Violência Urbana
Nas sombras dos morros, histórias cruas,
De uma cidade que dança entre luzes e breus,
Violência oculta nas vielas, ruas,
Rio de Janeiro, onde o sonho perdeu.
No alto, palácios de zinco e saudade,
Onde a vida resiste, à margem do olhar,
Em becos estreitos, o grito da cidade,
Ecoa silencioso, difícil de calar.
As crianças brincam, sem medo do perigo,
Num mundo que esconde, um caos desmedido,
Entre balas perdidas e o amor bendito,
Semeiam esperança, num terreno erguido.
Nos olhos dos jovens, a revolta brota,
Uma guerra invisível, sem fim, sem derrota,
Onde cada esquina, guarda uma história rota,
De um futuro incerto, que a fé não adota.
O caos social, um monstro adormecido,
Desperta a cada aurora, faminto, destemido,
Na luta diária, um povo esquecido,
Busca na poesia, um refúgio perdido.
O Rio de Janeiro, ferido, encantado,
Contrastes que brilham, num cenário desenhado,
Onde o belo e o feio, num quadro mesclado,
Retratam a cidade, num verso apagado.
Os morros que cercam, são guardiões da verdade,
Espelhos de um Rio, que clama liberdade,
Entre becos e tiros, mora a realidade,
De uma cidade partida, em eterna dualidade.
Peixe fora d’água
Sai de casa e habita quaisquer ruas
De uma cidade que agora é violenta
Observa a juventude sem propósito
Pensa no que dizer, mas nem tenta
Há feridas que tornam-se tatuagens
E há marcas de batom em seu corpo
Contemplando informações inúteis
Faltando muito para chegar ao topo
Conhece a música, a arte e a poesia
Ouve falar de chatice, tédio e rotina
Sabiamente deixa o relógio trabalhar
Uma hora a conversa fiada termina
Só Deus sabe o que irá lhe encantar
Tem uma moreninha metropolitana
Seu futuro ainda não foi descoberto
Sendo as mãos lidas por uma cigana
Ainda persegue a rota de esperança
Alternativamente o moçoilo acredita
Entre inúmeros indivíduos descrentes
Se ele é peixe fora d’água, que resista.
Cidade vs Drogados
"As sociedades são destruídas por aqueles que são usuários de drogas (produtos farmacêuticos): tarja branca, vermelha e preta, também vale!
Combata o uso de drogas na vida alheia, agora"!
CIDADE DE CIMENTO
Cidade de cimento cimentou meu coração!
O que me comovia, hoje me dá medo;
No que eu repudiava, me tornei então!
Cidade de cimento
Bagunçou o meu discernimento;
Dissipou os meus bons sentimentos;
E me tornou num bloco de cimento...
Cidade de cimento cimentou a minha esperança!
Vejo tudo com desconfiança...
Aprendi a viver com a violência cotidiana
E me acostumei com a insegurança...
Já não me assusta a corrupção,
Já me adaptei com a miséria da população,
Já não me comove, só vou dizendo não, não, hoje não...
Já me acostumei a dizer não!
Já me acostumei a negar o pão!
Vou seguindo a ordem de não dar esmolas
no trem, na estação...
Cidade de cimento cimentou o meu coração;
Cimentou a minha humanidade;
Cimentou a minha emoção!
Cidade de cimento transformou seus cidadãos
Em blocos de cimento, sem calor, sem paixão!
O que restou de sentimento foi a triste sensação
De estar em 1800, na Industrial Revolução,
Onde tudo era cimento, fome, dor e desalento...
E o operário que, sem tempo para o próprio pensamento,
Se tornou num bloco de cimento.
Cidade de cimento cimentou!
Em sampa vc nao se sente sozinho, voce esta sozinho! Eu sento no chao e observo as pessoas irem e virem, ninguem liga pra voce! Ninguem quer saber se vc precisa de algo, a selva de pedra nunca fez tanto sentido... Cada barraco, cada viela, cada pessoa, mostra a realidade da qual queremos nos proteger com medo de um dia por ironia do destino acabar ali no mesmo lugar que um dia nos horrorizamos, e no fim.... SOMO TODOS IGUAIS... Acho que essa é a maior ironia.
“Pobre Rio de Janeiro dos ricos do Leblon e dos pobres das favelas; das assembleias de Deus e das Assembleias Legislativas; dos cariocas da gema e dos políticos de algemas; das belezas naturais e dos descalabros sociais... Triste Cidade Maravilhosa dos Morros e dos mortos; dos assaltos banais e dos arautos carnavais; das promessas de amor e das juras de morte; dos jogos de azar e dos dias de sorte... Confuso Estado Fluminense das Garotas de Ipanema e dos Garotinhos de esquemas; das celebridades globais e dos artistas reais; dos cartões postais e dos cartões de crédito; dos quarenta graus de temperatura na sombra e dos trinta e oito na cintura que assombram... Para o bem ou para o mal, melhor lugar não há, seja na areia da praia, seja no balanço do mar.”
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