Amigo Desleal
Quando um amigo te pedir ajuda, não arrume desculpas. Na sua vez, ele largou tudo que estava fazendo, só para lhe ajudar.
TETY, um amigo fiel.
Poucos, muito poucos, pouquíssimos acreditaram quando falei de Tety, quando disse que nas últimas sextas feiras de anos bissextos, depois de meia noite em noites de quarto crescentes ele falava; muitos riram, mas também não me esforcei pra convencer ninguém, era algo que só a família conseguia usufruir, se é que podemos falar assim. Era profético, era filosófico, as vezes hilário, mas como falar disso pra alguém sem passar pelo ridículo de ser taxado de mentiroso? Tety me falou certa vez, que em outra vida já tinha sido ser humano, disse que foi sua experiência mais cruel de vida; mencionou que foi muito difícil ser humano, que fora enterrado vivo pela sua companheira, mas ao reencarnar em forma de gato que fora adotado pela sua ex companheira pode testemunhar todo seu sofrimento nas mãos do amante. Disse que gostou de ser gato curtia correr pelos telhados em noites de lua cheias flertando com as gatas... falou da existência de um ser superior, mencionou um apocalipse e um provável choque entre a lua e a terra.
Há um mês procuramos Tety desesperadamente, cheguei a conjecturar que a carrocinha pudesse ter capturado ele, mas se assim fosse outros vira-latas que vivem aqui na rua também teriam sido capturados; coloquei anúncios nas redes sociais, mas nenhuma notícia. Ontem recebi uma carta de alguém que colocou no remetente: DI STEFFANO MAXMILLIANO JONAS FREIRE DE ALBUQUERQUE BARROS DE ALCANTARA, li e reli; e o seu teor era esse: “meus queridos, muitas saudades; exatamente um mês quatro dias e vinte e duas horas de saudades de todos sem exceção. Tive que me afastar,pois como vocês perceberam fiquei velho e o que se avizinha a velhice é doenças morte e muito trabalho aos que cuidam da gente. Quero que vocês guardem na lembrança aquele cachorro jovem e brincalhão que sempre foi fiel a todos. Obrigado por toda a dedicação e carinho de vocês.
Daquele que sempre foi de corpo e alma de vocês; Tety.
Juarez, pronuncie como se começasse com “R”, ele sempre fez questão disso; amigo de infância que eu não via há tempos, apareceu repentinamente aqui em casa; Sempre foi um cara “cabeça”, um bom papo, só um pouco, “Maria- vai- com as outras” conversamos muito falamos do passado depois ele me segredou: Tadeu eu tô no pó”; fiquei pasmo, Juarez não era disso, era aquele tipo de cara: “mente sã corpo são...” “No pó Tadeu, tô no pó”, ratificou me entregando uma cédula de cem reais; “ sei que aqui consegue-se com facilidade; compra lá pra gente...” saí e voltei com um pacote, preparei algumas gramas pra ele, ele cheirou, aspirou ávido depois começou a pular, a falar a sorrir e gargalhar: cara eu tô legal! Eu tô legal Tadeu! Me levantou lá em cima: “você é o cara!” Prepara outra aí! Preparei ele aspirou, ficou mais entusiasmado ainda: “cara essa é da pura! Arde bem pouquinho nas narinas...” pulava e cantava: “everybody want you..” do fundo do baú... no final da tarde se despediu me agradecendo penhoradamente; devolvi seu dinheiro; ele reagiu surpreso:” faço questão de pagar Tadeu”. “Não precisa, é um presente pela nossa amizade”, respondi. Saiu cantando feliz: “Euclides, fala pra mãe...” não tive coragem de dizer que o que ele tinha consumido, era goma...
Foram visitar a savana africana, um filósofo, um pastor e levaram um amigo em comum, apesar desse ser um alcoólatra compulsivo. O pastor levou uma bíblia, o filósofo levou seu notebook, o bêbedo levou um litro de aguardente, e, ao longo do passeio bebericava no próprio gargalo. Ficaram encantados com o que viam. E o pastor glorificava o Senhor, o filósofo filosofava enriquecendo seu aprendizado, o bêbedo festejava com a cana. Mas ao longo de uma vereda perceberam devidamente protegidos no seu veiculo de safári, que uma criança caminhava sem perceber que bem próximo, um grupo de leões observava na sombra de uma árvore, a possibilidade de alguma caça. Imaginaram o pior e nada poderiam fazer porque se gritassem a criança não ouviria se buzinassem talvez só chamassem a atenção dos leões; então ficaram calados e torcendo para que aquela criança que era filha de algum nativo daquele lugar, passasse despercebida pelas feras, mas aconteceu o pior, e foram testemunhas de uma cena violentíssima. O pastor visivelmente chocado tomou a aguardente da mão do alcoólatra e tomou uma dose cavalar. O filósofo por sua vez tomou do pastor o litro de cachaça e tomou uma grande dose. O bêbedo por sua vez filosofou: “a soberania está acima de todos os males...’ mas vamos fazer uma oração pelo espírito dessa criança, que provavelmente está no seio do senhor.
Não deixe filho menor dormir na casa de tio, primo, vizinho, de amigo.
Lugar de criança é em casa e aos olhos do pai e da mãe. 😌😌
Sempre tive um grande defensor, patrono e insubstituível amigo e amigo leal, presente em qualquer tempo, aquele que puxa as orelhas quando está sem razão mostrando a razão. Guerreamos juntos com armadura, sabre e brasão como cruzados do dia a dia. Importante: sempre sem renunciar a ouvir o coração. Porém, se foi, partiu e sumiu, não o vejo mais no meu reflexo no espelho, deixando o estímulo da esperança, não do convívio pelo ônus do tempo, mas do reencontro.
Amigo é uma palavra com profundidade. Não banalize o seu sentido atribuindo seu valor a qualquer um.
AMIGO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Amigo não é coisa. Nem é pra se guardar. Muito menos debaixo de sete chaves. Amigo é um ser especial, com o direito de ir e vir... e ter sempre abertas as portas do nosso coração.
FRUSTRAÇÃO
Só queria lhe dar meu dorso amigo;
ter do seu a resposta natural;
partilhar o perigo; a segurança;
qualquer bem, todo mal que nos rodeia...
Dar meu sonho, amansar a realidade
no seu riso, na sua confiança,
ter a sua saudade junto à minha
quando não estivéssemos por perto...
E queria lhe dar meu corpo amigo,
sem a gasta versão de propriedade
como artigo de compra e possessão...
Quis doar o melhor do não doer,
não roer uma corda social
nem fazer uma bolha pra estourar...
CHUVA DE GRANITO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Fiquei confuso e assustado ao obter de um amigo informação de que houvera uma forte chuva de granito em sua cidade. Se uma chuva de granizo já é capaz de causar estragos, e a depender da intensidade ou do tamanho das pedras até mesmo tragédias, imagine o que não faria uma chuva de granito, ardósia ou mármore.
Confesso, entretanto, que a informação de meu amigo também me levou a fantasiar. Sou mesmo assim, em razão de meu espírito gravemente poeta... e sem cura. Imaginem vocês, que de muito fantasiar durante o dia, tive um sonho inusitado, à noite. Tudo por culpa da informação fantástica de meu amigo.
No sonho, meu quintal bastante arborizado, até bucólico, foi presenteado por uma chuva fina, inofensiva e bela, não de granizo, granito, ardósia nem mármore, mas de rubi. Rubi em grãos delicados que pousavam suavemente sobre as folhas das árvores e deslisavam ao chão, onde pude colhê-los, feliz da vida.
DISLEXIA SOCIAL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Muitas vezes o amigo oculto em fim de ano, revelado como alguém especial cujas virtudes sublimam os eventuais defeitos, é exatamente o desafeto suportado no decorrer do ano. Aquele sujeito indesejado, cujos defeitos inaceitáveis enterram as eventuais, escassas e questionáveis virtudes.
Não é uma crítica. É um elogio sincero à insondável capacidade humana de assumir a cor do ambiente, o ritmo da música e a filosofia da ocasião. Saber exatamente onde ganha, perde ou empata o que tem para investir no campo das relações humanas, muitas vezes com vistas a um futuro bem próximo.
Mais do que um elogio, é uma inveja de quem nasceu aleijado neste aspecto. Sem esse dom natural e obrigatório à sobrevivência de seres sociais. Alguém que tentou, fez o curso, mas nunca teve sucesso nas provas de única escolha que o mundo aplica nessas horas cruciais.
VALORES INVERSOS
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Depois da breve apresentação de um amigo ilusionista em sua festa de aniversário, a socialite preencheu um cheque para efetuar o justo pagamento, e foi amigavelmente censurada pelo amigo:
- Deixe disso, criatura! Não vou lhe cobrar nada!
- Ah, vai! Não o chamei aqui para trabalhar de graça!
- Que de graça que nada; somos amigos; amigos não pagam amigos.
- Amigos não exploram amigos. Tome aqui seu pagamento e não se fala mais nisso.
- Vai me desculpar, querida; mas será que nem uma vez você pode me tratar como pessoa, e não como produto?
A doce queda-de-braço entre os amigos levou horas. Ela, porque achava justo valorizar economicamente o trabalho dele. Ele, porque não queria, pelo menos naquele momento, ser tratado como produto.
Formidável contrariedade, a daquele artista. Ser valorizado em sua arte, por alguém bem próximo é uma raridade. Foi convencionado que os profetas não têm valor nas terras onde vivem; não fazem sucesso entre os seus.
Ademais, no exato momento em que o felizardo se queixava de ser tratado como produto, e não respeitado como pessoa, milhões de artistas de todas as áreas mundo afora, lamentam porque são tratados como pessoas, e não respeitados como produtos.
AMIGO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Um amigo enriquece os caminhos do mundo;
ameniza os espinhos impostos aos passos,
tem os braços abertos pra nos libertar
entre abraços, palavras, às vezes silêncios...
Ter amigos completa quem somos em parte;
os amigos nos catam e colam de novo
quando a vida nos quebra, nos deixa no chão
ou nos rasga e semeia nos rodamoinhos...
Amizade sincera jamais evapora,
não há tempo e distância que a façam ruir
e seu tempo é agora, pouco importa o tempo...
O amigo nos guarda no dom de quem é;
sua graça nos basta com força de lei
onde a fé no destino quase crava os pés...
EXTREMADO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quem me tem como amigo, tenha boa fé;
olhe bem nos meus olhos e creia no mundo;
venha fundo nos flancos; descasque meu todo,
tire o pé desse freio de conter afetos...
Para ter meu carinho desarmado e pleno,
que não deixo esfriar nos desvãos de quem sou,
tenha sempre o que dou, sem reparar na casca;
não invente veneno em minhas beberagens...
Sou amigo invasivo e deploro evasão,
tenho mais coração do que noção de quando;
consciência de como; até que ponto estou...
Vou além do sensato e meu afeto assusta,
se me tens como amigo não te custa nada
o melhor de minh´alma, do forro e da napa...
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