Um Texto sobre a Mulher Maravilhosa

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A história do Rio Amarelo

Recebi um email que me fez pensar...
A pessoa me disse: "Padre Fábio, você tinha tudo para dar errado, mas não deu..."
Ela disse depois de ter me acompanhado em diversas entrevistas. Ela foi capaz de reunir as peças do quebra cabeça de minha vida e concluir o que concluiu.
Fiquei pensando no quanto ela tem razão. A vida nunca foi fácil pra mim. Nasci no limite e cresci nele. Nunca tive muitas oportunidades. Minha vida foi marcada pela pobreza, pelas dificuldades e pelo sofrimento.
Mesmo assim eu insisti que poderia ser diferente. E o que me levava adiante era a minha teimosia em sonhar sempre.
Talvez seja por isso que hoje, no exercício do meu ministério sacerdotal, eu insista tanto em levar as pessoas ao cultivo dos sonhos. Sonhos que se abracem à realidade e que se realizem aos poucos, pela força de Deus, manifestada na força dos homens...
Vejo muitas pessoas que não estão dando certo...
Vejo muitas pessoas se desprenderem de suas verdadeiras essências...
Vejo muitas pessoas cultivando verdadeiros e grandiosos jardins de infelicidades. Pessoas que morrem sem chegarem à terra prometida.
Não gostaria que fosse assim.
Fiquei sabendo que na China há um rio chamado Rio Amarelo que morre antes de chegar ao mar...
Fiquei pensando que há pessoas que insistem em fazer o mesmo.
Não permita que sua história seja semelhante à desse rio...
Lute para chegar, lute para alcançar...
Já dizia o poeta catarinense, Lindolfo Bel: "Menor que meu sonho não posso ser!"
Assim seja...
Assim façamos.

Tudo neste mundo tem seu tempo;
cada coisa tem sua ocasião.
Há um tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de plantar e tempo de arrancar;
tempo de matar e tempo de curar;
tempo de derrubar e tempo de construir;
Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar:
tempo de chorar e tempo de dançar;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las;
tempo de abraçar e tempo de afastar;
Há tempo de procurar e tempo de perder;
tempo de economizar e tempo de desperdiçar;
tempo de rasgar e tempo de remendar;
tempo de ficar calado e tempo de falar.
Há tempo de amar e tempo de odiar
tempo de guerra e tempo de paz.

Salomão
Bíblia Sagrada. Eclesiastes 3:1-8

Nota: Nova Tradução na Linguagem de Hoje

...Mais

O lobo e a lua

Um triste caminho eu sigo, apenas uma companhia eu tenho,
Caminho escuro e frio, seguindo a única coisa que me faz acalmar,
Um brilho intenso, que me guia nas noites escuras,
Em noites que ela não aparece fico só,
Não tenho mais amigos, vivo só,
Onde esta minha alcatéia?
Deixaram-me, ate mesmo o brilho que eu seguia me abandonou,
Só me resta às noites de luar, onde a meu verdadeiro amor surge,
Como num sinal de agradecimento eu hulvo,
Como se fosse troca de carinho ou palavras românticas,
Parece que só existe nos dois,
O mundo sumiu e quem eu, mas amava não liga pra mim mais,
Só o que aprendemos sempre gosta de pessoas erradas,
Ate mesmo você lua me abandona em noites escuras,
Mais mesmo assim sei que numas dessas você volta,
Enquanto isso, eu vagarei nesse mundo tão cheio, porém tão solitário,
Onde os verdadeiros princípios são esquecidos,
Mais a vida de um lobo e assim,
Amando o que não pode tocar, não pode cheira ou beijar,
O único sentimento e olhar e admirar sua beleza intocável,
Continuarei sempre a seguir te ate quando não tiver mais forças para caminhar,
Porque seu brilho e a única coisa que me importa,
Sempre haverá uma lagrima em meus olhos,
A cada gota que se esvai, e uma angustia a mais no coração,
Porque os lobos nunca têm um final feliz,
Apenas morre pelo que brilha,
Ficando apenas na memória da natureza mesmo,
Mesmo assim continuarei a persegui a lua, e seu brilho por que e o que me resta.

Você, meu primeiro namorado,
Da paixão apresentou-me a cor,
E a delícia de um beijo roubado
Assim mostrou-me o amor.

Passar o dia contigo,
Estamos juntos, enfim,
É assim que te quero comigo
Beijos e abraços sem fim.

Eu de olhos fechados,
Dou-te meu coração sem temor,
Ele agora a você dado,
Sei que ficará sem dor.

Bem mais que um amigo,
Quero-te todo para mim,
Fazendo coisas sem sentido,
Que o nosso amor seja sempre assim.

Quero-te sempre do meu lado,
Fazendo-me rir com seu humor,
Que seja sempre meu namorado,
Para sempre ter seu calor.

No momento em que nos comprometemos, a providência divina também se põe em movimento. Todo um fluir de acontecimentos surge ao nosso favor. Como resultado da atitude, seguem todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajuda, que nenhum ser humano jamais poderia ter sonhado encontrar.

"Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar.
A coragem contém em si mesma, o poder, o gênio e a magia."
(John Anster)

MÃES MÁS

Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes:
– Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
– Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer vocês saberem que aquele novo amigo não era boa companhia.
– Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".
– Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto a vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
– Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
– Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade por suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também!
E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:
"Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo..."
– As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas.
As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.
Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e "fuçava" nos nossos e-mails).
Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.
Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violava as leis do trabalho infantil. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho, que achávamos cruéis.
Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.
Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade.
E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos, tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer.
Enquanto todos podiam voltar tarde à noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).
Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência: nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por qualquer crime.
Foi tudo por causa dela.
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "PAIS MAUS", como minha mãe foi.
Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes mães más.

Dar um Tempo

Não conheço algo mais irritante do que dar um tempo, para quem pede e para quem recebe. O casal lembra um amontoado de papéis colados. Papéis presos. Tentar desdobrar uma carta molhada é difícil. Ela rasga nos vincos. Tentar sair de um passado sem arranhar é tão difícil quanto. Vai rasgar de qualquer jeito, porque envolve expectativa e uma boa dose de suspense. Os pratos vão quebrar, haverá choro, dor de cotovelo, ciúme, inveja, ódio. É natural explodir. Não é possível arrumar a gravata ou pintar o rosto quando se briga. Não se fica bonito, o rosto incha com ou sem lágrimas. Dar um tempo é se reprimir, supor que se sai e se entra em uma vida com indiferença, sem levar ou deixar algo. Dar um tempo é uma invenção fácil para não sofrer. Mas dar um tempo faz sofrer pois não se diz a verdade.

Dar um tempo é igual a praguejar "desapareça da minha frente". É despejar, escorraçar, dispensar. Não há delicadeza. Aspira ao cinismo. É um jeito educado de faltar com a educação. Dar um tempo não deveria existir porque não se deu a eternidade antes. Quando se dá um tempo é que não há mais tempo para dar, já se gastou o tempo com a possibilidade de um novo romance. Só se dá o tempo para avisar que o tempo acabou. E amor não é consulta, não é terapia, para se controlar o tempo. Quem conta beijos e olha o relógio insistentemente não estava vivo para dar tempo. Deveria dar distância, tempo não. Tempo se consome, se acaba, não é mercadoria, não é corpo. Tempo se esgota, como um pássaro lambe as asas e bebe o ar que sobrou de seu vôo. Qualquer um odeia eufemismo, compaixão, piedade tola. Odeia ser enganado com sinônimos e atenuantes. Odeia ser abafado, sonegado, traído por um termo. Que seja a mais dura palavra, nunca dar um tempo. Dar um tempo é uma ilusão que não será promovida a esperança. Dar um tempo é tirar o tempo. Dar um tempo é fingido. Melhor a clareza do que os modos. Dar um tempo é covardia, para quem não tem coragem de se despedir. Dar um tempo é um tchau que não teve a convicção de um adeus. Dar um tempo não significa nada e é justamente o nada que dói.

Resumir a relação a um ato mecânico dói. Todos dão um tempo e ninguém pretende ser igual a todos nessa hora. Espera-se algo que escape do lugar-comum. Uma frase honesta, autêntica, sublime, ainda que triste. Não se pode dar um tempo, não existe mais coincidência de tempos entre os dois. Dar um tempo é roubar o tempo que foi. Convencionou-se como forma de sair da relação limpo e de banho lavado, sem sinais de violência. Ora, não há maior violência do que dar o tempo. É mandar matar e acreditar que não se sujou as mãos. É compatível em maldade com "quero continuar sendo teu amigo". O que se adia não será cumprido depois.

(do livro "O amor esquece de começar")

Você minha irmã:
Às vezes um poço de mistério
Às vezes acorda sem humor
Às vezes não tem paciência
Às vezes um silêncio impenetrável
Às vezes ninguém te merece
Às vezes eu que não te mereço
Mas...
Sempre amiga
Sempre sincera
Sempre generosa
Sempre sensível
Sempre, sempre, sempre...
Acho que não acho mais adjetivos para ti
pois és um presente que Deus me deu e nem
a nossa diferença de idade apaga esse amor.
Que Deus lhe abençoe sempre, que sejas uma vitoriosa
e que tudo o que desejas sejam presentes dados por Deus.
Tenho orgulho em ter você como irmã. Beijos em seu coração.

[Conselhos para os meus três filhos]
Um, lembre-se de olhar para as estrelas e não para baixo, para seus pés. Dois, nunca desista do trabalho. Trabalho dá significado e propósito, e a vida está vazia sem eles. Três, se você tiver sorte o suficiente para encontrar o amor, não o deixe ir embora.

Minha melhor amiga hoje é um anjo...

Minha querida, obrigada por tudo, não é o bastante para te agradecer por ter sido tão especial, carinhosa, amiga e conselheira! Saudades muitas de quando os seus conselhos eram a solução das minhas angústias e medos, saudade ainda da sua risada gostosa, que transmitia tanta felicidade, saudade dos momentos que passamos e que marcaram a minha vida, momentos únicos e simples, mas verdadeiros. Saudade de quando ouvia sua voz pelo telefone enquanto você estava viajando. Se eu pudesse, faria do meu celular um gravador só pra te ouvir todos os dias. Tanta saudade de você, que agora zela por mim, eu tenho certeza, mesmo não querendo acreditar, mesmo te sentindo ainda aqui, sei que nunca vai me deixar, e te peço que venha me visitar nos meus sonhos... pra amenizar a minha saudade, que daqui vou te enviando a minha energia! Te amo demais, minha eterna, linda e grande amiga!
Anjos existem, alguns podemos chamar pelo nome: Maria Emília.

PEDAÇOS

Um pedaço de mim reclama tempo
para viver, outro assume a responsabilidade
e quer apenas trabalhar.

Um pedaço de mim quer viver um grande
amor, e entrega-se sem medidas, o outro tem
medo, já sofreu decepções e por ele,
nunca mais me apaixonaria.

Um pedaço de mim é brincalhão e vive
rindo, outro é triste, tem momentos de puro
isolamento,


Um pedaço de mim quer vencer, é
pura euforia, Outro quer apenas viver, deixar a
vida me levar...

Um pedaço de mim sofre com a dor
dos outros, outro quer que eu cuide apenas das
minhas dores, que não são poucas, já que vivo
em conflito...

Entre o que eu sou e o que eu gostaria
de ser, entre o que tenho e aquilo que gostaria de ter,
e, se um pedaço de mim sente-se satisfeito, o outro grita
por novidades, por consumo, por gente, por beijos
e amores inconstantes.

Nesse turbilhão, acordo todos os dias,
tentando unir esses dois lados que coexistem em
mim, e que por mais diferentes que sejam,
ainda assim, só querem mesmo,
o melhor para mim.

Hoje eu junto o ser e o querer,
o que fui e o que desejo ser, para cumprimentar
a vida, abraçar meus sonhos e pedir passagem
simplesmente para ser feliz.

O Leão Apaixonado
Fábula de Esopo

Certa vez um leão se apaixonou pela filha de um lenhador e foi pedir a mão dela em casamento. O lenhador não ficou muito animado com a idéia de ver a filha com um marido perigoso daquele e disse ao leão que era uma honra, mas muito obrigado, não queria. O leão se irritou; sentindo o perigo, o homem foi esperto e fingiu concordava:
- É uma honra, meu senhor. Mas que dentões o senhor tem! Que garras compridas! Qualquer moça ia ficar com medo. Se o senhor quer casar com minha filha, vai ter que arrancar os dentes e cortar as garras.
O leão apaixonado foi correndo fazer o que o outro tinha mandado; depois voltou à casa do pai da moça e repetiu seu pedido de casamento. Mas o lenhador, que já não sentia medo daquele leão manso e desarmado, pegou um pau e tocou o leão para fora de casa.

Moral da história:
Quem perde a cabeça por amor, sempre acaba mal.

O AMOR DEIXA MUITO A DESEJAR

A Rita Lee fez uma música com a letra tirada de um artigo que escrevi, sobre amor e sexo.
A música é linda, estou emocionado, não mereço tão subida honra, quem sou eu, quase enxuguei uma furtiva lágrima com minha "gélida manina" por estar num disco, girando na vitrola sem parar com Rita, aquela hippie florida com consciência crítica, aquela hippie paródica, aquela mulher divinamente dividida, de noiva mutante ou de cartola e cabelo vermelho que, em 67, acabou com a caretice de Sampa e de suas lindas "minas" pálidas.

A música veio mesmo a calhar, pois ando com uma fome de arte, ando com saudade da beleza, ando com saudade de tudo, saudade de alguma delicadeza, paz, pois já não agüento mais ser apenas uma esponja absorvendo e comentando os bodes pretos que os políticos produzem no Brasil e o Bush lá fora. Ando meio desesperançado, mas essa canção de Rita trouxe de volta a minha mais antiga lembrança de amor. Isso mesmo: a canção me trouxe uma cena que, há mais de 50 anos, me volta sempre. Sempre achei que esse primeiro momento foi tão tênue, tão fugaz que não merecia narração. Mas, vou tentar.

Eu devia ter uns 6 anos, no máximo. Foi meu primeiro dia de aula no colégio, lá no Meier, onde minha mãe me levou, pela Rua 24 de Maio, coberta de folhas de mangueira que o vento derrubava. Fiquei sozinho, desamparado, sem pai nem mãe no colégio desconhecido. No pátio do recreio, crianças corriam. Uma bola de borracha voou em minha direção e bateu em meu peito. Olhei e vi uma menina morena, de tranças, com olhos negros, bem perto, me pedindo a bola e, nesse segundo, eu me apaixonei. Lembro-me de que seu queixo tinha um pequeno machucado, como um arranhão com mercúrio-cromo, lembro-me que ela tinha um nariz arrebitado, insolente e que, num lampejo, eu senti um tremor desconhecido, logo interrompido pelo jogo, pela bola que eu devolvi, pelos gritos e correria do recreio. Ela deve ter me olhado no fundo dos olhos por uns três segundos mas, até hoje, eu me lembro exatamente de sua expressão afogueada e vi que ela sentira também algum sinal no corpo, alguma informação do seu destino sexual de fêmea, alguma manifestação da matéria, alguma mensagem do DNA. Recordando minha impressão de menino, tenho certeza de que nossos olhos viram a mesma coisa, um no outro. Senti que eu fazia parte de um magnetismo da natureza que me envolvia, que envolvia a menina, que alguma coisa vibrava entre nós e senti que eu tinha um destino ligado àquele tipo de ser, gente que usava trança, que ria com dentes brancos e lábios vermelhos, que era diferente de mim e entendi vagamente que, sem aquela diferença, eu não me completaria. Ela voltou correndo para o jogo, vi suas pernas correndo e ela se virando com uma última olhada.

Misteriosamente, nunca mais a encontrei naquela escola. Lembro-me que me lembrei dela quando vi aquele filme Love Story, não pelo medíocre filme, mas pelo rosto de Ali McGraw, que era exatamente o rosto que vivia na minha memória. Recordo também, com estranheza, que meu sentimento infantil foi de "impossibilidade"; aquele rosto me pareceu maravilhoso e impossível de ser atingido inteiramente, foi um instante mágico ao mesmo tempo de descoberta e de perda. Escrevendo agora, percebo que aquela sensação de profundo "sentido" que tive aos 6 anos pode ter marcado minha maneira de ser e de amar pelos tempos que viriam. Senti a presença de algo belíssimo e inapreensível que, hoje, velho de guerra, arrisco dizer que talvez seja essa a marca do amor: ser impossível. Calma, pessoal, claro que o amor existe, nem eu sou um masoquista de livro, mas a marca do sublime, o momento em que o impossível parece possível, quando o impalpável fica compreensível, esse instante se repetiu no futuro por minha vida, levando-me para um trem-fantasma de alegrias e dores.

Amar é parecido com sofrer - Luís Melodia escreveu, não foi? Machado de Assis toca nisso na súbita consciência do amor entre Bentinho e Capitu:
"Todo eu era olhos e coração, um coração que desta vez ia sair, com certeza, pela boca."
Isso: felicidade e medo, a sensação de tocar por instantes um mistério sempre movente, como um fotograma que pára por um instante e logo se move na continuação do filme. Sempre senti isso em cada visão de mulheres que amei: um rosto se erguendo da areia da praia, uma mulher fingindo não me ver, mas vendo-me de costas num escritório do Rio... São momentos em que a "máquina da vida" parece se explicar, como se fosse uma lembrança do futuro, como se eu me lembrasse ali, do que iria viver.

Esses frêmitos de amor acontecem quando o "eu" cessa, por brevíssimos instantes, e deixamos o outro ser o que é em sua total solidão. Vemos um gesto frágil, um cabelo molhado, um rosto dormindo, e isso desperta em nós uma espécie de "compaixão" pelo nosso próprio desamparo, entrevisto no outro.

A cultura americana está criando um "desencantamento" insuportável na vida social. Vejam a arte tratada como algo desnecessário, sem lugar, vejam as mulheres nuas amontoadas na internet. Andamos com fome de beleza em tudo, na vida, na política, no sexo; por isso, o amor é uma ilusão sem a qual não podemos viver. Todas essas tênues considerações, essas lembranças de lembranças, essa tentativa de capturar lampejos tão antigos, com risco de ser piegas, tudo isso me veio à cabeça pela emoção de me ver subitamente numa música, parceiro de Rita Lee, "lovely Rita", a mais completa tradução de São Paulo, essa cidade cheia de famintos de amor.

Poucas Palavras!

Não há ser humano sem luta. Cada um sofre o seu tanto para ser o que é. O sangue derramado, fruto do amor à causa a que se dedica é a prova de que a luta aconteceu. Sangue é metáfora do sacrifício.

Dizem que o Sagrado é a realidade que foi separada para ser ofertada sobre o altar preparado. Acho bonito pensar assim.
Sacralizar é o mesmo que resguardar realidades particulares e públicas, zelando para que não corram o risco da banalização que profana e esvazia o significado.

Hoje a palavra é breve, mas o significado não. Espero que dilate no coração de quem precisa ouvir: "Sou padre, sou sagrado e sou feliz por ser." Não me penso vivendo outra realidade, nem tampouco sendo outra coisa. Quem quiser se aproximar, que se aproxime, mas não venha para desrespeitar o Amor que me faz amar.

É só isso.

E POR FALAR EM LADRÃO DE GALINHAS...

Pegaram o cara em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e levaram para a delegacia.
- Que vida mansa, hein, vagabundo? Roubando galinha para ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai para cadeia!
- Não era para mim não. Era para vender.
- Pior. Venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!
- Mas eu vendia mais caro.
- Mais caro?
- Espalhei o boato que as galinhas do galinheiro eram bichadas e as minhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos marrons.
- Mas eram as mesmas galinhas, safado.
- Os ovos das minhas eu pintava.
- Que grande pilantra...
Mas já havia um certo respeito no tom do delegado.
- Ainda bem que tu vai preso. Se o dono do galinheiro te pega...
- Já me pegou. Fiz um acerto com ele. Me comprometi a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar os preços dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Convidamos outros donos de galinheiro a entrar no nosso esquema. Formamos um oligopólio.
Ou, no caso, um ovigopólio.
- E o que você faz com o lucro do seu negócio?
- Especulo com dólar. Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns deputados. Dois ou três ministros. Consegui exclusividade no suprimento de galinhas e ovos para programas de alimentação do governo e superfaturo os preços.
O delegado mandou pedir um cafezinho para o preso e perguntou se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada. Depois perguntou:
- Doutor, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está
milionário?
- Trilionário. Sem contar o que eu sonego de Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente no exterior.
- E, com tudo isso, o senhor continua roubando galinhas?
- Às vezes. Sabe como é.
- Não sei não, excelência. Me explique.
- É que, em todas essas minhas atividades, eu sinto falta de uma coisa.
Do risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora. Fui preso, finalmente. Vou para a cadeia. É uma experiência nova.
- O que e isso, excelência? O senhor não vai ser preso não.
- Mas fui pego em flagrante pulando a cerca do galinheiro!
- Sim. Mas primário, e com esses antecedentes...

Cio

Quero dormir com você ou pelo menos
Te dar um beijo na boca
O meu amor não tem pudor, nem acanhamento
Não tem paciência, não agüenta mais
A urgência do desejo
E eu te olho, te olho, te olho
Como se dissesse.

Penso, ele há de perceber, me encosto um pouco
Espero um gesto, um sinal, uma atitude
Que eu possa interpretar como uma resposta,
Uma indicação,
Mas você é um homem sério e continua
Se escondendo atrás dessas teorias
E nem te brilha no olho uma faísca de tentação.

Aí que aflição
Pensar no que eu faria
Se pudesse.

Desejo que não acontece
Fica parado no peito
Aí vira obsessão.

Noite de um inverno

De repente, sinto que estou triste.
Triste pelo que sou,
Triste por tudo que não fui.
Mas, não me aborrece
Essa tristeza ,que vem
E que flui através
Do cinza-azulado da fumaça
Do cigarro, projetada no teto
Mal pintado de meu quarto.
O silêncio amigo que habita
Meu apartamento
Divide comigo o frio da noite,
Que também se vai.
Penso em voltar, penso em partir,
Em estar contigo,
Em dividir essa tristeza
A dois…
Que grita dentro de mim,
Dentro do quarto quieto,
Frio, de ar viciado
De teto mal pintado.
Vejo as marcas incertas
Do pincel,
Como a arranharem
Também dentro de mim
A saudade do que era
E a ansiedade do que será.
Fecho os olhos,
Molhados
E penso num poema que faria,
Se meus olhos molhados
Não estivessem cansados,
Fechados,
Tentando esquecer
Essa tristeza….

Um dia me disseram para ter paciência porque a saudade é um sentimento nobre que poucos podem ter...
Que somente as pessoas que realmente tem capacidade amar podem senti-lo...
Mas infelizmente tudo tem seu preço...
Porque quem sente saudade é sinal de algo no passado foi inesquecível...
É sinal de alguém não apenas passou por sua vida e sim que permanece... E que faz grande falta....

Na Dúvida

Hoje sei que te amo
amanhã pode ser um engano.
Mas pode ser também
que eu diga que te amo muito mais.
Mas vou tentar te querer, pode ser?

Mas pode ser que eu suma,
que eu me esconda,
que eu fuja ou
que eu nunca mais apareça.
Se for assim quero que me esqueça,
se cuide e que você cresça.
Olha na direção do seu nariz e seja feliz,
contente consigo mesma.
Porque o mundo não acaba hoje
e nem no dia em que dá tudo errado
ele acaba no dia que você acaba.
Por isso enquanto viver, viva!

Mas eu juro.
Eu queria dizer que te amo
mas não é isso que amo fazer,
sem ter a certeza de que quero te ter.
Juro que o meu sonho
é gritar para o mundo que encontrei meu amor.
Falar pra todos que hoje
eu sei quem sou.
Que eu tenho uma grande mulher do meu lado
e que vou ser seu eterno namorado.

Preciso amar e ser amado

Eu vivo em um mundo de sonhos
onde meu Maior pesadelo é a realidade

Realidade essa de q eu não nasci pra ser feliz
muito menos ser amado, amado de verdade

É verdade que não sou amado como amo
mesmo assim nunca deixarei de amar como devo

Devo amar da melhor maneira possível
amar com toda sinceridade

Sinceridade é o que eu mais quero
Sinceridade é o que lhe peço

Peço que não me diga um "Eu te amo"
sem realmente me amar

Amar é o que eu mais faço
Amar é o que eu mas quero

Quero você aqui comigo
Quero você aqui me amando

Amando meu mundo fica completo
Amando tudo fica perfeito

O Perfeito não existe
è o que todos dizem

Dizem que o que passa em minhas veias
e faz meu corpo viver , é Sangue
no meu caso é diferente
O que passa em minha veias é amor
O Amor é vital para mim
Sem amor eu não vivo
Sem amor eu não existo.