Versos sobre a Vida
Último suspiro
Eu até tentei
Não desfocar
Tangenciar o olhar
Em linha reta
Eu até consegui
Tocar
A minha vida
Tendo-te no centro da esfera
O problema é que
O destino toma
A forma de devaneio
E vem pra te confundir
Desculpa
Não tenho culpa
Mas eu gosto de te ver cair
É que eu tentei
Ir contra
Os meus instintos
Mas você sabe
Sou mulher
Tenho meus desejos
Então cá estou
De volta
Ao meu bom vinho
E a estas boas noites
De sexo ruim
Entre bons beijos
E algumas doses de gin
Enquanto você aí
Me manda
Umas mensagens confusas
Umas rosas murchas
E um amor morno
Bem diferente
Do que eu sempre gostei
Como aquela água ardente
Na cabeceira
Da minha cama
Que desce quente
Queimando tudo
A mesma
Que você usou
E derramou
Entre soluços
Pra incendiar
E destruir meu mundo.
Thaylla Ferreira cavalcante {Lições sobre os vícios}
terra
Onça-pintada
tamanduá, jacaré.
baobá, ipê amarelo
jacarandá.
seu zé, dona maria
padre José.
um pouco do todo
cabe em um poema,
mas não cabe no
seu mundo?
Já parou para pensar em todas as pessoas que fizeram parte da sua história!!!
Um exercício muito agradável!!
Eu pensei que o sentido da vida era buscar coisas materiais, ter uma bela casa, um belo carro, belas mulheres, muito dinheiro, ter cargos.Quando percebi que nada puder ter, pude pensar e foi pensando que percebi que a vida me deu o que ela poderia ter me dado , a vida, o ar e tudo que ela já me deu.
Foi ai que percebi que ela me pedia para devolver a vida para quem precisa de vida.
Fui religioso, estudei teologia, fui crente, fui evangélico, fui pastor .Onde errei? Eu fui.Agora aprendi que não sou e posso me doar. Aprendi que a vida não é minha.Eu quero aprender a viver a vida, me doando.
À SOLIDÃO (soneto)
Oh! jornada de inação. O silêncio em arruaça
Arde as mãos, o coração, aperreado arrepia
O olhar, tremulo e ansioso, tão calado espia
O tempo, no tempo, lento, que ali não passa
No cerrado ressequido, emurchecido é o dia
E vê fugir, a noite ribanceira abaixo, devassa
E só, abafadiço, o isolamento estardalhaça
No peito aflito de uma emoção áspera e fria
Pobre! Se põe a sofrer, nesta tua má sorte
No indizível horror de um sentimento vão
Quando silenciosa e solitária é a morte...
Bem à tua paz! Bem ao teu “às” sossego!
Melhor na quietude, ao espírito elevação.
Se na solidão, viva! E saia deste apego!...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 11 de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Mastigação
Deixando os sonhos de lado
Com que a pouco sonhava
Por causa dum desagrado
Com o meu eu, eu brigava
Dizia então: és um danado
- eu? E assim retrucava
Amanhava tal a um arado
O coração dor transportava
Quem mais penava (coitado!)
Era o devaneio. Gritava!
Todo amarrotado
Angustiado estava!
O tanto, porém, largado
Porém pouco se levava
O ganho que for tirado
Perde. E a alma não será escrava!
E, ao fim, deste fatigado
Dilema, eu me encontrava
Com a plenitude no fado
E o resto, a poesia mastigava...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
OCASIÃO (soneto)
A coerência lá se foi tão espantada
por um tropel de vândalos da rudeza
E mesmo o depois de tanta clareza
quedam robóticos, sem mais nada...
No escarcéu disperso, contos de fada
O veras, sem exatidão, e sem defesa
expõe toda a burrice e a estranheza
do revelado na dada outra jornada...
Sobra “Inania verba”, nenhum intento
ao mourejar hercúleo do lhano cidadão.
Indiferentes, só importa o seu contento!
Mas não é meu. Se afasta da tal meta
de parceiro, de irmão, fazer a ocasião
Cria-se curvas, e não a essencial reta...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Motivo
Perdi a alma no céu
A emoção sumiu no mar
O calor perdeu a cor
Meu corpo sumiu no ar
Vi a vida colorida
Levemente desbotar
Procurei no vácuo espaço
O sentido de me achar
Não quero correr do sol
Nem me esconder do luar
Só preciso de um motivo
Pra agir, sentir e durar.
PER VIVERE DI NUOVO (soneto)
Se aos iguais pesares me convidas
Com as mesmas dores dilacerantes
Para mim saudosar pelas horas idas
Na lembrança de tempos vibrantes
Não me digas nada! Já são perdidas
As recordações. Ilusões dissonantes
Desvanecidas pelas outroras vidas
E à emoção, outras razões de antes
“Per vivere di nuovo”, - o que importa!
Desatrele do passado… - vida nova!
Pois a nossa estória já trancou a porta
Amei-te! Mais que os amores tantos
E se apartado, resta está única trova
Não mais por ti evocarei meus prantos...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
OS SESSENTA (soneto)
Os sessenta anos duma alma inquieta
Cabelos brancos, a face vivida, poente
Os olhos no qual se trova inteiramente
Bagatelas, onde mora a emoção poeta
Um sonhador de sentimento profeta
De palavras que falam, inda inocente
Versos que do peito saem de repente
Docemente, em uma parição secreta
Uma determinação tão só, tão largada
Que o silêncio urge, no invento venta
A sorrir, e ou a chorar, lhe é camarada
E se na parada se senta, pouco tenta
Aquieta, numa má sorte da derrocada.
São os encantos de se ter os sessenta...
CORAÇÃO EM PASSAS (soneto)
Ah! quem há de poetar, saudade penosa e tirana
O que na emoção cala, e o versar não escreve?
- Range, doí, pregada na lembrança, e, em greve
Sente, em amargos no peito, o que era soberana
O coração em passas, e é um redemoinho fulana
Em explosão, fria e grossa, e ao enamorado deve
E ao olhar desalentado asfixia o pensamento leve
Que, paz e harmonia, saem em ignota caravana...
Quem o verso alcançara pra a rima desta solidão?
Ai! quem há de amenizar, assim torna-la tão breve...
Se infinito é o silencio; E o vazio então agiganta?
E os lábios secam. E o olhar chora. Tudo em vão?
E a sensação se refugia num sepulcro de neve?
E então as trovas de amor esvaem na garganta?
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
12 de março de 2019
Cerrado goiano
Um dia depois.
Olavobilaquiando
Se tivemos a certeza do dia que íamos
morre
A vida não teria sentido algum
Pois esse é o maior presente que Deus nós
Concedeu.
viva apenas viva !...
Num instante
Os anos passam, e se vai o encanto
Tal a rapidez nos muros o cipreste
O olhar de cada velho nos diz tanto
Que a velhice de ilusões se veste...
Espanto!
Mas as almas permanecem com odores
Não envelhecem, são cheias de quimeras
Se nas poesias as desventuras e dores
Também tem as perfumadas primaveras...
e os amores!
Assim, neste fugaz passado e presente
Os sonhos são de todas as realidades
Orvalhada com seu sabor ardente
De saudade! Lembranças... e saudades!
Vorazmente!
Uivam os relógios, o tempo brada
Agitam-se as horas no horizonte
Da vida... torna-se uma escalada
Em um implacável desmonte...
rumo a eterna morada!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
17/07/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SER QUEM SOU (soneto)
Ora (direis) ser quem sou! Exato.
Me perdi no caminho, me achei, no entanto
A cada passo, erro e acerto, vários o relato
Vou andando, o atrás se desfez por encanto
E o tempo vai passando, veloz, enquanto
O pensamento recusa ser apenas um ato
Cintila. E, saudoso, o trovar é um pranto
Na solidão de ser, em um poetar abstrato
Direis agora: Incoerente e louca quimera!
Que não quero ser quem sou? Que sentido
Pois ser quem sou, deixei de ser o que era...
E eu vos direi: Amando o amor sou valeria
Pois se amei, o meu afeto não terá partido
Assim, pude ouvir e entender minha poesia
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
agosto de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
gangorra
e nesta ciranda de querer e opor
num coração sulcado
se tem a saudade de amor
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Sabor da Vida
As músicas tem super poderes, volta e meia sou surpreendido pela sua enorme complexidade e intimidade com a minha mente, em várias ocasiões sou pego de surpresa e transportado a lugares, tempos, rostos e momentos diferentes. Quando ouvidas no sentido positivo da coisa toda, as músicas revelam o que esta guardado, esquecido ou incendeiam o que está muito vivo nas nossas memórias. Aquela boa música me trás sorrisos, enriquece o meu dia, rejuvenesci o meu eu, ela me inspira.
As músicas as vezes parecem que falam comigo, é notável como elas me conduzem as trilhas da felicidade, o seu poder de me alegrar através de suas notas tão afinadas é o que da mais sabor a minha vida.
REMORSO II (soneto)
Às vezes, um poetar me espera
E os amores e temores infando
Me padecem, doem, até quando?
E assim, em branco vai a quimera
Inspiração, emoção, vou sufocando
N'alma, sem a doce ventura sincera
Oh! Como este gozo no poetar quisera
Mais suspirar, viver e amar trovando!
Ah! Quão dura é a vera realidade
Desespera, ao encarar a vetustez
Te traz remorso e tira a suavidade
Das paixões que deixei por talvez
Da timidez do olhar na oportunidade
E dos versos quererem só a lucidez!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
28/08/2019, 06'55"
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
"Me admira a leveza do seu sorriso, profundo.
Como se compartilhasse esse seu ar liberto.
Alívio da seriedade sincera desse mundo.
Desarma minha intensidade.
Desnuda minha vontade.
Me da uma chance de viver."
No Tempo
O tempo já não muito importa
as horas, segundos, quantos?
O que foi já não abre porta
e os sonhos, estes tantos...
O que vale é o que vem
se ainda tem, os recantos
onde a alma se sinta bem
e no ir além, terá encantos
Porém, lembre-te de amar
pois nestes acalantos
tua passagem irá marcar
cada teu minuto
teu dia, um olhar
um sorriso, teu atributo
As rugas, ah! deixe-as ter
é o fruto
de que pôde viver!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, outubro
Cerrado goiano
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp
