Um Texto sobre a Mulher Maravilhosa
Recordações...
Hoje me peguei pensando em você, em quando te conheci. Lembro que nosso primeiro encontro foi meio perturbador, você me deixava confusa, sem saber o que pensar a seu respeito. Tava lembrando que logo ao te conhecer eu quis mudar, por você. Lembro como muitas vezes eu agi de forma ridícula, sempre querendo ser alguém mais interessante.
Nervosismo, ansiedade, borboletas no estômago, foram esses os primeiros sinais que me fizeram perceber que tinha te encontrado. Ai, como eu era boba!
Você me fez rir, me deixou alegre, fez com que eu me sentisse tão bem, mas por você eu também chorei e senti tanta raiva que desejei mais que tudo que fosse embora da minha vida e nunca mais voltasse. Quantas vezes tentei te entender? Quantas vezes tentei ME entender, entender minhas atitudes quando o assunto era você? Eu já desisti, descobri que é impossível te decodificar.
Sei que qualquer dia desses vamos nos encontrar novamente. A gente sempre se encontra né?
Então, até a próxima!
Espelhos:
Hoje olhando no espelho até pude ouvir sua risada, risos de quem venceu, de quem gosta de ver a derrota dos outro. A minha derrota. Te ouvir me deixou tonta,e comecei a ver uma outra pessoa, alguém que eu nunca vi antes.Passei um tempo olhando fixamente,tentando descobrir quem era aquela pessoa,aquele ser frágil,com uma aparência confusa,e foi então que eu percebi...aquela era eu.
Foi nesse momento que sua risada, cada vez mais alta, mais forte, invadiu meu ser de uma forma que eu não consegui controlar, o chão parecia se mover, eu me senti fraca, e sua satisfação em me ver naquele estado era insuportável.
Sentada no chão, ainda sem conseguir encarar a mim mesma, um filme passou em minha cabeça. Você me deu tantos sinais, como não percebi que se aproximava? Como me deixei seduzir por você? Como pude ignorar os alertas de tantas pessoas? Briguei com tanta gente por sua causa, POR VOCÊ! Eu achava que era minha amiga, mas não, você entrou na minha vida com um único objetivo, me destruir, e só eu não conseguia enxergar.
Ao perceber isso, comecei a me levantar, com vergonha, por ter sido tão estúpida. Passei a mão pelo meu corpo, pelo meu rosto, e comecei a analisar as marcas que você deixou em mim. Era outro corpo, outro rosto, aquela não era eu. Levantei a cabeça, olhei no fundo dos meus olhos, da minha alma, e ao invés de te ver, te ouvir, vi uma menina alegre, feliz, sempre com um sorriso no rosto, saudável. Essas lembranças me mostraram quem eu realmente era, e que nunca precisei de você pra ser alguém melhor, mais bonita. Hoje,quando me olho no espelho escuto risadas,mas essas me pertencem, são de alegria, são de uma nova pessoa, de uma menina que se olha e não vê apenas um corpo e um rosto, vê uma vida, vida essa que você quis tomar. Sei que como eu, outras meninas vão desejar a sua amizade, e espero sinceramente, que elas percebam mais rápido do que eu o tipo de amiga que você é, e tenham a mesma sorte que eu tive de encontrar um caminho melhor, um caminho sem você.
“ Incerteza ”
Faço porque existo ou existo porque faço?
Insisto porque sei ou sei por que insisto?
Nas curvas acentuadas decorrentes dos desvios.
Sinto frios, calafrios e até mesmo arrepios.
Sei do que, mas não para o que designar.
Entre atos e fatos forçado sou a estagnar.
Aconteceu, tudo escureceu, mas logo clareou.
Isso é a certeza de que num simples ato de piscar tudo possa mudar.
Não devemos dar importância somente ao amanhã, nem somente ao hoje, pois muitos valorizam tanto o hoje que agem como loucos sem medo e acabam tendo uma morte prematura devido a sua irresponsabilidade. Outros dão tanta importância ao amanhã que esquecem de viver o hoje e vivem lamentando o que não fez.
Viva como se não existisse amanhã e cuide-se para que possa viver mais um dia!
O que vale a vida? O amor? E a dor?
Vida, é o que mais vale, pois só temos uma, nela, temos que fazer tudo que queremos, tudo sonhamos, tudo que desejamos, e nunca se arrepender de nada!
Amor, nada nem ninguem consegue viver sem ele, o amor, pode ou nao ser fonte de inspiracao, quem ama, vive mais feliz de fato, como Renato Russo disse: "Quem ja sofreu por amor?"
Dor, em todos os lugar a encontramos, quando uma pessoa especial vai embora, sem ao menos te dizer pra onde, quando eu ente querido parte, tudo, até quando nos machucamos!
Sua vida, isso na diz tudo, "Sua Vida", viva ela do jeito que voce quiser, pois ninguem manda nela a nao ser voce!
Retrato de Amor
No retrato que de mim faço
Não me vejo com feiúras
Mais sim com outros olhos
Tão somente os dela.
Ao lado dela me sinto
Alegre, feliz
Ao mesmo tempo bobo
E agradecido por tê-la encontrado.
Ela é...
Meu sol
Minha água
Minha alegria.
Melhor coisa que já me aconteceu
Ela é...
Minha vida
Meu coração
Minha alma
Esse poema, dedico a uma pessoa que amo muito!
= Lenda de S. Martinho =
Segundo reza a lenda, num dia frio e tempestuoso de outono, um soldado romano, de nome Martinho, percorria o seu caminho montado a cavalo, quando deparou com um mendigo cheio de fome e frio.
O soldado, conhecido pela sua generosidade, tirou a capa que envergava e com a espada cortou-a ao meio, cobrindo o mendigo com uma das partes. Mais adiante, encontrou outro pobre homem cheio de frio e ofereceu-lhe a outra metade.
Sem capa, Martinho continuou a sua viagem ao frio e ao vento quando, de repente e como por milagre, o céu se abriu, afastando a tempestade. Os raios de sol começaram a aquecer a terra e o bom tempo prolongou-se por cerca de três dias.
Desde essa altura, todos os anos, por volta do dia 11 de novembro, surgem esses dias de calor, a que se passou a chamar "verão de S. Martinho".
ORAÇÃO AO LOBO
"- Lobo! Irmão espiritual que me fortalece, cuja forma e força moldam meu espírito. Nas horas em que me busco, sempre te encontro com os olhos de fogo pela noite das florestas de minha Alma.
Dai-me tua nobreza, Oh, Grande Lobo!
Dai-me tua paciência de caçador para que eu jamais venha a render-me a mim mesmo.
Dai-me o dom, a paz, que teus cantos sagrados pela bruma escura, espalham sobre os que te sentem rosnar no peito.
Dai-me forças, para seguir ouvindo o vento. Para sentir tua presença em comunhão com O Grande Espírito que em tudo está. Que tua presença jamais se abale diante das montanhas cinzas que me cercam, para que, ouvindo-te clamar aos vossos, pelas noites, possa eu, em tua forma, fazer-me ouvir em teus uivos sagrados."
D.A
Deixe saudade…
Por onde passar, plantes bons frutos.
Quando estiver, esteja 100%.
O seu melhor hoje, talvez ainda não seja o que você deseja.
Mas, o seu melhor hoje é infinitamente melhor que o seu mais ou menos, que o seu talvez/ de qualquer jeito.
É certo que não estamos 100% todos os dias, contudo, podemos nos esforçar para dar o nosso melhor.
Todos os dias, quando for trabalhar, quando tiver que vivenciar experiências, mesmo que ainda não seja a realidade que você tanto quer, lembre-se disso: DÊ O SEU MELHOR.
Deixe saudade e as portas abertas, você nunca sabe o dia de amanhã!
Dê o seu melhor, independente do contexto!
Além das portas sempre abertas, talvez esse seu melhor te leve a lugares e a realidades que você nunca imaginou estar.
Não me prometa amor eterno
Não faça planos para nós dois
Venha leve
Só com a roupa do corpo
Doses diárias de afeto
Que chegam de mansinho
Não diga que seremos felizes para sempre
Não quero assinar papel nenhum com nossos nomes
Quero café de coador
E toalha molhada em cima da cama
É pretensioso não ter pretensão nenhuma
É curioso não querer pensar no futuro
Não sei se vou envelhecer ao seu lado
Mas podemos plantar uma árvore juntos
Sem obrigação de dar frutos
Mas regaremos
Com todo cuidado
Talvez o amor chegue até nós
De mansinho
Sem fazer alarde
Talvez ele faça morada em nossos corações
O que vier será bem vindo
Bem vivido
Um dia de cada vez
Com o frescor dos inícios
Com a ousadia dos ímpios
E o tempo que conta tantas histórias
Poderá nos acompanhar na nossa
E se em algum momento
A gente se distanciar um do outro
Seguiremos por estradas distintas
Deixando pra trás o perfume
E os pequenos eternos momentos
Que vivemos juntos
Sem apego
Nem pesar
Porque amor é pra ser leve.
Cíclico
Tudo parece estar mais difícil agora, não é mesmo?! Calma. Antes de tentar encontrar culpados, assuma a sua parte da culpa.
Você nota que tudo se torna insuficiente demais, fraco demais, inconstante demais. O nosso tempo é de longe o mais estranho e de perto o mais acelerado.
A engrenagem desse mundo prende nossos dias em um ciclo vicioso e exaustivo. A vida nunca foi tão cansativa, tão comum, tão maçante. Você simplesmente se senta e vira refém da rotina.
As coisas perderam a graça. Busca-se tanto, que o pouco se tornou quase nada. A necessidade desacerbada de sucesso é tamanha, que a cada avanço nos anos nossa percepção vê os dias com menos horas, os momentos mais rápidos e o tempo ainda mais escasso. Nos perdemos tentando achar um caminho, e muitos ainda caem na grande ilusão de que tudo está bem, quando na verdade as coisas só pioram. Vem a melancolia e o vazio da solidão...O pensamento de incapacidade, remorso, culpa, desespero e ansiedade. Aquele dado momento no qual você se inunda em um mar de indagações e incertezas: - “Será que eu consigo”? “Qual o propósito de tudo isso?”
Consigo ver seus longos dias de procrastinação, sua linha tênue e bipolar na qual sua mente se encontra. Essa coisa aí que você não consegue denominar. Esse sentimento desesperador e angustiante de se sentir inútil, de sentir que mesmo tentando, nada tem o efeito esperado. É, entendo. Você simplesmente empurrando a bola de neve de neuras, não conseguindo conviver consigo mesmo. Podem até existir lapsos de alívio, esses que você aproveita de vez em quando como uma brisa de satisfação...Mas tudo acaba quando o assunto é o seu eu, seus projetos, suas metas, focos, objetivos...sonhos.
Você espera que tudo mude, mas não move nenhum músculo para que isso aconteça; Quer ser o exemplo vivo de uma mudança, o ponto fora da curva, aquele que vai contra o fluxo...Mas continua aí, nesse paradoxo de desgosto e auto-piedade, acumulando a culpa e deixando a vida passar por entre os seus dedos.
Você, que vê esses muitos exemplos; as exceções extraordinárias de vidas bem sucedidas, mas que não se sente apto para chegar à conquistas tão notáveis.
Sabe qual a única diferença entre você e eles? A falta de audácia. Te falta vontade. Te falta brilho nos olhos...Uma motivação realmente avassaladora que encha cada parte do seu corpo em um impulso contínuo de transformação, progresso e evolução.
Por viver dias completamente iguais, você sabe como é tenebroso repetir as mesmas exaustivas ações. Por isso: Pare agora. Analise. Examine. Encerre. Quebre o ciclo em que se prendeu. Veja-se livre dos velhos paradigmas, das idéias vazias e sem vigor. Pelo seu bem, entenda de uma vez: “O pior cego é aquele que não quer ver”.
Vida é o que existe entre o nascimento e a morte.
O que acontece no meio é o que importa (...)
No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as coisas que acontecem de facto.
Que amar é lapidação, não destruição. Que é preciso dar uma colher de chá ao acaso.
Que vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase?
Ora, é sempre mais forte.
Que todas as escolhas geram dúvidas- todas (...)
Que passar pela vida atoa é um desperdício imperdoável.
Que as coisas que nós exibem também nós escondem (escrever, por exemplo).
Que tocar na dor do outro exige delicadeza (...)
Que é mais produtivo agir do que reagir.
Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade.
E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda, esse meio todo...
Você não é esquisita
É estranha ...
Você não é compassiva
É desconectada...
Você continua embrulhada
No passado
Propositalmente
Sem sabedoria
Iludida
E a margem da verdade...
Nutrida ...
Do sentir viscoso
Dos que gravitam
Varejentos
Ao teu redor...
Gananciosamente guiados
Instintivos
Autocontidos
Autoproclamados
Limitados
Tolos
Incompassivos
Interesseiros
Vitrinistas.
Essas infelizes criaturas
Desbordam o mágico
Fio vermelho
Que te revela
O caminho da mudança.
E o vento do destino
Que sopra às tuas costas
E você não sente
Já se vai ...
Levando pra outra alma afim
Toda a sua leveza e esplendor
Toda a sua poesia
Toda a sua beleza e frescor.
“ Eu queria poder ter dito para você não se apaixonar por mim, eu queria poder ter as palavras de volta para o seu peito e te dizer que me amar é um erro. Mas eu sou fraca e tudo que pude responder foi um "eu te amo” mais do que eu não estava disposta a admitir. Eu provei o interior da sua boca e o lado do seu pescoço, eu beijei a palma da sua mão, e eu queria, queria poder dizer que eu não me arrependerei disso, porque em um ano ou dois, vai haver uma decisão que vai nos separar, e você vai me odiar e a dor vai ser excruciante mais do que qualquer coisa, você vai desejar que tivesse arrancada as palavras para fora do seu peito quando você teve a chance, porque nós somos jovens e nós estamos apaixonados. Mas nós não fomos feitos para durar, porque você me olha com amor e eu te olho com prazo de validade, eu não conseguiria suportar se você me olhasse com arrependimento.
Eu deixei você me amar quando eu sabia que isso só poderia ter um final ácido, eu queria ser forte por você, mas eu sei que no dia em que você me afastar e eu sentir minhas costelas quebrarem com um “ eu te avisei ” e meu coração encantar em colapso nele mesmo, porque eu me permiti me apaixonar tão intensamente. E me lembrarei de como era amar você, eu me lembrarei do gosto do interior da sua boca e do lado do seu pescoço, eu me lembrarei de beijar a palma da sua mão. Em outras palavras, quando tudo acabar, tudo que eu desejarei é que eu tenha sido forte, mas graças a Deus eu sou fraca demais.“
Maio
Olha, amor,
Já é Maio,
Da Primavera em festa,
embriagada de aromas.
Manhãs frescas
De orvalhos límpidos,
Cintilantes,
Tardes mornas,
doces, de promessas
aconchegantes.
Já floriram as laranjeiras
E os goivos lilás
perfumam o cantinho do jardim.
Olha, amor,
Já é Maio,
Da Primavera das flores,
Das sinfonias de chilreios,
Do amor de ramo em ramo,
dos ninhos aveludados
das flores nos caminhos,
como que à espera
de procissões.
Olha, amor,
Já é Maio
e não tardam os beijos de amoras,
lábios de cerejas,
abraços de jasmim
e êxtases de rosas, enfim.
Zarfeguiana
Te amo porque te amo
No São João sou capaz
De me queimar todo na
Fogueira elétrica
No Natal me visto de Papai Noel
E saio distribuindo
Mimos às criancinhas
No Dia dos Namorados
Faço declarações ridículas
Só pra te agradar!
Não preciso esconder
Meus parcos sentimentos
De ninguém
Muito menos de ti
Meus versos têm sabor
De pera
Maçã
E água com açúcar
Que estás esperando?
Vem no meu disco voador
Me dá um beijo quente
Sê minha musa decadente
Que um poeta
Pouco original
Pode te oferecer
Exceto um filho virtual?
"E" de era uma vez
Muito engraçada a história do “era uma vez”! Antigamente as estórias começaram assim: “Era uma vez”. Hoje em dia, as estórias começam assim: “Era uma vez”.
Os tempos mudaram, mas o “era uma vez” continua o mesmo de sempre. No máximo, sofreu uma leve adaptação: “Era uma vez agora” ou “era uma vez antigamente”.
O fascínio que essa expressão exerce sobre nós remonta ao passado, aos contos de fadas, às narrativas orais. Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho...
Como resistir a tanto encanto e inocência juntos?
Pensando bem, a atração do “era uma vez” deve estar no “era” – pretérito imperfeito do verbo ser. Tanto que, sem o “era”, teríamos “uma vez”. Ou seja, uma expressão adverbial sem expressividade. E estilo.
Aliás, tão sem graça quanto estas: cada vez, certa vez, de quando em vez, de uma vez, de uma vez por todas, de vez, de vez em quando, de vez em vez, em vez de, muita vez, por sua vez, por vez, etc.
Agora, experimente assim: “era” cada vez, “era” certa vez, “era” de quando em vez...
Que está esperando? Mergulhe fundo no encantamento!
Escolhas
I
Como escolher entre
O doce e o eterno?
O doce que embriaga
Como vinho e aperta
O coração no momento
Mágico da paixão;
O eterno que transcende
A vida e a morte,
Como maná que
Aplaca a sede de amar;
Como escolher entre
O cheiro e o paladar
O útil e o agradável
O beijo e o inefável?
II
Como escolher entre
O medo e o desejo?
O medo que rasga rente
Com suas garras e punhais;
O mesmo medo que
Jamais intimida os casais;
O desejo que é dor e
Prazer a um só tempo;
Apetite ardente mesmo
Quando em passatempo;
Como escolher entre
O riso e o meio-tom
O toma-lá e o dá-cá
O áspero e o vulgar?
Tão Romeo quanto Juliet
I
Eu perdi, mas foi você quem explodiu dentro de mim
Eu morri, mas será você quem ficará para sempre
repetindo nossa canção de ninar, viu, Juju, Juliet?
II
Eu esqueci, mas você é quem cuidará do nosso
elefante branco
Aprenda com ele, “tão curto o amor e tão longo
o esquecimento”!
Aprenda com ele, tão leve o amor e tão pesado
o envolvimento!
Aprenda com ele, tão doce o amor e tão amargo
o sofrimento!
A propósito de “Três pontos ex... citados”, peça de Carlos Alberto Sousa
Acabei de ler (reler, para ser exato) “Três pontos ex... citados”, texto de Carlos Alberto Sousa, em que ele apresenta uma peça de tese ou conceitual.
Eu gostei à primeira leitura do texto, que já vou chamar de literário, porque se revela desprovido dos elementos cênicos, como palco, música, luz e figurinos. O teatro, propriamente dito, remete ao espetáculo, à representação no palco. A rigor, teríamos o texto (literatura) e sua apresentação no palco (espetáculo). Segundo Aristóteles.
Mas, voltando à peça, o autor coloca em discussão algumas questões há muito conhecidas de nós, quais sejam, o fideísmo, o ateísmo e a luta de classes. Ele inclui também, com muita competência, elementos pop – o tráfico, o rock, o sincretismo religioso – e elementos metateatrais – o fazer artístico em debate.
Numa peça breve, composta por oito atos brevíssimos, Carlos Alberto narra uma história bastante interessante, em que os personagens são dirigidos por um diretor manipulador e ávido de messianismo. Enfim, um Brecht às direitas.
A trama – envolvendo o elenco (os “bíblicos” Paulo, Davi e Sara, especialmente) e o diretor – trata de uma tragédia (com a presença dos elementos clássicos, inclusive o recurso do chamado “deus ex machina”, consubstanciado pela presença da Bailarina). Isso fortalece o argumento de que estamos diante de um texto literário que, ainda segundo Aristóteles, precede e se sobrepõe à montagem teatral, ao espetáculo. (Por isso, o cinema nunca será literário!)
Já tive a oportunidade de assistir, no Teatro Municipal de Cabo Frio, a uma performance de autoria de Carlos Alberto, a qual me deixou muito impressionado com o talento com que ele havia conduzido o texto e dosado a densidade temática. Com “Três pontos ex... citados”, não é diferente.
Aliás, mesmo quando faz versos, meu confrade e amigo Carlos Alberto deixa transparecer seu lado dramaturgo. Isso – em vez de restrição – é um elogio. Aristóteles, de novo, não me deixa mentir.
Mais que impressionado com a peça filosófica “Três pontos ex... citados” que acabo de reler, já me vejo torcendo pela montagem dela. Gostaria muito de ver (o verbo apropriado é “interagir”) Paulo, Sara e Davi no palco. Pois, ao contrário do filósofo grego, tenho certeza de que será unir o útil ao agradável. Com perdão do lugar-comum.
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