Versos do Luar
NA CANDÊNCIA DO SAMBA
Na candência do samba
Eu conheci você
Dançando ciranda
E o maculelê.
Você era a beleza
Em forma e nuance
Eu, um poeta comum
Só queria romance.
Viajamos na noite
Sob a lua de maio
Sem promessa partiste
Me deixando tão triste
Te olhando em soslaio.
Esperando alguém
compro uma,duas balinhas
Perco me em profundos pensamentos
E olha só
A pessoa que eu estava esperando nem veio
a gente saiu mesmo do roteiro
Me manda uma mensagem no celular pedindo desculpas
Mas eu nem me levanto da minha cadeira
Nem percebo que esta de noite
Eu não tinha nada para fazer hoje mesmo
Vou ficar aqui
Vagando em mim mesmo
Sem faculdades
Sem compromissos
Sem preocupações
Minha única amiga
E a Lâmpada da noite
E a coberta no frio
O casaco na chuva
as ideias para a solidão
E o foda-se para o futuro
O TEMPO LEVA TUDO
As coisas efêmeras, como a paixão humana e a dor de consciência, costumam mudar rapidamente suas intensidades. Isto se dá de acordo com os pontos de vista de quem as sofrem. Até as coisas materiais, como rios, mares e montanhas, podem ser despercebidas quando um viajante cansado se enfada de admirar a paisagem.
Neste caso, a culpa é sempre do viajante que não consegue travar um diálogo perene. Segundo Rochefoucauld, assim se dá com os sentimentos, como o amor e amizade.
Os homens andam muito cansados para carregar para sempre o peso de uma amizade; e um grande amor pode emagrecer e até desaparecer se for apenas alimentado com mares, rios e montanhas de saudade.
Eu acredito no amor como uma poesia paradoxa descrevendo o alvor, na mesma proporção de causa felicita ele contraditoriamente é avassalador.
Eu acredito no amor como uma manhã de brisa que beija meu rosto suave e uma tarde instável de calor, se ele não existe por quê tanto temor?
Eu acredito no amor sem sentir nenhum rancor, apenas o desejo imensurável de sentir frio e calor, desejo e dor, por onde será que anda você meu temido e aguardado amor?
SETEMBRO
Já chegou setembro
e eu continuo em agosto
a vida parou, tudo fugiu
do horizonte azul
um dia sonhado.
Já chegou setembro
e eu continuo em agosto
sem brisa e mar
sem prima-vera
hoje é quimera
tudo que sonhei.
Já chegou setembro
e eu continuo em agosto
e o desespero me assegura
que não há paz e nem fartura
no amanhã de desventura
que semeamos com amargura
Já chegou setembro
e eu continuo em agosto
sem poesia, sem esperança
fiquei azedo com o desprezo
e a intolerância.
Rui Barbosa faleceu há quase 100 anos. Mas, uma de suas frases ecoa como atual nos dias de hoje. Nunca fez tanto sentido. E é por isso que nos países tomados pela esquerda eles não deixam o judiciário atuar.
Até a esquerda teme o Judiciário. Ou lhes compram ou lhes calam.
Tenho dúvida quanto a se o amor suporta tudo.
Talvez seja porque nós nunca saberemos
o que é o amor que Paulo tentou explicar.
"Diante de uma injustiça não te angusties
Ao ponto de querer mudar teus valores
Cultivar no íntimo as riquezas
Nem sempre nos livra das dores
Mas, pense que não tê-las (as tais riquezas)
Deve ser sim, a mais extrema pobreza!"
O olhar que atraí.
O perfume que seduz.
O toque que fascina.
O andar que distraí.
O brilho que reluz.
O pecado de menina.
Bom é o simples
Sem alarde, nem pose
Que não é preciso forçar
Nessa vida
O que tem valor
Na vitrine não estará
Aparências iludem somente
De verdade
É o que habita dentro da gente
E se é algo desprezível
Por que não fazer
Uma faxina urgente?
Varrer o orgulho
Ensacar as vaidades
Que a humildade se encarregue de levar
Pois ser é melhor que ter
E quem é, já possui
O que não se pode pagar
Amanheço assim como anoiteço
ciente da minha animalidade
senhor da natureza que quero dócil
deus encarnado na bestialidade
de guerras, fomes e miserabilidade
Exclusividade é demagogia e egoísmo, ou competência e resiliência?
Isso é o que você pensa. Mas de verdade, o que é a verdade dentro da sua sustentação como teoria entre os opostos?
FILÓSOFO NILO DEYSON MONTEIRO
Posso ser tudo na vida e não me definir como nada. O processo do conhecimento para crescer dentro de um ser é exatamente a definição do querer ir além do ser; porquanto o conhecimento não se resume em ser, apenas se permite seguir sem convenções fechadas para bajular uma ou outra medíocre face da ignorância.
FILÓSOFO NILO DEYSON MONTEIRO
Seus olhos de mistério infinito me deixam sem ar admito.
Seus olhos de oceano Pacífico me deixam sem saber se vou ou se fico. Seus olhos que me fazem perder o ar e meu próprio rumo com seu completo deslumbro, Me fazem duvidar se é real ou apenas uma fantasia enquanto durmo.
Ser poeta não é escolha,
não se trata de opção,
ser poeta é uma condição
imposta pela poesia.
Não há liberdade de escolha,
ou somos poeta ou não.
Hoje
Hoje tenho apenas a imagem de ontem.
Como arte impressionista
Indefinida, sem correção
Tenho as marcas do amor em mim
E em teu corpo as rugas do tempo
Elo perdido, um condenado sem redenção.
É tudo que temos do nosso desencontro
Tão distante
Um simples rascunho de aprendiz
Uma sombra do que fomos um dia.
Amigo que se tornou amante.
As canções que ouvimos juntos
Ainda ressoam em mim, trazendo-me calma
No mais recôndito abismo da minha alma
Encontro, como um jarro quebrado,
Razão para ter esperança.
Sonho, quimera, ilusão de criança.
Lembro fortuitamente da chuva de verão
Das folhas de outono colorindo a tarde
Sobre nossos passos distraídos
Quando juntos caminhávamos sem propósito
Em busca do paraíso perdido.
que acalentava-me o coração.
"Por mais dedicação de alma
que dispenses ao ciumento,
por mais zelo e atenção que o faculte
basta uma distração
para ele julgar, convictamente
que tudo que fazes
não passa de reles fingimento"
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