Coleção pessoal de deyvyson

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Moro em mim

Moro em mim, na mais autêntica fraqueza
Na mais infinita certeza, moro em mim
Moro em mim, no tédio mais amargo
No acender de um cigarro, moro em mim.

Moro em mim, na força mais transparente
No sorriso mais incontente, moro em mim
Moro em mim, na solidão mais extrema
Na felicidade pequena, moro em mim.

Moro em mim, no mais profundo mar
No brilho do luar, moro em mim
Moro em mim, na triste ilusão
No meu pobre coração, moro em mim.

Moro em mim, na insônia abominável
No café adorável, moro em mim
Moro em mim, na música incansável
No poema exagerado, moro em mim.

3 / 01 / 19

A tarde caiu
Com ela também caiu
Os amores loucos
Os gritos sufocantes
As decepções
As mágoas
Uma vida

Noite vem vindo
Com ódio
Com brasa e dor
Com mortes trágicas
Rompimentos e alucinações
Pesadelos
Lágrimas

Mas disso tudo eu já sei.

17/08/18

O campo

A mente tranquila
O café
O frio que se choca
Nos meus ossos
O campo
O homem necessita da natureza

A beleza tá no interior
Tá no campo
Mais café
Johnny Cash tá tocando
Somos jovens
Mas jovens com alma de velhos
Velhos que outrora conservaram o que é bom
A modernidade que se dane
Mais café

O homem se encontra na natureza
Deus vive no seu coração
A verdade é divina
O campo
A solidão também faz bem ao homem
Esqueçam um pouco da cidade
A paz e a beleza tá no interior
O campo é sábio, o campo é a sabedoria
Mais café
Johnny Cash tá tocando

Oração para minha alma

Cá estou, na varanda de casa
Numa noite de sexta-feira
Ouvindo o silêncio das estrelas
Lá fora, muitos estão em festas, namorando, dançando, morrendo ou em suas casas
Dormindo, sonhando, sonhar?
Isso eu sei. Sou um sonhador
O pesadelo sou eu mesmo.

Mas obrigado senhor por tudo
Pela família, pelo café, pela solidão
Pelos amigos, os poucos que tenho
Tem os que se divertem e tem eu
Trancado em mim, trancado no abismo das nuvens estranhas

Amanhã é 26, meu aniversário
Um dia normal como todos os outros
Nunca fui tão feliz e no meu aniversário não seria diferente
Felicidade dura pouco, é pó
Amanhã é so mais um dia, 23 anos de um garoto estranho com todos devaneios e pesadelos e romances instantâneos e a solidão que é maior que tudo

Mas obrigado meu Deus
Por eu estar aqui
Por estar na varanda olhando as estrelas e sentindo o vento tocar nas orelhas
Obrigado pela poesia, que nunca morre
Poesia é pão que se coloca na mesa
E que nos alimenta a alma. (25/05/18)

Recife

Recife é noite
Recife é dia, sol inflamável
Recife é amor e tristeza
É solidão de ponte a ponte

Recife de Manuel Bandeira
Recife das batidas do maracatu
Recife dos manguezais
Mistério tu és demais, Recife

Recife brasileiro como a gente
A poesia está em cada olhar
De cada pernambucano
Cada inverno, cada verão
Recife tá no coração

O que seria de nós sem essa cidade?
O que seria da nossas vidas sem o trânsito irfernal da Agamenon?
O que seria de Pernambuco sem Recife?
O que seria do Brasil sem Recife?
Um Brasil com menos brilho
Recife é poesia brilhante
É uma gota de orvalho linda
Recife é uma melancólica felicidade infinita.
Recife é vida que nasce, é vida que se vive
É sonho que se realiza, sonho que se morre
Recife é imortal
Azar do estado que não tem Recife como capital.

Enquanto o mar está calmo

Enquanto o mar está calmo
Eu estou só, muito só
O que tem lá no horizonte?
O que eu sou?
O que nós somos?
O mar? Está calmo, por enquanto.

No meu eu, o estranho e o mistério se conectam
Como o orvalho numa manhã, em que a aurora celestial sangra.
Tenho demônios na cabeça, e são muitos.
Há aranhas em meus pensamentos de pesadelo em escuros
Próximo de mim, pensamentos de assassinato, confusão, mediocridade.

Tudo isso é eu? É você?
É nós? É ninguém?
Sou sombras de páginas de livros
Canção feita pelos anjos de Deus
Deus meu, me perdoe por tudo, por todos os devaneios até então felizes e sem explicação

Me perdoe pelos pensamentos de morte e de ódio, de maldade e do meu eu psicopata. Além de tudo isso, sozinho, continuo, além eu sou
Vivo mudo, sou silêncio profundo.
Um absurdo. Sei quem sou, não sei quem sou.

Enquanto o mar está calmo
Estou sozinho
Sozinho comigo
Sozinho com todos
Sozinho com o nada
Enquanto o mar está calmo
Eu não estou.

Me perdi na curva

Me perdi na curva
Não na curva da rua
Não na curva da solidão
Não na curva da tristeza
Não na curva do meu eu narcisista
Nem mesmo na curva dos meus sonhos sem sentidos

Mas na curva do teu corpo
Na curva do teu doce olhar de pantera
E lembrar-me do teu beijo gostoso, gelado
Que ao me beijar congelava-me inteiro de paixão

E lembrar-me que já não sinto mais o teu beijo gelado
Foste embora sem dizer adeus
E adoeci, e adoeci

E que maldade eu imaginar
Que antes melhor seria se eu me perdesse
Na curva da tua rua e que talvez entrasse em outra rua
Só para não te ver

E que antes melhor seria ter
Me perdido na curva da minha solidão e continuar só com ela
E jamais ter te conhecido

E que antes melhor seria se eu me perdesse na curva da minha mais funda tristeza
Pelo menos minha tristeza não sai sem me dizer adeus

E que antes melhor seria se eu me perdesse na curva do meu narcisismo
E ter amado a mim mesmo, e sempre

E que antes, também, melhor seria se eu me perdesse na curva dos meus sonhos sem pé e sem cabeça
Pois garanto que meus sonhos sem sentidos fariam mais sentido que ti

E antes, que bom fosse...
Que eu não me perdesse na curva do teu inflamável corpo que me atraiu e depois me enganou com o suor amargo com gosto de caos

E que bom fosse, que eu jamais tivesse me perdido nesse teu olhar doce de pantera
Que só me destruiu por completo.

Toma...
Te dou meu coração
Mas, cuidado, ele é muito frio
Com sombras e solidão
Ele pode te deixar maluca
Te rasgar em lágrimas
Destroçar-te por inteira
Então muito cuidado.

Mas ela é uma gracinha de deixar meu queixo caido
Essa mulher pode ser tudo que eu preciso
Um sorriso carismático
Uma letra do Matanza
Um poema, uma dança.

Esperança

E que a esperança nunca me falte
Porque sem ela sou navio no fundo do oceano
Sou fraco, sou alma congelada, não sou eu.

E que a esperança nunca me falte
Nem no brilho das estrelas
Nem nos meus dias de caos
Nos meus dias de medo.

Deixe em paz meu coração de poeta

Deixe em paz meu coração de poeta
Que até aqui, só há pó
Solidão me queimando
E dizendo...
— Um pobre coração que ninguém tem dó
Quem sabe?
É melhor assim?
Ficar só?
Vou amargando as palavras
Numa página pálida e vazia
Bem mais pálida e vazia é a minha vida
Que por horas e horas
Me tranca no caos obscuro da alma.

Deixe em paz meu coração de poeta
Onde as minhas lágrimas
Me afogam, como uma onda silenciosa e mortal
E que no final, como uma rocha...
Elas se petrificam
Mas logo uma chuva de ilusão me rasga
É como quando alguém se apaixona
A ilusão te preenche e depois...
O amor te rasga pelo meio.

Deixe em paz meu coração de poeta
É que o amor é um naufrágio
Ele vai nos afundar no final
O amor é feito um vidro...
Que quando cai no chão se parte
E se transforma em cacos
Então, é isso, eu e você seremos cacos
Amor é nada, é uma chama que ascende e apaga
Acaba!
No fim tudo é solidão-lágrimas-dor
Não meu bem
Não adianta bancar a durona e fingir ser forte
Lá vem o amor nos rasgar pelo meio de novo.

A garota
Que vivia em seu quarto
Deitada na cama
Mergulhando em seus devaneios
Mesmo tendo que conviver
Com a solidão
Ela conseguia ver
A esperança das coisas da vida
No brilho das estrelas.

Hoje
Essa garota virou
Uma mulher madura
Mais forte que antes
Guardou pra si
Alguns devaneios
Esqueceu das decepções
Nem liga mais pra danada da solidão
Ela agora vive sorrindo
E florescendo toda manhã.

Não te amo mais

Devolva-me os sorrisos que eu te dei
Os abraços anti-solidão que eu te abracei
Os versos melancólicos que fiz pra ti
Devolva-me

É sempre assim que o amor
Se transforma em fim
O que você não soube cuidar
Talvez alguém saiba um dia

Agora é cada um na sua
Eu aqui, na dança da solidão
Você aí, com outro cara
Toda errada, ainda quer voltar pra mim

Dizendo que o mundo
Pra nós dois não acaba assim
Toma um café, que o mundo acabou faz tempo
Não te amo mais.

Minha paz

Meu bem, o mundo tá um caos
Vem me abraçar
Com você esqueço que o mau existe

Teu sorriso resplandece o cais
Da minha alma
Se eu me perco nas tuas curvas
Eu me acho nos teus lábios

É que você menina
Me passa a paz
A paz de tudo
O mundo está em paz agora
Tudo parece tão calmo com você

Você é como uma canção do Djavan
Que quanto mais eu ouço
Eu quero sempre ouvir mais
Eu quero sempre te amar mais
Quero o teu charme
Até nos dias de tempestade
E que a tua paz nunca me falte
Nem mesmo no fim.

Noite de Julho

Sou um poeta perturbado
Vivendo meus dias
Com tamanha solidão
Com tamanha imensidão
De um grande vazio em mim

Há dias que estou em paz
Mas há dias que me tomo
Como uma pessoa que está de saco cheio de viver
Mas não sei exatamente o porque disso

Não consigo me entender
É como se eu vivesse mil anos
É como se eu fosse um imortal
E já tivesse enjoado de ser um imortal
E não conseguisse suportar mais
Essa vida sem sentido
Essa vida vazia
Uma vida ilusória
Isso mesmo, meus amigos
A vida é uma ilusão

E talvez eu esteja cansado dessa ilusão
Oh, Deus, obrigado pelos dias bons
Os dias que eu me sinto fora de mim
Obrigado pela esperança que ainda sinto nesses meus dias a esmo
Afinal, que esperança é essa?
Do que serve ela nesse deserto infindável da ilusão?

Bom. De certo modo talvez essa maldita esperança sirva para alguma coisa
Mas do que adianta cravar aqui nesta página tudo o que sinto?
Um dia tudo se vai
Oh como o céu está fechado
Estou a um passo de terminar O idiota de Dostoiévski
Ah, que livro.

A velha casa do meu avô
(Devaneios de um jovem)

Ah, meus tempos de criança, dos momentos que vivi e hoje me recordo na casa grande do meu avô. Me lembro que à noite ficava na varanda da casa, no primeiro andar, me pendurava na grade pra ver a rua e o mais lindo era ver os navios ao longe, com suas lindas luzes amareladas e brilhantes no mar. Entre as imediações da praia do Janga e Olinda, lá eu via eles passarem, como uma simples coisa me deixava tão feliz e ainda me deixa, ah como aquilo era bom, e me maravilho porque isso ainda vive dentro de mim, bons tempos passei naquela casa, naquela rua D sete. Lembro também das vezes em que meu avô me pedia para tirar seus belos cabelos brancos, um a um, para parecer mais jovem, ó céus, como isso tudo era gostoso. E a minha vó, com o seu amor, como era mimosa e amorosa minha vó, sinto tantas saudades dela, nela eu acreditava que tudo era um mundo sereno de paz e tranquilidade. Bom sentir esses devaneios de pura intencidade da melhor época da vida de um ser humano. Como eu era feliz na velha casa do meu avô.

Um amor alucinado

O nosso amor
É envolvente
Bem louco e alucinado
Ruim do juízo
E bom do coração

Eu grito por dentro

Vida que chega em um ponto que basta
Momentos que eu não posso expressar o nada do tudo que sinto.
A dor de sentir-se perto do fim
Sentir que pouco à pouco
As coisas ao seu redor vão perdendo o gosto, a graça.

Ter medo de tudo
Ter medo de nada
Como explicar esse buraco de abismos...
Com pensamentos incorretos e indesejáveis?
Querendo saltar de um pesadelo
Fugir de si mesmo
Enfrentar a floresta sombria do caos.

Estar gritando por dentro e por fora
O silêncio do vazio oculto
E por fora não demostrar nada
Das garras do mar de estresse
Vamos se livrar?
Da janela, uma ilusão perdida
Quanto mais tentamos se distanciar
Do buraco, é que ele está lá
Onde luzes não há.

Onde o nada do viver dói
E que corrói nossos limites
Fisicamente e psicologicamente.
Me suicido em segundos de imaginações
Viver é cruel e insano
Sobreviver é uma missão.

Mas não me preocupo mais com o tédio
Ele absorve a emoção da alma
E ele sim, faz parte da vida
Queria dormir e nunca mais acordar
Viver num sonho bom, eterno e imaginável
Ou quando morrer
Virar uma estrela, quem sabe?!
Mas não, continuo vivo e sangrando
Se é que estou VIVO mesmo
ESTOU ?

Ó vida, minha vida, autêntica vida de vários vazios cheios de nadas.

Pulmão de Aço

Vida que é vida
Tem que ser sofrida
Mágoa passada
Uma fantasia perdida
As dores da vida
Que escurecem em nossos corpos
Alma que era incolor
Hoje é branca e preta de tanta dor.

Respiro o que eu trouxe a mim mesmo
Não tenho medo da escuridão
A escuridão sou eu
E você que fala de mal de mim...
Por frente e por trás
Hey você que me odeia
Saiba que você não vale as cinzas do meu cigarro.

Aos amigos meus
Digo que os amo
Amigos que não são amigos
São enganos
Não os amo
Onde eu posso
Vou andando
Chegarei aonde?

A minha vida é minha dona
Não sei de nada
Nunca saberei
O porquê de tudo isso?
Sou apenas um cão, rebelde
Guiado por uma coleira.