Amor e Desejo
“ O que somos, como somos, porque somos e somos o melhor que podemos ser?
Diante de inúmeras cobranças, frente a uma sociedade que a cada dia que amanhece torna-se mais exigente, seres que deixam de ver o pôr do sol no horizonte para responder à uma mensagem no celular, pessoas que estão esquecendo da cor do céu em troca de um mundo fechado e cinza.
Julgamos tudo pela aparência, o tomate mais bonito, a roupa mais sexy, o cabelo mais hidratado, os músculos mais definidos. Deixamos os valores naturais em segundo plano. Uma boa conversa substituída por uma simples 'trova', cantadas vencem as paqueras a curtição chega sempre primeiro que uma futura relação.
Passam os dias e a credibilidade da sinceridade perde espaço para a ousadia, o seguro torna-se arriscado de mais e o encontro casual assume a liderança do ranking das 'relações'.
Quando sozinhos estamos desanimados, olhamos o espelho e imploramos mudança, mas não passamos do pensamento. Quando estamos com alguém em vista, mudamos hábitos, o cuidado redobra. Passamos a amar o eu. Não seria mais interessante mantermos sempre esse pensamento? Porque querer o melhor para nós apenas quando precisamos 'conquistar' o outro? Não somos infinitamente mais importantes que aqueles que não sabemos de nada, que muitas vezes conhecemos na noite passada?
Certo vez um sábio falou, 'que não podemos salvar alguém de um mar revolto se não soubermos ao menos nadar, não podemos oferecer amor se não possuímos o necessário para amar a si mesmo'. De que adianta se preocupar com os inimigos, se o maior de todos aqueles que podem nos derrubar, está mais próximos do que imaginamos. O Eu. Ele que é capaz de derrubar-nos em um simples e rápido pensar, ele que nos encaminha para as nossas escolhas, ele que alimenta todo sentimento contido em nossa alma. O Eu. Eu que penso que sou capaz de tudo e por todos, não consigo dominar a própria força. Eu que amo a tudo e não sou capaz de amar a eu mesmo. Eu que ofereço tudo e pouco tenho.
Ser feliz é tão simples, não necessita de ajuda externa, somos tão felizes quanto pensamos, afinal, estamos aqui, imagina quem já se foi, não tendo essa oportunidade de pensar sobre tudo isso. Ser feliz não é sinônimo de relacionamento, onde é confundido com necessidade carnal. A carne implora alimento, e acabamos substituindo por futilidades, afinal não sabemos escolher o alimento a nossa própria fome, muitas vezes ela satisfeita com apenas um sorriso, com um muito obrigado.
Seja autêntico, viva para você, não mude por ninguém, se te faz bem ser o que és, continue em frente. Alguém há de aceitar seu modo de ser, mesmo havendo uma única pessoa que goste do seu jeito, saberás que ela existe, não desanime, não se engane, agrade a ti mesmo.
Quando tua alma sorri por você ser assim, os astros sorriem por ter satisfeito a ti mesmo, e quando alguém te completar, que seja assim, da maneira que te sintas feliz, pois todo verdadeiro amor demanda de uma aceitação mútua, onde defeitos e qualidades se completam, onde todos possam ser como querem ser, e que tudo que necessite mudar, não seja maior que a vontade de amar. Uma alma livre de mudanças, sorri mil vezes mais, sua liberdade deixa a verdadeira beleza do amor florescer, ele não intimida o ser, e sim, causa uma sensação de estar completo, e é tão natural que todas as explicações somem de nossas bocas.
Não se preocupe se nada disso aconteceu, afinal se não sabe onde está sua outra metade, talvez não tenha chego o momento de toda essa magia se concretizar, pois o momento é tão mágico que deve ser dividido apenas com sua metade, as outras partes não saberiam aceitar seus defeitos, então antes de se perguntar onde encontra-la, procure sua felicidade, seu amor, sua vontade de se gostar, pois quando ela chegar, terás que estar completo, pois toda receita para ser perfeita, não pode faltar nada.
E quando menos esperar, em um Domingo solitário e comum como qualquer outro, sentado, tomando um chimarrão, ele pode aparecer, aí perderás o controle sobre tudo que sempre controlou e vais ser abençoado com toda a magia do Amor."
(Alexandre dos Reis)
Certo dia, eu escrevi que para se estar aqui é preciso ir a outros lugares, buscar novos horizontes para não se frustar com poente sol cotidiano que a vista de cá me apresenta. Cansado do joguetes pueris dessa gente tão descolada, resta-me ir para poder ficar, esquecer de sonhos desejados, das noites em claro, dos lábios tocados, do frio arrepio que sua presença causa ao meu corpo. Extasiado com o medo da partida, nem adeus procurei dar, aos poucos você perceberá a doce ausência da minha presença em seu dia a dia, até lá terei caminhado pelos meus pensamentos, redesenhando os caminhos que só me levavam a você, embaralhando mais o confuso sentimento que me liga a você. Terei que suportar a estranha sensação de saber que você está nos braços de outrem, acalentando os desejos de moços esguios, prematuros, rasos, como quase tudo em sua vida. Quando der falta de mim, poderei não mais encontrar as velhas estradas que me levava diretamente a você. Meu velho e cansado corpo buscará aconchego em outros bares, outras esquinas, em outros copos de cerveja. No entanto, sei que conservarei o antigo desejo de compartilhar novamente com você os cigarros no meio da madrugada e o indireto beijo negado será mais uma vez partilhado sob a névoa da nicotina. Meus dedos tocarão os seus, meus olhos procurarão os seus e o fogo que incendiava meu peito novamente será aceso. Mas eu já não serei mais aquele, você não me reconhecerá, porém eu sempre serei seu.
Continuo descendo para onde não se pode ver, a reveladora claridade não exerce mais a satisfação verdadeira. Não enxergar certas realidades, revela-nos estados engraçados de mundos decaídos. Explorar a vasta escuridão pode nos trazer tesouros encerrados em sonhos passados. Neste momento, estar imerso neste universo faz com que eu não veja os meus desejosos pecados e minhas algozes loucuras. Tudo para não perder o que tenho e esquecer o que a claridade dos sonhos me faz vislumbrar. Não faço mais esforços desesperados para a plenitude da minha utopia ser concretizada, simplesmente deixo-a ir desvairadamente perdida em busca de meus olhos que não mais a encaram, até que algum ceifeiro a conduza para as lâminas de seu destino.
"Te olhei com um sorriso, te toquei em pensamento. Pele sempre macia, morena, cor do pecado. Te falo tantas coisas, frases repetidas, não pronunciadas. Sentada no banco da praça, displicente com os desejos, passo todos os dias e assim que te vejo, desejo..."
Sou um antiquário em pessoa viva, e meu público alvo não se resume aos que pretendem, por exemplo, decorar o mundo e o
ambiente atual em que vivemos.
Meu público alvo constitui principalmente de colecionadores de antiguidades.
O público que pertencem à esta nunca serão marginalizados pela massa corrompida.
Eles subsistem no tempo e no espaço. Com as constantes modificações na forma de se perceber sabiamente um ambiente, se valoriza ainda mais, adquirindo uma grande e imensurável cotação.
Muitos pensam que a morte és a libertação do espírito e que se segue para as esferas de julgamento de onde voltará a reencarnar, se transferindo aos Mundos Felizes.
Mais eu vós digo
"Não se acreditem quitados com a Lei, não atendendo pequeninos deveres de solidariedade humana."
Não precisais de igrejas, pastores, padres e ditadores, o bem, a luz esta dentro de vossos corações.
Não somos absolutamente nada sem uns aos outros, se coloque sempre do lado do outro, e fazeis para o outro aquilo que gostaria que fizestes para si mesmo.
A aliança com o povo faz promessas de grandes bênçãos e os acompanhará se fores obediente às leis e preceitos do bem maior, caso se rebelem e não cumpram os preceitos divinos, serás retirado a mão protetora de sua carne terrena e permitirá que sua carcaça seja afetada por pestilências e não mais próspera.
Dissolvo teus instintos
em meu nu, em meu
despejar de delírios.
Morda-me como quem
possui, possua como
quem não tem pressa,
quando o tempo cessa
hei de querer-te mais...
De olhos fechados os
sentidos do mais e mais
sinta! São meus lábios
a caça dos teus
percorrendo-te todo
em atalhos e delongas,
em detalhes e curvas.
Passeio suavemente como
ave a flutuar e então me
atiro em frenesi como
faminto a te devorar...
Ela
bebia,
fumava,
cheirava...
abusava de todos os vícios que eu não gostava...
eram seus vícios;
mas entre quatro paredes
nós
nos bebíamos,
nos sugávamos,
nos cheirávamos...
abusávamos de todo desejo que gostávamos...
era meu vício.
Dia do Irmão,
Todos os dias são dias comemorados
Eles servem para serem lembrados
Que não somos todos os mesmos
E mesmo assim do outro dependemos
Mesmo que seja para um único abraço
Juntos crescemos e tudo foi dividido
Mesmo que fora um para cada lado
O sangue que nos uniu não separa
Nossas brigas nos fortaleça no amor
Pois o entendimento que tem valor
Um sentimento que ninguém explica
Somente que tem irmão reconhece
Que acontece com um, o outro sente
Um desejo profundo de bem querer
Ter irmãos e ter amizades verdadeiras
Lembranças da infância, consistência
Coisa que seus pais sempre desejam
Que não hajam entre eles diferenças
Como os dedos da mão, desiguais
Unidos agarram com todas forças
Com o amor que os une, nada escapa.
Dia a pós dia os tolos vão se tornando imperceptível aos meus sentidos.
De extrema pequenezsão invisíveis .
Acredito que não é hora de dizer e nem fazer nada, apenas se submeter aos caminhos que nos estão dando e ver que lutar contra ou a favor é simplesmente inútil, pelo simples fato de que o final será exatamente aquilo que nunca planejamos.
Olho para meus pés brancos como névoa, suaves como plumas, perfumados como campos de lavanda e a lembrança finca-me sua lança.
O sabor se dissolve em meu paladar.
O gosto, o cheiro o calor revoluteiam na lembrança indissolúvel como um só gole de Blanc de Noirs, como se fosse a exatidão do momento pendura um beijo impetetuoso sem trégua para o fôlego, sua língua sedosa laçada com sabor de Pinor Noir impelindo um corredio não desatável.
PARTO DE MIM 💝
Parto de mim por caminhos
Vertiginosos sem poder levar comigo
As açucenas mais belas que um dia
Os meus olhos já viram ou irão ver
Agarradas aos vestidos de noiva
Onde as lágrimas caiem de alegria
Num encontro marcado pelo tempo
Numa rua qualquer transformada em noite
Pela tua ausência perfumada de silêncio
Nas árvores da rua afogadas de amargura
Perco o caminho da felicidade ganha
Pelas claras tardes entre as horas de verão
Visitadas em pensamento por ti, sim por ti
