Versos de Melancolia
Já dizia Aerosmith...
Queria não me sentir tão frágil e perdida em minhas decisões.
Por mais que ache que você me tira do eixo, tenho certeza que é a única pessoa capaz de me nortear, que contraditório não?
Estou condenada a viver nessa onda de pensamentos paradoxais, que vida miserável!
Que sentimento miserável é o amor,
nos afunda no mais profundo abismo,
tirando tudo o que há em nós,
nos sugando por completo até que nos deixe em situação de total amargura.
Para no final imploramos por mais, porque é doce, é viciante.
Ah meu querido,
seu amor é uma doce miséria, e eu estou sentenciada a sofrer e ansiar por ele.
Independentemente de quem seja
Todo mundo é dependente
Ninguém é autossuficiente.
No fim, em cada um de nós,
Há um vazio imenso
Que nem mesmo Deus preenche.
Uma vez eu mesmo me perguntei: o que é amar?
Amar é colocar os sentimentos dos outros acima dos seus.
É quando você está ciente dos defeitos mas só enxerga as qualidades.
É sorrir sem nenhum motivo aparente, e logo em seguida ficar triste do nada.
Ficar feliz só por estar perto do seu amor, mesmo sabendo que nunca nada de fato irá rolar.
É sentir-se solitário no meio da multidão.
E achar que nada nunca vai fazer sentido se não for com ela.
É pensar que sua vida jamais será suficiente, e você definitivamente não é a pessoa certa para ela.
Ter comumente um ciúme sem sentido, e sempre desejar um carinho.
É sonhar com ela todas as noites, desejando que existisse uma realidade na qual pudéssemos ficar juntos.
"É abraçar com certeza e beijar com vontade"
Além de tudo, amar é saber que mesmo que doa, uma hora você vai ter que deixa-la ir.
Saudade é sentimento
e não importa a definição.
É lembrança da ausência,
sem solidão ou nostalgia,
como olhar para uma flor
e lembrar de alguém.
Saudade não é melancolia,
nem incompletude,
é colocar essa pessoa
dentro da nossa vida.
Passamos pelas coisas sem as ver...
Se alguém nos pede amor não nos fazemos amar...
Como passamos pelas flores numa calçada...
Sem as notar...
Somos agora mais lentos...
Nem tudo é novidade...
Passamos pelo tempo...
Chega a velhice...
Não aproveitamos a mocidade...
Em noites inclinadas de melancolia...
Não percebemos a lua...
As estrelas que nos fazem companhia...
De palavra em palavra...
Dia após dia...
Finda-se a vida...
Não percebemos...
Já não transborda o cálice em alegrias...
Onde a luz é feliz...
Ela se demora...
Vivamos imensamente...
A fuga das horas...
Hoje e agora...
Sandro Paschoal Nogueira
O tempo é um ladrão.
Ele rouba nossa juventude, nossa beleza e nossa saúde.
Ele nos deixa com cabelos grisalhos, rugas e dores.
Mas ele também nos dá sabedoria, experiência e amor.
A velhice é uma época de beleza e tristeza.
É uma época de alegria e melancolia.
É uma época de perda e ganho.
É uma época de vida e morte.
Estou cansada de tentar escrever e simplesmente não sair mas nada na aleatoriedade da minha cabeça.
Meus olhos doem, minha cabeça pesa e sinto sono mas nao consigo dormir. Os grilos cantam, marido ronca, nenêm tosse dormindo naquele quarto claro, e eu no escuro. Acabei de tirar uma foto e ficou perfeita mesmo nessa tremenda melancolia das 20.
Gato mia, carro passa na rua, vizinho conversa rindo, cachorros se alteram e na minha cabeça apareceu uma luzinha e eu me encontro nela.
Por incrível que pareça, era para eu ter escrito isso. E eu escrevi, pois estava com saco de tudo e esse tudo virou uma crônica que achei incrível. Mesmo nessa melancolia das 20.
"Na Sombra do Silêncio"
Perdido no labirinto da memória,
Na sombra da tua ausência, sem glória,
Os tempos avançam, eu, um eco só,
O vazio, um abismo, na alma um nó.
O tempo enubla o que fomos um dia,
Histórias que se desvanecem com o vento,
Desperto à noite com os uivos da agonia,
Um trovão retumba, dilacerando o tempo.
Impotência e orgulho, parceiros nesta dança,
Desilusão ecoa, no campo da lembrança,
Lutei só e perdi a esperança,
O Graal já não se alcança.
Sangro em silêncio, cada gota uma memória,
Por um amor sem vitória,
Notas etéreas ao frio, ao relento,
Nossos nomes, um grito de desalento.
Enterrados estão os nossos segredos,
Não acredito que foi tudo em vão,
Acorrentado aos sonhos e medos,
Na minha nostalgia, na escuridão.
O horizonte ermo e noturno,
E eu aqui, desorientado, sem razão,
No eco do silêncio, um coração soturno,
Estou perdido, num tempo já perdido, na solidão.
Abismo
Sinto um vazio
Como se estivesse faltando algo
Como se estivesse presa em um abismo
Cercada por espinhos de aço
Como se eu quisesse mergulhar em lágrimas
Mas meu interior está em seca
Como uma cabana fria na nevasca
Mas sem lenha na Lareira
Uma vontade de gritar
Mas tudo que sai são risadas
Vontade de dasabafar
Mas também não quero preocupar as pessoas amadas
Nada que falo ou faço faz sentido
As cores embaralhadas
Uma arte abstrata
Por que teimo em esconder meu eu nesse abismo?
MEU POBRE SONETO
Ele sussurra com uma dor sofrida
Que esmaecido chora na emoção
Tal a uma lágrima na falta sentida
Que bate forte o apertado coração
Ele canta com a sensação pendida
Dos urutaus, que cantando em vão
Entoam cantos de sisuda despedia
Soando saudade adentro do sertão
Um versar gemido e de melancolia
Que rola na trova com árida agonia
Com frios sentimentos superficiais
Meu pobre soneto, tão moribundo
Que quer arrebatamento profundo
E vive o sonho, que não volta mais.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 abril, 2024, 18’17” – Araguari, MG
*à amiga Lucineide S. Ghirelli
Hoje no meio do caminho eu cheguei em casa.
Eu abri a porta meio aberta.
Limpei um dos meus pés no tapete.
Tomei meia xícara de café.
Fumei a metade de um cigarro.
Sentado no meu sofá eu li a metade de uma notícia.
Tive uma meia conversa com o meu parceiro antes que eu visse ele fechar a metade da porta e ir para o serviço.
A minha vida está cheia de meias coisas.
Ao longo dela eu perdi metade da minha pessoa
Por sujeitos que me deram meias certezas
Mas nunca me deram um de seus ombros para consolar as minhas tristezas.
Então !!!!
((F...-..) palavrão)
É pra viver.
É pra falar.
É pra amar.
É pra curtir.
É pra ter.
É pra compartilhar.
É pra durar.
((F...-..) palavrão)
É pra se arrepender
Então !!!!
((F...-..) palavrão).
CHORO
Cachoeira salgada
Delicado declínio
Se forma pingada
Me afoga em fascínio.
Cada alma que escorre
Na saliência do rosto
Num lenço se morre
Cada uma a seu gosto.
São almas que saem
É corpo que fica
Na mente que moro.
Lágrimas caem
Lembrança é rica
E por isso choro.
Há um silêncio que pesa n'alma,
num eco suave, mas tão profundo,
que rouba do peito a breve calma,
e veste de cinza todo o meu mundo
Não é tristeza, mas melancolia,
em tudo o que, dia e noite, me rodeia,
e logo a transformo em poesia,
poesia é remédio, que a alma anseia
O Olhar do Mundo
Não, não é fácil ser lido.
O mundo vê-me passar
e já decidiu quem sou
antes que eu tenha dado um passo.
Se fico, sou pedra imóvel.
Se ando, sou vento sem raiz.
Se espero, sou indeciso.
Se escolho, sou rígido.
As sombras que se movem nos muros
não são minhas,
mas o mundo insiste em vê-las em mim.
Os gestos que lanço no tempo
mudam de forma ao tocar outros olhos.
E assim me perco nos reflexos,
na dobra das interpretações,
na lente de quem vê o que já esperava ver.
Mas talvez valha a pena seguir,
deixar que o dia corra o seu curso,
que a poeira assente,
que o próprio mundo reveja o que viu
e, quem sabe, um dia entenda.
O Que Se Lê no Mundo
Não, não é fácil compreender.
O que se vê nem sempre é o que é,
o que se sente nem sempre é o que se quis dar.
A luz que atravessa as folhas
é sombra ou claridade?
O rio que corre apressado
foge ou segue o seu rumo?
Tudo depende do olhar que pesa,
da memória que julga,
do medo que contamina.
O mundo não se explica,
move-se, respira, transborda
— e cada um o lê à sua maneira.
Mas talvez valha a pena ficar,
esperar que o tempo dissipe os enganos,
que a verdade encontre fenda na rocha
e que, no silêncio certo,
o mundo se mostre sem precisar de tradução.
Ruído e Sintonia
Às vezes, o mais difícil
é ser compreendido.
O que digo, o que faço,
o que deixo por dizer,
perde-se num labirinto
de ecos distorcidos.
Não é por nada que se diz
que o caminho para o inferno
está pavimentado de boas intenções.
Mas e quem lê as intenções?
Quem decifra o código
das entrelinhas invisíveis?
Cada olhar é um prisma,
cada ouvido, um filtro.
O que para um é gesto de afeto,
para outro, afronta.
O riso de uns
é a ferida aberta de outros.
Comunicar é atravessar o abismo
entre o que se sente
e o que se entende.
Palavras são apenas vento
se não encontram solo fértil,
se não fazem vibrar a mesma corda.
Porque no fim,
toda mensagem precisa de um lar,
de um receptor que a acolha
e a transforme em sentido.
Se não, é só ruído,
perdendo-se no vazio
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