Viagem Amigos Distância
A espécie humana distancia-se do Amor porque este sentimento comprova que a humilhante miséria humana inicia-se no coração.
— Distância podes ir embora?
— Porquê?
— Porque quero estar perto de alguém.
— Perto para quê?
— Para serenar a minha tempestade!
Escrevo-te
Escrevo-te para silenciar a distância.
Escrevo-te a imaginação telepática
do teu beijo com a minha boca.
Escrevo-te cardíacos pensamentos.
Escrevo-te as polpas dos luares.
Escrevo-te a epiderme das reticências.
Escrevo-te este amor em carne-viva.
Como não posso ver-te: vou amarrotar a distância.
Como não posso beijar-te: vou escrever os teus lábios.
Como não posso anoitecer contigo: vou sonhar-te até ser dia.
Como não posso existir sem ti: vou ser eternamente existência neste cósmico amor.
Acordar com pássaros na janela
Lembrar você, lembrar seu nome
A distância entre nossos corpos e nunca em nossas mentes
Lembrar os nomes, a essência deles
Refletir o pensamento dos porquês
E nunca acordar do sonho da vida
Viver em profunda quase dolorosa descoberta
E esperar o infinito amor eterno enquanto dure
Tantos jotas, tantos 6, tantos sóis, tanto trabalho, porém uma única essência primordial
Nós
Você é o amor que Deus plantou em meu ser em plenos 2+2, início do terceiro mês do ano e eterno enquanto dure
Mas isso é fraterno
Lembra de quando no Egito, nas tendas do tempo, fazíamos amor?
Não esquecemos aquilo que é imortal.
À distância
Gosto do que imagino bom
Desde o gosto do bombom
Devido a isso fico frustrado
Quando é ruim o resultado
Me atraí por uma estranha
Vi ela num site, na manha
Ainda que falamos pouco
Assim eu não fiquei rouco
Ou será que só teclamos?
Estou viajando, hermanos
Trocando ao vivo e virtual
Desdenhando o que é real
Nunca namorei à distância
Mas não foi por implicância
Talvez antiquado eu esteja
Repelindo quem me deseja
Temo quebrar minha cara
Pagando caro por uma tara
Combinando de nos vermos
E achar ela mais ou menos
Te amo pois te desconheço
Deslembre o meu endereço
A admiração tem validade
Eu não quero cara-metade.
BEM LONGE
“Vai longe, na memória da distância”
A recordação que assim teve validade
E dá vontade de arrancar da saudade
O amor que outrora era de relevância
Suspiros me invadiam em quantidade
No sussurro da solidão, sem elegância
Largando a quietude sem importância
Em um versar devorador. Ó Piedade!
É que andava no silêncio tão poente
E nos versos de cântico tão ausente
Sem apreço, sensações, significância
E aquela rosa que ficou na lembrança
Do tempo, então, deixo-a de herança...
Bem longe, na memória da distância!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 setembro, 2022, 17’45” – Araguari, MG
paráfrase José Antônio Jacob
te amo tanto
se a distância nos separa
estamos juntos no pensamento
minha paixão é como água clara
plainando como brisa ao vento
para te tocar a alma com beijo
e braços laçados no contentamento
se de olhos cerrados te vejo
é porque estás dentro de mim
em gérmen de vida e lampejo
um amor infinito, a nós, assim!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/11/2014, 07"24" - cerrado goiano
Um dia a gente acorda, olha no retrovisor do fado, e vê que a distância é proporcional ao tempo. Aí você levanta e vê que o epítome nunca pode ser um passatempo.
À DISTÂNCIA
De longe vela meu amor
Engavetado no peito a soluçar
Que zela avidez e esplendor
Na tua nova via para triunfar
Se a tua ternura me fascinou
A solidão escreve tua ausência
Longe ou perto assim eu vou
Na recordação de tua existência
Nesta aquarela de sentimentos
Pincela admiração e importância
Num adeus que chora tormentos
Deste afeto que é só consonância
Aqui há quem de ti terá escassez
Na distância desenhada pelo fado
Se sentires lamentos em total nudez
De amor, és minha saudade ao teu lado
(Suspirando lágrimas de mais um talvez...)
CARRO DE BOIS
A lembrar do amor, nesta tarde invernada
numa longa distância de mim, está você
que faz o poetar vazio, sem te esquecer
no dia cinzento, no cerrado, sem nada
Vindo na estrada, o carro de bois, a ranger
tal plangor em harmoniosa lenta jornada
rangendo suspiros, gritando saraivada
ao coração, que põe a recordação a doer
E nestes uivos gementes, nesta cruzada
meu pesar sente, tua falta no meu viver
na tarde poente, com magoa adornada
O carreiro segui, aqui eu vou permanecer
lamuriando a solidão na saudade sediada
na alma, qual carro de bois, no seu gemer
Luciano Spagnol
07 de julho, 2016
Cerrado goiano
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