Versos com Rima das Estacoes do ano
Foi um barulho devastador,
no tocar de um sentimento
as notas não acompanhavam o tenor.
Sí no ritmo desse barulho,
os pensamentos sol tocavam em dó.
O sincronismo da melodia em ré,
não alcançavam o tom de lá.
Parecia que nunca iria acabar.
Desisti no momento em que mi senti vazio,
igual ao fá que ficou sozinho.
O sertão é Conselheiro,
É Vilanova e Pedrão,
Macambira e Vicentão,
Manuel, o Curandeiro.
O sertão é Fogueteiro,
Marciano e Beatinho,
Taramela e “Jaguncinho”,
Tia Benta e Caridade.
O sertão é João Abade,
Pajeú e Timotinho.
Homero tratou da guerra,
Karl Marx, do capital;
Dante tratou da alma,
Goethe tratou do mal;
do homem trataram todos
de maneira magistral.
Ontem chorei por meu gato,
Hoje chorei por meu cão,
Amanhã por quem hei de chorar?
E depois?...
E depois?...
E depois?...
Pensamentos não tem hora nem momento. Fluem livremente. Não implicam necessariamente em um destinatário ou em algum recado. Não atingem pessoas ou objetos reservados. Não contam uma história específica e sim traduzem muitas situações semelhantes entre os diversos amantes. Seja em Paris, Roma ou Veneza, imaginar o amor é como um doce sobre a mesa. Esperando ser degustado, primeiro deve ser contemplado. Pensamentos
apenas vêem à pena do poeta e são declamados sobre o papel. Aqueles que sentem estar dentro do fato narrado já viveram na pele a sensação de ser amado.
Escrevi uma carta para o meu eu do futuro,
Não foi respondida.
Apesar de desejar muito,
Ele não existia.
Se não for para amar o meu próximo, não vale a pena estar aqui.
Está escrito na bíblia.
«Amarás ao teu próximo como a ti mesmo» (Mateus 22:39)
O LADRÃO E O FILÓSOFO
De João Batista do Lago
Se perceberes teu quintal invadido
e nele um ladrão afoito a furtar,
não o abatas ao chão com um tiro,
convide-o para contigo jantar.
Oferece o teu melhor vinho (e)
faze-o comer da melhor iguaria
deixa-o perceber todo o teu carinho
e fá-lo um amante da sabedoria.
Aconchega-o e fala-lhe da democracia, (e)
diz-lhe das vidas que a ditadura furtou
mas, sempre moribunda, nada logrou.
E depois de deixá-lo saciado, enfim,
convida-o para dançar sob a chuva, (e)
com a noite saudar o novo dia assim.
CANTO LIBERDADE
Letra: João Batista do Lago
Do quilombo dos Palmares
a voz de Zumbi ecoou
lutando por liberdade
a todos nós encantou
Não é fácil, não,
calar nossa voz,
somos uma só nação
temos um só coração
peito pulsando emoção
um só grito de libertação.
Saibam todos vocês,
senhores donos do mundo,
temos orgulho de nossa grês.
Somos madeira nobre (e)
reluzimos como ébano
nascidos do barro e do cobre.
Somos filhos da paz (e)
de liberdade contumaz,
nossa tez é nosso ouro.
Nenhuma insensatez
há de calar nossa voz
somos liberdade, não o algoz.
Do quilombo dos Palmares
a voz de Zumbi ecoou
lutando por liberdade
a todos nós encantou
Saudade do tempo que eram apenas "300 picaretas com anel de doutor."
Hoje são 513.
Nunca fez tanto sentido a frase: "Num assalto, jamais reaja."
Pois é, eles assaltam todos os dias e o povo inerte não reage nunca.
"Até quando esperar? a plebe ajoelhar? Esperando a ajuda de Deus."
Aproxima-se a luz
Que o mundo inteiro alumia,
Que cada pranto alivia,
Que cada passo conduz.
Eis o Natal de Jesus,
Mestre bom e companheiro,
Deus fiel e mensageiro,
Sem pecado, sem defeito,
O exemplo mais perfeito
Do amor mais verdadeiro.