A Vida é uma Festa
O PRAZER DE SER
Um punhado de orégano sobre os enganos
Que a vida vira festa
Uma pimenta vermelha no canto de uma ideia
Que o dia, qualquer dia, vira um domingo.
A vida e uma festa
Um baile sem regras
Termina em tragedia
quando menos se espera
Covarde e ser santo
Perder os encantos
Mente profana
A existencia te engana
A Vida é Como Uma Festa de Aniversário, Que Você Não Deve Dar o Que Recebe Mas Sim O Melhor Que Tem a Dar.
Tenho pressa de viver porque pra mim a vida é como uma festa, que mesmo preparada durante um ano, dura apenas uma noite.
PRESENTE DE ANIVERSÁRIO
Era tempo das vacas ainda mais magras. Não haveria festa muito menos presente, porém aquele aniversário não passaria despercebido, com certeza haveria um amiudado bolinho e nele quatorze palitos de fósforos enfiados, seguido de um vibrante e caloroso parabéns pra você, nesta data, Querida... porque era assim que todos os irmãos a chamavam carinhosamente.
Noite do dia 13de outubro do ano de 1971, passava das nove da noite e ali estávamos todos em volta da larga mesa, aguardando ansiosamente o grande momento.
O ventre enorme, pois, já passava de nove meses de gestação, dificultava as passadas de nossa mãe, que encaminhava-se lentamente com óbolo na mão e uma sensação inquieta de dor em seu semblante, seguia para saudarmos a aniversariante. Acendem-se as velas (palitos de fósforos), apagam-se as luzes, começa-se o canto que interrompe-se brevemente, ao nossa mãe anunciar a ruptura da bolsa. Sempre fora uma mulher valente, corajosa, boa parideira, destemida, porém terna e muito meiga.
Naquele momento, o extinto de mãe estava interrogativo, pressagiando o futuro. A essa altura, Teresa não se controlava, transferia o sorriso escancarado, pelo choro lacrimoso. Permanecia naquela aflição, até nossa mãe ao consolá-la, falar-lhe: "Não chore, eu preciso muito de você e de sua ajuda, essa criança que está prestes a nascer será sua, e dela você cuidará, será seu presente de aniversário."
Então, Teresa novamente mudava seu aspecto fisionômico, agora era toda sorriso, felicidade.
As pernas longas e ágeis, encurtou o caminho e pouco tempo depois, Teresa já esbarrava-se a nossa porta com o taxi previamente acertado, uma rural Willis de cor azule branco de propriedade de seu Zé-maleiro, motorista dos mais antigos de nossa cidade, hoje falecido.
Enquanto o carro encobria-se na primeira curva ficávamos os sete irmãos daquela época na calçada com a mão direita acenando enquanto a esquerda segurava ainda a fatia do bolo, amparados por nosso pai, que naqueles dias encontrava-se enfermo.
Teresa a partir daquele momento seria não só a acompanhante de nossa mãe, mas também porta voz de toda família. E não a largou mais...passou a noite, o dia amanheceu, veio a tarde as dores multiplicavam-se e prolongavam-se até que concomitantemente com um grande blecaute em nossa cidade neste exato momento, nascia um belo garoto no apagar das luzes, nossa mãe decidiu colocar o nome de André Luís, puro espírito de luz.
Teresa estava radiante, teria ganho um belo presente, nossa mãe adormeceu, mais pela exaustão, que propriamente sono. Aquela noite seguiu angustiante com o bebê que não cessava um segundo aquele choro e Teresa sem saber o que fazer... Decidiu coloca-lo ao seu lado da cama de acompanhante, ele gostou tanto do quentinho do corpo, agora de sua nova mãe, que se acalmou, adormecendo. Pela manhã, a enfermeira ao chegar para cuidar de nossa mãe, perguntava pelo bebê. Onde está? Teresa acordou com a voz apreensiva de nossa mãe, também a perguntar: "Teresa, onde está o nosso bebê?". E Teresa acordando sonolenta e assustada sem saber o que estava acontecendo, só descobrindo com o choro mingado, que vinha por baixo dela, teria dormido por cima dele, quase sufocando seu presente de aniversário!
Nascemos todos vestidos a rigor para a festa da vida. Não preocupe - se em manter seus belos trajes. Sorria, pule, dance. Divirta - se e seja feliz apenas. A vida não é, nem deve, ser feita de aparências.
E VAMOS DESCENDO A LADEIRA...
Eu cresci no carnaval.
Essa festa me proporcionou alegrias imensas.
Com o tempo, compreendi o mega-hiato social que existe nesse festejo popular.
Negros como cordeiros a puxar as cordas dos blocos com expressiva maioria branca. Era a transmutação de escravizados nos navios negreiros nos mares do tempo.
Os do bloco - que podem pagar - acessam livremente as ruas e as calçadas. O povo-pipoca só pipocava nas calçadas espremido pela repressão econômica.
Nos camarotes, réplicas de patrícios e patrícias do império romano desfilavam sua beleza segregadora.
Os catadores de recicláveis garantiam, numa agilidade grotesca e fantástica, a limpeza do excesso de fantasias etílicas.
Sim, foliões, o carnaval termometra nossa visão condicionada que atesta as desigualdades sociais e outros tipos excludentes.
Os blocos afros desfilando às madrugadas, já longe dos holofotes preguiçosos da conveniência monetário-midiática.
E é difícil entender Gerônimo cantando "Eu sou negão!", Daniela cantando "A cor dessa cidade sou eu!!", Saulo cantando "Salvador, Bahia, território africano...".
E a "Negalora" da Claudinha Leitte?
Aqui não tem preto para ativar seu lugar de canto, não?
As letras marcantes do carnaval baiano devem muito à cultura afro-baiana.
Com o tempo, conforme dissera, fui notando essas contradições as quais são exibidas a partir de uma naturalidade quase pétrea.
Pegaram uma negra do cabelo crespo e alegaram que ela não gosta de se pentear (será que ela não curte escova e luzes, para se parecer com a sua desidentidade?) , por isso, na Baixa do Tubo, considerado bairro de pequeno poder aquisitivo, ela será humilhada. Vão passar batom na boca da vítima, porque é comum ridicularizar o preto (muitos memes fazem isso e são compartilhados "de boamente").
Mesmo com tudo isso, o povo, que "não sabe que não sabe", quer viver o carnaval. É um momento de escape, de fuga da realidade, de fantasiar-se.
Dopamina, ocitocina, serotonina e endorfina explodem nos circuitos.
Muitos recarregam o seu emocional nesse momento de subversão autorizado pelo Estado.
Seja na tradição do frevo pernambucano, na explosão temático-tecnológica do carnaval fluminense ou nas multidões axé-musicalizadas em sudorese contínua na Bahia, uma parte significativa do país ama o reinado fugaz de Momo.
Dinheiro envolvido? muito. Demais. São bilhões de reais em lucratividade. Mas esse dindin o povo nunca viu a cor.
Apesar de tanto, o povo aceita a alegria da loucura autorizada, decretada pelo sistema regulador das nossas vidas.
É uma pena que não haja similar empenho de sociedade e governo para evolucionar a educação do nosso povo, em prol de um carnaval mais equânime, mais justo, mais acessível socialmente falando.
Infelizmente isso é uma utopia, uma quimera...
Em função de uma pandemia altamente contagiosa e letal, não haverá carnaval.
A festa não acabou, porque sequer começou.
Vamos aproveitar, dessarte, para pensar no folião mais importante (você), no trio elétrico mais possante (o amor, o trabalho digno e o conhecimento) no bloco mais "estourado" do carnaval:
O bloco da VIDA!!!
Ao ritmo da percussão em nosso peito!
E VAMOS SUBINDO A LADEIRA!
A Vida todo Dia Faz Aniversário
A FESTA só acaba Para quem Morre
E para quem está VIVO, Hoje é Um Presente
Acho que eu não era daquelas que pensavam que o colégio deveria ser uma grande festa. Eu queria me esforçar para que o resto da minha fosse bom.
A morte é a festa que celebra a vida, momento em que amigos e parentes se tornam sábios filósofos e juízes:
Morreu porque fazia isso ou aquilo !!!
A vida não é uma festa, não é cor-de-rosa ou colorida, não é uma utopia. Pelo menos não ainda. Ela está em tons de cinza, mas com uns detalhes coloridos. A vida é uma luta pela vitória, na qual você pode ter suas pausas e seus momentos de prazer.
Se eu soubesse o dia da minha morte eu faria uma festa e convidaria a todos que amo, com certeza todos os meus amigos. Se eu soubesse o dia brigaria mais, amaria mais, abraçaria mais, conversaria mais, escutaria mais, pedoaria e pediria mais perdão. Se eu soubesse o dia, faria tudo que faço hoje no entanto com mais intensidade. Se eu soubesse o dia.