Vestido
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As palavras se acercam de mim e me vestem.
Com as palavras me dispo do medo, da intolerância,
do egoísmo e da prepotência. E vestido de palavras
vou me alinhavando pelos caminhos da vida.
Cigarros no chão
Lama por todos os lados
Ideias escuras
Vestido mal passado
Certeza que a morte virar
Prazeres de uma carne
Desejos incontroláveis
Neurose fatal
O carnaval começou e tão cedo não terminará
Processo de uma dia
Isso tudo iria mudar
Acredite no inusitado
Ele pode te surpreender
Imagine uma vida feliz
Isso pode acontecer
As Sete Aberrações
III - A Máscara
Ele não veio com uma provação, não veio vestido de horror. Ele sequer veio, na verdade. Já estava lá. Na escuridão profunda de meu quarto, seu rosto parecia flutuar no nada, pálido, com um sorriso discreto e fechado. O encarei como me encarava. Fiquei assustado e confuso com aquilo, não se aproximava, não proferia qualquer palavra, apenas sorria, com um sorriso aparentemente falso, até mesmo perturbador.
Os minutos estenderam-se dessa forma. Devo ter parado de me preocupar, devo ter me acostumado ou perdido o interesse de saber o que aquela criatura queria, ficando ali, não fazendo nada a não ser observar fixamente.
Minhas pálpebras começaram a pesar, enquanto dava longas piscadas de sono graças às noites mal dormidas. Meus olhos começaram a se fechar definitivamente, minha visão se embaralhando lentamente, então, algo chamou minha atenção, o suficiente para me tirar daquele transe de sonolência: um soluço surpreso, quase assustado, veio daquele rosto flutuante, que por sua vez, finalmente movera-se um pouco em minha direção, abandonando o falso sorriso e adotando uma expressão de surpresa, como se observasse ainda mais atentamente agora.
Assim ficou mais do que claro, que não deveria dormir, ainda havia algo que deveria fazer, talvez, fosse eu quem deveria tomar a palavra?
A criatura retomou o falso sorriso, enquanto me dava conta de que sequer havia tentado dialogar. Observei mais atentamente aquele rosto. Sua expressão não era tão incomum a meu ver.
Pensei em todas as vezes que sorri, para não demonstrar fraqueza, ou não preocupar meus amigos, familiares, a pessoa amada, ainda que, tudo que mais precisava, íntima e secretamente desejava, era que alguém se preocupasse o suficiente para perceber o péssimo ator que eu era. Nossa... E que péssimo ator eu era. Definitivamente, você não é estranho a mim. Finalmente, decidi quebrar o silêncio:
"Está tudo bem?" Perguntei, enquanto ainda encarava a aberração nos olhos.
Aquela expressão tornou-se, de um sorriso falso, a mais uma vez uma expressão de espanto, surpresa, seguido de lágrimas banhando a pálida face, que adotou mais uma vez um sorriso, dessa vez, o mais sincero que já havia visto. A face de repente começou a virar-se no ar, ficando de costas, revelando-se ser, de fato, apenas uma máscara.
Tal máscara arremessou-se em meu rosto, não me dando tempo de esquivar, ou ter qualquer reação, então, uma vez vestida, tudo se tornou escuridão. Após o som de quatro badalares, uma voz ecoa naquele vasto, infinito nada:
"Torna-te tão abominável, quando vestes tua máscara, desejando que a tirem por você. Tu suprimes vosso ser, vossa cruz, vossa dor, enquanto desejas incessante que alguém perceba tua angústia e lembre de ti. Esqueces, criança, que vós não sois únicos, ao mesmo tempo que tão diferentes, todo ser humano leva teus próprios pesos, escondendo-os atrás de máscaras ou clamando por ajuda, que seja, mas torna-te aquilo que abomina, quando não se importa o bastante para olhar além de vossa máscara e lembrar que não és o único a estar sofrendo, coloca-te em papel de vítima e não ousa tentar ser herói.
“Hoje, tu passas em meu teste, pequena criatura de problemas finitos, mas, todos os dias, assim como os outros, tu falhas, ao passar por tantas máscaras e sequer percebê-las".
Sentei-me puxando o ar para meus pulmões com todas as forças que tinha. Estava soado, tremendo, tenso. Tal lição fora necessária, mas ainda, chocante, chocante o suficiente para mais uma vez lembrar-me de quão abominável sou, de como tudo que vinha sendo desprezível a meus olhos, também habitava dentro de mim. Percebi finalmente, quão grande aberração eu mesmo vinha a ser.
MiniConto
Tinha aversão aos pobres. Ironia do destino: Morreu vestido de verde e rosa e foi enterrado no morro da Mangueira.
Milita
Autor: Juvenil Gonçalves
Milita menina dengosa
Com seu vestido azul anil
Chapéu com botão de rosas
Exalando perfume juvenil
Piscando como diamante na areia
De um jardim de acácias
Cantando como uma sereia
Num universo de galáxias
Mas será que Milita
Pode vir aqui me ver
Com esta distância analítica
Que me faz enloquecer?
O anoitecer vestido de ternura e coroado de silêncio me cogita a pensar se o amanhã se levantará na mesma cumplicidade.
Essa é a adorável e bela vida
Sempre com ousado vestido
Cuja beleza nunca é repetida
No inverno é denso o vestido
Costuras rígidas, é cansativo
Quente, com suor escondido
No verão já se veste despida
P*** é a vida - é o que dizem
Coração bate, uma estúpida
Primavera e vestido risonho
Flores mortas são vendidas
Buquês de vida, é um sonho
Outono, tempo de mudança
De cantar no sol, queimar-se
Dançar na chuva, molhar-se
Todas estações são diárias
Intensas, sei que você sente
É a moda da vida visionária
Desembrulhei com carinho o dia
estava bem vestido e de branco
então vestiu o sol em quente fantasia
pela paisagem foi em rápido solavanco
Desceu ao vale subiu montanhas
no mar bem corajoso mergulhou
foi de uma coragem tamanha
por isso rei dos astros se tornou
Em 20/ 02/ 2.007- Trovas em proposital falta de acentuação
Oh preta, deixa eu tocar no seu vestido florido
E nesse teu cabelo, cada cacho bonito
Eu vim foi pra te ver sambar
sou o tudo do nada despido
vestido com vestes nuas
imaginando destinos possíveis
enquanto dorme na rua
Vestido Azul
Pôe o teu vestido azul,
aquele que o decote vai de
um ombro ao outro, e deixa
solto os teus seios.
Deixa o cabelo bem a vontade,
não te preocupes em penteá-lo.
Ficas linda quando não te
preocupas com a apresentação.
Já és feita, para qualquer
momento, ou ocasião.
Ver-te assim transforma o
intervalo do tempo.
No mesmo instante que brilhas
como o sol, pareces a lua que
surge por entre as nuvens do
desejo.
Te prender pela cintura, encostar
meus lábios nesses ombros, ter
os teus cabelos em meu rosto.
Devaneio quando te vejo.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Prisão Perpétua
suspenda a festa,
doe o vestido, o véu
o sapato e a grinalda,
recolha o tapete
vermelho, vermelho,
a luz seja apagada
cancele o sonho,
aquele sonho único
capaz de redenção,
escondo no escuro
da solidão, esse Amor
tornado em opressão,
esqueço de tudo
da busca frustrada,
Amor não vivido,
de mim mesmo
da vida, pra sempre
ficarei esquecido,
a prisão perpétua
em última instância
condenado em instantes,
Amar sem medidas,
poesias de versos rotos,
meus graves atenuantes,
perpetrada a condenação
de meu crime cometido,
Amar o Amor não vivido..
O teu Poeta.
Eis aqui eu,
O teu Poeta,
Vestido de uma inspiração única,
Te oferto essa taça,
Beba com moderação,
É uma champanhe de grande requinte e fineza,
Nós fomos em outrora pura luz,
Lembra?
Sorrimos juntos,
Passeavamos juntos,
Mergulhavamos juntos,
Algo cruzou nossas vidas e nos distanciou,
Mesmo bem pertinho e coladinho,
Nossos corações pareciam estar a quilômetros de distância,
Íamos ao parque,
Caminhávamos nas praças de algum norte desse mundo,
Então aprecie-a,
Vamos brindar,
Vamos comemorar,
Muitos por aí queriam ver nossa derrota,
Não iremos dar esse gosto a ninguém,
Você me chamou e eu cheguei,
Deixei o espírito da verdade falar mais alto,
Faço-te então esse poema para te guardar,
Isso não é declaração,
É apenas uma parte de mim,
Pois a outra ja está ai,
Bem ai,
No fundo do seu coração.....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
A minha avó de vestido simples que abria em baixo como um vestido de princesa, e ela nem com 50kg nos sapatos simples e brancos, com uma tiara emprestada e um ramo de flores pequenino com algunscravos. E o meu avô ainda magrinho, no seu fato cinzento e o cabelo arranjadinho, e uma gravata a enfeitar. O carro emprestado para eles saírem no cartório,mas a felicidade deles era o mais importante, apesardo cartório ser algo simples e antigo. O fotografo comaquela máquina de tripé, o pó para o flash e o cansaçopara tirar as fotografias do momento deles, momentovividos e nunca esquecidos por quem os viveu.
Imagem perfeita!
Quando eu vi você passar aos olhares do raios de Sol, percebi como o seu vestido se transformou em um belo arco-íris,
lentamente caminhavas segurando as ostras e chutando suavemente a areia do mar,
Você completava a imagem mais bonita que eu já pude ver a beira mar.