Voz Interior
Versos tecidos no silêncio
Quantas horas leva alguém para se tornar expert em um assunto?
Foram milhares as horas que dediquei ao meu silêncio.
Hoje, é a língua na qual possuo maior fluência.
Aprendi a escutar o tempo,
a respirar o compasso de cada segundo.
Ao respeitar sua dança, percebi:
o silêncio não é ausência,
mas uma fonte infinita de compreensão.
No silêncio, as palavras ganham novos contornos,
como se cada sílaba fosse esculpida pela quietude.
A ausência de som cria melodias invisíveis,
e os sentimentos nascem, livres,
sem a limitação da fala.
Uma sinfonia espacial.
Descobri que, quando a boca cala,
outros sentidos florescem.
Os olhos traduzem o que os lábios calam,
o olfato beija o tato,
e os ouvidos, ah, eles leem o murmúrio do mundo.
Na quietude, encontrei a língua do sentir.
Foi assim que fiz poesias com meus sentidos.
É noite
uma única voz
solitária
se faz ouvir
Escuto!
inutilmente
tento identificá-la
é madrugada
e a voz
já não me diz nada:
nem ódio
nem amor.
Maldita voz!
Sem pudor;
cala-te
meu interior.
Orelha, ouvido, labirinto:
perdida em mim a voz do outro ecoa.
Minto:
perversamente sou-a.
"Se eu pudesse criar uma religião, eu o faria.
O silêncio seria o meu Deus, e eu o veneraria.
A voz humana é maldita.
É ela, dona das juras infundadas e promessas vazias.
Palavras de ódio, desgosto, lascívia.
Sempre que falamos, adoramos à mentira.
É a voz, que compursca o som da natureza, que nos permeia e corrompe a calma de toda a criação divina.
Fruto da iniquidade; a voz feminina.
Fonte do meu sofrimento; a ausência da voz, daquela menina.
Acordo, perdido na madrugada, a vela que acendi à minha religião, ainda crepita.
Em meio a lençóis vazios, sem você, aquela cama tornou-se a minha cripta.
Ela ou a noite? Não sei qual a mais fria.
Os sussuros, em meus ouvidos, são a minha sina.
Se eu pudesse tê-la de volta, decerto, eu abdicaria.
Criaria a minha religião, com meus olhares pregaria as boas novas da não voz, e em absoluto silêncio, te adoraria..."
Mesmo em cativeiro, ou no barulho ensurdecedor do cotidiano ainda ouviremos a sua voz, mesmo nos caminhos mais complexos e infames ele nos visitará, nos dará a oportunidade de renúncia e recomeço.
Eu só escrevo quando me calo para ouvir a voz da minha alma que me inspira.
Gélson Pessoa
Santo Antônio do Salto da Onça RN Terra dos Cordelistas
21 Janeiro 2025
O brilho de mulheres sábias e inteligentes é a luz para os filhos e conforto para o esposo e alegrias nos céus,porque mulheres com essas qualidades e carácter são raras de se encontrar,quem à encontrou é feliz e encontro um ouro puro e diamante de grande quilate lapidado por Deus.
Poema
O poema é uma fagulha
Que embala e também estraçalha
É dor que se sente
Ausente.
É vida que reluta
Em continuar.
O poema também é
A voz dos esquecidos
Rutilando na multidão
Uma canção
De tristeza e esperança,
De doçura e força,
De sangue e alma.
O poema é
A nudez das palavras.
Creia em Deus, que verás a perfeição de Sua obra, louvando-O, e ouvirás a voz da existência, glorificando-O.
Gratidão a cada voz, a cada coração, a cada boa intenção. Na imensidão do Amor que nutri e fortalece, assim a coragem nos acompanha no percurso.
Quintal de quatro bicos:
meu segredo habita as pedras
cada uma com sua voz
no bater as coisas.
Posso dividir em quadrados
os barulhos do mundo.
Sentado na soleira de casa
(sombras suicidas sob os pés)
os dedos pensam em nada:
desenho fresco na terra.
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