Um Estranho Impar Poesia
Teu nome
espaço
meu nome
espera
teu nome
astúcias
meu nome
agulhas
teu nome
nau
meu nome
noite
teu nome
ninguém
meu nome
também
Vento suave e frio que me embala, relento.
Esse escuro céu do momento, nubla-me,
traz-me ao que recordo seu alento...
Invade em mim uma nostalgia,
arregalo os olhos, olhos sem euforia
Vejo um passado que voou cinzento,
voou nas asas desse tempo.
Pra nunca mais voltar,
o que já foi por vir enganchou-se
lá em meus pensamentos, em papéis.
Pra ficar, alojou-se lá.
Vento que me embala, com suavidade,
faz em meu sangue
Pulsar saudade.
Mãe, são teus todos os dias!
Nos anos que percorre,
Quando a lida não tá fácil,
No acolher de teus braços
Teu amor me socorre...
Quanto já sacrificaste?
Por teus filhos enfrentaste?
Raivas, horas de sono perdidas
Dores do parto e da vida...
Mãe, inspiração da poesia,
São teus todos os dias!
Em teus olhos há segredos
Que espero descobrir...
Quantos silêncios guardados,
Só para não me ferir?
As tuas mãos afastam o mal,
Com justiça me corrigiram.
Pequenas doses de dor, pra evitar
Dores futuras e pesar...
Mãe, inspiração da poesia,
São teus todos os dias!
Trabalhou duro pra manter o pão
És meu exemplo de motivação!
Rosa que exala o mais doce perfume
A ti, as alegrias!
Tuas palavras de sabedoria
Ousadamente me aconselham
Qual direção a tomar:
Se fico cá ou vou pra lá...
Mãe, te amo e muito obrigado!
Pois, por incontáveis motivos,
És Mãe, a inspiração da poesia...
São teus todos os dias!
PARTIR P'RA EXISTIR
Eu vou sair por ai...
Vou daqui, e vou sumir!
eu , vou, partir...
Vou existir! Vou existir!
sem mim, sem ti.
Em fim... Antes que,
chegue a minha hora,
vou embora...
Vou embora desse mundo,
vou-me ir disso aqui!
Vou viver sem apavora,
de tudo que me faz ouvir.
Eu vou partir,
mesmo sem rir
Eu vou partir, p'ra existir.
Vou lhes tirar da tomada,
desequilibrada
desligar-te dos volts dos choques
e se a bússola não dê norte,
então pego o meu capote
e vou existir, longe daqui.
Antonio Montes
ACABADO
Sem dinheiro, estou solteiro
absolvido do meio...
Vou marchando,
sob o peso do meu arreio.
Sem dinheiro... Sou um jogo,
um jogo desprovido dos ouvidos,
entre sopapo, e sinal destecido.
Sem dinheiro...
Sou um tiro p'ra escanteio
passos descalços,
sentimentos baixos
imprensados, sob peso de saco.
Sem dinheiro, sou...
Barriga colada nas costas
fome comandando um tic-tac
de uma fraca horta.
Sem dinheiro...
Vou pelo caminho em passos fracos
ventos espanando minhas lagrimas
galgando a minha sombra,
que a tarde se distancia de mim...
Levando meu saco de esperança
me aproximando do fim.
Antonio Montes
No Canto q’Flor
Quero-te sempre bem amor
Seja lá no canto que for
Clássico, lírico ou rock and roll
Meu coração é instrumento rico
Toca igual pistão pelo vento miragem
Meu espírito é fogo é corisco
Ah, é amigo mais selvagem
Meu sentir é eclético
E meu coração motim
100% à favor de mim
Cá fé poético sem fim..
Rotina
“Bom dia,
Mais uma manhã se inicia,
O sol no céu e a polícia na periferia.
Helicópteros sobrevoando e as crianças pra escola caminhando.
Seis da manhã vocês não querem nem saber
O que pode acontecer? Só Deus pode saber.
Na prece de cada um “que eu não seja mais uma vítima, amém”,
A culpa é do governo que não enxerga o que há além,
Há amor e luta, sobreviver aqui é maior loucura.
O bandido vende seus bagulhos pelas de cem, mas os políticos lá do Plenário lucram também.
A TV ensina que somos maus: as pessoas de cor, os gays, os favelados etc e tal.
Não nos querem nas praias, não nos querem na Zona Sul,
Mas se eu der calote, chego até em Istambul.
Polícia, pare de nos matar porque é moda! Na hora cês não pensam, mas tudo que vai, volta.
Polícia do Estado é o veneno. Por que fazem isso com a gente? Não compreendo.
Tô cansado, tô exausto de ser tratado desigual por ser favelado.
As pessoas daqui não merecem seu respeito? Tô cansado de ignorarem nossos direitos.
Parem de nos matar, eu imploro, só queremos respirar!”
VIDA ALHEIA
Vivia a tua vida
Não a minha
Sonhava teus sonhos
Esquecia dos meus
E assim vou deixando
De voar, para preso ao teu lado ficar
Por vezes até tentava voar
Voava...
Não ia longe
Talvez com medo de me perder
Ou de nunca mais querer voltar
Até que um dia, resolvi voar...
Fui longe, conheci a liberdade
Tomei outra rota, uma nova direção
Achei os sonhos perdidos
Ou esquecidos no tempo
Nunca mais vou deixar de voar, voar...
Não veja como ingratidão
Fiz o que dizia meu coração
" Teu cheiro
Ah!! que loucura
foi minha procura
meu Armagedom
teu cheiro
eterno poema
flor no alto da serra
teu cheiro
odor que embriaga o meu coração
respeite a fila / pague em dia
seja condescendente diante da ignorância alheia
tome o remédio / tudo no horário
vá ao cinema (assista a um filme inédito)
em caso de vida ou morte: aperte o botão vermelho
esses dias de tédio
em que se tem tempo –
tempo só se arranja quando
não se tem
quando sobra desse jeito
a gente repete os assuntos
o ônibus chega rápido
e os trajetos ficam curtos
– de repente
readaptar-se à própria casa
como foi lá? bom
rever os gigantes, os mínimos
dedicar a eles igual dose
de carinho ou indiferença
usar as roupas que ficaram
meses dobradas no armário
com cheiro de sachê
nessas tardes sem compromisso
esticadas com rolo de macarrão
tudo é longo
nada dura
A vida é uma estrangeira
para ser contemplada
enquanto algo
— indefinível como a flama —
nos diz
que tendemos à dissolução
errantes
fazemos nossas escolhas
no gramado estendido
deste solstício de inverno
tudo mais falha:
germinar é difícil
mais difícil permanecer intacto
O amor
O amor é indefinível,
tem nele todo indizível,
difícil de se entender...
Tudo que dele se diga,
é, certamente, plausível,
mas não passa de clichê...
O amor vem de alma pura,
não veste-se de fuga ou medo
é forte tal qual um rochedo
não é doença, ele é cura.
Perene, pra sempre dura,
não divide, multiplica;
não se traduz nem se explica,
em palavras, sua essência,
mas se expressa na evidência
dos gestos de quem o sente...
A cor dos olhos não mente
quando irradia o seu lume;
no amor não cabe o ciúme,
mas sim respeito e lealdade.
O amor traz felicidades,
não a dor nem o sofrimento,
insegurança e tormento,
sentimentos doentios...
Se é amor tem que ser sadio,
ser livre e sem vencimento...
O sonho da tulipa
A viagem mais profunda
em mentes frágeis e oriundas
Com pensamentos vagos e alelos a percepçao da realidade
Os sonhos eram belos,assim como o amor de um cão com o seu dono.
Machucaria-se se acordace rapido
A Plenitude de sorrisos vistos no sonho mais belo
Tudo éra falso
até o sol,que era rosa pela manha
e sinza pela tarde,expressando uma longa viagem dentro de si.
Os seres que habitavam aquele lindo planeta azul eram em distintos em diferentes cores
Mas todos enchergavam em cores da alma
Seus coraçoes batiam na mesma frequencia
Na noite que chegaria,todos se aqueceriam com o amor
mas ela nao chegou
nem a noite
nem o afeto
nem as sinzas
nada existia
assim como a tulipa que sonha,e a harmonia sonhada.
Eterna espera...
Cavalguei no tempo sentindo o vento no rosto...
Levei anos e dores para a ti chegar
Ouvi pedras no estalar melodioso das carências
Quais lamentos que vem de um lugar distante... .
Entre mim e as palavras há um tinir de punhais
Nas lembranças dos olhos... Sutis tremores
O mar sempre ao fundo cauteloso ao sopro da terra
E este amor em eterna espera
Acho-te na imagem das lembranças do mar
E planto o vento... E o amar...
E ainda assim sonho com teu amor por um momento
Imagino-te... Amando-me com os olhos fechados no amanhecer infindo!
Você sente quando olho com ameaça de fazer
o que penso e que revelo no meu gesto de roer
As minhas unhas com nervoso de emoções ,
na ânsia de sentir o teu perfume e te beber
Direto da tua boca os teus amores de ilusões
Meu dia amanheceu antes do sol raiar,
no brilho do seu sorriso depois do amor
Foi uma noite de estrelas e de luar...
LEVÍSSIMA
Leve... Levíssima leve
Leve a culpa breve
do bonde do tempo,
da linha que alínea e arrepia,
pegue e leve-me como for
avia! Avia... Espia a passagem
sem motor ou engrenagem
sem amor, sem calor.
Leve se for leve... Leve
a flor as pétalas do caminho
a poeira o pó dos paralelepípedos
os tipos e aerotipos múltiplos
os bullyings e seus insultos
os vultos do futuro caduco
os brutos... Marrucos malucos
e os eunucos da esperança,
judeus da dor...
O fungo dos frutos... E a
corda bamba, de uma criança.
Antonio Montes
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