Poemas curtos de Clarice Lispector
Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir e somente acreditar que o silêncio que eu creio em mim é a resposta a meu – a meu mistério.
Esta história será feita de palavras que se agrupam en frases e destas se evola um sentido secreto que ultrapassa palavras e frases.
Se tivesse a tolice de se perguntar “quem sou eu?” cairia estatelada e em cheio no chão. É que “quem sou eu?” provoca necessidade. E como satisfazer a necessidade? Quem se indaga é incompleto.
Lírios brancos encostados à nudez do peito. Lírios que eu ofereço e ao que está doendo em você. Pois nós somos seres e carentes. Mesmo porque estas coisas – se não forem dadas – fenecem.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.
Deste-me inocentemente a mão, e porque eu a segurava é que tive coragem de me afundar. Mas não procures entender-me, faze-me apenas companhia. Sei que tua mão me largaria, se soubesse.
Qualquer que tivesse sido o crime dele [Mineirinho], uma bala bastava. O resto era vontade de matar, era prepotência.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de nada mais fazer.
Os suicidas muitas vezes se matam porque têm medo de morrer. Não suportam a tensão crescente da vida e da espera do pior – e se matam para se verem livres da ameaça.
Ela descobriu que precisava dele, e isso a deixava desesperada...
Queria continuar amando-o mas sem precisar tão violentamente dele.
Antes de me organizar tenho que me desorganizar internamente. Para experimentar o primeiro e passageiro estado primário de liberdade. Da liberdade de errar, cair e levantar-me.
O que me tranquiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta.
E eis-me aqui dura e silenciosa e heroica. Sem menina dentro de mim.
Peço também que não leia tudo o que escrevo porque muitas vezes sou áspera e não quero que você receba minha aspereza.
Vou-lhes contar um segredo: a vida é mortal.
Só Deus perdoaria o que eu era porque só Ele sabia do que me fizera e para o quê. Eu me deixava, pois, ser matéria d’Ele. Ser matéria de Deus era a minha única bondade.
Era cruel o que fazia consigo própria: aproveitar que estava em carne viva para se conhecer melhor, já que a ferida estava aberta.
É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar consideravelmente o sacrifício da noite.
Abro o jogo. Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza.
"Libertar" era uma palavra imensa, cheia de mistérios e dores.
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