Verão
Nem todos verão o mundo como você; nem todos terão atitudes como as suas; nem todos pensarão como você; nem todos estarão à altura das suas expectativas... mas você sobreviverá!
Helda Almeida (15.08.2018)
Memórias do Espelho
Naquela tarde ensolarada de outono, onde o verão ainda imperava, ela olhou-se no espelho, entretanto, não conseguiu ver-se. Ao contraio do que acontecia fora das muralhas do seu quarto, ali, em frente ao espelho havia tanto frio, tudo era cinza, chuvoso...
Sentiu vontade de gritar, percebeu que sua voz nãos seria ouvida...
Havia nela tanta culpa por senti-se assim, ela não tinha nenhuma doença física, deformidade, a vida lhe dera oportunidades, não era ignorante em muitos sentidos, e no entanto, havia em si tanta dor, tanta certeza do incerto.
Nesse momento, eu, o espelho, olhei para ela, seus olhos verdes ardiam em meio as lágrimas, dando-lhe nuances azuladas e turvando-lhe a imagem.
_ As lágrimas lhe caem bem _ sua voz interior ecoou como uma sentença fazendo seu coração quase parar por um segundo. Sim, ela parou de respirar por um instante, quase senti sua dor, as horas implacáveis seguiram em um tique-taque frenético movido pelo tempo, mas nada aconteceu, nada mudou dentro daquela menina. Então, ela vestiu-se de solidão, blindou-se de desesperança, sepultou qualquer réstia de sonho e adormeceu para a vida.
Dormiria ela todos os dias que restassem dentro da sua rotina viciante do dia-dia. Sabia que nunca mais iria despertar então, aceitou o sono e esperou que uma nova vida chegasse.
"Esqueçam cara, sorrisos e bocas. Olhem nos olhos uns dos outros e vocês verão o coração. Eles não mentem nunca! Se sentir cansaço nos olhos de alguém, pergunte, se interesse, seja solidário. Não espere a pessoa desabafar! Depressão mata!!"
Quando seus olhos piscam parecem duas andorinhas voando no verão. E quando sua boca sorri enfeitada por seus dentes alvos é semelhante um céu com nuvens brancas mostrando-me que o meu dia será de bonança.
Numa noite quente de verão fui procurar na lua minha inspiração . segurando o lápis a correr pelo papel chego a conclusão que nada tenho. Tudo aquilo que pensei que tinha, nunca me pertenceu. Durante a noite, parece que a distância dobra, a tristeza triplica e a saudade se torna infinita. Muitas vezes, nossos sonhos são limitados por nossos medos, se não tivermos forças para enfrenta-los, então porque ainda carregamos. Você não sabe.. Mas fiz essa frase pra você. : ( Você nem lembra que eu existo e já conseguiu me esquecer ) Que a noite guie o que o seu coração não conseguiu entender . Boa noite.
Mais um verão que se finda
dando lugar ao outono
e o meu coração segue ainda
no mais completo abandono!!
Por mais que a primavera e o verão chegue meu coração será sempre como um dia pacato de outono e congelado como o inverno 🍃
VOAR COM VOCÊ
Procurei você, nesta tarde de verão.
Não te encontrei, andei, andei.
Na contra-mão do coração.
Na intensidade do teu olhar.
Que a chama do amor, faz um aclamar.
Dois corpos distantes transformam o pensar.
Imaginação a decolar, nas alturas com você.
Sem medo de cair, seguro suas mãos.
Ventos podem nos levar a várias direções.
A dimensão sem fim do voar.
Mas juro se te encontrar, só com você eu juro voar.
Vai Verão, vem Outono mais uma vez,
Outras nuvens, nova estação
No ar aquela esperança do talvez
No peito um aperto, uma certa emoção.
Céu encoberto, respingos de melancolia
Sons, imagens, tanta recordação
Há pouco euforia, agora calmaria
Na sintonia fina do coração.
Ligeira, vem e vai a tempestade,
Voltando o radiante sol a brilhar
Em instantes se esvai a efêmera felicidade
A saudade é eterna, veio para ficar.
Aquelas sementes em breve germinarão
Muitas perfumadas flores no jardim
Há de florescer nova paixão
Nessa busca sem fim.
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
*****A Primavera chegou. Com ela, já trouxe tanto arrepiar...! Fará quando chegar o Verão...
de:sempreLuZ.
Difícil Poema de Amor
Separo-me de ti nos solstícios de verão, diante da mesa do juiz supremo dos amantes.
Para que os juízes me possam julgar, conhecerão primeiro o amor desonesto infinito
feito de marés ambulantes de espinhos nas pálpebras onde as ruas são os pontos únicos
do furor erótico e onde todos os pontos únicos do amor são ruas estreitíssimas velocíssimas
que se percorrem como um fio de prumo sem oscilação.
Ontem antes de ontem antes de amanhã antes de hoje antes deste número-tempo
deste número-espaço uma boca feita de lábios alheios beijou.
Precipício aberto: ele nada revela que tu já não saibas.
Porque este contágio de precipícios foste tu que mo comunicaste
maléfico como um pássaro sem bico.
Num silêncio breve vestiu-se a cidade.
Muito bom-dia querido moribundo. Sozinho declaraste a terceira grande paz mundial
quando abrindo os olhos me deste de comer cronometricamente às mil e tantas horas
da manhã de hoje.
Deito-me cedo contigo o meu sono é leve para a liberdade acordas-me só de pensares nela.
As casas e os bichos apoiam-se em ti. Não fujas não te mexas:
vou fixar-te para sempre nessa posição.
Que há? Abrem-se fendas no ar que respiro vejo-lhe o fundo. Tens os olhos vazados.
Qual de nós os dois "quero-Te" gritou?
Bebe-me espaçadamente encostada aos muros. Se és poeta que fazes tu?
Comes crianças jogas ases sentado és uma estátua de pé a cauda de um cometa.
Mães entretanto vão parindo. Os filhos morrerão ainda? Entregas-te a cálculos.
Amas-me demais.
Confesso: não sei se sou amada por ti.
Virás
quando houver uma fala indestrutível devolvida à
boca dos mais vivos. Então virás vivo também. Sempre esperei ver-te ressuscitado.
Desiludiste-me.
E iremos com o plural de nós nos leitos menores onde o riso, onde o leito do rio
é um filho entre os dois. Que farei de teus braços de meus cabelos benignos que faremos?
Nasci-te da minha pele com algumas fêmeas te deitei por vezes. Conheces-me.
Não me tens amor
Grave esta corda cortada agudo seixo me ataste aos olhos para me afundar.
Só por grande angústia me condenas à morte se de mim te veio a cidade
e os minúsculos objectos que já amaste ou que irás amar um dia espero.
Culpam demais a andorinha que tenta fazer sozinha o seu verão, quando deveriam culpar a outra milhares de covardes que não a querem acompanhar
Quem fizer aquilo que nenhum outro ser vivo jamais fez, os olhos dele verão aquilo que os olhos de ninguém jamais viu.
"Não fiques triste quando duvidarem do que Deus tem te revelado, eles verão a glória dele na sua vida, e o que achavam impossível, será apenas uma lembrança de como ele sempre esteve ao seu lado"
Na primavera, outono, verão
É sempre o mesmo discurso furado
Inverno reina no seu coração
Parece um músculo enferrujado
