Vento Fogueiras Velas
preocupa-te ou não se és uma vela grande, cheia de parafina numa ventania, pois sabe que existe uma grande força de agir, se não agir, preocupes!
O melhor lugar para começar é exatamente onde você está. Abra sua vela aos ventos da mudança e deixe-os guiá-lo.
A Nuvenzinha lá no céu
E o vento soprou
Pra levantar cortina
Soprou para apagar a vela
Assoviou agora, dentre as folhas
Que lá fora, crepitantes
Crepitaram diferente
Que não são mais as de ontem.
Jamais são as mesmas de antes
Faz lembrar
Que folha é que nem gente
E que uma hora elas se vão
E na próxima estação
Não serão como outrora
Mas, daqui pro fim da vida
Há de ter pra sempre
A nuvenzinha lá no céu
Que ninguém olha
O vento soprou vela à caravela
Moveu ponteiro ao catavento
E lentamente
O dia inteiro
O vento anunciou a hora
E que por ora
é cerrar janelas,
e varrer as folhas
e acender as luzes
Pois o novo dia
Ele também termina
E que ele vai ser assim
Até que acenda
O Sol do fim dos dias
Porque todo tempo do mundo
Ele também se acaba
Pra que o vento nunca mais
Suba as cortinas
Pois a chuva molha ainda
Mas, daqui pro fim da vida
Há de ser pra sempre linda
A nuvenzinha lá no céu
Mas ninguém a olha.
Edson Ricardo Paiva.
"A luz da vela
O vento frio naquela tarde,
O por do sol avermelhado trazia tristezas,
Os Olhares caídos nas ruas,
As saudades sentidas na pele.
A cada minuto a paisagem sumia,
O escuro tomava conta dos inquietos seres.
Ninguém ousava desafiar as noites,
As ruínas eram temidas pelos mortais,
Até que as sombras dominavam tudo.
E para a escuridão, o tempo.
As luzes das velas ainda que pequenas
E límpidas, protegiam somente a quem o coração
Era repleto de vida.” Latumia(W.J.F)
Penso no amor como se fosse uma vela, quando nos o acendemos o vento apaga ou tempo. Pois se existe amor eu não sei, mais só sei o tempo não pode esperar!
A Deriva
Mudaste o rumo do meu barquinho!
O vento que sopra na vela,
Já não o guia.
Meu barquinho,
Encontra-se a deriva,
Perdido na imensidão deste mar.
Frágil embarcação!
Por que foste se aventurar?
Barquinho sem rumo!
É difícil o navegar cochado,
Frágil embarcação!
Ah! Barquinho,
Se o vento da vida soprasse a vela,
Acabaria todo este tormento.
Porém o vento ruge e a tempestade cai.
Ah! Vento, traz o meu barquinho para o porto,
Pois, os meus olhos,
Já não lacrimejam,
Já que os meus versos,
São lágrimas.
A vida é como a chama de uma pequena vela no meio do nada, que depois que apagada pelo vento nunca mais se reacende.
à tarde um vento suave
Levemente se move
E vai soprando o barco à vela
Vejo o mar pela janela
Tão distante; penso nela
Se à noite o vento apaga a vela
Mesmo assim, no escuro, és bela
Te vejo em meu sonho e pergunto
Meu Deus, o que foi que te trouxe?
Quisera fugir de presença tão doce
Quem sabe se ao menos
Tão bela não fosse
Acordo, abro a janela
a olhar as estrelas pulsando
Lembranças que se acendem
e esperanças que se apagam
Qual lume,
dos insetos que à noite vagam
Respirar o perfume de fada
que emana da tua lembrança
e meus sentidos embriagam
Assim eu não sinto tanta saudade
E nem morro de distância
tento somente
Enxergar-te em essência
se cego e surdo
fosse eu, de fato
Quisera a sorte permitisse
ver-te bela
pelo tato.
'REENCONTRO'
Serei neurastênico ao vê-la. Esguichar-me-ei pelas ventanas como um louco paralisado pelos terremotos vivos. O relógio amordaçado falará aos quatros ventos enquanto ficarei na calçada ambígua.
Afundarei silente, ruidoso tal qual um quarto escuro, exceto pelo cintilar das insônias. Descobrirei textos frágeis e não sonharei palavras. Saudarei raios, trovões, penúria, chuva, sete mares.
A luz que nascera na maternidade se tornará rupestre, corpo celeste e o escalar das montanhas será avesso. O elo, com sofreguidão, irá distanciar-se do intermitente alvo. Dizer 'adeus' sempre foi atrito, dilema. Não mais que um bocejar: desconforto!
Não adianta apenas um remar. Quando o vento é a favor, é fácil, só levantar a vela e deixar fluir, porém nos dias sem vento, é necessário esforço. Mas não só da metade da tripulação. Como diria aquele antigo bordão, uma andorinha voando sozinha não faz verão.
Estou em profundo desgaste por conta do meu orgulho, pois não quero te chamar pra conversar agora. Não que não queira falar contigo, muito pelo contrário, mas é que você não quer falar comigo. Você até diz que quer, porém, não. Não se empolga. E isso magoa de uma forma que não sei explicar. É talvez, semelhante ao fracasso, ou impotência (no bom uso da palavra), como se eu fosse insuficiente, se eu não satisfizesse suas expectativas. Sinto que meus remar nesse mar de assunto parado é em vão. Que pra você é indiferente, se estou remando ou não.
Eu me privei de relacionamentos por anos, tudo pois temia que um dia, me entregasse por completo, e não recebesse o mesmo de retorno. Hoje temo que você não se entregue assim, assim como eu me lancei. Pois, relacionamento, assim como você mesmo diz, não satisfazem apenas de amor. É necessário uma série de entregas. Sinceramente, eu te amo como nunca amei ninguém. Não são apenas palavras, aqui descrevo, meus mais sinceros sentimentos. Porém, você vê minha preocupação, meu medo de te perder como sendo uma bobagem, uma frescura talvez. Mas queria, juro que queria, que você sentisse na pele, o que eu sinto, assim me entenderia perfeitamente.
Se o vento estiver soprando contra... pare um pouco... abaixe a vela, ligue o motor, ponha um óculos escuro e siga em frente!
Vela, veleja oh navegante
Não temas o mar nem coisa vil
Embala o vento com estorias mil
Nos mais revoltos, nem hesitante
Vela, veleja oh navegante
Parte na sina da descoberta
Espera-te fortuna ou sorte incerta
Alem do monte, a jusante
Vela, veleja meu amigo
Que no suor e árduo labor
Fermenta o pão com mais sabor
Vela, veleja com valor
Lembra-te dos teus no desabrigo
No coração, leva-os contigo.
NADA (Autor: Henrique R. de Oliveira).
Vela no barco, mar, leme
sem vento pra direção, reme
porque de todo mal que teme
nadar num naufrágio, contra,
a onda que volta e te encontra
na exaustão dos braços os mesmos
apontam
a faixa do litoral a frente
neste naufragio, mar, sem leme
nas adversidades que não teme
depois sorrir da fase escura
com o dorso, praia, lua cheia
tomando banho de areia.
Assim anda meu coração
Com minhas mãos
eu tento impedir que o vento
apague essa vela na minha vida,
A luz dela ilumina tão pouco,
sem ela eu fico no sufoco, na escuridão.
É assim que anda meu coração,
procurando lutar contra todos,
até contra mim mesmo,
pra vencer a solidão.
A cada ano eu saio queimado,
quantas marcas eu tenho nas minhas mãos,
vivo sendo jogado em qualquer canto,
tento não desanimar ou perder o encanto,
como é fácil receber um não e falar sim.
Quando é meu coração que deseja
estar ao lado de uma pessoa
vai chegar uma hora que não vou ter
aonde segurar.
Minhas mãos estarão livres,
já será dia e o sol vai iluminar minha vida.
Como é fácil receber um não e falar sim.
Quando é meu coração que responde
precisar de alguém que se esconde,
e se sentir perdido nessa ilusão.
Eliezer Lemos
