Voo
Amar é caminhar entre o brilho que cega e a sombra que acolhe, alçando voos sem asas, aceitando quedas sem chão.
Asas
Me ensinaram a ser chão,
a ser reto, a ser horário.
E eu fui —
fui sem vírgulas, sem desvios, sem fé,
sem delírios.
Nem andor passava por mim.
Desaprendi de voar
quando adulteci
e virei funcionário da rotina.
Guardei minhas asas na gaveta do
esquecimento,
junto de papéis amassados e promessas
vencidas.
Me acinzentei — mas os olhos, não.
Eles cansaram de ver histórias de aluguel.
Anseio por uma história que ainda não construí.
Meu conto.
Meu próprio folclore.
Quero subir novamente,
nem que seja feito um passarinho de metal,
avião de lata.
Cair para cima.
Acredito que ainda tenho tempo.
Sonhar é verbo com hélice.
Ontem, me lembrei que nasci para o alto.
Reabri a gaveta com dedos de menino.
Achei minhas asas caladas, mas inteiras.
Borrifei esperança nas penas,
reacendi o desejo pelo voo na pele.
E fui.
Voar é desobedecer o peso.
Mesmo que o vento se esqueça.
Mesmo que as asas tremam.
Alcançar os ares é importante —
reaprender a sonhar,
mesmo que o mundo diga: não.
“É como se alguém pegasse todas as páginas escritas na sua vida, e que você já sabe o script de cor, colocasse de lado e te desse um caderno novinho em branco e dissesse: “Pronto, aqui você pode registrar suas novas memórias, tudo que ainda vai (e que pode) acontecer” e um mar de possibilidades se abre diante de seus olhos”.
Amy no livro O Sonho Verde
A vida apresenta-se em uma nova versão dia após dia para ser usufruída por nós. Uma nova fase nos é apresentada a cada manhã. Ao acordar, paro para imaginar o quão disposto estarei para desbravar cada fase. Fico pensando como seria a vida sem a coragem de vivê-la, seria uma monotonia só, uma música de uma nota só, que dó!
Não sei se pensar muito, se também ajuda a viver, de verdade. Talvez a graça seria se jogar para cada fase que me é apresentada a cada amanhecer. Penso que viver requer leveza e também muita coragem. A coragem de viver é perigosa, pois nos convida todo dia a viver o novo, o desconhecido, uma terra ainda não habitada por nós.
Viver é arriscar-se, é lançar-se ao mundo, é se jogar pra vida. E entre o pensar e o viver, o tempo voa, as coisas voam. Precisamos acompanhar o tempo e as suas fases. Por vezes, quero viver tudo ao mesmo tempo. Às vezes, tenho medo de viver e, tenho mais medo ainda da velocidade do tempo. Ele não vai me esperar. Preciso correr, ou melhor, preciso voar!
A sensação que me bate é que o tempo voa e, consigo, quero voar junto a ele. Eu sei que vai passar voando e, voando, quero criar asas para acompanhá-lo. Quero viver cada fase como num voo livre, sem medo de cair. Pousos e decolagens me aguardam todos os dias. E tudo isso que eu estou vivendo, vai passar, vai passar voando. E eu quero passar, voando!
Quero contemplar o meu voo daqui de cima, voando, pois sei que vai passar.
"Cursed path"
Não quero ficar na rua
Não quero voltar para minha casa
Posso ir pra tua?
Por alguns instantes me levastes ao céu
Mas logo caio
Feito Lúcifer
Pego meu chapéu
Voo pela sacada
E saio por aí
A procurar minha maldita estrada
Tanto falo sobre metáforas, talvez seja uma forma para que eu consiga entender a realidade de uma forma mais lúdica e não tão pesada. Quero falar sobre pássaros. A cada voo eles sentem a liberdade em suas asas tão leves, O vento que os leva de uma forma carinhosa para cima de tudo. Falamos, isto é liberdade. Ligamos a liberdade ao lugar a que ele pode ir. Veja só, ele voa tão alto e vê tudo, que liberdade! Veja só, ele pode sentir a brisa mais gostosa no seu corpo, isso é liberdade. Mas, e se eu contar que isto é apenas o que entendemos disfarçadamente sobre liberdade? Na verdade, a liberdade do pássaro não se encontra ali, ela está mascarada, na nossa frente. O pássaro não tem o peso de precisar retornar, ele não tem necessidade de se preocupar de até não voltar e nem para onde vai, essa é a verdadeira liberdade - ele voa sem pensar no futuro, sem pensar nas outras 500 coisas que precisa resolver depois e as outras 500 que não está fazendo agora. O pássaro simplesmente bate as suas asas e chega onde seu coração quiser.
Nós humanos, temos voos frágeis e sem segurança, por isso nunca alcançamos sequer 1% da liberdade gigantesca que aquele pássaro tem. E então, depois de pensar sobre isso, você questiona o seguinte, mas é óbvio que não consigo voar assim, tenho uma vida, tenho responsabilidades. Claro, não há nada de errado em pensar assim, contrário seria se não pensasse. Mas é o seguinte, quando digo que precisamos deixar nossas amarras para trás, não são as responsabilidades, e sim traumas, dores, sentimentos mal curados, aquelas feridas que doem até hoje, aqueles assuntos que você evita de todo jeito, as pendências de suas vontades, tudo isso te prende aqui, bem longe do céu. Se quiser mesmo saber a verdade, dificilmente enxergamos que podemos alcançar voos mais altos, achamos que está ok nesta altitude e que as nossas asas não aguentam subir mais, Mas se em um momento abrirmos essa visão para a imensidão a ser explorada nós assustamos, abaixamos a cabeça e seguimos o mesmo caminho que conhecemos desde sempre. Meu Deus, temos tanto pra voar e ainda sim ficamos tão baixo.
E assim desperdiçamos o nosso belo e único voo. O valioso voo, neste que só temos uma chance, não tem como voltar e tentar começar de novo. Então este é o questionamento que fica; você está voando alto?
Parafuso chato
Voltou do inferno o poeta
Sem tempo pra frágil Inverno...
Que pena que viu uma queda!
Dezenas de gritos caindo,
Morrendo segundos malditos
Sem asas, motores, sem nada;
Que tapa na cara da mídia
Que tava focada em Olimpo
E o limbo? Acolheu a desgraça!
Pássaros com as mesmas penas
Dizem que voam juntos,
Mas que valor tem tal laço
Quando os corações não se encontram?
Nos salões onde se acenam sorrisos,
Ecos de futilidade dançam no ar,
Mas eu, em busca de um sentido,
Vejo as sombras que pairam no silêncio.
Se não ressoam os meus anseios
Na companhia que me rodeia,
Não é arrogância a minha voz,
Apenas outra senda a explorar.
Que eu encontre no meu voo solitário
A liberdade de ser,
Pois no espaço entre as estrelas,
A verdade se revela na penumbra.
Que as penas sejam distintas,
E que cada um busque a luz,
Onde o reconhecimento é sincero,
E a conexão não é um peso a suportar.
Assim, na dança do existir,
Cada passo, mesmo isolado,
Seja um hino à autenticidade,
E um convite à descoberta da alma.
Toda borboleta deverá passar pelo casulo se quiser voar! Asas fortes se constroem no momento da reclusão. Há um momento em que é preciso ganhar força interior.E então é chegada a hora de alçar voo. O céu é tão grande, há tantas direções! Mas no fim a gente descobre que o melhor caminho é aquele que nos leva para dentro de nós mesmos!
Passarinhe-se.
Vez ou outra se encolha lá no alto do galho.
Espere a chuva passar,
respeite o tempo que a tudo rege.
Depois chacoalhe o corpinho e espalhe as gotas que lhe inundam e pesam.
Então, abra as asas e voe.
Ganhe o largo.
Passarinhe-se.
Definitivamente, passarinhe-se.
Nos dias cinzentos ouso sonhar e voar mais alto que as nuvens de tempestade. Para além do raio e do trovão, vejo o sol e sinto o calor. Lembro-me de Ícaro e espero que as minhas asas não derretam. Como é bom flutuar nos braços do sol.
Os dias cinzentos são um manto pesado que cobre a alma, mas na minha imaginação, as nuvens abrem-se. Subo, subo sempre, até encontrar o fulgor do sol escondido. O coração bate mais forte, e os medos dissipam-se como névoa ao amanhecer.
A cada batida de asa, uma lembrança de Ícaro. Não com a sua temeridade, mas com a esperança de quem deseja apenas sentir o calor que dá vida. Como é bom flutuar nos braços do sol, onde cada raio é um afago e cada sombra, uma memória desvanecida.
No voo, encontro a liberdade. Na luz, descubro o caminho. As tempestades podem rugir, mas eu, feito de sonho e coragem, atravesso-as com a certeza de que, além delas, há sempre um sol à espera.
Panapaná
Essas borboletas têm mania
de carregar o verão nas asas.
Se vestem de vento e claridade,
vão aonde a cor inventa o ar.
Gosto delas porque sabem
se miudarem no céu — só ou em bando —
como se o céu fosse coisa de brincar.
Coleciono-as em álbuns soltos.
Ali, no meio do sol,
são mais tintas que matéria,
mais riso do que bicho:
elas são coisa e não são.
Dizem que vivem pouco
— mas pouco pra quê?
Pousam na eternidade das manhãs,
ficam suspensas no que não dura,
deixando rastros de voo
que só o invisível sabe ver.
E eu as celebro com meu olhar ralo,
que aprende, com elas,
a gastar a vida
no que não sobra.
Após 18 países visitados, encerrei a carreira. Quanta variedade de língua,cultural & econômica. Tanta historia, tantos fatos, tantas horas de voô.
O melhor lugar do mundo sempre será nossa casa e deixo meu apreço a carreira dos diplomatas.
Voar alto e selvagemente para soltar as minhas grandes asas. Até agora parece-me que eu não voei grande.
Há um bater de asas
O sol nasce devagarinho
Seus raios lentamente aparecem por detrás do montes...
Uma brisa suave traz até mim o perfume inebriante de flores...
Mais um dia começa...
Longa será a jornada.
Eu aqui parada... estagnada.
Não tenho forças pra começar o dia...
A noite foi de completa agonia.
Partiste...
Me deixaste tão triste.
Pergunto-me: de que adianta estar pelo mundo se não estás do meu lado?
Meu coração está desconsolado.
A cortina levemente balança com a brisa que entra...
Um pássaro pousa no peitoril da minha janela...
Fica alguns segundos a me olhar com se me dissesse: ‘há tanta vida lá fora’.
Minha alma no peito chora...
Há um bater de asas...
Um bater de asas que me move... meu coração se comove...
Há vida... me decido... vou vivê-la...
Meu coração tão padecido... apertado no peito...
Minha razão: ‘levanta-te... pra toda dor sempre há um jeito’.
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