Nem uma guerra. No que tange a vida em um todo, pódio tem uma rima que me desagrada.
ANTI-AGENDA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ninguém jamais ouvirá de mim aquela máxima de que preciso dar uma olhadinha na agenda. Não preciso, e não é porque seja um homem sem compromissos. É porque não sou nenhum pop star, tenho plena consciência disso, mesmo nas horas de maior deslumbramento. Meus compromissos futuros, que nunca chegam a dezenas, estão todos nas linhas da memória. É bastante fácil para mim, dizer sim ou não, sem desfigurar o meu rosto com caras e bocas.
Acho que até o nosso Roberto Carlos, o Papa Francisco e o presidente da ONU dão suas respostas de imediato. Suas agendas estão inchadas, espremidas e com o peso do mundo, mas eles não se eximem, creio eu, de olhar as suas agendas, senão pessoalmente, por meio da assessoria, na hora do convite. Isso quer dizer que não há como pessoas comuns como eu, que são as pessoas a quem tenho acesso, arrotarem a máxima da olhadinha posterior na agenda. Já nem precisam tanto da tal agenda, pois também não são "nenhum pop star", mas vá lá. Creio mesmo que sou a pessoa mais vaga ou disponível de minhas relações. Não há muita gente a fim de convidar um escritor como eu - sei bem do que falo - para estrelar, nem mesmo para figurar em seus eventos de qualquer natureza.
Mas eu falava de agenda, e meu objetivo é pedir às pessoas às quais imploro para estarem ao meu lado em determinadas ocasiões, que apenas digam sim ou não. E se fizerem questão da olhadinha na agenda, não o façam posteriormente. Sei que não é necessário, e diante disso, a olhadinha vira o que popularmente chamam de "mico". Pelo menos em meus pensamentos. E ninguém, em sã consciência, quer "pagar" nenhum "mico" diante de uma pessoa tão sem status como eu.
ANTI-COBAIA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Minhas modas se aplicam às minhas vontades,
tenho cá meus critérios que ninguém amolda,
porque olho nos olhos das plenas verdades
que ao acaso quebradas o tempo não solda...
Minha moda maior é não estar na moda,
só entendo ser livre como não ter grades,
crio asa no vento e no chão ganho roda,
pra fugir das estampas e publicidades...
Nunca tive carimbo nem preço de capa,
dou a cara pro mundo ensaiar o seu tapa
e jamais conseguir consumar esse ato...
Sou de corpo gasoso para quem me caça,
pois me quer no seu banco de réu ou de praça,
seja lá como for, para servir de rato...
VERSOS ANTI-DIDÁTICOS
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Não corrija meus poemas,
pois não dou consentimento...
Não existe professor
de alegria; sonho; dor;
saudade; amor; pensamento (...).
SER HUMANO ANTI-MARKETING
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Tenho a raiva que acalma o coração;
sou desleixo e me agrada ser vulgar;
sei negar o perdão e não pedi-lo,
como sei me assumir um anti-herói...
Muitas vezes capricho em não ser forte,
me recuso a viver a qualquer custo;
vejo a morte com olhos complacentes;
não me assusto; conheço a sua cara...
Eu discordo que a roupa me componha,
corpo é alma que às vezes veste o ar,
sonha e voa por todos os meus poros...
Quase nada que tudo sancionou
foi projeto que um dia elaborei;
não me cace num show de convenções...
POEMETO ANTI-HERÓI
Demétrio Sena - Magé
Temos muitos "heróis"; não criem outros;
nossa crise de aspas não permite;
não se agite a carência do rebanho,
porque tudo está seco e sem porteira...
Pra que servem "heróis" que não resolvem,
trazem carmas, conflitos e desculpas,
têm apenas bravatas como armas
e transferem as culpas mascaradas?
Não inventem cenários; falsos mapas
nem as capas pra Zorros pontuais
diluídos perante os olhos nus...
Resta o sonho do nosso entendimento;
aos "heróis" do momento é preferível
ter "vilões" que a má fé convencionou...
RISO
Demétrio Sena - Magé
Já podemos curtir a Gloria Groove,
sem cair no vespeiro anti-comunas;
ver as dunas na praia e não temer
que nos firam por nossa liberdade...
E podemos falar de Paulo Freire,
relembrar o Darcy, crer na cultura,
na sutura do caos que se alastrou
nesses anos de plena ignorância...
Derrubamos o monstro do cercado;
seu legado esperneia pelas ruas,
mas aos poucos a pilha se desgasta...
Ninguém ache que agora é paraíso;
é apenas o riso dos que sabem
que ninguém é feliz com repressão...
... ... ...
#respeiteautorias Isso é lei
VERSOS ANTI-NARCISO
Demétrio Sena - Magé
O amor a mim mesmo não comete arroubo,
não sou louco por mim como ditam os coachs
nem há roubo do chão aos meus pés embebidos
da quimera na qual não precise de alguém...
Todo mundo é um mundo que me faz completo,
mesmo quando alguém frustra uma expectativa,
um afeto estendido em qualquer atitude
ou olhar que os meus olhos consigam fluir...
Meu amor não é tralha que se atice fora
na lixeira do espelho do meu próprio ego;
falo grego a quem fala desse amor tão fútil...
Nunca tive loucura pelo meu umbigo,
paixão cega por tudo que me diz respeito;
se me caso comigo é pra não ser feliz...
... ... ...
#respeiteautorias É lei
VERSOS ANTI-CURRAL
Demétrio Sena - Magé
Um governo está sempre devendo ao país;
não entendo quem ache que tudo está bom;
só um povo infeliz enaltece a quem paga,
sem sentir os efeitos de pagar impostos...
Multidões sempre sofrem com desigualdades;
há governos melhores por comparação,
mas nenhuma nação é feliz por completo
nem há povo que tenha por que festejar...
Os heróis que aclamamos debocham de nós;
temos voz emprestada pra brincar de gente
nessas frentes de lutas por cidadania...
Nosso voto recente nos livrou dos bichos
que roíam direitos e cavavam caos;
mas louvar menos maus não nos dignifica...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
ANTI-PRODUTO SOCIAL
Demétrio Sena - Magé
Quero estar junto a mim, por onde vou;
se me falto, me falta o proprio pé;
ser quem sou é sentir os meus pulmões;
minha fé só precisa correr nua...
As aparas me tornam menos eu;
os vernizes me gastam mais que as traças;
sem ser meu, sem sentir pertencimento,
perco as graças da vida em minhas veias...
Não é crise de um velho adolescente;
são clichês que não passam com a idade;
é a mente que afronta o coração...
Tenho ranço de vendas e mordaças,
de ferrolhos, carcaças e bitolas
que me forjem produto social...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
A permanência da existência por vida e por voz nesta dimensão é efêmera. Logo é imperativo que antigas palavras e questões existenciais, amorosas, familiares e amistosas estejam sempre bem resolvidas. Uma das maiores frustrações, é ter que posteriormente falar no vazio e viver na cruel incerteza da duvida do perdão.
Quem diz que sabe de tudo não sabe de nada especificamente. A arte de saber desde a mais remota antiguidade está intrinsecamente ligada a arte de reconhecer que não sabe mas quer aprender.
A arte e a anti-arte em confronto nos caminhos oblíquos da chamada arte contemporânea. A matéria criativa e a anti-matéria destrutiva, evolução e involução perante as novas técnicas, plataformas, olhares e modalidades digitais tecnológicas. O artista como modus operandi propulsor da inquietação e o espectador como um isolado condutor do que quer ver e foi por ele intimamente criado. Artista e espectador em dialogo constante sobre a insólita realidade e a arte como instrumento de comunicação sensorial inventiva geradora de múltiplas perguntas e respostas, por infinitas possibilidades.
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