Vazio
O vazio, a escuridão, é o inicio de um novo amanhecer, haverá luz depois das trevas, e o colorido surgirá.
Quem pede está vazio, falta alguma coisa. Quem oferta tem algo para dar, nem que seja uma palavra. Quem se lamenta atrai vibrações para se lamentar mais ainda. Todos vivem. Falta saber como.
Não espere muito de mim.
Posso não nutrir as suas necessidades
E ainda deixar vazio as lacunas do teu coração
Com relação às decepções que posso lhe causar.
O OUTRO LADO DA MESA DA DOLOROSA SÍNDROME DO NINHO VAZIO
Mães,
Escrevo isso como filha que se doeu lendo textos sobre como vocês se sentiram quando nós, filhas, saímos de casa.
A dor de vocês foi chamada pela psicologia de Síndrome do Ninho Vazio, mas a nossa ainda não ganhou nome.
Seria um outro ninho vazio? Não sei, mas venho falar sobre os medos, as angústias e as delícias de sair do ninho pro mundo, lugar para o qual vocês nos criaram.
Nosso primeiro ninho, o ventre materno, tinha tempo de estadia. Perto dos 9 meses, às vezes antes, nós sairíamos daquele lugar onde nada podia nos tocar. Nós, filhas, não lembramos da experiência de querer sair de lá.
Imagino que, em um certo ponto, começamos a nos sentir apertadas e desconfortáveis. Talvez algum questionamento do tipo “Mas o que tá acontecendo? Era tão gostosinho aqui antes!” tenha aparecido nas nossas cabeças. Quem sabe até uma mágoa “Por que ela não me dá mais espaço?”, assim ficaríamos mais um tempo por ali. Vocês, mães, por outro lado, não viam a hora de ver a nossa cara.
Nosso segundo ninho, o lar ao lado de vocês, nunca teve limite de permanência. Vocês não nos empurrariam para fora jamais. Foi ali que aprendemos tudo: comer, falar, andar, agarrar mãos e objetivos, dar risada, ir ao banheiro, ler, escrever… tudo. Passamos por fases fáceis e divertidas, difíceis e intermináveis.
Nós crescemos, vocês também. Assistimos suas crises existenciais, os conflitos com a idade, o amadurecimento como mãe e a beleza de ser o que se é todos os dias.
Vocês assistiram transformações, pernas crescendo demais, brinquedos aparecendo e depois sumindo da sala.
Começamos a sair por aí nos nossos voos curtos. Deixamos vocês sem dormir direito diversas vezes enquanto bebíamos em algum canto da cidade. Discutimos o motivo dos “nãos” para viagens para praia no carro do amigo do amigo da prima.
Ficamos as duas desconfortáveis com as conversas que mães e filhas têm que ter. Mentimos para vocês e vocês mentiram para nós. Choramos num quarto, vocês no outro.
Perto dos 20 anos, às vezes antes, às vezes depois, o ninho começou a ficar apertado de novo. Nossas vontades e sonhos não cabiam mais ali.
Era óbvio que sairíamos um dia: para morarmos sozinhas, para um intercâmbio, para morar com uma amiga ou um amigo, com uma companheira ou um companheiro. A hora ia chegar, mas nenhuma de nós sabia quando. Por fim, saímos, e o ninho ficou vazio.
As primeiras noites chegando em casa sem ter quem nos esperasse foram estranhas tanto quanto para vocês. O beijo na testa antes de dormir fez falta. O cheiro do café quando saíamos do quarto prontas para fazer o que tínhamos que fazer, o lembrete para levar a blusa e o guarda-chuva.
Mãe, eu continuo levando a blusa e o guarda-chuva.
O cheiro do meu café fica cada vez mais parecido com o cheiro do seu. A primeira vez lavando o meu banheiro foi engraçada: organizei os produtos de limpeza, prendi o cabelo e vesti a roupa “de fazer faxina” como você sempre fez. Liguei o rádio e lembrei do som dos dias de faxina, as suas músicas preferidas.
O arroz grudou, a roupa ficou mais ou menos limpa, coisas estragaram na geladeira, eu cheguei em casa tarde demais, dormi pouco, fiquei doente, te liguei perguntando como cozinhar alguma coisa e para saber como lavava a roupa direito.
Coloquei uma foto sua perto da cama. Fiz planos durante a semana para que o final de semana ao seu lado fosse aproveitado da melhor maneira possível. Aprendi a me cuidar sozinha, a comer melhor, a deixar a roupa limpa, a organizar meus horários e a casa.
O amor, a essência da nossa relação, permanece igual. Mudaram os hábitos, a vida, o caminhar das coisas.
Mãe, eu descobri que o ninho nunca foi um espaço físico, foi sempre o seu coração – e de mim ele nunca ficará vazio.
Hoje é uma dia tão... Vazio
Eu não estou sentindo nada
Em nenhum momento do meu dia
Eu fiquei feliz
Não fiquei angustiada
Não fiquei triste
Com raiva
Magoada...
Simplesmente não sinto nada
Minha cabeça está um grande eco
Não tive vontade de chorar e nem de sorrir
Seria possível que minha vida se transformou em algo tão insignificante
Ao ponto de que até minhas emoções resolveram ir embora?
Eu vou ficar sozinha no fim de tudo isso?
A morte vira atrás de mim ou ela também me abandonará nesse mundo escuro?
Acho que terei que correr atrás dela...
Valorizo tudo o que tenho e tudo o que acontece em minha vida, até um vazio que possa brotar no silêncio de uma tristeza. Pois sei que nada é pra sempre. Se hoje algo sair errado, tenho certeza que amanhã aprenderei com isso por mais que seja doloroso...E que "Deus" terá para minha vida planos bem melhores que ontem!!
Às vezes o silêncio diz tudo , num coração vazio um amor não correspondido , pode significar milhões do que sorrisos escondidos ...
Rodeado por pessoas
Mas no fundo está vazio
Aglomerado por muitos
Poucos realmente ao seu lado
Vive com um sorriso no rosto
Anda com o coração vazio
A vida se torna um verdadeiro
vai
e
vem
O que te assusta muito
Pois não tem a certeza de quem apenas vem
E não pensa nunca mais em partir
Á noite chega e com ela tudo que o dia todo estava escondido vem á tona, toda angústia, todo vazio vem tomar conta de mim. E ás lágrimas escorrem sobre meu rosto, sobre o refletir do que foi feito de mim, o que me espera adiante, porque até aqui nada tem a sentir.
Sorria e não verão seu sangue escorrer. Suas lágrimas serão um ruído surdo no meio do vazio que é viver.
Soneto idílico
Acordar, aguar o jardim, fingir um dia
e assim inicia a melancolia e o vazio
o sol a pino, cerrado e o sonho macio
das saudades num tempo em primazia
Sim! O tempo não é sentido, é ébrio
os amores ficaram, são sem analogia
trariam o meu peito, viraram euforia
nas lágrimas algozes do olhar esquio
Tudo é efêmero no triste e na alegria
árido o sentimento e cheio de arrepio
que importa se tem saída ou portaria
E neste movimento de soltura e exílio
a magia do por do sol torna cortesia
nas palavras que cantam o meu idílio
Luciano Spagnol
05 de julho, 2016
Cerrado goiano
Caminho nesse mundo corrompido e vazio sem vontade de viver,
Mas nesse caminho encontrei seu brilho distante,
Seus olhos me davam esperança que ainda posso confiar neste mundo doente,
E ao seu lado encontrei meu lugar,
Onde eu sei que posso ficar e descansar.
E ao seu lado percorro neste mundo de um jeito de diferente,
De um modo feliz, porquê, sei seu eu cair você estará lá para me levantar,
Assim eu também decidir ser sua fonte de luz, quando quiser me usar.
Eu serei sua sombra e você minha luz,
Quanto mais você brilhar, mais minha sombra fortalecerá,
Sem sua linda luz desaparecerei em meio a escuridão,
E serei apenas mas um louco nesse mundo de solidão.
Fico olhando para esse papel em branco, fico observando cada detalhe vazio que nele se encontra, desperdiçando cada palavras pensadas que por mais que eu lute para coloca-las expressas no papel, não consigo.
