Agradecimento aos Avo Formatura

Cerca de 642 agradecimento aos Avo Formatura

Ser um bom cidadão nada mais é do que cumprir à risca o que sua avó ensinou, o que sua mãe ensinou, o que você ensinará:
como ser dominado e não se opor a esse absurdo.

Inserida por SemNomeTol

Élcio José Martins
FAMÍLIA

Família tem contorno de ilha,
De avó, de mãe e de filha.
Tem o pão e o amor que compartilha,
Tem lição e instrução de cartilha.

A família é o esteio,
É o início, o fim e o meio.
É a avó com o coração cheio,
É o avô com as brincadeiras de recreio.

Família é a razão da vida,
Calma, suave ou atrevida.
É só perdão mesmo em bola dividida,
Só desiste dos seus, quando termina a partida.

É a rosa mesmo que o espinho doa,
É o calor mesmo ao tempo e na garoa.
Mesmo longe segue na proa,
Tem família severa e aquela que ri à toa.

Família é segurança,
É o ritmo da dança.
É a fé e a esperança,
É o sorriso e a alegria da criança.

Família é porto seguro,
É a liberdade cercada de muro.
É o verde fruto maduro,
É o amor latente, eu juro.

Família é o remédio e a cura,
É o ornamento de ternura.
É o médico que afasta o tédio.
É o lar, não importa o tamanho do prédio.

Família é a busca no aperto,
Na discórdia, no erro ou no acerto.
É a melodia do concerto,
É o símbolo que não precisa de conserto.

É a calmaria nas temidas tempestades,
É o amor no ceio das maldades.
É o entender das tenras falsidades,
É o afagar dos sonhos, dinamitando as vaidades.

Fujo, corro e escondo,
Pra mim, sou um estrondo.
Mas quando nada sai redondo,
É na família que acabo me recompondo.

Família é o astro que brilha,
É a lar recheado da mobília.
É a alegria dos pássaros cantarolando,
É raiz, é vida, É DEUS que está provando.
Élcio José Martins

Inserida por elciojosemartins

Se é ligado em porcarias que lhe prendem a um celular, sua avó não é. Converse, abrindo a boca - não um aplicativo - com ela.

Inserida por swamipaatrashankara

Querido avô "bigodes",
Estejas onde estiveres, quero falar contigo uma vez mais, quero dizer-te que o motivo desta carta são as saudades e a angústia de não te ter dito, pelo menos uma vez como te amo.
Não estava muito perto quando a tua passagem por este mundo terminou. Vi-te a ultima vez com vida e de olhos bem abertos à minha frente quando me despedi de ti em Maio de 2016. "O Natal e o Ano Novo estão ai à porta, não tarda nada estou contigo outra vez", era assim que eu pensava quando me despedia de ti, valorizando o tempo que levaria ate nos voltarmos a ver. Sorria enquanto meu coração chorava com medo de ser a ultima vez que te via. Nunca estamos preparados para dizer adeus de verdade, não é avô?
Perdoa-me, avô "bigodes", por pensar de mais nas teclas do meu telefone, pela inexperiência de escrever e pelo peso de o fazer apenas depois de ter partido.
Lembro-me dos teus mimos, das longas horas que brincaste comigo sentada no teu colo. Lembro-me do jogo das palmas das mãos, sempre suaves e macias e tão carinhosas, após "um, dois, três" cantado a uma só voz e implacável sintonia, era de longe o meu favorito. Lembro-me dos risos, de todas as vezes que pedi que o repetisses e de como tu o fazias. Lembro-me dos passeios pelo monte, dos abraços e das palavras que me aconchegavam.
Avô, ensinaste-me tudo o que sei hoje ou pelo menos o que importa! Ensinaste-me a ser menina, a ter a noção de que a vida me vai fazer cair muitas vezes , mostraste-me o lado bom de ser criança. Foi maravilhoso ter-te como avô, partilhar contigo alguns momentos, algumas birras. Fizeste-me todas as vontades e nunca pediste nada em troca porque sabias que no fim do dia eu te iria agradecer. É por tudo o que me ensinaste que és importante para mim.
Sei também que não disse as palavras no momento certo, por isso, aproveito esta carta para as dizer: amo-te, avô "bigodes"!
Um abraço cheio de amor da tua neta

Inserida por adriana226

Tenho 63 anos, eu conheci seu avô, fui amigo do seu pai e ainda vivi bons momento com você. Esse é um momento difícil para mim, estou velho, tenho cabelos brancos, talvez esteja até um pouco enrugado, mas a minha memória ainda é a mesma! Lembro de todas as glórias que buscamos juntos, lembro de ti cantando comigo, lembro de todas as taças levantadas em minha presença. Hoje não contribuo muita coisa, você se mudou e assim como um avô eu vivo sozinho, me sinto abandonado e muitos já não lembram mais de mim... Por isso hoje eu te desejo toda sorte do mundo e muitas outras taças, sei que és imortal, mas eu não sou. Por isso hoje, assim como Vargas, eu saio da vida para entrar para a história.
⁃ Olímpico Monumental

Inserida por O-PAI

Acho engraçado quando dizem "ela tem o jeito da avó dela", etc. Tem é nada. Tem o jeito dela e somente isso.

Inserida por swamipaatrashankara

Antes eu não acreditava. "Só depois que fiquei velho que passei a acreditar, que meu avó foi menino."

Vida Mar

Brincadeira de novo
Alta maré
Enterrado é o avô
Baixa maré

A outras, mãos laçadas
Alta maré
Despedidas são dadas
Baixa maré

É contrato de sócio
Alta maré
São papéis do divórcio
Baixa maré

Névoa entre memórias
Mais
Baixa
Maré
Tumba dedicatória
Pra
Sempre
Maré

Inserida por RafaelFarah

Converse um pouco com a minha avó sobre corpo humano e logo ela vai te perguntar qual o maior órgão do ser humano. A pele. Aprendeu isso em um curso de massagem. Deslizava sua pele em outra pele. Agora enrugada já não desliza mais. Ela que reveste, que protege, que cobre, tão fina e delicada, segura rios de sangue, de pulsações, corações. Estes que batem agitados com o toque de uma pele especial, que saltam com a lembrança de uma pele, que se fecham para peles específicas e que esquentam os tremores da pele no frio. Pele que se livra ao notar o fogo, pele que se torna os olhos dos cegos, a forma no escuro, que se arrepia com um mau pressentimento. Ela, que tirada da natureza, com suas cores de terra, foi tirada à força de sua beleza para se tornar apenas três: branca, preta e amarela. Ela que surge em uma barriga, em trilhões de barrigas, que transforma o prazer em gente, que reveste crianças e ingenuidades. Culpada pela própria riqueza acabou virando carma, castigo, azar. Ela que definiu de berço escravos arrancados de seus tetos, de peles arrancadas, cortadas, que definiu judeus encurralados, que caiu gelada em câmaras de gás. Culpada pelos próprios filhos, responsabilizada. Pele que em umabraço salva um dia inteiro, salva uma vida, pele que com o toque acalma e cura, que com suas texturas, bocas, suscita paraísos. Pele que cobre gênios, bichos, tapete de pelos, de camadas grossas para nadar no gelo, de confundir leões. Ela que se multiplica para ver crescer suas criações, sem pensar em formas e pressas, generosa com todos que respiram. Pele, ela que sem querer fazer sentido apenas gostaria que todas as suas peles estivessem unidas como uma pele só.

Inserida por jefferson_schroeder

Ser ou não ser... A falecida minha avó dizia que somente basta ser e acontecer, porque o resto vai ser de todo jeito.

Inserida por erika_gasbarro

MEMÓRIA

Minha avó fazia café bem doce. Talvez, por uma necessidade de se procriar além dos filhos legítimos. Biscoitos na gordura, pão de queijo no forno, bolo de chocolate em cima da geladeira. O cenário aparentemente bucólico escondia guerra das mais matutas em orvalhos e outras fragrâncias. Cheirava a cozinha um cheiro forte do que se come. No quintal, cheiravam as flores um cheiro que se vislumbra. Alimentar dos produtos da casa vigorava a minha carne. Alimentar do beija-flor que tomava o néctar de hibiscos em diversos matizes alimentava a minha alma. O cachorro latia freneticamente. Eu não sabia que o bichinho também comia: a alegria das folhinhas em domingo. Ao pé da jabuticabeira, meu Drummond chorava todos os lirismos nascidos da terra caudalosa, terra de muitas veredas e rupturas. Minha mãe afagava meus cabelos, o pai e os tios viam futebol, a pequena irmã devorava porções de desenhos animados.
Não fosse eu poeta, esta prosa seria pólvora. Não fosse eu poeta, partículas cintilantes de minha vida perderiam na guerra dos tempos que não se curam: saudade.

Inserida por ItaloSamuelWyatt

Na Terna Brandura do Cárcere
O Último Avo de um Amor Extinto

Em qual formato desconexo,
Depositamos desta vez,
Encharcadas expectativas ?

Quão afastados de nós mesmos
Pudemos chegar, sem ferimentos
Graves ou pesares terminais ?

Vislumbres precisamente balizados,
Experimentos da farta engrenagem,
Tudo estaria certo, exceto por nossa
Irrecuperável disposição à auto sabotagem.

Falências agendadas
Com antecedência,
Decompostos em
Nossa compostura célebre.

Resta-nos septos pútridos,
Hábitos promíscuos
E a terna brandura do cárcere.

Arrepios raivosos percorrem
Cada processo das vértebras,
Pálpebras aplaudem frenéticas,
Cãibras confirmam o torpor faminto.

Inserida por michelfm

Hoje minha avó morreu
A verdade é que foi tudo tão rápido e automático que não pensei nela
Só conseguia pensar no meu pai.
Sei que é loucura mas não consigo imagina-la morta
Pra mim ela sempre vai estar na frente da casa sentada na cadeira de macarrão proseando com os vizinhos.
Já meu pai não,
Ele está aqui e vejo os anos pesando sobre seus ombros.
Eu vi ele chegar hoje andando devagar, eu vi a dor nos olhos dele
E eu vi lágrimas que não via há muito tempo
Talvez nunca tenha visto como aquelas.
E me doeu tanto
Doeu na alma ver (incapaz de reverter) alguém que amo tanto exalando aquela dor tão real, tão intensa.
Pai tudo o que eu queria era arrancar isso de você, mas seria egoísmo demais não deixar você viver o seu luto.
O tempo tudo cura, você só precisa saber que ela está nesse momento, sentada na cadeira de macarrão, com a caixa de fumo do lado, fazendo pacientemente o próprio cigarro. Ela vai pedir um café pra depois do cigarro e vai rir de tudo isso. Daquelas gargalhadas doidas que se seguiam de um beliscão que era a forma dela dizer Te amo.
Ela está melhor que nós.
Eu te amo demais.
Eu queria que você nunca esquecesse disso.

Inserida por paulo_sousa_2

Crônica: Lembranças de minha avó Mulatinha.

São poucas, mas são boas as lembranças de minha infância. Essas lembranças me transportam para uma deliciosa viagem ao um tempo que não volta.

Lembro e muito da minha avó, ela tinha um cheiro peculiar um cheiro próprio, único e marcante que não se confunde com outro cheiro, um cheiro bom. E volta e meia eu sinto esse cheirinho gostoso, mas sem ter ela por perto. Tenho saudades do seu meigo olhar, e que apesar da avançada idade ainda sentia prazer em brincar.

Chamava-se Mulatinha: vó Mulatinha! Até esqueci que seu nome era Maria. Acostumei... Minha última lembrança são de seus cabelos branquinhos como flocos de algodão e que brilhavam como raios de luar. Não sei a magia das avós, mas sempre são queridas. Deve ser porque não querem ser mais mães, não querem educar e nem repreender; querem apenas ser amiga dos netos.

Não esqueço de minha avó: era carinhosa e sempre com um sorriso maroto como se tivesse compartilhando travessuras. As avós podem se dar a esse luxo. Dizem que elas deseducam os netos; tudo bobagem! Elas nos abraçam de amor. Um amor que hoje, já adulto, sinto saudades. Muitas vezes precisamos desse aconchego sem fronteiras e sem limites.

Lembro-me quando perdi minha mãe aos quatros anos, lá foi eu e meu irmão Nem, de mala e cuia para casa de minha vó, apesar de quase cega foi ela quem cuidou de mim e de meu irmão, por um bom tempo, depois meu irmão foi morar com meu tio Martin e eu ainda fiquei morando com ela. Que maravilha! Porém, tinha um defeito, vivia dormindo pelos cantos kkkkk. Numa destas 'dormidas', meu irmão e eu pegamos as tripas de uma galinha enrolamos no pescoço de nossa avó. Ficou um lindo colar. Mas aquilo quase a matou de susto, ficamos arrependidos, afinal não é moleza acordar com um colar de tripas no pescoço. Foi a primeira vez que ela ficou brava e falou serio.

Porém, no dia seguinte ao chegar da escola, minha patinete estava toda vestida com minha camisa e meu short, em cima da única cama da casa onde dormia nós três! E ela sorrindo, como se quisesse se desculpar pelo desentendimento do dia anterior.

Beijos, minha vó mulatinha, quem sabe um dia a gente se encontra num lugar bem mais bonito, onde você deve estar brilhando. Então poderemos brincar sem medo e sem contar mais o tempo; pedirei ajuda aos anjos para que me guiem por essa imensidão, e perguntarei, em cada canto, se eles não viram uma 'Estrela chamada MULATINHA' sapeca, com uma cabecinha branca e brilhando como raios de luar.

Saudades, vó.
Théo.

Inserida por adeniltoncerqueira

"Todas as semanas, praticamente, tenho sonhos com minha falecida avó. Sempre vejo o rosto e o comportamento de Dona Rosinha sereno, alegre e me abraçando. Não fala nada. Está num silêncio.

Inserida por Acirdacruzcamargo

a tristeza reinou meu coração, eu, que odeio a solidão e os momentos de infelicidades, meu avô doente e fraco entregue aos homens para poder salvá-lo da morte, e eu, vendo tudo isso, assistindo suas dores sem reclamar nada e muito menos sem pedir nada, pois nada posso fazer, está numa unidade de terapia intensiva, o homem bom que me criou e que me fez um homem forte para lutar pelos seus sonhos, que me deu carinho e amor, que ingrato sou, estou sem coragem de vê-lo e beijá-lo por amar demais e não ver tanta dor pois a vida deveria ser de alegria e abundância, não tenho a fórmula da vida mas tenho a convicção de que meu coração sempre estará junto do meu avô e pai, não importa as circunstâncias o amor sempre vence e a morte apenas é a repetição do novo ciclo da vida que se inicia, e tudo que é novo assusta!

Inserida por gnpoesia

Eu também mereço o Nobel: descobri que o meu relógio biológico é movido a corda. E o do meu avô era uma ampulheta.

Inserida por SAINTCLAIRMELLO

E assim já dizia minha avó “NÓS CONHECEMOS O SENHOR DO BOM PRINCÍPIO, PORÉM NÃO CONHECEMOS O SENHOR DO BOM FIM...” e é isso...o mundo dá voltas ...como será nosso fim... ah, esse pertence a Deus.

Inserida por MariaZenith

Pode se dizer que lembranças são aquilo que recordamos sobre a nossa avó contando lendas antigas na varanda a luz da lua.

Inserida por LucasEduardoSantos

Nem avó, nem a dó sabe educar...

Inserida por CacocomK