Um Estranho Impar Poesia
Se um dia me perguntassem
Se eu algum dia fui feliz
Eu responderia que não sei
Tentei, me virei, desisti
Creio eu que tal coisa
É um Estado de Espírito
E acho que quando eu nasci
Isso não estava no contrato
Não dá pra ser feliz aqui
Sabendo que existe
mais de um Brasil
E dentre esses muitos Brasis
Eu creio que nem eu
E nem a imensa maioria
Nasceu naquele em que quis
Fora isso
Esse lugar está em um mundo
Onde nem todo mundo
é realmente feliz
Não sei dizer ao certo
O nome completo que se dá a isso
Onde a fome é algo concreto
E cada um que tem
um compromisso
a honrar
é consigo mesmo
Mesmo assim, na medida do possível
Procuro não me sentir infeliz
E sou grato a todos
que caminham comigo
e compartilham suas vidas
Com este ser cheio de dúvidas
Que sou eu
Quando todo mundo for feliz
Então, eu também serei
Até lá
Não me façam perguntas
Cuja resposta
Eu não sei.
Edson Ricardo Paiva
Um dia
Estivemos caminhando
Sobre a mesma terra
Que hoje
Nos esconde
deve haver
Em algum lugar
Outras almas
que ainda se lembrem de nós
Mas nós não sabemos
Onde procurar
Pudemos somente
Pedir
Em sonho ao rapaz
Que costuma escrever
Pra muita gente
"Uma vez
Lembra de nós
Com o amor que tem
No coração
diga que há muitos aqui
Precisando um pouco
de oração"
e
Sem saber direito
O que fazer
o moço que sonhou
acordou
e escreveu
Edson Ricardo Paiva
Depois do fim
Um espaço vazio
Um abraço
Que ficou esquecido
Cuja validade expirou
Um traço tremido
Um último olhar
Que agora, sinceramente
Não faz mais nenhum sentido
Depois do fim
desatados os laços
Sem lágrimas contidas
nem choradas
Sem missa em latim
desespero ou promessa
A culpa foi da vida
Por ser feita de tempo
que corre depressa
e a tudo consome
toda estrada se acaba
e depois do fim
vem sempre o nada
senão
não teria esse nome.
Edson Ricardo paiva.
Cuidado ao bater à porta
Sem antes ter certeza
da escolha certa
O futuro é e sempre será
Um lugar muito escuro
Repleto de Estradas desertas
Pra quem sabe viver o presente
Cuidado ao fingir interesse
Com algo que realmente
Muito pouco ou nada te importa
Cuidado ao descer as escadas
Neste mundo ainda não criaram
Nada mais fácil que a descida.
A palavra falada
é igual a uma pedra
jogada no mar tranquilo
Além de não ter volta
Ela movimenta o mar inteiro
sem que você
nem ao menos perceba
Cuidado com aquilo que fala
Cuidado ao viver
Cuidado com a vida
A vida, apesar de ser bela
Continua e sempre será
Singular e intransferível
E é bem complicado vivê-la
Porém, não há nada pior
Que deixá-la passar e não viver
Nesta estrada da vida
Olhe sempre pros dois lados
e a viva
Mas tenha cuidado.
Edson Ricardo Paiva
Depois que eu olhei teu olhar
Percebi que algo mudou em mim
Notei também que a sua alma
Exala um cheiro de jasmim
Ou de alecrim
Só sei dizer que aquele olhar
Me despertou tamanha calma
Que há muito tempo eu não sentia
Se é que em algum dia o senti
Em horas iguais aquela
Tudo pára
Nada se move
Tem vidas em que a gente espera
Uma vida inteira
Por uma hora igual àquela
E quando acontece
É que percebe
Que não se preparou
Praquela hora
Que às vezes demora
duas ou três vidas
Pra que aconteça
E aquela emoção, há tanto contida
te paralisa de tal forma
Nessa hora
Que talvez seja somente o tempo
de soprar uma brisa
E aquele olhar foi-se embora
Agora
O jeito é esperar
Outra vida.
Edson Ricardo Paiva.
Criei por ela
Um Oceano de Estrelas
Em um plano mais profundo
Tentei fazer pra ela
Todo dia
As mais belas poesias
Já escritas neste mundo
Fiz projeto de Palácio
Com vitrais até o teto
e férias no paraíso
Autorizadas
Pelo Próprio
Arquiteto do Universo
Escrevi num livro meus versos
Tudo isso, pra conquistá-la
Mas meus planos malograram
Pois, quando a vi
Perdi a fala.
Edson Ricardo Paiva
Todo dia
Nasce um dia
Que termina
Todo dia
E em todos os dias
Que passaram
Houve sempre alguma coisa
Que ficou
Pois não é sempre
Que se esquece ou compreende
Aquilo que acontece
No momento exato
em que acontecem
E é por isso
Que junto a tantas lambranças
Que ficaram
Hoje eu vejo com clareza
As coisas que a vida traz
e o tempo faz
Pois, ainda hoje
Existem dias
Que não terminaram
e que não vão
terminar jamais.
Edson Ricardo Paiva.
Quando o coração da gente
Se faz paz por um momento
E aceita porque quer aceitar
Creia que existe um Universo
E tudo que há dentro e fora
Poderá ser posto agora
Em um Poema de três versos
E ainda sobra espaço
Pra passar um traço no final
E levar o coração
Pra onde quiser
Tudo isso apenas depende
Se esse coração
Realmente quer
Edson Ricardo Paiva
Quem joga uma pedra
Nas águas de um lago tranqüilo
Pode sempre vislumbrar
O efeito na superfície
Mas a pedra prossegue impassível
Invisível trajeto
Cujo destino a gente não sabe
Nem pensa...se esquece
E a pedra e as águas
Obedecem seus destinos
A água, no seu ciclo
Percorre o mundo
Enquanto a pedra
parada
vai cumprindo
solitária
A triste sina
de ter nascido pedra
Mas a pedra,
quando nasce abençoada
Percorre por tempo indeterminado
Os confins do Universo infinito
Guardadas as proporções
Há vidas que são água
Enquanto
Outras vidas são pedra
Fazem vôos diferentes
Leves ou pesados
Ambas, porém
Jamais poderão se eximir
de um destino
E ambas estão obrigadas
A um dia experimentar
A queda
Edson Ricardo Paiva
Existem
muitos modos de enxergar a vida
mas cada um de nós
Precisa decidir
A sua maneira viver.
A gente pode conhecer
Milhões de palavras
E dizer a palavra errada
Ou não encontrar nenhuma
Mas em qualquer circunstância
É preciso ter sempre
Uma palavra só
Um bom conselho
Poderá te fazer refletir
Mas a melhor decisão
Está na voz do coração
E não te importa em nada
A opinião do mundo
Quando Deus
Põe a resposta em teu caminho
Está decidido
Numa fração de segundo
Saiba
Que tua alma pode possuir
A divina faculdade
de enxergar ao longe
e também na escuridão
Desde que você aprenda
A sempre agir com lealdade
Pois os olhos da verdade
Sabem reconhecer
A verdade em outros olhos.
Mas por mais ciência
Que se possua
Não existe receita infalível
Pois em alguns momentos da vida
Só o silêncio existente
No passar no tempo
Vai fazer germinar
Tua semente de esperança
Que plantaste
Naquele coração
Amado e abençoado
Confia no tempo
e saiba
Que o silêncio
Pode ser a melhor prece
E mesmo que o sono não venha
Tenha sempre o bom costume
de crer nos teus sonhos
Por mais distante
Que pareça
E por menos esperança
Que tenha
esperança pequena
é sempre esperança
Se sabes que é pra bem
Ela sempre compensa
Confia no tempo
E faça a tua vida valer a pena
Edson Ricardo Paiva
Se a vida acabasse hoje
Eu juro que a deixaria
Um pouco triste
Pelas coisas
que não fiz ainda
Mas algo
Sempre há de ficar inacabado
E sem resumo
Se esta noite eu partisse
Diria que não fiz
Aquilo que eu tanto queria
Mas sereno
Por lembrar-me que disse
Se hoje
O Dedo de Deus
Apontasse pra mim
E dissesse
Que a hora do fim era agora
Eu iria embora um pouco triste
Porém, sem remorsos
Nenhum arrependimento
Sequer pelos muitos erros
Que eu cometi
Enquanto pensava acertar
E triste eu iria
Nos braços de uma isquemia
Uma hemorragia cerebral
Tanto faz, não faz mal
Na hora da partida
Qualquer despedida é igual
Creio ter feito
Menos o mal que o bem
Não deixaria ninguém
Que tenha sido
importante pra mim
Sem antes ter dito muitas vezes
Sobre a importância que tiveram
Nesta e em todas as outras vidas
Se minha vida acabasse hoje
Creio ter sido esta
A minha poética despedida.
Edson Ricardo Paiva
Bom Domingo,com as Graças do Espírito Santo ,Amém!
Obrigada Meu Deus por mais um dia; mais um Domingo; mais um Ano🙏🏻✌🏻💕🌹
"...O Sol do outro lado da rua
Escreve um recado na Lua
E me diz que pode haver
Outros Sóis mais brilhantes
Mas que o Sol menos distante
Brilha mais"
Edson Ricardo Paiva.
Um rosto desconhecido
A se olhar no espelho pela manhã
Perguntou para a eternidade
Quem foi que conferiu
Essa autoridade, tão limitada
Pra que o espelho refletisse apenas
Algumas formas ainda perfeitas
E aquelas imperfeições tão pequenas
Coisas que não dizem nada
Sobre aquele rosto que fitava a própria imagem
Será que o segredo da vida
Era saber ornar ou diferir
A imagem refletida
da persona daquela alma
Escondida na calma ou na ausência desta
E que se faz a presença mais constante
Em cada momento da vida
Se um dia, nesta longa eternidade
Inventarem espelho que reflita
Não a imagem que se acredita, pois esta é bobagem
Mas a figura real e sem igual de quem se é
Pois seu medo era saber
Que se um dia não lhe for mais possível
Ocultar ao mundo os seus segredos
O que será que lhe resta?
Edson Ricardo Paiva.
Questão de aparência.
A maior dificuldade
É o segredo que costura
Pedaço de linho branco
Um falso nó
Que nenhum de nós desata
A palavra esperança escrita
A medida do punho
Um traço que mal se apagou
A maldade que cresce oculta
Um rascunho de abraço
Questão de aparência
A lição de vida
Que o tempo arrastou
A indevida atenção dispensada
Como se fosse
O caso de nunca mais
pensar em nada
Importância
O espinho edifica
A leveza da flor machuca
Pois fere a alma
Qual fera louca
A palavra dita
Se multiplica
Uma a uma
Desencaminha
Um laço de fita
Mera ilusão
Era venda aos olhos
Uma ida ao portão
Mais espera
Outra carta, o correio
A alma que lhe era cara
Um dia foi posta à venda
Assim se deu
A cabeça a quebrar mil vezes
Resposta escondida
O Universo se expande
Um dia uma solução
Que finalmente te procura
O lugar onde eu tentei chegar
Era vazio
Imensamente despovoado
Denso e muito frio.
É questão de aparência
Uma venda aos olhos
Se chove, melhor me molhar
Me molho
O resto de vida
Pra ser vivido amanhã
Pra sempre será perdido.
Edson Ricardo Paiva
Se estas palavras ao Céu chegassem
E um desejo Deus consentisse
Eu pediria que os olhos dela
Meu olhar com seus olhos visse
Desejaria que me quisesse
Aquela:
Linda, única e bela.
Se minhas palavras a ela chegarem
E seus olhos me procurarem
Eu direi pra esta mulher
Meus olhos só teus serão
Se você quiser
Edson Ricardo Paiva.
Lindas flores
de papel colorido
Mas a gente lhes dá
O aroma que melhor nos aprouver
E coloca um Céu ao fundo
E põe olhos no Céu
Olhando pro mundo
E depois a gente vive.
Quando alguém discordar
Me perdoe
É que tem horas que não me contenho
E hoje é uma dessas horas
Portanto, eu não me contive
Pois ainda há flores de verdade
E dias que passam de dois em dois
Tenho lembranças de muitos
Como céus refletidos no mar
Onde se vê vários Sóis
Em um oceano de papel
Uma lua apagadinha, ali do lado
Ruas pelas quais
Nunca mais nós passamos
Palavras que não dizemos
São pedras que submergiram
E os desenhos
Que criamos em linhas curvas
Enquanto uma cor se turva
Outra dor sempre vinha
Nada mais do que panos de fundo
E fazíamos planos
Ganhamos o mundo
Desenhando a vida
Antes que o fogo do Sol
Lhes traga o calor, que as apaga
Toda cor haverá
de desbotar-se completamente
O que fica é a lembrança
Que haverá ser lembrada
Depois do apagar do Sol
E esse dia, na eternidade
Terá pra gente
A qualidade de ser
O todo que existe
Mesmo que tristemente
Pra gente não tiver mais nada
Além de outro dia vivido
Onde alguém vai plantar de novo
Lindas flores
de papel colorido.
Edson Ricardo Paiva.
Eu me perdi
Faz tempo que eu ando
Perdido na vida
Não me sinto culpado
Este mundo é um grande labirinto
Portanto, estamos perdidos
Sem saber que o melhor que fizemos
Foi o fato de não termos lido
O aviso que havia na entrada
Dizendo que poucos de nós
Vão querer encontrar a saída
Mas um dia, a saída nos encontra, isso é fato
Contra o qual, ninguém pode fazer nada
Mas há sempre a opção
De deixar uma boa risada
Apagando o ruido da dúvida
Que essa vida tem fim
Mas que nada foi perdido à toa.
Edson Ricardo Paiva.
"Tem coisas
Que não tem como dar certo
Algumas delas
Custam um certo tempo
Pra que, no tempo certo
A gente se convença
Que não tinha como dar certo"
Edson Ricardo Paiva
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