Versos Romanticos com Rosas
opióide III
escrevo versos
como quem afia pétalas
de papoula
leitosa sangria
sussurando letargia
pra folha
sinestesia líquida
(e a poesia)
é o único néctar
que nunca intoxica.
(reprovado no toxicológico).
opióide II
devaneio sussurrado
sufocando
em versos brandos,
a morfina das metáforas,
delírios brancos.
néctar, veneno,
remédio insano,
êxtase puro
em sonho arcano.
arpejo mental,
torpor visceral,
perfuração física —
dança letal,
remédio e veneno
num ciclo final.
abre espaço
para o vazio
silêncio —
a aorta dormiu.
a vertigem se desfaz
em névoa e sombra
o que da realidade me separaria
antes, ao sangue, se assimilaria.
arpejo mental —
anestésico
de braço aberto:
dança pura
entre remédio
e perfume.
e o universo
é um cobertor
de esquecimento.
Versos ao anverso e ao revés.
O que digo nem sempre é o que penso.
O que penso, às vezes, não digo.
Ao inverso e ao revés, no anverso do verso me expresso.
Cícero Marcos
Versos para um fascista
Calma, seu fascista!
Apenas me defendo de ti.
Mas, ao contrário de tu,
não sou perverso.
Apenas cometo
uns mal traçados versos.
Ás vezes, feios como tua alma podre.
Mas livres como a esperança...
antes de Whitman, Klopstock
já disparava a sua Glock,
livremente,
20 versos por segundo
para não errar o mundo.
e vou rimando livremente.
Abandono.
Nos teus versos calados,
Na tua alma chorada,
Perco-me nos teus braços.
E neles, eu clamava.
Clamava para a dor sumir,
Para os ventos se perderem,
Para então eu fugir,
Para nunca me verem.
Meu coração ja não aguenta mais,
Muito menos meu corpo,
Só sou um simples rapaz,
Que se desfaz com um sopro.
E nos passos descalços da alma,
Que pede e clama por socorro,
Peço que vá com calma,
Antes que me perca no abandono.
Soneto d'Alma
Um soneto, uma lírica,
versos em canção.
Dois corpos, um poema;
Sinfonia do Amor e Paixão.
Procurei,
em trova, soneto e prosa,
nos versos líricos do poeta;
o significado de Te Amar?
Perdi-me, e não sei quando,
talvez em rimas poetando;
este teu sorrir a Florejar.
"A poesia, é a essência divina da alma.
A fonte das emoções... Gravadas nos versos e razões da sencibilidade humana."
Se sou poeta?
Não sei
Só sei que sou eterna aprendiz tentando suavizar meus versos. Aqueles que trago da alma.
Só sei
Eles me acalma...
FIZ UM POEMA PRA MIM
Tracei versos
Usei um colorido diferente
Enfeitei com flores
Perfumei com aromas de jasmim....
Usei papel azul engomado
Letras com luz de estrelas
Salpiquei com algumas lembranças
Trazidas lá do passado...
A música que escolhi
Fala muito de mim
“ Deixa a vida me levar”
Quem melhor que Zeca Pagodinho
Para o meu poema cantar...
O recheio não poderia esquecer
Coloquei a magia da lua
Os encantos do pôr do sol
E os raios de nascer do dia...
Como esquecer os desejos
Aqueles planos bem feitos
Os segredos não poderiam faltar
Dos sonhos que espero alcançar...
Se deixasse de fora meus defeitos
O poema ficaria sem jeito
Rabisquei saudades esquecidas
Até as lembranças vividas..
O que for ruim não entra no meu poema
Nem tão pouco os problemas
Os meus amigos
Esses não foram esquecidos...
Li reli, gostei do que escrevi,
Tem mais ou menos um pouco de mim
No final ficou perfeito
Com tudo que tenho direito...
Ah! ...
...Se pudesse
Saí às ruas
Pichar os muros
Com versos.
Contagiar
A alma
Daqueles
Que por covardia
Esconde-se
Não pinta o mundo
Com cores vivas
Nem descreve
Numa tela
A poesia da vida.
Deixando o medo
Ter tanto efeito
Que nem cabe
Num embrulho
Mal feito.
E se afunda
No abismo
Dos sonhos adormecidos
Em passados esquecidos...
MAGIA
Em cada passo que dei
Recolhi farrapos da alma
Em papeis desbotados
Escrevi versos rimados...
Rimei amor com dor
Momento com encantamento
Esqueci-me de rimar
O meu jeito de amar...
Na alma dos apaixonados
Deixei retalhos de mim
Entre flores e aromas
Deixei meus versos assim...
Nas correntezas do vento
Nas encruzilhadas da vida
Tracei frases espalhei
Larguei jogados ao relento...
Na ânsia deixei ficar
Pedi clemencia falhei
Fui amante da poesia
Fui à verdadeira magia...
Irá Rodrigues
Santo Estevão - BA – Brasil
MEU DESPERTAR POETA
Meu despertar poeta foi descrevendo a Lua
Debulhando versos do coração
Riscava e rabiscava
Tecia versos feito artesão.
Amava falar do mar
Imaginava escrever uma canção
Declamava nos meus sonhos
Nos acordes de um violão.
Passei a remendar versos
Cheios de amor e paixão
Mas vinha o tédio
Mudando a inspiração.
Então sentir um despertar
Precisava colocar esperança
Em cada versos que escrevia
Era dedicada a criança.
Hoje meu despertar poético
Vai muito além do universo
O encanto infantil
É o tempero para o meu verso.
Irá Rodrigues
UM DIA
Vou escrever a minha história
Desvendar mil segredos
Em versos inacabados
Vivem camuflados.
Nesse dia olharei no espelho
E com certeza direi
Aqui deixo um pouco de mim
E tudo de que sonhei.
Irá Rodrigues
QUANTAS VEZES...
Escrevemos a vida
Numa bela poesia
Nos versos declaramos
A nossa covardia.
Falamos apenas de dor
Esquecemos a beleza da alma
Do encanto da luz do Sol
Da importância do amor.
Mas é só pisar nesse chão
Que tudo se acalma
Lembrar da magia da Lua
E volta a inspiração.
E não tem como segurar
Logo a poesia desabrocha
Daquele jeito que gosta
Voar nos versos e saber amar.
Autoria-Irá Rodrigues
Santo Estevão BA
ÀS VEZES
Nos pega desprevenida
Estamos na maior maresia
Emprenhamos de versos
Parimos uma inesperada poesia.
Vem da brisa passando
O amanhecer com neblina
De um cão solitário
Parado na esquina.
Vem do canto de um passarinho
Ou do vaso de violetas
Colocado sobre a mesa
Envolto de borboletas.
Vem do cheiro de inverno
Do gostoso friozinho
Vem da cozinha
No sabor do cafezinho.
Às vezes......
Vem do nada.....
Autoria Irá Rodrigues.
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