Vocês não podem julgar a importância das coisas pelo barulho que elas fazem.
Um homem de bem, quando não pode mais honrar os compromissos que assumiu, manda em seu lugar o atestado de óbito.
As memórias nada mais são do que aquilo que nos restou de nossos esquecimentos.
Não se vive com os olhos abertos, vive-se cegamente.
É quase sempre as coisas mais improváveis que realmente acontecem.
No olhar a alma transluz apenas; na voz a alma expande-se. O olhar é a flor que se abre, a voz o perfume que se desprende.
Até mesmo a tristeza mais profunda enfraquecia com o tempo, até mesmo o desespero mais agudo não cortava mais como antes. A maldição do torturado, pensou, é crescer acostumado até mesmo com o açoite.
Um homem pode se acostumar a qualquer coisa, se for obrigado a isso.
O viajante fala consigo mesmo para manter a coragem na estrada.
A conversa é como um arado: deve revelar uma grande superfície de vida, mas não mostrar estratos geológicos.
A realidade é fina como papel, e em todas as fendas mostra seu caráter imitativo.
A escrita é um vislumbre da alma convertido em palavras.
Uma obra ainda não lida na minha biblioteca é como um quadro em preto e branco. Apenas depois da leitura, ao devolver o exemplar à estante, é que aquele quadro ganha cores e contornos definidos pra mim.
Talvez fosse melhor medir as distâncias de outra maneira. Não como por espaço e tempo, como se faz até agora. Mas pelo que se aprende no caminho.
É preciso reafirmar valores sem ter medo de ser chamado de arcaico.
O excesso de confortos de uma vida destrói toda a felicidade da satisfação das necessidades.
O tempo é um salteador de estradas que nos leva todas as ilusões.
Se não houvesse sofrimento, o homem não conheceria o seu limite, não conheceria a si mesmo.
O infeliz consola-se quando encontra uma desgraça igual à sua.
Não podemos medir as consequências daquilo que nós provocamos.