Versos Sobre as Árvores
Sem Talento
No pé de uma montanha
Cantando para as aves nas árvores
Dançando para o vento
Pronta para se jogar
Um dia nublado pronto para chover
Uma luz brilha no céu
Salva pelo próprio Deus
- Não chegou sua hora
A montanha foi feita para olhar a paisagem
A morte é um descanço
Se você cansou de viver
Dança, cante, solte suas emoções
Se sinta bem pelo que é
Não pelo que as pessoas acham que você deve ser.
pelos meus poemas
passeia a tua voz;
e se um dia,
embaixo de uma árvore,
estivermos a sós,
pedirei que os repise
diante do mar.
Deus também desenha com os raios do sol
Sobre as árvores...
É só olhar pro céu...
É só olhar pra copa das árvores...
Mas é preciso parar...
Contemplar...
E ver um verde sol...
Se você acredita que não cai uma folha de uma árvore sem a permissão de Deus.
Se você acredita que todas as coisas acontecem para o bem daqueles que amam a Deus.
ACREDITE!
Seu luto não foi um adeus, foi um até logo.
Nos planos de Deus.
Todos os reencontros já estão marcados.
Um olhar perdido,
observando ao fundo o céu cinzento,
uma árvore desfolhada ao centro.
Emolduradas por uma janela entreaberta,
em um dia frio de julho,
solapando sentimentos,
resignação,
com um misto de insatisfação.
Ele estava vestido de branco
E havia mutilado a árvore que em oferta pela ofensa a sua integridade lhe ofertou as flores como promessa de frutos
Levou o relicário para Ponte que simbolizava a união dos dois ...
Bateu apenas um foto
Com seus olhos escreveu na memória um registro do renascimento da esperança
Ele não tinha tirado ela da cabeça em nenhum momento
E tinha a esperança de que ela também não...
Admirava-a mais pela coragem
Pela humildade
E pelo amor que demostrava
Estava ansioso para sepultar o passado
E ter todas as manhãs que viriam ao lado daquela que veio como um dádiva
Daquela que realmente amava
Olhou para capela de Nossa Senhora de Boa Viagem e ficou grato
Ligou um carro e saiu ouvindo um música que não tinha importância
Pois tudo que importava, era o que seu coração iria falar para o seu amor
E seu coração lhe disse para falar a verdade em um olhar
A Praça.
A Praça,
Abraça,
Liberdade da Alma...
A arvore,
a bruxa,
Duende,
Maria...
E muitas alegrias.
Amor de menino,
e seu coração partido.
Abandonada,
mas sempre, lembrada.
Nostalgia
jamais, esquecida.
JOÃO ALFREDO
Na vida do interior,
o dia começa cedo.
Tomar banho no riacho,
bem na sobra do arvoredo,
depois deitar no arbusto,
tudo isso sem ter custo,
logo ali em João Alfredo.
Encontrei uma árvore pássaro na selva, exímia e encorpada. Seus galhos cantavam e folhas pra quê?
As flores voavam, estalos de beijos nas bochechas do céu, seu rubor atiçavam e num instante voltavam.
TRISTE QUIETUDE
As árvores cansadas da dor
Deixavam cair seus braços tão tristes
E o sol castigava as pedras do chão
Como ferro quente a marcar o gado,
Na tarde já morta de sede.
Só uns cabelos de oiro
Esvoaçavam loucos na brisa infernal...
Eram os teus procurando os meus,
Na triste quietude da tarde defunta.
Fugiram os pássaros e tudo o que é vida
Da vida que tem sangue nas veias.
Dolorosamente, em prantos de cinzas
As árvores tornaram-se pó
E os ramos partiram-se numa chuva
De mil pedaços queimados.
O sol escondeu-se amedrontado;
A tarde e a brisa quente
Feneceram de saudade.
Só ficaram os teus cabelos de oiro
Sempre à procura dos meus,
Revoltos na triste quietude...
Mas tudo tão inútil.
(Carlos de Castro, in Poesia Num País Sem Censura, em 27-08-2022)
O MEU POEMA MAIS CURTO - o primeiro
Plantei uma árvore.
Sem enxada.
Não precisei de mais nada.
A não ser as mãos.
E a árvore.
(Carlos de Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 14-10-2022)
ÁRVORE SECA
Ao vê-la, estarreci.
Ainda ontem
Do antes de ontem
De há três dias,
Eu vi-a;
Parecia-me salva
À luz da alva,
Daquele passado dia.
Hoje, mesmo agora,
Olhei lá fora:
Estava já mirrada,
Seca, num esturricado
Como torresmo queimado.
Quis regá-la,
Refrescá-la,
No pé do tronco a morrer.
Só então me lembrei
E pelo que sei,
Não adianta em desnorte,
Querer vencer
Sem poder,
Aquilo que já é morte!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 02-04-2023)
VIRGINDADES
Foram e serão como árvores
Sem fruto
Em seu voto absoluto
De entregar-se,
Devotar-se,
A um só corpo impoluto.
Nunca gerado e resoluto
Por mais tentação que venha
Lá dos varões assinalados
E mestrados.
Confessam-se a padres enamorados:
"Antes morta, do que prenhe,
Não desdenhe, não desdenhe,
Que cá nesta minha ordenha,
Eu sou a santa e a senha
Pela qual me registo
E virgem serei e resisto!".
E num terminar de emoções
Deitam a mão a uns cordões
De recordações
Nefastas,
Mas para resistirem castas
Naquele gostoso furor,
Invocam o seu amor a Cristo!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 04-05-2023)
A MENINA E A ÁRVORE
Desprevenido, plantei-te!
Sem escavar sequer um palmo
De terra do fundo germinador.
Quando brotaste o tronco esguio
E os ramitos
Pequenitos
Numa manhã chuvosa,
Custosa e fanhosa
De um Março marçagão,
Colei a minha trémula mão
À tua tão pequenina,
Magrinha,
Comprida, de pianista.
Parece impossível!
Haverá alguém que resista...
Deste-me na minha um esticão,
Como a querer fugir de mim.
Tomei isso como premonição
Negra,
Amarga
E fúnebre.
Continuas com a tua mãozita pequena
Da tua árvore a envelhecer
De madura,
No tronco e nos ramos
Mas com as maçãs tão verdes,
Ácidas,
Intragáveis.
Tão inutilmente
No perto,
Longe
De mim.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 06-05-2023)
OUTONO SEM CASA
Toda a vida eu sonhei
Construir uma casinha
Como só eu sei,
Numa bela arvorezinha
E fazer dela o meu trono
No agora vindo outono.
Que ilusão esta a minha,
Ó sonho louco e fugaz!
Nem árvore nem arvorezinha
Ou casa ou minha casinha,
Utopias que a vida traz.
Na montanha, tudo ardeu,
Tudo queimou e até eu
Como pássaro que fica sem asa,
Como cão que fica sem dono,
Ficarei sem aquela casa
Que quis construir neste outono.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 24-09-2023)
A MAÇÃ
Era outono.
Havia uma maçã no chão,
Caída da árvore cinquentenária.
O homem, esfomeado, vergou-se
No ranger dos ossos castigados
Por longos jejuns lazarentos,
De uma vida de naufragados
Num barco de pobres assinalados,
Pelas misérias dos tempos.
Tinha já a podre maçã
O bicho que a carcomia,
Fruto de macieira arraçada
Também velha e corcovada,
Triste por não ser sã,
Nos ramos em agonia.
Prestes a pegá-la do chão
Pousa um passarito aflito
E o homem com prontidão
Diz ao pássaro com emoção:
Come, come tudo sem parar,
Pois assim me capacito
Que minha fome pode esperar.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-10-2023)
O VENTO A ÁRVORE E A CASA
Tarde de sábado.
A depressão do tempo castigava.
Agora, chamam depressão
Ao tempo mau que faz.
Porque não!?...
Mas o vento é sempre rapaz
E as árvores também femininas
Quanto velhas mais meninas.
Com a diferença que o vento
Tem agora mais lamento
E as árvores amém,
Nestas tardes sem ninguém.
O vento soprava,
A árvore balançava
Sobre a humilde casa.
Era aí que ele habitava,
Um homem pobre,
De rosto nobre.
Invocou os deuses dos ventos
E dos contratempos
A ver se a borrasca amainava.
Qual quê!?...
O vento insistiu,
A árvore caiu
E a casa humilde ruiu.
E ele deixou de acreditar
Nos deuses dos ventos
E contratempos.
Abriu os braços e pôs-se a voar.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 29-10-2023)
Estar apaixonado é encontrar beleza em uma poça de água, é perceber a sombra das árvores dançando no chão ao ritmo do vento, é sorrir sozinha ao lembrar de uma frase qualquer, é torcer pela luz vermelha do semáforo, só para ter tempo de pensar um pouco mais em alguém, é acreditar com a doce pretensão de que o canto dos pássaros nas primeiras horas da manhã, é uma declaração feita só para você.
É sentir que o mundo ficou mais bonito, não porque mudou, mas porque o coração mudou o jeito de sentir.
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