Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues
Esperança no Amor(Yuri Rodrigues)
Não quero que deixes de ser quem és
só desejo que compreendas o meu ser
somos sementes levadas pelas marés
somos raios de sol de um amanhecer
Não desejo lhe deixar pela sua fraqueza
compreendo bem suas grandes virtudes
agarrarei essa chance com destreza
vencer no amor é questão de atitude
As lágrimas que hoje regam o dia
é chuva para o belo que floresce amanhã
tempestade cessa com calmaria
problemas se resolvem com mente Sã
De repente te vejo a sorrir
nossas mãos se dão para caminhar
o por do sol, o mar e você aqui
eterno, sublime e de se esperar!
"Yuri Rodrigues"
Pensamento em você "Yuri Rodrigues"
Escolhi o melhor pra te dizer
decidido a agir com meu pensar
que me leva ao infinito com você
busco forças para não me enganar
Seu sorriso me encantou foi só te ver
O amor me apertou sem me avisar
sua voz penetrou no meu viver
o seu beijo me deixou sem respirar
Penso em você anoitecendo e quando é dia
meu respirar em seu pulsar é calmaria
impactado com o calor que contagia
a sua voz é uma suave melodia
Como te esquecer essa é a questão?
como não te ver em minha inspiração?
como não compor pra ti uma canção?
E omitir o amor do meu coração
Sera que tem razão?
"Yuri Rodrigues
A morte de Bento Rodrigues
O que eu posso fazer é um poema,
Já que o meu dilema
Ninguém vai escutar.
A lama lambeu Mariana
E numa atitude insana
Passou também a vomitar.
Ficou tudo dejetado
Que até o meu compadre
Veio a se afogar...
Pobre de Bento Rodrigues
Que morreu soterrado
Na Barragem do Fundão.
O culpado, segundo atestado
Foi um tal de Samarco
Que fazia a exploração...
Agora ficou complicado
Pois até em Espírito Santo
Essa lama chegou.
Tudo foi contaminado
Pelo pior dos pecados
Que é a ganância
Desse povo explorador.
Leandro Flores
BH, 09/11/2015
*Em solidariedade as vítimas no desastre ambiental em Mariana-MG.
Pássaro preso
não canta, lamenta.
Coração acorrentado,
não bate, só vibra.
Roney Rodrigues em "Cativeiro"
Uma vez o meu saudoso Bispo Onaldo Rodrigues Pereira diante da explanação persuasiva de um pregador visitante que ministrava sobre o sermos como águias, de forma serena e educada, mas com a franqueza que lhe era peculiar, de forma original replicou algo que em essência jamais esqueci. A frase foi mais ou menos essa: "Embora admiremos o voo solitário dá águia, nós wesleyanos, como as gaivotas, voamos em bando".
A lição que extraí para a minha eclesiologia a partir do seu ensinamento, foi: na igreja ou vamos juntos, ou não há graça em ir.
SONHO ACORDADO
(Jelres Rodrigues de Freitas - Julho de 2014)
Sonhar acordado é viver o surreal,
Dar asas ao desejo,
Tornar-se imortal...
Aproveitando- se do ensejo,
Mudar um momento normal
Nem que seja num lugarejo...
Tornar ele especial.
Sonhar acordado é acreditar no que não existe,
Deixar por si levar a mente,
Enxergar o que outrora não viste,
Com sorriso bobo aparente,
É viver um momento em riste,
É sair um pouco da gente...
Definitivamente, acordar que é triste!
Para Celeste Rebordão Rodrigues -
Tinha braços largos de abraçar o mundo
tinha olhos fundos de beber a vida
tinha gestos brandos com toque de cristal ...
Tinha uma esperança crescendo e outra e outra ...
Chegou ao mundo vestida de poesia
trazia o fado na voz
a guitarra na Alma!
Traçou paisagens, ergueu destinos,
voou no vento ...
Nada foi inútil! Porque nada é em vão!
A memoria desse amor será eterna ...
Teus braços largos que me abraçavam
teus olhos fundos que me viam
teus gestos brandos que me tocavam
nem a morte pode fechar ...
Celeste, vem, e recolhe a última flor da Primavera!
(Dois anos volvidos ... cheios de silêncio e de saudade.)
A tradição e a lei
(*) Toni Rodrigues
Existem, no Piauí, dezenas de empresas de ônibus intermunicipais. Algumas, exageradamente luxuosas. Outras, pobres por demais, aceitam até passageiros com galinhas e outros bichos.
Entre elas, podemos destacar a empresa Barroso, de Piripiri, fundada há pelo menos cinco décadas e que faz o transporte de passageiros entre a cidade de origem e a capital. Diariamente, em vários horários.
A Barroso já foi uma grande empresa. Esteve entre as maiores do estado. Hoje, não está com essa bola toda.
Outra empresa, a Arêa Leão, surgiu em Alto Longá, cidadezinha localizada a setenta e poucos quilômetros de Teresina e que até pouco tempo era uma espécie de curral eleitoral da família Arêa Leão.
As duas fazem percursos parecidos, despejando seus passageiros em Teresina, mas têm pouco respeito pelos passageiros em geral. Digo isso por experiência própria.
Aos 5 anos de idade fui acometido de poliomielite. Passei a enfrentar problemas de locomoção que foram se agravando a partir dos 10 anos. Aos 16, passei a me locomover com uso de uma bengala. Isso nunca me impediu de fazer nada – de estudar, namorar, ler bons livros, tomar um bom vinho, frequentar bons restaurantes etc. Ou seja, tudo que está ao meu alcance.
Não está ao meu alcance jogar futebol ou fazer escaladas. Também não posso andar de moto e muito menos ficar de pé por muito tempo. As duas empresas em questão não respeitam a minha condição e tampouco a cerca de 112 mil deficientes que existem no Piauí.
Outro dia, pela manhã, fui pegar o ônibus para ir ao trabalho. Moro em Altos, a 42 km da capital. Antes de subir, perguntei ao cobrador se tinha vaga. Ele me disse simplesmente que não e me recomendou que esperasse o ônibus seguinte.
O mesmo aconteceu com a empresa Arêa Leão, só que no sentido inverso. Eu estava voltando para casa, no fim da tarde. O cobrador falou que não tinha jeito a dar.
Não estou reclamando à toa. Existe uma Lei Estadual que garante a deficientes, idosos e grávidas o direito preferencial do assento. As quatro primeiras cadeiras de todo e qualquer ônibus que circula em território piauiense deve reservar assentos para estas pessoas.
Nem todo mundo pode botar a boca no trombone. Por isso é que estou vindo de público fazer a reclamação. Porque a lei precisa ser cumprida, mas antes de tudo, os direitos das pessoas precisam ser respeitados. Nenhuma tradição está acima da lei.
(*) Jornalista e coordenador editorial da rádio Teresina FM.
Comércio e associativismo
(*) Toni Rodrigues
O comércio é hoje a principal atividade econômica do município de Altos. A agricultura sobrevive a duras penas financiadas por programas do governo federal. A pecuária de corte e de leite também passa por dificuldades inúmeras dificuldades.
Desse modo, o comércio ganha notoriedade na geração de emprego e na circulação da renda do município, formada basicamente pelo dinheiro da prefeitura, salários de servidores públicos (dos três níveis), aposentados e pequenos produtores.
Diante disso, não se justifica que o município ainda não conte com uma associação comercial, a exemplo do que já ocorre em vários municípios vizinhos, alguns dos quais até com menor porte do que Altos.
A economia altoense movimenta pelo menos 12 milhões de reais por mês, num total de 145 milhões anuais. É a oitava cidade piauiense em termos populacionais. Nada há que justifique a inércia, a não ser a ausência completa de estímulo por parte dos líderes de opinião ou a descrença generalizada que predomina entre a maioria da população.
Percebe-se que a auto-estima está em baixa por conta de uma série de atropelos administrativos praticados ao longo do tempo e que a mobilização política se dá muito mais por exclusão do que pela necessidade de aglutinar as pessoas em torno de um objetivo comum.
Quando falo de política, estou falando de toda e qualquer movimentação do ser humano em torno da defesa dos interesses coletivos. O comércio movimenta cerca de 70% do dinheiro que circula em Altos, o que corresponde a aproximadamente 8,5 milhões de reais. Todo este potencial não pode continuar sendo desprezado em benefício da letargia que acomete a maioria da população local.
Esse tipo de comportamento, sem dúvida, amplia o espaço dos maus.
(*) Jornalista e coordenador editorial da Rádio Teresina FM – 91,9 MHz
PIRILAMPO
(Rodrigues Bomfim)
Vem Pirilampo!
Rogo-te que saí do campo e traga-me um abençoado encanto
Pois ando muito irritado e cansado com a rotina que levo
Ríspido com todos. Desejando a solidão. Sem ânimo pra viver
Vem Pirilampo assim em vôo lépido em minha acanhada direção
Faça-me situar no chão para eu ter força no coração
E total controle das emoções.
Vem Pirilampo!
Suplico-te que pouse em minha escancarada janela
Pisque sete vezes sua pujante luz fosforescente sobre meu espírito doente
E queime todos os meus sentimentos desagradáveis
Vem Pirilampo e ilumine este fraco espírito expurgando toda insegurança
Traga-me um pouco de sorte para que essa vida eu suporte
E não alcance tão cedo a morte
Vem Pirilampo!
E dardeje tua cintilante luz bem fundo na minha opaca alma
Um sereno bem estar pra fazer a minha mente brilhar para só pensar em coisas boas
Para a minha alma poder alcançar maturidade e brilhar com total vigor
Vem Pirilampo e pouse em meu frio ombro e tira-me dessa estranha letargia
Deposite em mim qualquer alegria e não deixe o meu espírito esfriar
Como se assim estivesse salgando no fundo de um frio escuro mar.
Wendrelck Rodrigues eu amo muito você...
Saiba que eu não quero nem imaginar um dia te perder, qiuero viver se possivel a eternidade somente do seu lado, fazer o nosso mundo como você disse e ser feliz, eu quero ter você pra sempre comigo, porque o meu amor por você nunca vai acabar, e pra vida e eternidade juntos, eu quero construir com você uma vida, uma vida que seja nossa minha e sua, fazer´parte da sua vida pra mim é o que eu mais quero...te amo amor meu não esqueça disso nunca, é amor e não ilusão, eu sei o que eu sinto e o que eu quero, e o que eu mais quero e ser feliz do teu lado!
PARA IVO RODRIGUES JÚNIOR
(in memorian)
Momentos de silêncio...
Mas sua voz, para sempre, reinará.
O seu, o meu, os nossos ventos,
Transmutados estão.
Agora já não há mais tempo ou espaço
Dias incertos, lobas, estepes, verduras,
No entanto, o cheiro do mato e o pinhão,
Já que o céu existe, aqui continuarão.
Hoje e sempre nossas palavras, serão suas.
A vida realmente é “Gozada”.
Não podemos lhe ver em presença física
Mas você era legal, nós sabemos.
Talvez em alguma estação do ano,
Pode até ser na primavera, nos reecontremos.
Então, Voe! Sobrevoe sutilmente o infinito
Já que o finito, ainda que nossos corações
Estejam contritos, não existe.
Pois agora, atemporal, é todo o seu tempo.
Entoe com os anjos as mais belas canções
Estrela que brilhando está, no firmamento.
Pour Natália - ¡Ay, milonga de amor! par Natália Rodrigues - Traduit par Melina Coury
Le tien Regardez
Mes mains
serrez, vous
Tirez-moi
éloigner-vous
Regardez-moi
Je voudrais, mes jambes dans votre jambes
fixer
mes cuisses dans votre cuisses
frotter
- je sourire -
Pousser
me
Tirez-moi
mon corps dans votre corps
presser,moi
Ton souffle sur mon
retenir
Lentement, mes jambes
glisser
Oui, milonga de l'amour! (Ay, milonga de amor!)
et la musique
faire tourner
avec nos (con nuestra)
passion (pasion)
Natália Rodrigues (Sourires)
http://umcadernovermelho.blogspot.com/
http://umcadernovermelho.blogspot.com/2010/05/ay-milonga-de-amor.html
Teu olhar
Minhas mãos
te apertam.
Me puxe
te afasto.
Me olhe
Quero minhas pernas em tuas
enroscar
- me aperte -
e minhas coxas nas tuas
roçar
- sorrio -
Me empurre
te provoco
Me puxe
meu corpo no teu
Me aperte
Tua respiração na minha
Me segure
Devagar minhas pernas
deslizar
Ay, milonga de amor!
e a música
rodar
con nuestra
pasíon
Natália Rodrigues (Sorrriso)
http://umcadernovermelho.blogspot.com/
http://umcadernovermelho.blogspot.com/2010/05/ay-milonga-de-amor.html
Natália Rodrigues
Poema da saudade. Para Maximiliano Rodrigues Bandeira. (MAX) In memorian.
Isso é pra saber quem foi!
Isso é pra saber se vai voltar!
Isso é pra saber depois se um dia eu vou te encontrar.
Antes de tudo a vida acontecia sem se ver.
Depois de tudo, tudo mudou, mas nada aconteceu.
Você foi embora e nem deu tempo de se despedir.
Bem antes da hora e longe de um final feliz.
Mas ficaram lembranças que nunca vão desaparecer.
Ficaram as fotografias, essas que vão envelhecer.
Ficou o seu sorriso e o seu olhar tão penetrante.
E ficaram as marcas de um instante.
Isso é pra saber quem foi!
Isso é pra saber se vai voltar!
Isso é pra saber depois se um dia eu vou te encontrar.
Antes de tudo, sorria, brincava e brindava a paz.
Depois de tudo não é só saudade existe algo a mais.
Você foi embora e nem deu tempo de se despedir.
Bem antes da hora e longe de um final feliz.
Mas ficou família, amigos e amores.
Ficaram alguns nomes na parede.
Ficou o seu sorriso e seu olhar tão penetrante.
E ficaram as marcas de um instante.
Crônica de Epitácio Rodrigues
SÓ PALAVRAS
Palavras, palavras e mais palavras! Nos últimos tempos tem crescido em mim uma estranha sensação de banalidade léxica. É quase uma vertigem como a do Antoine Roquentin sartreano. Cada vez que saio de casa para o trabalho ou outra atividade extramuros sinto-me como se estivesse entrando num caótico labirinto de frases e palavras e sem o novelo de linha de Ariadne, que me ajude a encontrar um caminho.
Por todos os lados, em forma de frases gastas, jogadas ao chão ou aprisionadas em papeis, palavras voam sem direção; às vezes, pichadas em paredes como aranhas disformes e contraventoras ou transformadas em avisos colados em postes, a fazer promessas de felicidade e prosperidade demasiado suspeitas: “trago seu amor de volta em cinco dias!”; transmutando-se em anúncios impressos em outdoor que querem me seduzir a comprar a futilidade maquiada de garantia de sucesso.
Nas ruas e avenidas, elas correm, ultrapassando à direita e ou esquerda da pista, em carros e motos velozes que rumam, sem rumo, movidas por pensamentos equivocados para os quais correr é sinônimo de liberdade.
Palavras, palavras e mais palavras! Vejo-as mergulhadas nos corpos das pessoas apossando-se da sua epiderme como um “cobreiro” discreto: chamam a esse “empossar” de “tatoo”. Vejo-as também misturadas às roupas, bolsas, sapatos, tênis, sandálias, cabelos e cabeças.
Para todos os lados, o horizonte que meus olhos alcançam parece dominado por um deserto de palavras: sejam grandes, pequenas, coloridas, mixadas e ensurdecedoras; ditas, sussurradas, tecladas e gritadas; dinâmicas, brilhantes ou pulsantes. Todas elas são ermitãs de sua própria condição dizente, docente, eloquente.
Conta-dicção do dito: nada dizer! Pois, o paradoxo de tudo isso é que, por alguma razão, mesmo me vendo cercado de palavras, tenho sempre uma incômoda sensação de que, para além dos invólucros criativos que as revestem, o conteúdo parece cada vez mais vazio. Assim, ao final do percurso, prevalece sempre a mesma impressão de que são apenas isso: palavras que já não conseguem dizer mais nada.
São apenas palavras.
